Após 126 anos da edição da “ABOLIÇÃO” a
partir da Lei Áurea composta por um único artigo, começou um longo período de
martírio dos afrodescendentes, que já permeia o século XXI. Com a famosa
“abolição” e sem nenhuma política de reparação aos danos físicos (em todos os
sentidos) e simbólicos causados a esse povo, aos poucos eles foram sendo
empurrados para as periferias das cidades e as margens da sociedade, dano inicio
as favelas e aos grupos de “marginais” que explicaria toda a mazela social dos
novos tempos. Pois sem terras para produzir seu próprio sustento, sem acesso ao
ensino publico gratuito, excluídos dos serviços de assistência básica como
saúde, moradia e saneamento básico, o negro foi engolido por um processo de
marginalização sem volta, que contribui ainda mais, para o que o geógrafo
Milton Santo chama de apartheid a brasileira. Por esses e outros motivos se faz
necessário outro tipo de abolição, com base em processos históricos de
reparação e afirmação, com menos retórica.
Símbolo da cultura negra em Conceição do Tocantins-TO |
Segundo
Frei David, presidente da Educafro, “Nenhuma sociedade do mundo deixou uma
etnia quase 400 anos escravizada”. Ainda hoje, essa atrocidade do passado
nacional reflete na vida contemporânea da sociedade brasileira, que não
consegue se livrar dessa pratica perversa que incide no destino de homens e
mulheres de bem. Apesar de ser um marco legal e representar uma data importante
para se reforçar a luta pelos direitos da população, muitas pessoas e entidades
ligadas a essa causa não comemoram a passagem, por considerar que há muitos
desafios e que estamos longe do ideal. Tachando inclusive, que pobreza tem cor
e não é por acaso.
Mãe Ana : Parteira negra que fez
mais de 300 parto sem perder uma vida
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O racismo se apresenta, de forma velada ou não, contra judeus,
árabes, mas, sobretudo negros. No Brasil, onde os negros representam quase a
metade da população, chegando a 80 milhões de pessoas, o racismo ainda é um
tema delicado.
“Para Paulo Romeu Ramos, do Grupo Afro-Sul, as novas gerações já têm uma visão mais aberta em relação ao tema. “As pessoas mudaram, o que falta mudar são as tradições e as ações governamentais”, afirma Paulo. O Grupo Afro-Sul é uma ONG de Porto Alegre, que promove a cultura negra em todos os seus aspectos.”
“Para Paulo Romeu Ramos, do Grupo Afro-Sul, as novas gerações já têm uma visão mais aberta em relação ao tema. “As pessoas mudaram, o que falta mudar são as tradições e as ações governamentais”, afirma Paulo. O Grupo Afro-Sul é uma ONG de Porto Alegre, que promove a cultura negra em todos os seus aspectos.”
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