Afonsinho/ +10/02/1972 a - 12/08/1998 |
Hoje busquei inspiração pra escrever mais uma matéria,
no intuito de atualizar esse espaço, mas estava um pouco chateado com alguns
acontecimentos e não consegui pensar em nada. Então coloquei um som maneiro do
RAPA, foi quando me lembrei de meu parceiro de reggae, Afonso Arlinson Ribeiro
Silva, ou simplesmente Afonsinho. Foi ai que veio a idéia de escrever algo que
mostrasse aos leitores desse blog um pouco da mensagem do REGGAE, que tem em
suas letras temas de forte apelo social. Nesse momento bateu aquela
nostalgia, lembranças de um tempo do meu parceiro de reggae, meu irmão
e camarada, visualizando passagens em que curtimos altas viagens ao som de
Edson Gomes, Bob Marley, Cidade Negra, Tribo de Jah, Peter Tosh, entre outros.
Lembro-me que o barato de tudo isso garimpar bandas novas de reggae e comprava
o CD que o outro não tinha pra tá mostrando as novidades e curtindo baladas ao
som desse gênero musical.
Certa vez aquele que talvez seja uma das maiores
expressão do REGGAE, Bob Marley, o principal responsável pela sua evolução, disse
que o reggae não é só pra se ouvir, mas também pra sentir. Pois é, que não
sente o reggae não compreende a viagem maravilhosa desse gênero musical que
teve suas origens na Jamaica e
alcançou seu auge na década de 1970, quando se espalhou pelo mundo. É uma
mistura de vários estilos e gêneros musicais: que vai desde a música folclórica
da Jamaica, ritmos africanos, ska e calipso, essa mistura apresentou
originalmente um ritmo dançante e suave, porém com uma batida bem
característica. A guitarra, o contrabaixo e a bateria são os instrumentos
musicais mais utilizados, que atualmente deu ao reggae uma batida mais pesada.
Hoje temos vários ritmos, entre eles o mais popular
na atualidade é o FANK, principalmente o produzido no Rio de Janeiro, que de
certa forma significa uma maneira diferente dos jovens de se expressar contrário
ou a favor sobre diversos temas. No entanto, ele traz letras que trata da sensualidade
e da sexualidade, chegando vezes a fazer apologia ao crime, a prostituição
entre outras mazela que assola nossa sociedade. Contudo, respeitando a
diversidade e compreendendo que a juventude hoje, utiliza as expressões
corporais para demonstrarem suas insatisfações, inquietações e convicções, mais
é doido ouvir musicas com letras como “ kiica na latinha”, “um tapinha não
dói”, aado, aado, cada um no seu quadrado”, “ mão na cabeça mão na cocota, mão
na cabeça mão na cocota”. Se for um forma de protestar ou de mostrar rebeldia,
não vejo reflexo nenhuma na situação social de injustiça ai posta. Na minha humilde opinião, percebo
apenas uma forma depreciativa dessa geração de fugir de lutas históricas contra
mazelas que consome nossos jovens todos os dias, como as drogas, educação
precária, falta de trabalho, direitos esses, que são substituídos por pão e
circulo de cada dia.
Já as letras do reggae traz uma mensagem que trata
de sonhos e esperanças, falando de questões sociais, principalmente as de
interesses dos grupos desfavorecidos e das minorias, denuncia todo tipo de
preconceito e descriminação social e racial, além de reforçar e pavimentar um
caminho que concretize a tolerância religiosa, a paz, o amor e a liberdade. O
reggae recebeu, em suas origens, uma forte influência do movimento rastafári,
que defende a idéia de que os afros descendentes devem ascender e superar as
situações adversas através do engajamento político e espiritual.
Vejo um forte elo entre a filosofia do reggae e a
proposta ideológica dos partidos socialista e progressistas, que são visíveis
nas ações governamentais que visem inclusão social, reparação racial como uma
divida histórica para com as comunidades afrodescendentes, sem mencionar a
distribuição de renda, valorização dos povos tradicionais, ente outros temas.
Finalizando com Bob Marley, certa vez ele
afirmou, "Às Vezes construímos sonhos em cima de grandes pessoas... O
tempo passa... e descobrimos que grandes mesmo eram os sonhos e as pessoas
pequenas demais para torná-los reais!". Existem coisas e pessoas que
jamais voltarão, mas continuarão presentes em nossas vidas, inspirando nossos
sonhos e alimentando nossas esperanças, MEU PARCEIRO DE REGGAE É UMA DELAS. A
PAZ DE JAH PRA VOCÊ MEU VELHO.
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