8.01.2015

Negociações com o governo e o futuuro da valorização da categoria





Como Diretor do SINTET, tenho acompanhado as negociações com a equipe do atual governo sobre as demandas da categoria bem de perto, o que confesso me causa preocupação com o futuro da categoria, analisando todo contexto de ações implementadas e as fala de seus auxiliares, fica evidente a dificuldade ou mesmo a falta de compromisso em cumprir direitos já adquiridos, além das reações midiáticas que buscam desqualificar a luta da classe que é mais do que justa, necessária. O que me impressiona é que esse esforço e essa energia toda empregada em nenhum momento são canalizadas para reconhecer e valorizar os trabalhadores/as da educação.
A educação é a área que mais recebe recursos, porem, afirmo de forma categoria que a falta de uma política real de valorização desses profissionais não é uma questão de falta de orçamento, mas sim, a falta de uma gestão qualificada e transparente dos mesmos, se não é uma responsabilidade imediata deste governo é uma questão de estado, que vem se arrastando por anos. Porem, o atual governo não pode usar isso como desculpa, porque fez parte da trajetória da gestão do estado e é co-responsável dessa situação, alem de ter tomado ciência no período de campanha da pauta represada do SINTET junto ao governo anterior, essa que está sendo negociada agora, assumindo inclusive compromisso com a categoria que abraçou quase que 100% sua campanha.
Voltando a analise das negociações com o governo, chega ser irritante ouvir e ver todo dia em veículos de TV e site de noticias o governo dizer que está aberto ao dialogo e que apresentou diversas propostas. Ora o SINTET também esta aberto ao dialogo e apresentou suas demandas, inclusive aceitando essa cultura implantada no estado de não pagar de imediato os diretos trabalhistas para em seguida pagar em parcelas a perder de vista, tirando o poder aquisitivo das famílias. Contudo, o SINTET não pode aceitar um dialogo que fala muito e não diz nada e nem proposta que chega a ser acachapante para a categoria, que sequer iniciou um dialogo com o governo com pautas atuais, porque não consegue limpa a pauta de anos anteriores.
A respeito da fala dos Secretario de Educação, Professor Adão Francisco, no qual tachou membros da Diretoria do SINTET de fundamentalista e de que a luta pelos nossos direitos é movida por interesses políticos internos por causa de eleições da diretoria em 2016 chega a ser lamentável pra não utilizar aqui outros adjetivos.  Primeiro porque como Diretor de Comunicação do SINTET me sentir extremamente ofendido, sobretudo pela conotação que o termo ganhou nos últimos anos e isso causou uma revolta muito grande na ultima reunião ampliada do sindicato. Segundo o secretario mostrou desconhecimento em relação ao calendário da categoria, pois as eleições serão em 2017; e ao afirmar que nossa luta é movida por interesses políticos ele comete uma ingerência inaceitável, pois não é filiado e, portanto, não pode falar em nome do SINTET absurdos desse tipo com base em que um ou outro diretor publica em sua conta pessoal nas redes sociais, pois a relação da Diretoria tem sido estritamente institucional com o governo, pelos menos é o que vejo na pessoa do nosso Presidente José Roque.
Sobre algumas falas midiáticas do governo que busca desqualificar nossa luta, confundir a sociedade e colocá-la contra aqueles que doam literalmente suas vidas, para cuidar, educar e formas seus filhos que passam a maior parte do tempo conosco, vou derrubar alguns mitos utilizados pelo governo. O primeiro é de si gabar que o Tocantins tem o quarto salário do país, sim, mas não fala que essa comparação é realizada a partir do que tem de pior no país, o certo seria dizer que o professor do estado recebe o quarto pior salário do Brasil, porque em nenhum estado o professor recebe bem. Mas não se fala que a carreira de professor no estado é uma das piores do país, só para se ter uma idéia todas as outras carreiras com formação equivalentes, ao seu final chegam a 30 mil reais, enquanto um professor pra chegar a 7 mil reais, tem que trabalhar 30 anos e ter curso de doutorado por conta própria. Esse comparativo tem que ser feito com o salário inicial e a carreira das demais categorias estaduais com formação equivalente, pois em estudo realizado pela acessória contábil do SINTET, nós recebemos em media 4 mil reais a menos.
A meta 17 do Plano Nacional de Educação pretende “Valorizar o magistério público da educação básica, a fim de equiparar o rendimento médio do profissional do magistério com mais de onze anos de escolaridade do rendimento médio dos demais profissionais com escolaridade equivalente. Em estudo realizado pelo SINTET seria preciso que o estado, além da reposição inflacionaria, concedesse aumento médio de 27% ao ano. Como isso será possível se estado sequer paga a data base de forma integral, luta pra não pagar passivos de uma carreira humilhante, não demonstra disposição em limpar uma pauta represada de 2013 e 2014, para iniciar um novo debate amparado pelo Plano Nacional?
Faço essa analise de conjuntura sem nenhum ressentimento ou rancor, mas simplesmente para mostrar como em nosso país e especificamente em nosso estado, não se tem uma opinião publica, mas uma opinião publicada, baseada em falas de quem tem o poder e acesso a uma mídia conservadora e reacionaria. Para a sociedade fica a dica “ninguém esquece seu primeiro ou um bom professor, mais lembrança não é tudo; é preciso acima de tudo valorizar e, valorização passa sim por uma boa remuneração, pois que agrega conhecimento a sua função que agregar valores a sua carreira.”
SALÁRIOS DE PROFISSIONAIS NÍVEL SUPERIOR APÓS DATA BASE EM OUTUBRO DE 2015:
 

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