Nelson Mandela |
Nessa perspectiva, vejo que o ódio aos movimentos sociais, aos partidos progressistas e as políticas de distribuição doe renda e inclusão social em geral é um eixo importante sobre o qual também giram as campanhas municipais de 2016 e presidencial em 2018. Esse sentimento antigo, manifestado abertamente por adversários de direita e representante do capital, com influência forte no eleitorado de oposição, permanece em estado latente e se manifesta mais claramente nas “guerras” presidenciais. Em tempos de “paz” é cochichado pelos cantos das Assembleias, no Congresso e, igualmente, em reuniões sociais onde não há preocupação em expor preconceitos contra a classe pobre e trabalhadora.
Nesses salões mais elegantes, esse extrato mais baixo da sociedade é tratado de
corja. Num desses encontros, o senador Aécio Neves do PSDB, teria vomitado
surpreendentemente, todo seu ódio contra os contemplados do Bolsa Família, ele
que quer Justamente ele que quer passa a idéia de um mineiro pacato com
os adversários políticos. A competição acirrada fez o candidato derrotado a
presidente pelos tucanos sair dos seus cuidados. “Sei que não vou ganhar. Minha
luta é contra o continuísmo dessa gente. É contra isso que vou lutar”,
confidenciou a Jorge Bastos Moreno, de O Globo. Isso, ainda no início de
campanha, revelou o jornalista.
A reação raivosa dessa gente que sempre teve seus privilégios garantidos é
comum no Estado de são Paulo. Mas levando em conta a tradicional cordialidade
na sociedade mineira, por exemplo, que aproximou o tucano Aécio do petista
Fernando Pimentel, que em 2008, firmaram a aliança, mesmo com resistências no
PT, para eleger o prefeito de Belo Horizonte, chega a ser assustadora. Na
política, excetuadas as exceções, os adversários não são tratados como
inimigos. Sabem que amanhã será outro dia e poderá estar no mesmo palanque.
O
ódio embutido na frase de Aécio Neves Presidente Nacional do PSDB e maior
partido da oposição aos grupos progressistas têm explicação e antecedentes, alguns
bem mais explosivos e de maior violência verbal. Em 2006, o senador Jorge
Bornhausen (PFL-DEM) lançou uma provocação violenta contra a reeleição de Lula:
“Vamos acabar com essa raça. Vamos nos livrar dessa raça por, pelo menos, 30
anos”. Falhou na previsão, como se sabe. Essas são algumas das raízes que
fazem o ódio aflorar no processo eleitoral destes anos de 2016/2018 de
forma mais transparente. O sentimento espalhou-se por uma parte considerável do
eleitorado. De alto a baixo.
Para derrotar esses movimentos revolucionários, as forças reacionárias criou-se
leis criminalizando movimentos, organizações e manifestações sócias,
desmantelaram programas de inclusão social e distribuição de renda, além de
estar em curso a retirada de direitos trabalhistas e previdenciários da classe
trabalhadora. Mas essa postura do PSDB/DEM/PPS, fez com que em 2014 grande um
contingente considerável de seu eleitorado optasse por Marina, fazendo a
candidatura de Aécio se desidratar em poucos dias. Ele chegou a ter 23%
das intenções de voto, e viu a possibilidade de perder no primeiro turno.
Não muito diferente é o movimento que se ver na parte expressiva da classe
média que apoio as manifestações pelo GOLPE. Carregando a bandeira do 'FORA
CORRUPÇÃO" ela e alguns senadores perceberam que no Governo Interino e
Golpista, quem mais ganhou foram os corruptos. Essa mudança também foi
alimentada, quando se percebeu que as medidas tomadas até agora, segue dois
eixo: o primeiro é pra proteger justamente os denunciados e abafar a Operação Lava
Jato; já a segunda é beneficiar o capital e a elite, que tem mais, acabando com
os programas e verbas para fins sociais, tirando dos pobres, quem ganha menos
nesse país. Ela ainda esta um pouco adormecido, em função dos constrangimento
dessas pessoas que foram manipulados, bateram suas panelas, expressaram todo
ódio, mas que estão sendo abandonados.
O
imprevisto jogou todos os pré - candidatos da direita para baixo nas pesquisas e
alçar Marina e manter o Ex - presidente Lula na liderança de todas elas. Trocar
Aécio por Marina não é, efetivamente, resultado político adequado pelos
critérios políticos mais tradicionais. A troca de candidato, no entanto, é
fruto do medo de uma nova vitória do dos movimentos sociais e progressistas e
que voltaram a se articular e ocupar as ruas, cujo compromisso social assusta
parte da sociedade com dificuldade de conviver com pobres. Essa porção de
privilegiados assusta-se com um pouco mais de igualdade. Portanto, fica um
recado, primeiramente para as campanhas municipais, que da mesma fonte que
brota o ódio também brota o medo e reaviva a esperança.
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