4.10.2013

AFONSO FRANCISCO: UM JARDINEIRO DA POLÍTICA




 

Ao longo do pouco tempo que participo ativamente da vida politica partidária, tem observado praticas retrogradas e muitas vezes reacionárias, tanto no que diz respeita a modelos de gestão, quanto à atitude de pessoas. Isso me levou a realizar uma pequena reflexão, comparando a trajetória de uma das lideranças mais requisitadas do municipio, com a postura de novos quadros que se impõe pelo poder financeiro, muitas vezes comprando de maneira barata os sonhos dos menos favorecidos. Mas para dar paternidade ao pai da criança, vou esclarecer que esse artigo sobre a trajetória política de Afonso Francisco da Silva, Ex - prefeito, vereador por três mandatos e secretario por varias vezes no município de Conceição do Tocantins, é uma analise feita a partir do texto do filosofo de Rubens Alves, sobre “Política e Jardinagem”. Pois assim como ele, vejo a politica como uma das vocações mais nobre de quem exerce a verdadeira politica e não politicagem, de quem recebe um chamado interior e desenvolve suas ações com amor, sem nenhum interesse material, pessoa movidas por um imediatismo neoliberal.
Segundo Rubens Alves a politica que nasceu na Grécia, vem de polis “cidade”, espaço que os gregos consideravam um espaço seguro, organizado, um grande jardim, no qual as pessoas podia se dedicar a busca da felicidade de si e do outro, sendo o politico um jardineiro por vocação para cuidar desse jardim, assim, estaria a serviço de toda coletividade. Os gregos não moravam no deserto e sim em cidades, pois quem vive no deserto sonha com oásis, mas nós precisamos sonhar com jardins.
Essa pequena introdução é pra dizer que vejo no personagem desse artigo um jardineiro incansável e com uma vocação nata para jardinagem, um apaixonado que abriria mão do pequeno jardim que ele poderia plantar par si, para cuidar do grande jardim para todos. Pois de que vale um pequeno jardim se a nossa volta estará um imenso deserto. Por isso, tenho insistido no retorno dessa grande referencia na articulação politica do Partido dos Trabalhadores, não apenas na cidade de Conceição do Tocantins, mas na Região Sudeste como um todo, para que ele volte a exercer sua vocação, principalmente, pela necessidade de transformarmos todo o deserto no qual estamos vivendo em um belo jardim para todos.
Resguardando a dimensão intelectual, assim como Rubens Alves, fiz a opção de exercer minha vocação de escrever, principalmente para esse blog, mas escrever é uma vocação bela, porem para muitos, considerada fraca. Pois, segundo o próprio Rubens Alves, o escritor tem amor, mas não temo poder. Já o politico por vocação e não por profissão é um poeta forte, que tem o poder de transformar poemas sobre jardins em jardins de verdade.
Insisto em refletir a trajetória de Afonso Francisco porque ele vive e viveu a politica por vocação, diferente de muitos que a tem como uma profissão. Como vocação, o político encontra a felicidade no trabalho que realiza; Já como profissional, o prazer para o político esta no ganho que da politica se tem, o homem movido pela vocação faz com amor e alegria as suas realizações, mas o profissional não ama o seu trabalho, pelo contrário ama o dinheiro facil, se transformando num gigolô da política.
Hoje temos poucos jardineiros na politico e isso explica o grande desencanto do povo em relação ao processo em si, em especial os jovens. Segundo Rubens os profissionais da politica não tem visão de futuro e por isso, não pensam em eternidade e sim em minutos e, quem pensa em minutos não tem paciência para plantar arvore, pois elas levam muito tempo para crescer e é mais lucrativo cortá-las e comercia-las.
Esse grande jardineiro tem insistido que é momento de dar lugar aos mais jovens para cuidar dos jardins, mas mesmo com vocação para jardineiros, esses jovens estão encontrando cada vez mais dificuldade na iniciação de jardinagem, pois não se cultiva jardins, mas uma selva de insensibilidade e indiferença ao sofrimento daqueles que busca por belas paisagens, ou seja, condição de vida digna. Pois nessas paisagens quem agiu não foi um jardineiro, mas lenhadores e madeireiros, transformando-as em selvas de pedra. Talvez esteja aí a necessidade da volta de se refletir e aprender com a história de grandes jardineiros da politica, como tantos outros, a exemplo de Fulgêncio Guedes, Alano Azevedo e Almir Cirqueira, para que, ao invés de desertos e jardins privados, possamos formar jovens jardineiros que com amor e paciência voltem a plantar arvores cuja sombra sirva para todos. Esse é meu pensamento, no qual trabalharei com afinco para convencer aos que decidiu enveredarem por esse caminho, que busquem inspiração para deixar um rastro de jardins e pomares por onde passarem.

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