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Imagem cedida pela Federação do agricultores
do Estado de Pernambuco (FETAPE) |
Na 2ª Conferencia Municipal da Juventude, ministrei uma palestra com o tema: JUVENTUDE: DESENVOLVIMENTO, INTEGRAL E DIREITO AO TERRITORIO, no qual abordei o subtema Juventude Rural e Educação. No momento do debate fui questionado sobre a realidade das crianças de zero a cinco anos da zona rural e sobre a bolsa universitária, então realizei uma abordagem contextualizando a educação do campo nos últimos 08 anos e mostrando as implicações de programas como o transporte escolar, o fechamento de mais de dez escolas, o êxodo rural que culminou com a diminuição de mais de 50% dos alunos da rede municipal rural, propondo um debate sobre o custeio da BOLSA UNIVERSITÁRIA, em uma área que o município não é obrigado investir, de acordo com a legislação educacional de nosso País, salvo esteja resolvido todas as demandas da educação básica, em especial a educação infantil e a primeira fase da educação fundamental.
Como não de se espantar sugiram os comentários distorcidos, que sou contra a Bolsa Universitária, que estava criticando a atual administração. Só para esclarecer sou de Presidente Municipal de PT, partido que mais expandio as vagas universitárias nesse país, criou as contas raciais e possibilitou o acesso ao ensino superior a classes desfavorecidas que jamais sonhou em cursar o nível superior, com a criação do Prouni. Esses programas do PT possibilitaram ao ex-presidente LULA a receber 07 títulos de Doutor Honoris Causas em países pelo mundo a fora.
Contudo, continuo convicto da necessidade do debate em torno do programa, pois se tem muitos jovens precisando do programa é por que não estamos tendo uma educação básica de qualidade, a começar pela educação infantil. Isso faz com que nossos alunos não consigam êxito nas universidades publicas estaduais e federais, que são gratuitas e as com melhor qualidade no ensino. Todo esse cenário empurra nossos jovens para as universidades particulares e a dependência de programas de financiamento, que custa ao município um valor aproximado de R$ 10.377,00.
Hoje para conter o êxodo para a cidade o qual acarreta uma serie de problemas sociais, poderia instituir um complementação da Bolsa família no valor de R$ 50,00 contemplando 200 alunos, favorecendo sua permanecia em sua localidade de origem, próximo da família, de suas origens culturais e ligados a terra sentido maior dos povos do campo. Diminuiria os gastos com o transporte rural-urbano que massacra com os alunos, afeta o desempenho acadêmico dos mesmos, além de tirar alunos da rede municipal para a rede estadual. Transporte este que poderia ser mudado sua logica para intra-rural com a nucleação de escolas do campo.
Temos 100% das crianças da zona rural de zero a cinco anos fora da escola, unidades escolares do campo fechando por falta de alunos, professores transferidos para a cidade por falta de vagas na sua comunidade ou ate mesmo nas sem função na rede municipal. Então fica a pergunta; esse tema merece ou não um debate mais amplo e mais profundo.