Recentemente o Supremo Tribunal
Federal realizou um polemico debate que culminou com julgamento do tema
“aborto”, no que diz respeito aos casos de fetos com anencefalia, ou seja,
quando há má formação cerebral do feto, sem chances de sobrevivência da criança após o
nascimentoendo desfecho favorável. Vimos de um lado alguns movimentos
contrários, dentre eles em sua maioria grupos religiosos, que repudia qualquer
tema de discriminação do aborto. Do outro, movimentos sociais,
cientistas, grupos feministas e entre outros, que deseja ver esse tema tratado
como uma questão de saúde pública.
Muitos politico tem uma tendência
natural em se portar de maneira omissa em temas espinhosos, quando se trata do
assunto aborto então, observa-se um imenso silêncio da maioria. Se
considerarmos os períodos eleitorais, época em que essas temáticas vêm à tona,
dificilmente encontraria alguns deles para se pronunciarem sobre o caso, sobretudo
de maneira contundente, o que não contribui em nada para se avançar a
respeito do tema, uma vez que els são os reponsaveis por legislarem sobre materias diversas. Situação está, que afeta de maneira negativa e perigosa milhares de meninas, em
especial, negras, pobres e com baixa escolaridade, que acaba morrendo em
clínicas clandestinas.
Existe uma omissão e medo dos gestores públicos em se pronunciarem, pois com certeza todos tem uma
opinião formada, isso retrata muito bem o fala do Pastor e ativista norte-americano
Martin Luther King em que ele diz, “não tenho medo do barulho dos maus, mais me
apavora o silêncio dos bons”. Mais esse bolg, seguindo sua linha editorial, sempre se posicionará de maneira transparente e
equilibrada, para que nossos leitores possa encontrar subsídios, embasando-os
para participarem de discussões a respeito de matérias de interesse coletivo. Nessa perspectiva esse espaço não se esquivará de fazer uma pequena
reflexão sobre o tema.
Esse espaço entende que em pleno
século XXI, quando se tem todo tipo de anticonceptivos e vários métodos de
planejamento familiar, não cabe aqui uma apologia indiscriminada ao aborto. No
entanto, percebe-se que nem a proibição da lei e muitos a condenação religiosa
ajuda na superação da situação que essa parcela da população é submetida, nem os problemas de saúde publica que o país enfrenta por consequencia da clandestinidade . Nesse caso, um debate aberto, amplo e franco com toda sociedade
seria o melhor caminho, pois entendemos que o esclarecimento e a informação é a
melhor maneira de resolver, ou pelos menos amenizar essa tragédia oculta .
Sabe-se que a maioria das vitimas
de um aborto são meninas menores de idade, pertencente à classe economicamente
desfavorecida, negra e com baixa escolaridade, universo este, que as deixam numa situação de vulnerabilidade total frente a uma gravidez indesejada.
Muitas vezes, a gravidez é fruto de uma relação com homens casados ou de poder
aquisitivo razoável, que ao descobrir o resultado dos testes de
gravidez acabam pressionando essas meninas, que muitas vezes são crianças
gerando outras crianças e, sem nenhuma condição material de prover o próprio
sustento e sem apoio da família e discriminação da sociedade, leva-as a
atitudes extremistas já que não veêm outra saída a não ser o aborto.
Essa pressão não vem de forma
explicita, mas através de persuasão sutil, aonde o parceiro induz essas meninas
de baixa escolaridade de que a interrupção da gravidez é o único caminho.
Fragilizadas e abaladas psicologicamente, encontram na facilidade dos parceiros
em adquirir de forma clandestina remédios proibidos, levando essas vitimas a realizarem
essa pratica, que muitas vezes é mais nociva ao seu corpo do que uma gestação e
o parto em si. Por isso, esse espaço entende que essa temática tem que ser
discutida sobre o enfoque também de saúde pública, um direito universal, defendendo
o debate com forma de mostrar de maneira sincera, sem demagogia e radicalismo,
o submundo desta pratica, desnudando a visão das autoridades laicas e
religiosas, além de levar informação a parcela da sociedade que realmente sofre
com essa situação, MENINAS NEGRAS, DESFAVORECIDAS E DESAMPARADAS DA ASSITENCIA
DE TODO TIPO, ECONOMICA, SOCIAL E PSIQUICA.