Vista aérea de Conceição do Tocantins |
Após o processo
eleitoral, período em que os grupos políticos apresentam suas propostas e se
divergem, os responsáveis pelo projeto escolhido pela maioria tem a obrigação,
ou o dever republicano de governar para todos, o que aqui denominamos de fazer
gestão olhando no para-brisa, ou seja, olhando para frente. Porem, no município
de Conceição do Tocantins a atual vem mostrando que não consegui se livrar das
divergências, natural de um processo político eleitora, aonde o contraditório
faz parte, mostrando com isso que faz gestão olhando no retrovisor, ou seja,
para trás.
Há tempos vem
observando essa pratica dentro das principais secretarias da atual administração,
porem, aguardei mais algum tempo para verificar se isso era uma pratica de
gestão, ou apenas atitudes isoladas de um ou outro membro do primeiro e segundo
escalão. Porem, alguns acontecimentos sistemáticos ao longo desse período me
trouxe a certeza de que esses eles fazem parte de um contexto político e
orientador das ações de uma gestão que se utiliza da legislação e praticas para
punir aqueles que pensam diferentes e discordam da maneira como o município está
sendo conduzido. E para mostrar que tenho razão no que estou afirmando, vou
utilizar três acontecimentos na área da educação, da qual estou vinculado, mas
isso vem acontecendo na infraestrutura, serviços, e etc...
O primeiro caso
esta relacionado com o PROGRAMA NACIONAL DE ALFABETIZAÇÃO NA IDADE CERTA (PNAIC) do
governo federal que investe dois bilhões e setecentos milhões em capacitação de
professores, gestão, avaliação e recursos didáticos para as escolas. Desde o
inicio do programa eu estou cadastrado como Orientar, que tem a função de
realizar a formação dos professores de 1º, 2º e 3º ano, recebendo uma bolsa no
valor de R$ 750,00, enquanto os professores recebe um valor mensal de R$ 200,00,
temos ainda um Coordenador que recebe o mesmo valor que eu. Como apenas a
pessoa pode solicitar a sua saída do programa, desde que obedeça aos pré-requisitos
exigidos, sofri varias pressões para que desistisse da função.
Tudo começou no
ano letivo de 2013, momento em que fui remanejado para quatro funções diferentes
dentro da administração; sala de aula, auxiliar da Coordenação, Centro da
Juventude e finalmente a disposição do programa, sem mencionar que tive que
fazer vários relatórios solicitados, como para comprar se eu tinha qualificação
necessária para a função, entre outros. Já no inicio do ano de 2014, fui lotado
na sala de aula da educação infantil, o que não veja nenhum problema, contudo,
se não fosse algo arquitetado para me tirar qualquer disponibilidade de tempo
para ler o material, preparar as formações para os professores e acompanha-los
em seus planejamentos, tanto é que havia convidado duas professoras para
assumir a função, mesmo antes de ter solicitado a minha retirada da função, os
mesmos não aceitaram por companheirismo. Sabendo do meu compromisso coma a educação
e que jamais iria aceitar uma situação que colocasse em xeque toda minha
história na área, era dada como certa a solicitação por minha parte da saída do
programa.
Nada contra a
professora que está assumindo, uma profissional qualificada e responsável,
inclusive conversei com ela e me coloquei a disposição para repassar todo material
do ano passado e tirar qualquer duvida tanto por ela que é companheira, quanto
pelos professores que não tem nada haver com essa falta de compromisso da
gestão, pois essa atitude irá causar uma descontinuidade no programa, que no
ano passado já não funcionou a contento, justamente, pela falta de visão, fruto
de uma gestão que olha no retrovisor e não no para-brisa. Além da
descontinuidade, em que um profissional participa da metade do curso outro
participa da outra metade, tenho o fato da má aplicação de recursos públicos,
pois foi investido na minha formação R$ 10.200,00.
Recentemente vimos nosso município sendo expostos em rede nacional, após
denuncias da Defensoria Pública, sobre as condições degradantes das Escolas do
Campo, depois de vistas para levantar as necessidades de duas comunidades
remanescentes de quilombolas, que estão processo de reconhecimento. No entanto,
mais uma vez se olhou para o retrovisor e não para o para-brisa e tentou acusar
o professor que apareceu na reportagem como o denunciante, por ser irmão do
ex-prefeito Natal Curcino, alegando perseguição politica o que foi desmentido pelo
próprio Defensor Público Arthur Luiz Pádua Marques,
ao afirmar; “PRESENCIEI ESSA SITUAÇÃO E VI COM MEUS
OLHOS A FALTA DE ATENÇÃO. IMPRESSIONANTE!!! AGORA A CULPA É SEMPRE DE ALGUEM,
MENOS DE QUEM TEM O DEVER. MERENDA ERA POUCA E GÁS NÃO TINHA. NÃO TEM
TRANSPORTE. ESSE TIPO DE ATITUDE QUERENDO TIRAR A RESPONSABILIDADE DA
PREFEITURA É COMUM. TODO O TIPO DE ACORDO
SERÁ TENTADO COM O MUNICÍPIO INCLUSIVE A PROTEÇÃO DO PROFESSOR QUE EM TODO ESSE
PROBLEMA ERA MAIS UMA VITIMA DA DESORDEM EM POLÍTICAS PÚBLICAS NO BRASIL. MAS
NÃO NOS FURTAREMOS DE LEVAR DIGNIDADE A QUEM ESTÁ ESQUECIDO!! O PROFESSOR NÃO
DENUNCIOU NADA. A DEFENSORIA É QUE CHEGOU LÁ APÓS O ATENDIMENTO COLETIVO À
COMUNIDADE. ISSO É PRAXE NA ATUAÇÃO EM COMUNIDADE RURAL. ARTHUR LUIZ - DEFENSOR
PÚBLICO”.
Hoje o professor que foi transferido para a
escola na sede do município e me relatou que encontrou um ambiente hostil, sendo
taxado de exagerado e responsável pela imagem negativa do município a nível nacional
e isso justamente por alguém que deve oriente-lo em seu planejamento. Ainda segunda
uma professora que não quis se identificar a turma em que o mesmo leciona, foi
forma a partir da seleção de alunos de outras series e que o critério utilizado
teria sido a escolha daqueles com maiores dificuldades de aprendizagem e de
comportamento. Sabendo que a defensoria deixou contatos com o professor à
gestão utilizada da legislação para perseguir e punir o professor, pois mesmo
sabendo do seu perfil de professor que há mais de 30 anos leciona no campo para
salas multi seriadas e com poucos cursos de qualificação, terá um rendimento
limitado nessas condições, mas sem problemas, mesmo que os alunos sejam os
maiores prejudicados. Como diria Pedro Ludovico, ex-governador de Goiás, para o
amigo tudo, para o inimigo a lei.
Hoje um fato estranho veio confirmar tudo
isso. Pois no ultimo dia 20, fui convidado para participar como palestrante do Fórum
sobre Desenvolvimento Sustentável da Região Amazônica, aonde falei sobre o
Tema: Os Grandes Projetos e seus Impactos no Desenvolvimento Regional. Na
ocasião solicitei minha dispensa para a Direção da Creche por entender que ela
deva ter total autonomia sobre as questões administrativa que envolva a rotina
da escola, como uma pessoa que preza pelo bom relacionamento, ética e
respeitosa prontamente me concedeu, afirmando ainda que sou uma pessoa que
sempre estou disponível quando sou solicitado.
Fato é que passados dias fui convidado para
uma conversa em que ela me relatou que estaria sendo pressionada a colocar
falta na minha frequência, mesmo contra sua vontade, isso, mostra o nível da
gestão de nosso município, fosse uma gestão que se olha no para-brisa, para
frente, talvez fosse um orgulho ter um professor participando como palestrante
em um fórum estadual, que teve como palestrante o Ex-governador Marcel Miranda,
o Senador Ataídes, Ex-prefeito de Porto Nacional Paulo Mourão, entre outras
figuras, pois eu estava ali na condição de professor da rede estadual e
municipal, justamente no momento em que nossa cidade esta sendo motivo de
chacota nacional.
Contudo, se pensam que vou me sentir acuado
e ficar na defensiva estão enganados, vou partir para o debate politico
qualificado, fazendo a crítica construtiva e apontando as soluções, mostrando
que quando se trata de adotar medidas que visem à qualificação e valorização
dos servidores da educação se demora uma eternidade, mas quando se trata de punir
ou perseguir servidores é de uma velocidade e eficiência impressionante. Mas se
partir para o assedio politica e praticas de perseguição, também sei usar da persuasão
para desqualificar a gestão de desgastá-la mediante a opinião pública. É isso, sobre politica, retrovisor e para-brisa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sejam críticos, mas construtivos