6.23.2016

CUBA: DESAVIOS E PERSPECTIVAS COM O FIM DO BLOQUEIO NA VISÃO DE JUAM POUSOS


Juan Pousos
Na minha ultima passa por Brasília tive o prazer de conhecer e conversar por quase 20 minutos com o Primeiro Secretário da Embaixada de Cuba no Brasil, o senhor Juan Pousos. E eu que sou um socialista convicto, naturalmente que não ia perder a de indagá-lo sobre a realidade da república Revolucionária Cubana, nesse momento tão crucial para aquele país, que é o inicio do processo da suspensão do embargo econômico imposto pelos Estados Unidos e todas as nações que rezam sua cartilha. Numa conversa rápida e chia de interrupções quis saber do senhor Juan Pousos, até que ponto essa abertura econômica ira afetar as convicções da sociedade cubana a respeito de suas convicções políticas, sua maneira de ser e sobre tudo o impacto disso tudo no modelo de sociedade.

Também não perdi a chance de perguntar sobre diversos como;  a presença do Papa Francisco nesses eventos, uma vez que ele já se mostrou um progressistas por natureza e mediou todo esse processo, além de escolher a ilha de Fidel Castro como o local de um encontro com o Kirill líder da Líder da Igreja Católica Ortodoxa Russa, que não acontecia a aproximadamente mil anos. Falamos do embargo econômico e político a Cuba, do estabelecimento das relações diplomáticas com os EUA e a primeira visita do Presidente Obama, além, da construção do Porto de Mariel na ilha com a participação do Brasil, tão explorada e questionada pela direita nas eleições presidenciais de 2014, mas que com a abertura econômica da ilha perceberam que o Brasil se adiantou e deu uma carta  de mestre. É sobre isso, que vou tratar nesse artigo um pouco longa, mas também, não menos interessante e provocativo.

Todos conhecem um pouco da incursão de 80 homens comandada por Fidel e Cheguevara que devolveu Cuba aos cubanos, que culminou como uma revolução na ilha, e depois seu alinhamento com a União Soviética no bloco socialista durante a Guerra Fria fazendo com que as relações com os Estados Unidos fossem completamente cortadas. Desde então, de 1961 até hoje, um embargo econômico – dentre tantas outras restrições impostas pelos americanos – deixou os dois países em lados opostos. Com uma influencia maior o EUA tentou ao povo cubano um estado de miséria e subjugar a ilha aos seus caprichos, mas não conseguiram minar a resistência revolucionária.

Ao contrario, a resistência ideológica da ilha contaminou o mundo, impôs varias derrotas ao embargo nos órgãos multilaterais como a ON, g-7 e g-15, levando ao inicio do processo de suspensão do bloqueio.   Estratégicos que são, o imperialismo americano mudaram de postura para na passar por vexames e constrangimentos, adotando idéia do presidente americano é levantar o embargo econômico de vez e restabelecer as relações comerciais e turísticas com Cuba. Acelerando o processo para avançar nesse sentido, a exemplo da visita de Obama à ilha no fim de 2014, quando o mundo presenciou a aproximação histórica entre Estados Unidos e Cuba, anunciado pelos respectivos presidentes, Barack Obama e Raúl Castro, que representa para o Juan Pousos a retomada de diálogo e a eliminação de resquício da Guerra Fria. No entanto, ela garante que isso na representa a mudança de pensamento do povo cubano, a cerca do modelo de sociedade, o ideário de homem político, da crença no socialismo como modelo ideal para se promover a igualdade entre as pessoas, a partir de políticas afirmativas com distribuição e renda e inclusão.  Segundo ele, isso ficou bem claro e sedimentado em discurso na Assembléia Nacional cubana de 2015, quando o presidente Raúl Castro disse que o país não está disposto a mudar o sistema político e não renunciará ao socialismo.
Primeira visita de um Presidente dos EUA

A primeira vista do Presidente Barack Obama foi emblemática em vários aspectos, pois após quase 90 anos e décadas de uma relação conflituosa, pela primeira vez um presidente americano faz uma visita oficial a Cuba, e quase que por ironia o de maneira estratégica a aparição do Presidente norte americano se deu em um palanque que frente a uma imagem gigantesca de Cheguevara, na qual mostra um Obama apequenado pelo ângulo da câmera. Só para ilustrar, esse desenho tornaria Che um dos ícones mais famosos e uma das imagens mais reproduzidas do mundo, foi tirada no dia 5 de março de 1960, durante uma cerimônia fúnebre que homenageava vítimas da explosão de um barco em Havana, Cuba, o fotógrafo cubano Alberto Korda registrou uma imagem de Che em um momento de concentração, parado, em pé, com um olhar compenetrado. A foto ganharia, mais tarde, o nome de “Guerrillero Heroico”.

        Outro tema que perguntei foi sobre a participação do Papa Francisco nesse processo e o significado da sua presença para o povo cubano, se mostrou muito otimista, visto que ele se mostrou progressista, citando como exemplo o fato do papa ter recebido os 50 maiores lideres sociais do mundo no Vaticano, para tratar de economia solidária, entre eles João Pedro Stedile, líder do Movimento Sem Terra (MST).  Para Juan Pousos, no momento em que o mundo vive uma situação excepcional e delicada, fruto claramente de uma política capitalista agressiva, que desestabiliza governos eleitos democraticamente em busca de riquezas e mercados consumidores, a visita do Papa Francisco ao país de Cuba tem uma simbologia profunda. Pois segundo, apesar de Francisco reconhecer os grandes avanços em varias áreas das ciências, ele alertou para o sofrimento da humanidade com a fome, com a insegurança, doenças cada vez mais nefastas, migrações forçadas pela guerra provocadas pelas grandes potências, que procura solução no efeito e não na causa do problema, tudo isso tira a dignidade do ser humano, disse ele. Em sua fala ela atribuiu essa realidade nefasta a crença ingênua num sistema capitalista, na qual o mercado forte e livre resolveria todos os problemas, pois com o crescimento das economias todos seriam beneficiados, “liserfire”, termo que quer dizer “deixe fazer”, modelo duramente criticado pelo papa Francisco em sua primeira Carta de Exortação Papal.

A influencia do Papa no processo
      Esse modelo de desenvolvimento, aonde o mercado busca o lucro fácil a partir da exploração do outro, em que transformam as pessoas em resíduo humano, que segundo as palavras do próprio Papa, o indivíduo humano já teria passado da condição de material descartável para a situação de lixo humano. Esse sistema perverso que visa o lucro excessivo, o enfraquecimento de organismos internacionais multilaterais e humanitários, luta para fortalecer as grandes corporações econômicas cada vez mais globalizadas, tentando diminuir e desqualificar o papel na promoção do bem estar dos menos favorecidos e excluídos, a exemplo do que assistimos na Europa, em que os mais forte economicamente, para manter a hegemonia de suas teses pressionam os governantes de países mais pobres a sacrificarem seu povo para manter o status quó de uma minoria sedenta por poder, construindo um novo bezerro de ouro, o dinheiro. Para não dizer que estou usando a biografia para fazer proselitismo político, vou citar na integra uma passagem da Carta de Exortação Papal, chama  Alegria do Evangelho, em que ele diz no parágrafo 59: “Não à desigualdade social que gera violência”


“59. Hoje, em muitas partes, reclama-se maior segurança. Mas, enquanto não se eliminar a exclusão e a desigualdade dentro da sociedade e entre os vários povos será impossível desarraigar a violência. Acusam-se da violência os pobres e as populações mais pobres, mas, sem igualdade de oportunidades, as várias formas de agressão e de guerra encontrarão um terreno fértil que, mais cedo ou mais tarde, há-de provocar a explosão. Quando a sociedade – local, nacional ou mundial – abandona na periferia uma parte de si mesma, não há programas políticos, nem forças da ordem ou serviços secretos que possam garantir indefinidamente a tranquilidade. Isto não acontece apenas porque a desigualdade social provoca a reação violenta de quantos são excluídos do sistema, mas porque o sistema social e econômico é injusto na sua raiz. Assim como o bem tende a difundir-se, assim também o mal consentido, que é a injustiça, tende a expandir a sua força nociva e a minar, silenciosamente, as bases de qualquer sistema político e social, por mais sólido que pareça. Se cada ação tem conseqüências, um mal embrenhado nas estruturas duma sociedade sempre contém um potencial de dissolução e de morte. É o mal cristalizado nas estruturas sociais injustas, a partir do qual não podemos esperar um futuro melhor. Estamos longe do chamado “fim da história”, já que as condições de um desenvolvimento sustentável e pacífico ainda não estão adequadamente implantadas e realizadas”.
O encontro de Francisco com Kiril

Não menos emblemático foi o encontro de Francisco com o Lidere Religioso Russo, Kiril, que não acontecia a aproximadamente a mil anos, depois que se criou a Igreja Católica Ortodoxa Russa. De acordo com o Secretário da Embaixada Cubana, o encontro realizado em Havana, Cuba durou duas horas em uma sala de reuniões do aeroporto internacional José Martí. Perguntei então, por que os dois líderes religiosos decidiram se encontrar em Havana, a capital de um país que até 1992 era oficialmente ateu e que é também a nação com menos cristãos na América Latina? Ele Respondeu sorridente que foi em parte sorte, mas também planejamento estratégico.

Segundo ele a parte da sorte tem a ver com o fato do patriarca russo ter previsto viajar a Cuba ao mesmo tempo em que o papa Francisco ia ao México, e assim era prático para ambos se encontrar ali. Mas ele afirmou que o componente estratégico está relacionado ao fato de que a relação entre as duas Igrejas é muito influenciada pela história europeia. Essa relação precisaria de um novo começo. Por causa disso, a reunião não poderia ocorrer na Europa nem nos Estados Unidos. Cuba acabou se tornando uma grande escolha porque é amigável com a Igreja Católica, porque historicamente foi um país católico, mas também para a Rússia, porque foi o aliado mais próximo de Moscou no continente americano, afirma.



Vista aérea do Porto de Mariel
Por fim, conversamos sobre a parceria brasileira na construção do Porto de Mariel, com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), que gerou um alarde danado por parte da direita no Brasil.   Nesse momento ele afirmou com uma propriedade que poucos brasileiros tem sobre o assunto, em função da contaminação política ideológica sobre esse debate, me mostrando números e perspectivas econômicas e comerciais para o país. Ele iniciou dizendo que o Brasil não deu dinheiro publico para Cuba, foi aberto uma linha de credito junto ao BNDES, no qual 80% dos componentes foram construídos no próprio Brasil, gerando 150 mil emprego ao país, com 440 empresas envolvidas, gerando uma movimentação de 800 milhões em exportações e serviços

Mesmo o governo brasileiro tendo exposto que antevendo o fim do bloqueio a cuba, o país se tornaria o parceiro econômico de primeira ordem de da Ilha, que aponta para a tendência de alta da população, que hoje é de 11 milhões de pessoas, alijada da economia internacional, mas que com a abertura representa um mercado em potencial para empresas brasileiras, a elite sempre fez duras criticas com discursos do passado. Mas hoje, frente ao GOLPE em andamento, já começa mudar o discurso conservador e reacionário, pois as projeções o Porto de Mariel uma oportunidade ímpar para o comercio exterior do Brasil, pois se localiza a menos de 150 quilômetros do maior mercado do mundo, o dos Estados Unidos.  Sem mencionar, o planejamento da implantação de uma Zona Especial de Desenvolvimento Econômico criada nos moldes das existentes na China. Ali, ao contrário do que ocorre no resto do país, as empresas poderão ter capital 100% estrangeiro. Ele ainda afirmou, que o Itamaraty sempre buscou  completar uma de suas funções primordiais: mercado para as empresas brasileiras. Não é à toa, portanto, que o Brasil abriu uma nova linha de crédito, de 290 milhões de dólares, para a implantação desta Zona Especial em Mariel. Agora resta saber se com esse governo Interino e Golpista e José Serra, no comando da Política Externa Brasileira, esse projeto terá continuidade ou será enterrado.


6.16.2016

A EDUCAÇÃO NA MIRA DO FACÃO



a Senadora Fátima(PSB) disse em discursos no senado, que as medidas proposta por Temer-Meireles matará o presente e o futuro da educação brasileira, Mercadante pede que profissionais da educação se organizem para defender o Plano Nacional de Educação (PNE).

A senadora reiterou, nessa terça-feira (14), no plenário do Senado, o alerta que vem sendo feito pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) sobre os riscos que corre a educação brasileira com as medidas que estão sendo implantadas pelo governo provisório de Michel Temer – medidas pautadas no programa “Uma Ponte para o Futuro”, que ameaça concretamente o direito à educação pública e às conquistas dos trabalhadores em educação, na última década.
Entre as propostas destacadas pela entidade estão a proposta de emenda à Constituição (PEC) que prevê a desvinculação orçamentária dos gastos sociais. Apesar de a proposta aprovada na Câmara ter retirado da medida os recursos com educação, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, já informou que incluirá os gastos com o setor. Ela destacou ainda a iniciativa, já anunciada, de se limitar o reajuste dos gastos sociais à inflação do ano anterior e cortes na política de acesso à universidade e à educação profissional e tecnológica.
“É meu papel como professora que sou, hoje ocupando a cadeira de Senadora da República, chamar a atenção dos meus colegas professores, dos estudantes e da sociedade brasileira. (…) Não se trata de precipitação, trata-se de compromisso, trata-se de realismo, nós temos que lutar incansavelmente para rejeitar propostas desse tipo, porque se isso vierem a se concretizar, significa, na verdade, matar o presente e o futuro da educação”, afirmou Fátima.

Já o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse nessa terça-feira (10) que o Fórum Nacional de Educação (FNE) e os profissionais do setor precisam brigar pelo Plano Nacional de Educação (PNE). “Ele estabelece diretrizes muito consistentes na educação para as próximas décadas. O que não podemos permitir é um retrocesso e um desmonte do PNE. E vocês têm ouvido vozes que defendem a desconstrução do PNE, isso vai ser um retrocesso muito grande”, disse, sem citar os eventuais críticos do plano.
Mercadante participou do 1º Encontro Nacional dos Fóruns Permanentes de Educação e falou sobre “preocupações e desafios para o futuro próximo”, diante do iminente afastamento da presidenta Dilma Rousseff e da condução do vice-presidente Michel Temer ao cargo de chefe do Executivo. Além dos representantes do FNE, o encontro reúne coordenadores dos fóruns estaduais, municipais e distrital.
Governo Temer
Segundo o ministro, o governo cumpriu o que estava previsto até agora na Lei do PNE e deve continuar lutando para que todos os estados e municípios também tenham seus planos. Mercadante disse que é preciso avançar no financiamento da educação para cumprir as 20 metas do plano e criticou a possibilidade de extinção do mínimo constitucional de investimento e da desvinculação de recursos para a educação como consta no documento Uma Ponte para o Futuro, divulgado pelo PMDB em outubro do ano passado e que deve nortear as ações do governo Temer.
A Constituição estabelece que a União invista um mínimo de 18% do que arrecada em educação e, estados e municípios, 25% de suas receitas. “O país precisa priorizar a educação. Estamos gastando 21% da receita, se nós mantivéssemos 18% teríamos que ter tirado R$ 5 bilhões no ano passado. E eles querem rebaixar os 18%”, disse. Segundo Mercadante, com a redução, estados e municípios não conseguirão pagar o piso salarial dos professores.
Mercadante também se diz preocupado com a implantação da nova Base Nacional Comum Curricular e com a ampliação da formação de professores.
Além das medidas ligadas à educação, o ministro também criticou a política social de um possível governo Temer, que, segundo ele, deverá beneficiar apenas os 5% mais pobres da população. “Temos 48 milhões de estudantes na educação básica, 17 milhões são de famílias que recebem o Bolsa Família. Se o programa focar apenas em 5% da população, 12 milhões de crianças e jovens perderão o Bolsa Família e nós vamos assistir aquela cena de parar no farol das grandes cidades e ter aquelas crianças pedindo, como era comum. É fundamental mantê-las na escola para construir outro país”, disse o Mercadante.
Conferência
O coordenador do FNE, Heleno Araújo, disse que a categoria também está preocupada com a suspensão temporária da presidenta Dilma Rousseff. “Temos um acúmulo de espaço, participação e investimento do poder público na estruturação do FNE. Não sabemos como será à frente, já que em governos anteriores de partidos que querem ocupar esse espaço nós não tivemos oportunidade de encaminhar essas lutas coletivas com o Poder Público. Foi sempre um processo de resistência e de organização, mas apenas da sociedade civil”, comparou.
Araújo disse que o fórum esta preparando sua agenda para a Conferência Nacional de Educação de 2018 (Conae 2018), precedida das conferências estaduais e municipais. “Hoje vamos sair com o calendário pronto para ser executado e é isso que vamos cobrar de quem estiver ocupando o espaço no governo”, explicou.
A terceira edição da Conae 2018 foi estabelecida em decreto assinado na segunda-feira (9) pela presidenta Dilma Rousseff e terá como tema A Consolidação do Sistema Nacional de Educação (SNE) e o Plano Nacional de Educação (PNE): monitoramento, avaliação e proposição de políticas para a garantia do direito à educação de qualidade social, pública, gratuita e laica.


http://cnte.org.br/index.php/educacao-na-midia/16669-fatima-regra-temer-meireles-matara-o-presente-e-o-futuro-da-educacao-brasileira.html

6.13.2016

Da mesma fonte que brota o ódio, brota o medo, mas também reaviva a esperança.



Nelson Mandela
Uma frase celebre de Nelson Mandela foi que: "Ninguém nasce odiando outra pessoa pela sua cor da sua pele, por sua origem, por sua religião ou ainda por sua opção política. Para odiar as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar".

Nessa perspectiva, vejo que o ódio aos movimentos sociais, aos partidos progressistas e as políticas de distribuição doe renda e inclusão social em geral é um eixo importante sobre o qual também giram as campanhas municipais de 2016  e presidencial em 2018. Esse sentimento antigo, manifestado abertamente por adversários de direita e representante do capital, com influência forte no eleitorado de oposição, permanece em estado latente e se manifesta mais claramente nas “guerras” presidenciais. Em tempos de “paz” é cochichado pelos cantos das Assembleias, no Congresso e, igualmente, em reuniões sociais onde não há preocupação em expor preconceitos contra a classe pobre e trabalhadora.
    Nesses salões mais elegantes, esse extrato mais baixo da sociedade é tratado de corja. Num desses encontros, o senador Aécio Neves do PSDB, teria vomitado surpreendentemente, todo seu ódio contra os contemplados do Bolsa Família, ele que quer Justamente ele que quer passa a idéia de um mineiro  pacato com os adversários políticos. A competição acirrada fez o candidato derrotado a presidente pelos tucanos sair dos seus cuidados. “Sei que não vou ganhar. Minha luta é contra o continuísmo dessa gente. É contra isso que vou lutar”, confidenciou a Jorge Bastos Moreno, de O Globo. Isso, ainda no início de campanha, revelou o jornalista.
      A reação raivosa dessa gente que sempre teve seus privilégios garantidos é comum no Estado de são Paulo. Mas levando em conta a tradicional cordialidade na sociedade mineira, por exemplo, que aproximou o tucano Aécio do petista Fernando Pimentel, que em 2008, firmaram a aliança, mesmo com resistências no PT, para eleger o prefeito de Belo Horizonte, chega a ser assustadora. Na política, excetuadas as exceções, os adversários não são tratados como inimigos. Sabem que amanhã será outro dia e poderá estar no mesmo palanque.
O ódio embutido na frase de Aécio Neves Presidente Nacional do PSDB e maior partido da oposição aos grupos progressistas têm explicação e antecedentes, alguns bem mais explosivos e de maior violência verbal. Em 2006, o senador Jorge Bornhausen (PFL-DEM) lançou uma provocação violenta contra a reeleição de Lula: “Vamos acabar com essa raça. Vamos nos livrar dessa raça por, pelo menos, 30 anos”. Falhou na previsão, como se sabe.  Essas são algumas das raízes que fazem o ódio aflorar no processo eleitoral destes anos de 2016/2018  de forma mais transparente. O sentimento espalhou-se por uma parte considerável do eleitorado. De alto a baixo.
     Para derrotar esses movimentos revolucionários, as forças reacionárias criou-se leis criminalizando movimentos, organizações e manifestações sócias,  desmantelaram programas de inclusão social e distribuição de renda, além de estar em curso a retirada de direitos trabalhistas e previdenciários da classe trabalhadora. Mas essa postura do PSDB/DEM/PPS, fez com que em 2014 grande um contingente considerável de seu eleitorado optasse por Marina, fazendo a candidatura de Aécio se desidratar em  poucos dias. Ele chegou a ter 23% das intenções de voto, e viu a possibilidade de perder no primeiro turno.
     Não muito diferente é o movimento que se ver na parte expressiva da classe média que apoio as manifestações pelo GOLPE. Carregando a bandeira do 'FORA CORRUPÇÃO" ela e alguns senadores perceberam que no Governo Interino e Golpista, quem mais ganhou foram os corruptos. Essa mudança também foi alimentada, quando se percebeu que as medidas tomadas até agora, segue dois eixo: o primeiro é pra proteger justamente os denunciados e abafar a Operação Lava Jato; já a segunda é beneficiar o capital e a elite, que tem mais, acabando com os programas e verbas para fins sociais, tirando dos pobres, quem ganha menos nesse país. Ela ainda esta um pouco adormecido, em função dos constrangimento dessas pessoas que foram manipulados, bateram suas panelas, expressaram todo ódio, mas que estão sendo abandonados.
O imprevisto jogou todos os pré - candidatos da direita para baixo nas pesquisas e alçar Marina e manter o Ex - presidente Lula na liderança de todas elas. Trocar Aécio por Marina não é, efetivamente, resultado político adequado pelos critérios políticos mais tradicionais. A troca de candidato, no entanto, é fruto do medo de uma nova vitória do dos movimentos sociais e progressistas e que voltaram a se articular e ocupar as ruas, cujo compromisso social assusta parte da sociedade com dificuldade de conviver com pobres. Essa porção de privilegiados assusta-se com um pouco mais de igualdade. Portanto, fica um recado, primeiramente para as campanhas municipais, que da mesma fonte que brota o ódio também brota o medo e reaviva a esperança.

6.10.2016

QUER SABER COMO SUA OPINÃO É MANIPULADA PELA GRANDE MÍDIA?

Diretores de Comunicação Sindical
Nos dias 06 e 07 de junho estive em Brasília participando a convite do CONGRESSO DE COMUNICAÇÃO DA CNTE (Confederação Nacional dos trabalhadores em Educação), com a presença do Grupo Jornalista Livres, formados por blogueiros que por muito tempo trabalharam nos principais jornais e revista do pais, mas que desiludido com os rumos da imprensa no país resolveram fazer um jornalismo independente e compromissado com a verdade. Outra participação bacana foi a oficina ministrada pela rapaziada do Grupo Mídia Ninja, que domina vários que  vários equipamento de tecnologia e plataforma de comunicação de rede, possibilitando um dinamismo e um grau de independência impressionante em relação as mídias tradicionais, na cobertura de eventos nacionais. A junção desses dois grupos e outros pelo país, forma uma rede de mídias colaborativas, dando ao povo brasileiro conhecer outras narrativas dos mesmos fatos, provocando a ira das mídias corporativas e tradicionais que só narra os fatos dos ponto de vista e interesse dos capital e a elite nacional. E é essa experiência que quero compartilhar com vocês, mostrando que mesmo que divergimos sobre qualquer que seja o temo ou assunto, muitas vezes não tomamos posições com base em opiniões e falas que não são nossas, mas de uma opinião publicada, que muitas vezes nos leva a ofensa e não a divergência, ao xingamento e não ao debate, sei que é um pouco extenso, mais vale a pena ler.
   Essa postura da mídia tradicional em se transformar num "Partido da Imprensa Golpista (PIG)" começou em 2002, quando o país era governado para apenas um terço dos brasileiros, que viviam principalmente nas capitais. A grande maioria da população estava condenada a ficar com as migalhas; excluída do processo econômico e dos serviços públicos, sofrendo com o desemprego, a pobreza e a fome. Para se ter um exemplo, hoje, São Paulo e a região sudeste diminuiu sua proporcionalidade na crescimento do país, mas seu crescimento o mesmo ou maior, diminuiu sua participação proporcional no PIB do país, porque as demais regiões e capitais cresceram também e passaram a contribuir efetivamente para o desenvolvimento do pais, a partir de uma politica de descentralização no investimento da descentralizações.  Mais a sensação que a imprensa passa é que o sudeste encolheu, isso, para justificar a volta dos velhos discursos e politicas de que é preciso esperar o país crescer, para só depois distribuir  riqueza e renda, desmantelando as ações , projetos e programas que nos últimos 12 anos inverteu essa lógica perversa, adotando um modelo de desenvolvimento com inclusão social. 
   
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No que pese o Bolsa Famila odiado pela elite, um dos principiais exemplo, foi a adoção uma política de valorização permanente do salário e de expansão do crédito, que despertaram a força do mercado interno e quue até antes dessa crise que é global,  garantiu a estabilidade, controlando da inflação e reduzindo a dívida pública. Isso resultou no que todos conhecem mas que a mídia não divulga, que são a retirada de 36 milhões de pessoas da extrema pobreza, 42 milhões alcançaram a classe média e mais de 20 milhões de empregos
foram criados,
    Outro fato ocultado pela nossa mídia tradicional e reacionária é o protagonismo que o Brasil adquiriu no cenário internacional, mas que está sendo joga no lixo pela diplomacia proposta pelo Senador José Serra(PSDB). o país deixou de se acanhado e vulnerável, deixando de seguir como um cordeirinho a política externa ditada de fora, visto apenas como o país do futebol e do carnaval, embora isso seja motivo orgulho, da alegria e do talento do nosso povo, era preciso ir além desse estereótipo e o Brasil tornou-se um competidor global – e isso incomoda muita gente, contraria interesses poderosos, que tem na mídia sua porta voz, aonde só eles ganha, fazendo com que o parte dos trabalhadores e pobres adotem seus discurso e discursos, com se deles fossem.  Daí a importância desses novos grupos alternativos e independente, que vem surgindo a partir da democratização da internete, sancionada pela Presidenta Dilma.  Pois ela cumpre o importante papel de traduzir essa nova realidade para a população numa outra narrativa que não quer dizer que seja uma verdade absoluta, mas que possibilita outra leitura do mesmo fato, que não seria possível sem imprensa alternativa e cada vez mais regionalizada que tem que ser fortalecida, voltada para aquela grande parcela do país que não aparece nas redes de TV, que monopoliza e distorce a realidade das coisas, noticiando apenas seus interesses e moldando a mente de milhões de pessoas.
     Porém, para o fortalecimento dessas novas plataformas de comunicação de de imprensa que nasce atualmente, o governo Federal precisa mudar sua política de financiamento com as verbas publicitárias, da concessões e fazer a Lei de regulamentação da mídia, pois só assim irá reafirma o caráter democrático da comunicação no país. Nos últimos 13 anos, sobre a coordenação do jornalista Fraklin Martins, ouve uma movimentação nesse sentido, quando na prestação de contas de seus atos à sociedade, utilizando a publicidade oficial como instrumento dessa divulgação, o governo faz em parceria com os veículos de imprensa – desde a maior rede nacional até os jornais do interior, adotando mudanças importantes, como democratização do critério de programação da publicidade oficial, mas que muito tímida, encontrou muita resistência, pois aumentar de certa maneira a eficiência da comunicação de governo com a sociedade. embora restrita ela representa uma questão de justiça, para reconhecer a importância do interior no desenvolvimento do Brasil. Pois diziam que para falar com o Brasil bastava anunciar nos jornais de circulação nacional e nas redes de rádio e TV, Mas nós blogueiros e os jornalistas independentes sabemos da nossa força, pois existem aproximadamente 380 diários que circulam mais de 4 milhões de exemplares por dia de acordo com os dados da ADI-Brasil, sem mencionar as centenas de blogs não reconhecido pelo grande público como este aqui. Mas isso ocorre porque se implantou políticas que levaram progresso e inclusão social ao interior do país.
   
https://web.facebook.com/midiaNINJA/?fref=ts
    A grande mídia ou oculto informações segundo sua conveniência, ou então usa jogo de palavras para distorcer a compreensão do cidadão na formação de sua opinião. vou citar um dado do IBGE pra ilustrar o que falo, segundo dados de cada 3 empregos
criados nesses 13 anos, 2 se encontram em cidades do interior e apenas 1 nas regiões metropolitanas. isso ocorreu porque nunca antes a relação entre o governo federal, os Estados e as prefeituras foi tão republicana quanto nestes período, mas quem traduz essa realidade são os jornais do interior, os blogueiros denominados sujos pela grande mídia – e não os veículos nacionais que atende os interesses do grande capital. quando o Brasil atingiu o menor indicie de desemprego da história a noticia foi a seguinte: " EMBORA O BRASIL TENHA ATINGIDO O MENOR ÍNDICE DE DESEMPREGO DE SUA HISTÓRIA, O DESEMPREGO CRESCEU EM ALGUMAS REGIÕES METROPOLITANAS, reforçando o aspecto negativa. a chamada correta seria EMBORA O DESEMPREGO CRESCEU NA PRINCIPAIS REGIÕES METROPOLITANAS, O BRASIL ATINGIU O ÍNDICE HISTÓRICO DE DESEMPREGO. Outro exemplo é o noticiário sobre  o Luz Pra Todos que chega numa localidade rural ou numa periferia pobre, que está melhorando a vida daquelas pessoas e gerando emprego. Os grandes jornais nunca deram valor ao Luz Pra Todos, mas quando o programa superou todas as expectativas e alcançou 15 milhões de brasileiros, um desse jornais deu na primeira página: “1 milhão de brasileiros ainda vivem sem luz”. Está publicado numa edição da UOL. Então se pergunta; Onde é que estava esse grande jornal quando 16 milhões de brasileiros não tinham luz?
     Outra fator que realça a importância da comunicação alternativa esta na cobertura das políticas de impacto regional, um exemplo é que quando chega o momento de plantar a próxima safra, são os jornais regionais que informam sobre as datas, os prazos, os juros e as condições de financiamento nas agências bancárias locais. Mas na hora de informar à sociedade que em 13 anos o crédito agrícola passou de R$ 30 bilhões para R$ 157 bilhões, o que se lê num grande jornal é que a inflação pode aumentar porque o governo está expandindo o crédito. da mesma forma noticia quando uma agência bancária do interior recebe uma linha do BNDES pra financiar a compra de tratores e veículos pelo Mais Alimentos, para aumenta a produtividade e aquece o comércio local, só noticiada pela imprensa regional, porque ela é uma boa notícia. Mas a grande mídia distorce as boas noticias, a exemplo do programa recorde de 60 mil tratores e 50 mil veículos financiados e que irá beneficiar milhões de pequenos produtores rurais do interior, a notícia em alguns jornais é que o governo “está pressionando a dívida interna bruta”, por que esse é o interesse da elite. Não tão diferente é a cobertura do programa minha casa minha vida, que contratou 3 milhões de unidades, e já entregou mais de dois terços, mas que só aparece na TV e nos grandes jornais se eles encontram uma casa com goteira ou um caso qualquer de desvio de responsabilidade das empresas.
      Na saúde,  que é o gargalo de todos os entes federados, quando o governo federal inaugura um hospital regional, isso é manchete nos jornais regionais de todas as cidades daquela região. O mesmo acontece quando chega o SAMU ou um posto do Brasil Sorridente. Mas lendo os grandes jornais é difícil ficar sabendo das quase 300 UPAs, 3 mil ambulâncias do SAMU e mais de mil consultórios odontológicos que foram abertos por todo o país nestes 13 anos. A maior cobertura de políticas públicas que os grandes jornais fizeram, nesse período, foi para apoiar o fim da CPMF, que tirou R$ 50 bilhões anuais do orçamento da Saúde, porque era um imposto que cobrava de quem tem mais e rastreava os dólares enviados de maneiras ligais para o exterior. Quando uma cidade recebe profissionais do Mais Médicos vocês sabem o que isso representa para os que estavam desatendidos.  A imprensa  regional entrevista  os médicos e os apresentam à população, porque sabe da importância de 15 mil profissionais no atendimento básico 50 milhões de pessoas no interior do país. Mas a imprensa golpista só fala daquela senhora que abandonou o programa por razões políticas, ou daquele médico que foi falsamente acusado de errar numa receita.
      E a cobertura sobre a expansão e a acessibilidade dos mais pobres no ensino superior? Quando um novo campus universitário é aberto numa cidade, os jornais da região dão matérias sobre os novos cursos, as vagas abertas, debatem o currículo, acompanham o vestibular. Mas lendo os jornais conservadores é difícil ficar sabendo que nestes últimos 13 anos foram criadas18 novas universidades e abertos 146 novos campi pelo interior do país. É na imprensa alternativa que se percebe a mudança na vida de milhões de jovens, porque eles não precisam mais sair de casa, deixar para trás a família e os valores, para cursar a universidade. O número de universitários no Brasil dobrou para 7 milhões, graças ao Prouni, ao Reuni e ao FIES. Os grandes jornais não costumam falar disso, mas são capazes de fazer um escândalo quando uma prova do ENEM é roubada de dentro da gráfica – que por sinal era de um dos maiores jornais do país. Quando uma escola técnica é aberta numa cidade do interior, essa é uma notícia muito importante para os jovens e para os seus pais, e vai sair com destaque em todos os jornais da região, sobre são abertos 365 escolas técnicas, duas vezes e meia o que foi feito em século neste país, os grandes jornais dizem apenas que o Lula “exaltou o governo do PT e voltou a atacar a oposição”. Quando chega na sua cidade um ônibus, um barco ou um lote de bicicletas para transportar os estudantes da zona rural, essa é uma boa notícia que não é divulgada pela grande mídia. O programa Caminho da Escola já entregou mais de 17 mil ônibus, 200 mil bicicletas e 700 embarcações, para transportar 2 milhões de alunos em todo o país. Mas só aparece na TV se faltar combustível ou se o motorista do ônibus não tiver habilitação.
    A grande mídia esta distante dessa realidade, do Brasil real e por isso vai sempre vai retratar a realidade brasileira de uma maneira distorcida, ou segundo as suas conveniências. Dizem que perdemos o rumo e devemos seguir o exemplo de países obedientes à cartilha do capital estrangeiro, mas esquecem que desde 2008, enquanto o mundo destruiu 62 milhões de postos de trabalho, o Brasil criou mais de 13 milhões de novos empregos em que pese a atual situação. Alguns jornalistas brasileiros ficam repetindo notícias erradas que vêm de fora, como bonecos de ventríloquo, mas isso esta tendo um efeito devastador para a grande mídia, com fechamento de revista e jornais e perdas de audiências de TVs, porque parte do público ainda sabe distinguir o que é realidade do que não é falácia.  
       A exemplo dos jornalista livres e independentes, esses profissionais dos grandes jornalões poderiam viajar mais pelo interior do país, conhecer melhor a nossa realidade, estudar um  pouco mais o país em suas diversidades economia, política, social e cultural, ai sim, fariam noticias que retratariam a realidade nacional, e não previsões pessimistas que mais expressa desejo da elite. Pois suas vinculações na TV estão perdendo longe para os vídeos postados pelo Grupo Mídia Ninja, uma rapaziada que sequer são formadas em comunicação ou jornalismo. 
      Eu particularmente sou convicto na defesa da liberdade de imprensa e o direito de opinião, porque acredito que, mesmo quando erra, a imprensa livre é protagonista essencial de uma sociedade democrática. Mas isso não significa deixa de lutar pela democratização e regulamentação da mídia, pois só uma comunicação com acesso democrático irá permite transformar o Brasil num país melhor. Contudo, uma mídia democrática pressupões o acesso das pessoas as novas formas de tecnologias e informação de qualidade.  Pois negar isso a população é o caminho mais curto para abolir a democracia, portanto, aprimorar a comunicação significa também garantir ao cidadão o direito à informação correta e ao conhecimento da diversidade de ideias, numa sociedade plural..


6.03.2016

POR QUÊ O MUNICIPIO DE CONCEIÇÃO ERROU EM FECHAR AS ESCOLAS DO CAMPO?

     Analisando a política da atual administração pra a educação do campo, percebe-se que foi no mínimo um equivoca o fechamento das escolas desse segmento, submetendo os alunos desses espaços a lógica perversa "rural-urbana" do transporte escolar. Pois essa politica reflete a visão ultrapassa em que se pensava e planejava as escolas do campo como um espaço isolado do processo de produção cultural, social e econômico, sendo concebido apenas como uma instituição em que o professor ministra sua aula pura e simples, com a finalidade de ofertar um conteúdo programático mínimo, para instrumentalizar o filho do sertanejo e prepará-lo para uma vida na cidade. Nessa linha de entendimento o campo e suas escolas sempre foram visto como um espaço pejorativo e secundário com caráter provisório e transitório rumo ao desenvolvimento "urbanocentrico", termo utilizado no documento de fortalecimento dos conselhos escolares pela SECAD/MEC, para definir a visão didática-pedagógica que utiliza o processo de ajustamento e adaptação na transferência de currículos, calendários e conhecimentos universais para realidades especificas do campo.
     Essa visão equivocada do campo tem colaborado para a construção de discursos preconceituosos que causaram e causam danos quase irreversíveis, na formação cultural e social das pessoas que vivem nas diversas comunidades que compões esse contexto tão complexo. São atitudes, procedimentos e falas que foram inculcadas no subconsciente de alunos e professores do campo e que passam despercebidas, mas que tem um impacto devastador nas ações daqueles que deveriam ser protagonista na consolidação de seus direitos subjetivos.
     Para inverter essa lógica é preciso redimensionar o conceito de campo e da educação ofertada para aqueles que nele vivem, indo além, do conceito de meio rural apenas com espaço de produção agrícolas destinadas em sua maioria a ração animal, mas como um espaço, que tem sua própria lógica na produção de suas condições de existências. Pois o campo tem um significado que incorpora os espaços da floresta, da pecuária, das minas e da agricultura, mas que vai além ao acolher em si os espaços pesqueiros, caiçaras, ribeirinhos e extrativistas. O campo, nesse sentido, mais do que um perímetro não-urbano, é um campo de possibilidades que dinamizam a ligação de homens e mulheres com a própria produção das suas condições de existência social e com as realizações de vida em comunidade.
     Portanto, as iniciativas educacionais não deve ser um que ensino se restringe ao necessário para a vida cotidiana e para realização de tarefas manuais simples; assistencialista, que possuem conotação assistencialista, nas quais a responsabilidade do Estado para com a oferta de educação em áreas rurais e executadas como mera obrigatoriedade, tem que ser de promoção e inclusão social a todos os tipos de saberes produzidos. Esta educação não pode ser dirigida para a reprodução de capital, mas deve ser uma educação sobre a qual os trabalhadores e seus filhos possam construir novas relações sociais, um novo modelo de sociedade, calcado no trabalho, na justiça social, na distribuição de renda, na reforma agrária.
  E com essa visão e na qualidade de educador da Rede Municipal e Estadual, além de Diretor de Comunicação licenciado do SINTET, que quero discutir a Educação do Campo na elaboração das proposta para o pleito eleitoral em 2016 

6.01.2016

O SISTEMA DE COTA DENIGRE AS UNIVERSIDADES? CLARO QUE SIM



Nos dias 2 a 4 de junho acontecerá em Brasília o Seminário Nacional de Combate ao Racismo, promovido pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), como tema: Já faLEI 10.639 vezes que racismo é crime, uma referencia a Lei que determina o ensino de História e cultura Afro-Brasileira, africana e Indígena, nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares. 
   Mesmo sabendo que  não é só nos estabelecimentos de ensino, oficiais e particulares, que se constrói os nossos valores, mas através da família, dos meios de comunicação, nas igrejas, na comunidade e nos espaços de convivência social. Mas achei interessante e necessário escrever sobre um tema recorrente de controvérsias, que é a LEI DE COTA no ensino publico, em especial nas universidades, por dois aspecto, o primeiro foi seu avanço para os cursas de pós e segundo pela possibilidade de retrocesso com a nova mentalidade desse governo golpista, que vai além das cotas, mas em tudo que se refere a políticas sociais de inclusão, reparação e distribuição de rendas e igualdades de oportunidades. Mas por quê as cotas denigre as universidades? vamos explicar.
   Denegrir no seu sentido literal significa obscurecer, tornar escuro, mas também quer dizer ficar mais negro, mas em sua maioria e tido como algo pejorativo, sobretudo, aqueles que trazem no seu espírito o germe do preconceito e que geralmente são contrários a essas políticas de modo geral. Esse posicionamento quase sempre vem travestido de um discurso fundado na meritocracia, que nada mais uma maneira de discriminação, exclusão, restrição referente a preferências baseada na raça, na cor, descendência ou etnia. A política contrária a esse projeto que ora se observa germinar nos seios desse novo governo provisório e golpista, tem por finalidade anular o reconhecimento e o exercício em igualdade de condições, de direitos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social  cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada.
  Nos últimos 10 anos com a implantação de Políticas de Ações Afirmativas, como o sistema de cotas , PROUNE, FIES entre outras, o público universitário mudou significativamente, isso fez com que a universidade denegrisse, ou seja, se tornou cada vez mais negra. Essa nova realidade fez com se deparasse com o desafio de pensar o ensino, a pesquisa e a extensão a partir de novos paradigmas, trazidos por estudante com perfil camuflado pelos meios de comunicação e que agora adentra ao ensino superior. a exemplo de algumas Universidades Federais que foram pioneiras no estabelecimento de Pró-reitorias responsáveis a pensar e promover políticas afirmativas. Pois em estado como a Bahia 84% dos alunos são negros, frente a 40% da média nacional, segunda a revista "AFIRMATIVA". Além disso, 50 % nas universidades federais são destinadas as cotas e 76% reservadas a população negra.
   Frente a essas mudanças a população universitária negra, vem tomando a iniciativa e o protagonismo de discutir o modelo de educação superior no Brasil, contando com o apoio de grupos como a Coordenação de Políticas Afirmativas, da Universidade do Recôncavo da Bahia (CPA/UFRB), entre outros, com a finalidade de avaliar as políticas já implementadas e as perspectivas de um modelo educacional contemplador e inclusivo.
   Denegrir as universidades se justifica pelo fato de termos os negros como maioria entre os estudantes, mais que isso, essa políticas atualiza e coloca na pauta o debate sobre a realidade dos negros para além do sistema de cotas. Precisa-se mais que uma universidade com um mote de preto, é preciso de mudanças reais na forma de construção do conhecimento, que contemple o nosso olhar para o mundo. Nesse artigo falo do ensino superior, mas que esse pensamento se estenda para todas as modalidades e níveis de ensino. Mas esse é outro assunto e, para tanto, recomendo a leitura do livro do Professor Demeval Saviani, Outros Sujeitos Outras Pedagogias, que faz a narrativa da democratização do acesso ao ensino básico as camadas populares.



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