Movimento
acima de qualquer partido politico.
Essa frase estava em um dos
milhares de cartazes exibidos nas diversas manifestações que ocuparam as ruas
Brasil adentro, num movimento que a principio seria contra o aumento das
passagens de ônibus nas principais cidades do país, mas que com a utilização
das redes sociais, ganharam proporções gigantescas e se incorporou outras
bandeiras para sem reivindicadas, que propõe não uma mudança, mais a mais
profunda transformação que o povo brasileiro clama.
Contudo o movimento deixou claro
que é apartidário e que nasceu e cresceu as margens dos partidos políticos, ao
contrário do que tenta mostrar muitas agremiações politicas, principalmente as
conservadoras e de direitas, que são diretamente responsável pelas mazelas que
assolam nossa sociedade, tudo isso, com o apoio do Partido da Imprensa Golpista
(PIG), representado pela GLOBO e o
ESTADÃO DE SÃO PAULO. Recentemente o PPS e PPL que estão se fundindo para criar
uma nova legenda, a Mobilização Democrática (MD), pratica corriqueira que
banaliza a importância dos partidos e suas ideologias e bandeiras de luta, tentaram
vincular as manifestações a administração da Presidenta Dilma o que foi rejeitado
pela coordenação do movimento. Isso esta claro, pois quase todos os estados que
são administrados por partidos diferentes forma palcos de protestos, mostrando
o caractere apartidário das manifestações e sua amplitude.
Os protestos
não são e nem deve ser contra a copa.
Embora parte da imprensa tenta esconder a dimensão gigantesca que as manifestações em torno dos estádios, ocultando seu caráter democrático e reivindicatório, em especial a REDE GLOBO, por que detém o monopólio das transmissões das partidas, as manifestações não é contra a COPA. Digo não é e nem deveria ser, porque entendo que o que se cobra é uma politica de investimentos em educação, saúde, transporte público e seguranças na mesma proporção dos recursos que foram investidos nas construções dos estádios, com obras e infraestruturas nos mesmos padrões de exigências da FIFA, pois sabemos que num pais coma tamanho continental existe uma pluralidade e uma diversidade na mesma proporção, portanto, aqueles que gostam de esportes e que são aprovam a realização da Copa (2014) e das Olimpíadas (2016) e todo investimentos na infraestrutura da área, isso deve ser levado em contra, se não as manifestações perde a legitimidade.
Certa vez Bob Marley disso que o
reggae não é apenas pra se ouvir, mas pra sentir também, pois que não senti não
consegue embarcar na viagem maravilhosa que ele proporciona. Com relação aos gritos
das ruas deve seguir essa mesma premissa, tem que ser um reggae para a nova os
lideres políticos, pois é preciso mais que ouvir de forma demagógica os
protestos com medidas paliativas, se faz necessário sentir o calor do fogo que emana
do povo por uma transformação radical na forma de fazer politica, nas relações
dos partidos políticos com as instituições democráticas, na gestão dos recursos
públicos e aprofundar as reformas estruturais de que o país tanto precisa.
Embora os protestos estejam demostrando
não ser de caráter partidário, mas nesse aspecto vejo como um recado claro sim
ao PT e a Presidente Dilma, pois eles estão na linha de frente das ações que mudaram
e mudará o Brasil. Mas cabe um parente a ser colocado, o PT um dos partidos que
mais contribui para que esse momento estivesse acontecendo, a partir de suas
lutas e movimentos históricos, esta se afastando do calor das ruas, do cheiro
de povo e deixando de ser protagonistas das discussões dos grandes temas,
deixando que a imprensa farsista e os partidos conservadores imponham ao país a
pauta de discussão para o país, sempre amarrados aos seus interesses. E para a
Presidenta Dilma o recado seria o seguinte; Presidenta, o PMDB está no governo
porque aceitou o programa do PT, que um projeto progressista e libertário,
porém houve um movimento inverso o que serio o natural, ao invés do PT impor ao
PMDB uma guinada da direita para o centro é PMDB que esta levando o PT da esquerda
rumo ao centro, imponto uma agenda impositiva ao país que não é de interesse da
sociedade.
Mesmo com minhas limitações
intelectuais me considero um socialista e sou filiado ao Partido dos
Trabalhadores, por isso, estou convicto de que se existe alguém capaz de ouvir
as vozes das ruas e implantar as mudanças necessárias são os setores
progressistas do Brasil e os partidos de esquerdas, porem é preciso refletir
sobre nossas movimentações politicas nos últimos 10 anos e revigorar nossas
convicções ideológicas. Pois segundo o socialista francês Louis Althusser não
há leituras e nem ações inocentes, posto que toda interpretação de temas e
fatos que cercam nossa realidade, esta inevitavelmente relacionada ao
posicionamento de classe, a perspectiva politico-ideológico, aos interesses
materiais e aos condicionantes culturais no qual estamos inseridos.
Embora seja inegável o avanço que o Brasil teve com
os 1º anos de governo do PT, chegou o momento do partido fazer uma auto avaliação na qual deve
considera que a primeira etapa relativa à inclusão social já foi em parte
efetivada e que agora precisa avançar em relação as novas demandas da nova
classe média, bem como no aprofundamento da reformas estruturais que colocará o Brasil no próximo patamar. Pois e protesto emergiu
em parte pelo processo politico e econômico do partido que proporcionou a uma
nova classe média nova perspectiva a partir de lutas e manifestações própria de
um país democrático, do qual o Brasil dá exemplos de concretos. Após programas que incluiu na nova classe
média mais de 35 milhões pessoas que estava abaixo da linha de pobrezas e ações
como a redução de juros nas linhas de créditos das autarquias estatais, a
exemplo da Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, que forçou o setor privado
a se adequar para não perder participação no mercado, à redução nos impostos
das linhas brancas (geladeiras, fogões, micro-ondas, frízer, maquina de lavar
roupas, entre outros), redução da taxa de energia, controle da telefonia
celular, temas estes que estão ligados às demandas dessa nova classe media e
que visa atender a nova realidade do país, chegou a hora de avançar nas
reformas.
Mais o PT que liderar a construção de uma nova
composição politica que dá mais espaço aos partidos de esquerdas e menos
holofote ao PMDB, que embora fosse importante para a “governabilidade” do país,
já se beneficiou com a mesma proporção do apoio que deu ao governo na primeira
eleição, penso que deva até ser substituído na chapa majoritária em 2014. A mesma
responsabilidade deve ser atribuída o PSB do governador de Pernambuco, Eduardo
Campos, pois herdeiro de um dos mais importantes políticos de esquerda, o
falecido Miguel Arraes, deve ser parceiro na construção e condução desse movimento,
não se deixando ser cooptado pela mídia conservadora, que vive em busca de um
opositor para as conquistas do povo, mesmo que tenha que dar espaço para políticos
progressistas. Nesse sentido o ex-presidente LULA já deu sinal claro que quer o
socialista na chapa da Presidente Dilma para que ele a substitua em 2018.
Acredito fortemente
nessa perspectiva e minha convicção se fundamenta no pensamento de Maximiano
Cerezo, quando ele afirma que ante a velha política, decepcionante e decadente,
brotou uma nova visão, disposta a ecoar o sonho da utopia eterna e renovada, a
media que os sonhos se realimentam. Mesmo com o aumento do desencanto ante da
política neoliberal, devemos reivindicar o direito de seguimos sonhando com uma
pratica política revolucionária que abra espaço para a participação popular,
isso exige, uma analise constante do impacto de tais politicas em nosso dia a
dia, principalmente, da revolução que vem sendo difundida na América Latina.
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