Durante
a campanha eleitoral para prefeito de 2012 em Conceição do Tocantins, vários
temas e programas ganharam destaques na agenda de debates, entre eles a compra
de um trator de esteira para combater a seca no sertão, a saúde com a
contratação de médicos e funcionamento do laboratório de analise clinica entre
outros. No entanto, A BOLSA UNIVERSIÁTIA foi o carro chefe na área da educação,
o que não deveria ser o debate prioritário, pois temos 100% das crianças em
idade infantil que moram no campo fora da escola, nenhuma criança de 06 meses a
03 anos sendo atendidas por uma instituição pública municipal na sede, sequer
um programa de alfabetização de adultos, seja na cidade ou no campo, para
amenizar o problema do analfabetismo absoluto. Sem mencionar o caos da logica
do transporte escolar entre zona rural - cidade, que massacra os alunos residentes na zona
rural, que tem que levanta às 4 horas da manha pra vir estudar e almoça às 2 da
tarde quando retornam, comprometendo seu rendimento escolar, além falta de
plano de carreira do magistério e incentivo aos profissionais, uma pauta e
tanto para a educação no município.
Sem
mais delongas, fato é que a BOLSA UNIVERSITÁRIA foi à menina dos olhos na
campanha de 2012, o Ex-prefeito Natal que regulamentou e implantou o programa,
fazendo inclusive opção pela sua remuneração salarial na função de servidor de
carreira federal, para investir o salario de prefeito na concessão, defendia a
continuidade do programa, porem com o mesmo numero de bolsistas e o mesmo valor
de até 450,00 reais de mensalidade. Em contra partida a equipe do atual
Prefeito Paulo Rocha, adotou o discurso do podemos fazer mais e melhor e
prometeu da sequência ao programa, mas assumiu o compromisso de expandir o
numero de concessão de 40 para 80 bolsas. Todo esse debate em torno da BOLSA
UNIVERSITÁRIA teve um ponto positivo, estimulou nossos jovens estudantes a
sonharem e prepara para o ingresso num curso superior, mais estão mais do que decepcionados,
então em situação financeira difícil para continuar seus estudos.
Mas
para se elaborar uma proposta de governo ou fizer uma promessa de campanhas, elas
devem ser fundamentadas a partir de um contexto com base de fatos e dados
concretos, nesse caso, o contexto chama-se execução orçamentaria, ou seja, será
que meu desejo e a vontade do povo cabem dentro do orçamento anual disponível? Por
isso, quem se propõe resolver os problemas do município e ampliar benefícios já
consolidados tem que ter a real dimensão e a responsabilidade de uma gestão não
só no aspecto político, mas administrativo, financeiro e jurídico. Falo isto, porque
já se passaram quase um ano da atual gestão e o prometido não foi cumprido,
além de interromper as concessões em andamentos dos alunos que cursão
universidade em diversas áreas com o auxilia da bolsa, sem nenhuma explicação
aos beneficiados. De acordo a servidora pública e mão de aluno, Adélia Cardozo,
a bolsa de sua filha foi interrompida sem nenhuma explicação plausível, o que
está acarretando situação financeira difícil para a manutenção da filha na
universidade, pois o programa foi um fator motivador na busca pelo curso
superior e ser interrompido dessa for além de irresponsável é cruel.
Porém,
alunos e pais ainda esperam que a palavra empenhada seja de fato horada. O vereador
Almir Junior disso a este blog que vai começar um processo de cobrança de
reativação das BOLSAS UNIVERSITÁRIA, em atendimento aos alunos que tem o
procurado, repercutindo o clamor dos pais na Câmara de Vereadores.
A
Bolsa e sua dimensão administrativa.
Segundo
o Vereador Amir Junior, em cobranças feitas anteriormente, base aliada do prefeito na câmara alegou que a
atual administração não tinha conhecimentos de documentos relativos ao programa
e que por isso, não teriam dado continuidade ao pagamento das bolsas aos
universitários já contemplados. Mas de acordo o vereador, isso não é falácia, pois eles
mesmos tinham relação de alunos, valores a serem pagos, alunos já concluinte,
além de copia da lei que cria e regulamenta o programa. Completou que o que
falta mesmo é compromisso politico, dizendo ainda, que observou uma manobra
administrativa para alterar a Lei em vigências para desobrigar o município com
aqueles que já são contemplados, mudando o Artigo 2º em que dá o direito aos
alunos que residem ou residiram no município, para atender apenas aos residem
atualmente. Com isso, reduziria o valor da bolsa, pois somente os alunos da
UNIGRAN seriam beneficiados, ao custo de 202 reais mensais, mais até essa
possibilidade já estaria fora de cogitação.
Ainda
assim, no inicio do ano os alunos que concluíram o ensino foram estimulados
pela prefeitura a fazerem o vestibular da UNIGRAN, aumentando esperança da
continuidade do programa, serviço através de propagando em carros de sons. Mas
segundo a Tutora da Universidade no Município, aproximadamente 50 estudantes deixaram de fazer a matricula ou
desistiram em função da interrupção das bolsas.
A
Bolsa e sua dimensão jurídica.
Com relação aos aspectos jurídicos, os alunos e seus pais poderiam fazer
no mínimo um questionamento jurídico junto à promotoria, por entender que a
atitude da atual administração feriu um direito público coletivo, pois a
concessão gera um vinculo contratual entre a prefeitura e os alunos ou seus
pais. A interrupção brusca dos repasses, que em dez messes acumularia um debito
no valor aproximado de 1600.000,oo reais, sem nenhuma explicação, gerou
situações de inadimplências entre universitários e universidades.
Se o paragrafo 4º do Art. 2º da Lei que
concede diz que “A bolsa será concedida pelo prazo mínimo de 1 (um) ano, salvo
para os estudantes que estiverem cursando o ultimo semestre, e será mantida ,
no máximo, pelo prazo necessário para a conclusão do curso”, existe O Decreto
que regulamenta a concessão que diz em seu Art. 6º que a bolsa de estudo será
encerrada de acordo as seguintes hipóteses: inciso I – mediante solicitação
formal e expressa do estudante; II – em virtude da conclusão do curso; III – na
ocorrência de situações de impedimento a sua manutenção, o que não é o caso dos
alunos prejudicados.
A
Bolsa e sua dimensão financeira
Já
falamos do impacto financeiro que a interrupção das concessões das bolas causou
na vida de que fez opção em fazer faculdade com a contrapartida desse programa,
mas não foram os alunos que foram lesados. Nesse casso, pra quem tem uma visão
um pouco mais alargada, percebe que o município também foi prejudicado
financeiramente, pois interrompeu um investimento em projetos que já tinham
mais de 80% de conclusão, representa dinheiro da comunidade jogado pelo ralo.
Ademais, a manobra
que se pretende fazer, alterando o projeto para custear cursos apenas de alunos
residentes na cidade, além de discriminar as demais faculdades e alunos, excluem
justamente aqueles que mais precisam desse auxilio, que são os que moram na
demais cidade e pagam aluguel, sem mencionar o custo de vida que envolve
transporte, entre outras despesas. Realmente esse problema merece uma discussão
mais profunda, pois percebemos cada vez a necessidade pessoas de outros lugares
para exerces funções que exige especialização, por falta de mão de obra
qualificada em nossa cidade.