Antes da tragédia que se abateu sobre a cidade
de Conceição, fiz uma reflexão sobre o papel que o município e o estado podem
ter na segurança pública, em função da escala da violência no estado como um
todo e em nosso município em particular, que vem causando preocupação ao
cidadão comum. Na ocasião usei como provocação inicial a citação da
jornalista Ludmila Ribeiro, quando ao final do processo eleitoras de 2012 ela
diz; “que durante as eleições municipais, a segurança pública passou a ser uma
de suas principais preocupações, superando temas que, tradicionalmente,
ocupavam esse lugar, tais como saúde, educação e pobreza. Mas será mesmo que a
prefeitura possui função na área de segurança pública? A Constituição Federal,
em seu art. 144, estabelece que “a segurança pública, dever do Estado, direito
e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e
da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
polícia federal; polícia rodoviária federal; polícia ferroviária federal;
polícias civis; polícias militares e corpos de bombeiros militares”. Ou seja,
lendo apenas a nossa constituição, ficamos com a impressão de que a segurança
pública é um problema de polícia. Então, isso equivale a dizer que apenas as
polícias possuem competência para lidar com os problemas do crime e da
insegurança? Será que os municípios nada podem fazer em termos de prevenção ao
crime”?
Como as gestões municipais de regra e com raras exceções tem a cultura
de assim como na saúde que investe na doença e não em saúde preventiva, a segurança
fala-se muito na repreensão e não na prevenção, por isso, percebe um apego
muito grande das gestões municipais a letra fria da lei para justificar a
omissão nessa área. No entanto, os gestores municipais podem, devem e tem como
implantar em suas cidades, uma politica, que integrada às demais instancias e
órgãos, pode no mínimo amenizar com a criminalidade que tanto assola as nossas
famílias.
Se o orçamento é limitado como alegam muitos, os gestores tem fazer da
criatividade e do planejamento um instrumento para elaborar suas politicas, como
por exemplo criar uma Coordenadoria para a área, ligada a uma Secretaria
existente, constituindo o Conselho Municipal de Segurança, para dialogar com a
sociedade, além de criar uma rede de apoio a partir de experiências existentes
e instancias como o Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente, bem
como, o Conselho Tutelar, para ampliar as ações a serem desenvolvidas.
A guarda municipal é outro exemplo de ação que o município pode adotar na área
da segurança pública. Apesar de guarda ter a função de proteção do patrimônio
público, sua presença tende a evitar o cometimento de crimes, por ser
constituída de indivíduos uniformizados. E, pelo mesmo motivo, aumentam a
sensação de segurança do cidadão que passa pela via pública e se sente
protegido com a presença de tal profissional.
CAMINHADA PELA PAZ
Não sei precisar se foi em função da reflexão
realizada nesse espaço, aliada a tragédia que aconteceu no ultimo domingo, com
o enfrentamento de pessoas da mesma família culminando com uma fatalidade, o fato
que ocorrerá a primeira mobilização social contra a violência. Está prevista
para quarta feira, dia 6 do corrente ano, as igrejas e diversos segmentos da
sociedade irão promover uma caminha pela PAZ nas principais ruas da cidade.
Apesar de serem validas e louvável as iniciativas
não governamentais, inclusive servindo como parecerias essências na luta contra
a violência, elas representam apenas uma grito de socorro da sociedade ao
poder, em função das ausências de políticas de segurança eficiente e eficaz
contra a criminalidade e a violência. Porem cabe aos órgãos públicos municipais
e estaduais a responsabilidade de politicas integradas e competentes de
repreensão e prevenção. Mas o que se
observa é a ausência de uma politica indutora dessas ações, de forma planejada que
possa se transformar num programa de execução, avaliação e monitoramento do
crime, que tenha como alvo as crianças e os adolescentes. Começando com
levantamento que visem entender os condicionantes de violência nas escolas, nas
praças relativas à depredação do patrimônio público, com o objetivo de dialogar
coma comunidade na elaboração de ações que proporcione a sua redução da
violência.
Nesse sentido, se faz necessário a operacionalização
de programa de profissionalização e de lazer, que sabemos existir em nosso
município, mas que não cumprem seus objetivos de ocupar os jovens no período
extraclasse evitando, dessa forma, o seu envolvimento em atividades ilícitas.
Entre outras tantas alternativas, que depende em grande parte, da boa vontade
do executivo e seus assessores diretos e indiretos colocar em pratica o
exercício da reflexão para atender as demandas de suas respectivas áreas, em
beneficio do povo.
SAMBEMOS QUE QUANDO ORGANIZAÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS
TOMAM A INICIATIVAS DE AÇÕES DESSA NATUREZA É POR QUE EXISTE TOTAL AUSENCIA DO
PODER PÚBLICO, NÃO QUE A PRESENÇA DE UM ELIMINE A EXISTENCIA DO OUTRO, MAS O
PODER GOVERNAMENTAL É O CARRO CHEFE.
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