Assistimos a mais um embate que denigre a imagem do Congresso
Nacional, nessa terça-feira. O líder do DEM, deputado Ronaldo Caiado
(GO), chamou, várias vezes, o líder do PR, deputado Anthony Garotinho
(RJ), de "chefe de quadrilha". Foi durante votação da Medida Provisória
(MP) dos Portos.
Caiado chegou a dizer que algum segurança da Câmara deveria dar voz
de prisão ao ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho por causa
de suas ligações com corrupção ― poupo você, leitor, de citar o caso
específico aqui.
O que me interessa narrar é a baixaria no Parlamento. Ronaldo Caiado
foi ouvido pelo próprio Garotinho que, claro, teve direito à reposta.
Antes de passar a palavra para o evangélico Garotinho, o presidente da
Casa, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), pediu "pelo amor de
Deus" para que não manchassem ainda mais a imagem do Legislativo.
Garotinho fez seu pronunciamento "lembrando" a amizade de Caiado com o
senador cassado Demóstenes Torres, que era do DEM de Goiás, exatamente
por causa de suas ligações com o bicheiro Carlinhos Cachoeira.
Antes de Garotinho terminar, um deputado sobe à mesa diretora e
estende uma faixa de protesto. Toninho Pinheiro (PP-MG) chegou a ser
agarrado por um segurança, algo impensável para uma excelência.
O segurança não o conhecia e achou que ele era manifestante. Eu
também pensei o mesmo. Eu estava do lado acompanhando todo o bafafá. Mas
o que achei mais interessante foi o depois.
Duas horas mais tarde, pergunto ao deputado Ronaldo Caiado, no fundo
do plenário da Câmara: "Deputado, o senhor acha que Garotinho amenizou o
tom por causa do apelo do presidente Henrique Eduardo Alves?".
Resposta de Caiado: "Não. É porque ele é frouxo mesmo!"
Enquanto eu, você e nós assistimos a demonstrações de macheza como
estas no parlamento, o Congresso Nacional inteiro leva mais uma mancha
de lama. De perto, a situação é mais deprimente ainda!
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