6.03.2016

POR QUÊ O MUNICIPIO DE CONCEIÇÃO ERROU EM FECHAR AS ESCOLAS DO CAMPO?

     Analisando a política da atual administração pra a educação do campo, percebe-se que foi no mínimo um equivoca o fechamento das escolas desse segmento, submetendo os alunos desses espaços a lógica perversa "rural-urbana" do transporte escolar. Pois essa politica reflete a visão ultrapassa em que se pensava e planejava as escolas do campo como um espaço isolado do processo de produção cultural, social e econômico, sendo concebido apenas como uma instituição em que o professor ministra sua aula pura e simples, com a finalidade de ofertar um conteúdo programático mínimo, para instrumentalizar o filho do sertanejo e prepará-lo para uma vida na cidade. Nessa linha de entendimento o campo e suas escolas sempre foram visto como um espaço pejorativo e secundário com caráter provisório e transitório rumo ao desenvolvimento "urbanocentrico", termo utilizado no documento de fortalecimento dos conselhos escolares pela SECAD/MEC, para definir a visão didática-pedagógica que utiliza o processo de ajustamento e adaptação na transferência de currículos, calendários e conhecimentos universais para realidades especificas do campo.
     Essa visão equivocada do campo tem colaborado para a construção de discursos preconceituosos que causaram e causam danos quase irreversíveis, na formação cultural e social das pessoas que vivem nas diversas comunidades que compões esse contexto tão complexo. São atitudes, procedimentos e falas que foram inculcadas no subconsciente de alunos e professores do campo e que passam despercebidas, mas que tem um impacto devastador nas ações daqueles que deveriam ser protagonista na consolidação de seus direitos subjetivos.
     Para inverter essa lógica é preciso redimensionar o conceito de campo e da educação ofertada para aqueles que nele vivem, indo além, do conceito de meio rural apenas com espaço de produção agrícolas destinadas em sua maioria a ração animal, mas como um espaço, que tem sua própria lógica na produção de suas condições de existências. Pois o campo tem um significado que incorpora os espaços da floresta, da pecuária, das minas e da agricultura, mas que vai além ao acolher em si os espaços pesqueiros, caiçaras, ribeirinhos e extrativistas. O campo, nesse sentido, mais do que um perímetro não-urbano, é um campo de possibilidades que dinamizam a ligação de homens e mulheres com a própria produção das suas condições de existência social e com as realizações de vida em comunidade.
     Portanto, as iniciativas educacionais não deve ser um que ensino se restringe ao necessário para a vida cotidiana e para realização de tarefas manuais simples; assistencialista, que possuem conotação assistencialista, nas quais a responsabilidade do Estado para com a oferta de educação em áreas rurais e executadas como mera obrigatoriedade, tem que ser de promoção e inclusão social a todos os tipos de saberes produzidos. Esta educação não pode ser dirigida para a reprodução de capital, mas deve ser uma educação sobre a qual os trabalhadores e seus filhos possam construir novas relações sociais, um novo modelo de sociedade, calcado no trabalho, na justiça social, na distribuição de renda, na reforma agrária.
  E com essa visão e na qualidade de educador da Rede Municipal e Estadual, além de Diretor de Comunicação licenciado do SINTET, que quero discutir a Educação do Campo na elaboração das proposta para o pleito eleitoral em 2016 

Um comentário:

  1. Como cobrar de um gestor que não tem a educação como prioridade? Que mentiu para a população que aumentaria a Bolsa Universitária para 80, e, simplesmente acabou com o programa, nem as 40 e muito menos 80!

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