5.19.2021

Carta Aberta à Sociedade Tocantinense 

 Carta Aberta à Sociedade Tocantinense em relação ao retorno das aulas da rede pública estadual de ensino. Vimos através desta carta demonstrar à sociedade tocantinense nossa insatisfação com a atual situação de desmandos que se instalou em nosso estado. O Estado do Tocantins, desde o início de 2020 até os dias atuais, já contabilizou um contingente de quase 3 mil vidas perdidas para a COVID-19. E como consta nos dados oficiais do governo, na data de 16 de Maio de 2021, temos o montante de 168.518 casos confirmados, num total de 16.403 ativos, sendo que 372 pessoas estão hospitalizadas. Desse total de hospitalizados, 206 pacientes em UTIs e 166 em leitos clínicos e a triste marca de 2.720 vidas perdidas. Somado a isso temos uma taxa de imunização de 13,71%, sendo uma das mais lentas do país. E considerando esses dados ao fato de nosso estado ser o mais novo do Brasil, temos uma estrutura de saúde ainda não preparada para atender a uma possível demanda advinda com uma 3ª onda de COVID-19, conforme dados informados em site do Estado, através do link http://coronavirus.to.gov.br. Em meio ao caos na saúde pública em que vivemos, o Governador Mauro Carlesse justifica a redução de 30% dos casos de Covid-19 como critério para abertura de escolas e flexibilização do comércio. Todavia, conforme informações oficiais do governo que informa dados sobre a fila de espera de internações, tanto em leitos clínicos, como em UTIs para tratamento da Covid-19, verificado às 17:30 horas do dia 16/05/2021, consta 3 pacientes regulados para leitos clínicos esperando vagas e 3 pacientes regulados para UTI, também aguardando vaga; sendo um total de 6 pacientes. No que tange à retomada das aulas presenciais, especificamente, cabe salientar que, considerando os dados oficiais da Covid no estado informados, ressalta-se a grande problemática e realidade das estruturas das escolas, pois muitos dos ambientes escolares não possuem ventilação adequada para atender a comunidade escolar nem em situações de normalidade, quiçá num momento de Pandemia. Reiterando que a relação interpessoal de nossas crianças e jovens sempre foi e sempre será mediada pela proximidade física e pelo contato, e ainda o fato de que nenhuma escola do país, tem sequer uma técnica de enfermagem para uma avaliação simples de temperatura e pressão arterial, como poderíamos nós, profissionais da educação, totalmente alheios às questões de saúde sermos capazes de avaliar o mínimo das condições físicas dos alunos? Salientamos uma das revistas científicas mais renomadas no mundo a "The Lancet", que publicou um artigo no dia 10/03/21 afirmando que reabrir escolas sem diminuir contágio por Covid leva a uma aceleração na pandemia. O texto é assinado por 12 especialistas, entre médicos, epidemiologistas, bioestatísticos e psicólogos ligados às universidades de Londres, Southampton, Oxford, entre outras, e leva em consideração a situação vivida no Reino Unido. Eles citam pesquisas científicas e referências dos estudos usados para embasar as suas opiniões. Um estudo recente, apresentado no último dia 06 de maio de 2021, realizado por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), da Universidade Federal de São João Del Rei e da Universidade Federal do Amazonas apresentou a atualização do estudo “Avaliação da Pandemia de Covid-19 Medidas Necessárias para Controle da Pandemia”. O estudo das análises e recomendações se baseiam no modelo computacional SEIR (Susceptíveis-Expostos-Infectados-Recuperados), que considera dados epidemiológicos, taxas de vacinação e mobilidade urbana da população de dez cidades: Curitiba, Foz do Iguaçu, Cascavel, Londrina, Maringá, Ponta Grossa, Guarapuava, Toledo, União da Vitória e Francisco Beltrão. “Para nenhuma delas, o modelo aponta a possibilidade de relaxamento de medidas restritivas”, afirmou Ferrante. “Não é o momento de aumentar a circulação urbana” (https://appsindicato.org.br/volta-as-aulas-presenciais-vai-causar-aumento-de-casos-internamentos-e-mortes-por-covid19/) Além de que quem não se vacina não coloca apenas a própria saúde em risco, mas também a de seus familiares e outras pessoas com quem tem contato, além de contribuir para aumentar a circulação de doenças. Outro ponto importante a se destacar é que temos no quadro da educação uma quantia significativa de servidores portadores de comorbidades. Sendo que o atual governador Mauro Carlesse afirma ter vacinado um total de mais de 3 mil servidores da educação contra a Covid-9. No entanto, o governador não destacou que esse quadro acima dos 60 anos trata-se dos servidores que já estão afastados das escolas, uns por aposentadoria e outros por questões de saúde. Quanto aos profissionais da linha de frente, ainda não há perspectivas de vacinação. Ainda ressaltamos que boa parte dos alunos da rede estadual convive com familiares idosos ou portadores de comorbidades. E como é conhecimento de todos, embora alguns fatores contribuam para o agravamento da doença, isso já não é critério exclusivo e determinante, pois cada dia mais a Covid-19 vem fazendo vítimas entre pessoas jovens e saudáveis. E nos amparando na Constituição Federal do país que garante: Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. (CF, 1988, p. 104) A Constituição do Estado do Tocantins em seu artigo 146, também reconhece a saúde como direito de todos e obrigação do Estado, garantindo o acesso universal e igualitário às ações e ao serviço de saúde, bem como ações e serviços voltados para a promoção, proteção e recuperação da saúde, em todos os níveis. Defendemos a saúde como é preconizado na Constituição e temos a consciência e responsabilidade em relação à necessidade de manutenção das aulas de forma remota. Pois, caso contrário estaríamos indo contra a nossa formação científica e colocando a vida de todos em risco. Defendemos o retorno das aulas sim, mas somente com a vacinação de toda comunidade escolar, profissionais e alunos vacinados para garantir a vida e a segurança de todos. Pois sabemos que os cuidados de higiene são necessários para evitar o contágio, mas não são medidas efetivas e sim preventivas. A ciência é taxativa ao afirmar que não há tratamento farmacológico preventivo ou mesmo efetivo e que o único e verdadeiro meio de combater a Covid-19 é a imunização da população. Nós, profissionais da educação, estamos trabalhando sim, não estamos parados. Muito pelo contrário, para atender nossos alunos estamos trabalhando além de nossos horários, além de nossos esforços e de onde estivermos estamos sempre a atender o alunado de forma a fornecer-lhe a maior qualidade de atendimento não apenas a nível educacional, mas também psicológica e motivacional. Estamos usando todos os meios possíveis para não deixar nossos alunos fora do processo ensino-aprendizagem. Estamos em casa sim, a maioria de nós trabalhando em casa, onde nossas contas de energia triplicaram com uso de computadores e iluminação para atendermos nossos alunos, e durante esse tempo não foi acrescentado nenhum centavo a mais em nossos proventos para cobrir nossos gastos. Ao contrário, o governo fez foi aumentar o desconto da alíquota previdenciária de 11% para 14%. Portanto, aqueles que não ouvem a ciência durante a pandemia, estão contra a vida. Que a ciência vença a ignorância! Vacina sim. Atenciosamente, Grupo de trabalhadores da Educação da Regional de ARAGUAÍNA. Araguaína, 17 de Maio de 2021.

5.13.2021

POR UMA ABOLIÇÃO HISTÓRICA E LIBERTADORA.

 


Após 135 anos da edição da “ABOLIÇÃO” a partir da Lei Áurea, em 13 de maio de 1888, composta por um único artigo, começou um longo período de martírio dos afrodescendentes, que já permeia o século XXI. Com a famosa “abolição” e sem nenhuma política de reparação aos danos físicos (em todos os sentidos) e simbólicos causados a esse povo, aos poucos eles foram sendo empurrados para as periferias das cidades e as margens da sociedade, dano inicio as favelas e aos grupos de “marginais” que em "tesse" explicaria toda a mazela social dos novos tempos. Pois sem terras para produzir seu próprio sustento, sem acesso instrumentos da época, sem acesso ao ensino publico gratuito, excluídos dos serviços de assistência básica como saúde, moradia e saneamento básico, o negro foi engolido por um processo de marginalização social e não natural sem volta, que contribui ainda mais, para o que o geógrafo Milton Santo chama de apartheid a brasileira. Por esses e outros motivos se faz necessário outro tipo de abolição, com base em processos históricos de reparação e afirmação, com menos retórica e mais ações pragmáticas.


Grupo de Congada de conceição do tocantins 


Segundo Frei David, presidente da Educafro, “Nenhuma sociedade do mundo deixou uma etnia quase 400 anos escravizada, a não ser o Brasil”. Ainda hoje, essa atrocidade do passado nacional reflete na vida contemporânea da sociedade brasileira, que não consegue se livrar dessa pratica perversa que incide no destino de homens e mulheres de bem. Apesar de ser um marco legal e representar uma data importante para se reforçar a luta pelos direitos da população, muitas pessoas e entidades ligadas a essa causa não comemoram a passagem, por considerar que há muitos desafios e que estamos longe do ideal. Tachando inclusive, que pobreza tem cor e não é por acaso.



Pela logica do sistema, ele já tem lugar pré determinado
O racismo se apresenta, de forma velada ou não, contra judeus, árabes, mas, sobretudo negros. No Brasil, onde os negros representam quase a metade da população, chegando a 80 milhões de pessoas, o racismo ainda é um tema delicado.
“Para Paulo Romeu Ramos, do Grupo Afro-Sul, as novas gerações já têm uma visão mais aberta em relação ao tema. “As pessoas mudaram, o que falta mudar são as tradições e as ações governamentais”, afirma Paulo. O Grupo Afro-Sul é uma ONG de Porto Alegre, que promove a cultura negra em todos os seus aspectos.” 


PROJETO EIXO CONSCIÊNCIA NEGRA DO COLÉGIO JOSE FRANCISCO DE AZEVEDO, DESENVOLVIDO ANTWRIOR A PANDEMIA: DESFILE PELAS RUAS  DA CIDADE



Aluna representando Maju


apresentação em praça publica 

personagem da nossa história

mensagem a comunidade em desfile

dança afrodescendente

PROJETO EIXO CONSCIÊNCIA NEGRA DO COLÉGIO JOSE FRANCISCO DE AZEVEDO, DESENVOLVIDO ANTWRIOR A PANDEMIA: DESFILE PELAS RUAS  DA CIDADE

Parede de pedra lateral, da Igreja Matriz nª Sª. da Conceição. construída por escravos sec XVI
Mina de ouro ao lado da Igreja, de onde foram tiradas as pedras para sua construção

Encenação de um troco de castigo nos terreiros das senzalas.

Quibane, utensilio que veio da época escravocrata

Simulação do transporte de escravos comprados pelos senhores de engenho

Cenas da que simula a brutalidade dos açoite da chibata










Arquivo das materias