5.26.2014

Gestão atual de Conceição se faz olhando no retroviso e não no para-brisa



Vista aérea de Conceição do Tocantins

Após o processo eleitoral, período em que os grupos políticos apresentam suas propostas e se divergem, os responsáveis pelo projeto escolhido pela maioria tem a obrigação, ou o dever republicano de governar para todos, o que aqui denominamos de fazer gestão olhando no para-brisa, ou seja, olhando para frente. Porem, no município de Conceição do Tocantins a atual vem mostrando que não consegui se livrar das divergências, natural de um processo político eleitora, aonde o contraditório faz parte, mostrando com isso que faz gestão olhando no retrovisor, ou seja, para trás.
Há tempos vem observando essa pratica dentro das principais secretarias da atual administração, porem, aguardei mais algum tempo para verificar se isso era uma pratica de gestão, ou apenas atitudes isoladas de um ou outro membro do primeiro e segundo escalão. Porem, alguns acontecimentos sistemáticos ao longo desse período me trouxe a certeza de que esses eles fazem parte de um contexto político e orientador das ações de uma gestão que se utiliza da legislação e praticas para punir aqueles que pensam diferentes e discordam da maneira como o município está sendo conduzido. E para mostrar que tenho razão no que estou afirmando, vou utilizar três acontecimentos na área da educação, da qual estou vinculado, mas isso vem acontecendo na infraestrutura, serviços, e etc...
O primeiro caso esta relacionado com o PROGRAMA NACIONAL DE ALFABETIZAÇÃO NA IDADE CERTA (PNAIC) do governo federal que investe dois bilhões e setecentos milhões em capacitação de professores, gestão, avaliação e recursos didáticos para as escolas. Desde o inicio do programa eu estou cadastrado como Orientar, que tem a função de realizar a formação dos professores de 1º, 2º e 3º ano, recebendo uma bolsa no valor de R$ 750,00, enquanto os professores recebe um valor mensal de R$ 200,00, temos ainda um Coordenador que recebe o mesmo valor que eu. Como apenas a pessoa pode solicitar a sua saída do programa, desde que obedeça aos pré-requisitos exigidos, sofri varias pressões para que desistisse da função.
Tudo começou no ano letivo de 2013, momento em que fui remanejado para quatro funções diferentes dentro da administração; sala de aula, auxiliar da Coordenação, Centro da Juventude e finalmente a disposição do programa, sem mencionar que tive que fazer vários relatórios solicitados, como para comprar se eu tinha qualificação necessária para a função, entre outros. Já no inicio do ano de 2014, fui lotado na sala de aula da educação infantil, o que não veja nenhum problema, contudo, se não fosse algo arquitetado para me tirar qualquer disponibilidade de tempo para ler o material, preparar as formações para os professores e acompanha-los em seus planejamentos, tanto é que havia convidado duas professoras para assumir a função, mesmo antes de ter solicitado a minha retirada da função, os mesmos não aceitaram por companheirismo. Sabendo do meu compromisso coma a educação e que jamais iria aceitar uma situação que colocasse em xeque toda minha história na área, era dada como certa a solicitação por minha parte da saída do programa.
Nada contra a professora que está assumindo, uma profissional qualificada e responsável, inclusive conversei com ela e me coloquei a disposição para repassar todo material do ano passado e tirar qualquer duvida tanto por ela que é companheira, quanto pelos professores que não tem nada haver com essa falta de compromisso da gestão, pois essa atitude irá causar uma descontinuidade no programa, que no ano passado já não funcionou a contento, justamente, pela falta de visão, fruto de uma gestão que olha no retrovisor e não no para-brisa. Além da descontinuidade, em que um profissional participa da metade do curso outro participa da outra metade, tenho o fato da má aplicação de recursos públicos, pois foi investido na minha formação R$ 10.200,00.
Recentemente vimos nosso município sendo expostos em rede nacional, após denuncias da Defensoria Pública, sobre as condições degradantes das Escolas do Campo, depois de vistas para levantar as necessidades de duas comunidades remanescentes de quilombolas, que estão processo de reconhecimento. No entanto, mais uma vez se olhou para o retrovisor e não para o para-brisa e tentou acusar o professor que apareceu na reportagem como o denunciante, por ser irmão do ex-prefeito Natal Curcino, alegando perseguição politica o que foi desmentido pelo próprio Defensor Público Arthur Luiz Pádua Marques, ao afirmar; “PRESENCIEI ESSA SITUAÇÃO E VI COM MEUS OLHOS A FALTA DE ATENÇÃO. IMPRESSIONANTE!!! AGORA A CULPA É SEMPRE DE ALGUEM, MENOS DE QUEM TEM O DEVER. MERENDA ERA POUCA E GÁS NÃO TINHA. NÃO TEM TRANSPORTE. ESSE TIPO DE ATITUDE QUERENDO TIRAR A RESPONSABILIDADE DA PREFEITURA É COMUM. TODO O TIPO DE ACORDO SERÁ TENTADO COM O MUNICÍPIO INCLUSIVE A PROTEÇÃO DO PROFESSOR QUE EM TODO ESSE PROBLEMA ERA MAIS UMA VITIMA DA DESORDEM EM POLÍTICAS PÚBLICAS NO BRASIL. MAS NÃO NOS FURTAREMOS DE LEVAR DIGNIDADE A QUEM ESTÁ ESQUECIDO!! O PROFESSOR NÃO DENUNCIOU NADA. A DEFENSORIA É QUE CHEGOU LÁ APÓS O ATENDIMENTO COLETIVO À COMUNIDADE. ISSO É PRAXE NA ATUAÇÃO EM COMUNIDADE RURAL. ARTHUR LUIZ - DEFENSOR PÚBLICO”.
Hoje o professor que foi transferido para a escola na sede do município e me relatou que encontrou um ambiente hostil, sendo taxado de exagerado e responsável pela imagem negativa do município a nível nacional e isso justamente por alguém que deve oriente-lo em seu planejamento. Ainda segunda uma professora que não quis se identificar a turma em que o mesmo leciona, foi forma a partir da seleção de alunos de outras series e que o critério utilizado teria sido a escolha daqueles com maiores dificuldades de aprendizagem e de comportamento. Sabendo que a defensoria deixou contatos com o professor à gestão utilizada da legislação para perseguir e punir o professor, pois mesmo sabendo do seu perfil de professor que há mais de 30 anos leciona no campo para salas multi seriadas e com poucos cursos de qualificação, terá um rendimento limitado nessas condições, mas sem problemas, mesmo que os alunos sejam os maiores prejudicados. Como diria Pedro Ludovico, ex-governador de Goiás, para o amigo tudo, para o inimigo a lei.
Hoje um fato estranho veio confirmar tudo isso. Pois no ultimo dia 20, fui convidado para participar como palestrante do Fórum sobre Desenvolvimento Sustentável da Região Amazônica, aonde falei sobre o Tema: Os Grandes Projetos e seus Impactos no Desenvolvimento Regional. Na ocasião solicitei minha dispensa para a Direção da Creche por entender que ela deva ter total autonomia sobre as questões administrativa que envolva a rotina da escola, como uma pessoa que preza pelo bom relacionamento, ética e respeitosa prontamente me concedeu, afirmando ainda que sou uma pessoa que sempre estou disponível quando sou solicitado.
Fato é que passados dias fui convidado para uma conversa em que ela me relatou que estaria sendo pressionada a colocar falta na minha frequência, mesmo contra sua vontade, isso, mostra o nível da gestão de nosso município, fosse uma gestão que se olha no para-brisa, para frente, talvez fosse um orgulho ter um professor participando como palestrante em um fórum estadual, que teve como palestrante o Ex-governador Marcel Miranda, o Senador Ataídes, Ex-prefeito de Porto Nacional Paulo Mourão, entre outras figuras, pois eu estava ali na condição de professor da rede estadual e municipal, justamente no momento em que nossa cidade esta sendo motivo de chacota nacional.
Contudo, se pensam que vou me sentir acuado e ficar na defensiva estão enganados, vou partir para o debate politico qualificado, fazendo a crítica construtiva e apontando as soluções, mostrando que quando se trata de adotar medidas que visem à qualificação e valorização dos servidores da educação se demora uma eternidade, mas quando se trata de punir ou perseguir servidores é de uma velocidade e eficiência impressionante. Mas se partir para o assedio politica e praticas de perseguição, também sei usar da persuasão para desqualificar a gestão de desgastá-la mediante a opinião pública. É isso, sobre politica, retrovisor e para-brisa.

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