Crianças brincam perto da obre sem saber o futuro sombrio |
Alegando que quando recebeu a gestão havia
uma diferença na evolução físico/financeiro, o significa que a empresa recebeu
mais do que construí, a atual gestão vai devolver R$ 1.350,000,00. O detalhe é
que o debate que a partir do qual se tomou essa decisão não foi conduzido pela
Secretaria de Educação ou outro educador, mas por técnicos da Secretaria de
Administração e do Controle Interno, que sempre vão dar prioridade aos impactos
dos números em detrimento da EDUCAÇÃO,
não considerando os impactos sociais e educacionais, que irão atingir aqueles
que mais são penalizados por um processo brutal da negação de seus direitos,
crianças negras e pobres, que tem nesses espaços sua única oportunidade de ter
um futuro mais promissor. Lamentável.
A conclusão da construção das novas duas creches
destinadas ao município de Conceição do Tocantins-TO, representaria mais do que
um espaço educacional, materializaria a oportunidade para se efetivar uma
verdadeira inclusão social, de maneira qualitativa para as crianças em idade 06
meses a 05 anos. Pois, além de proporcionar uma estrutura para a educação
infantil dentro dos padrões nacionais, ofereceria a mães que necessitam
trabalhar um espaço para que seus filhos pudessem ficar em segurança, num
ambiente que de fato viesse favorecer praticas educativas e recreativas eficazes,
pois são espaço propicio para o desenvolvimento de atividades pedagógicas
concretas, sem mencionar a satisfação dos profissionais em trabalharem num
espaço digno que traria o conforto e a condição profissional tanto sonhada.
No entanto, o que se observa é um triste retrato
visto em varias parte do estado, que é a descontinuidade das ações programas com
a mudança de gestão nos municípios após as eleições de 2012, o que não é
diferente no município de Conceição do Tocantins, sob a alegação de varias
justificativa que reforça a ideia de devolução e não a busca de outras soluções,
colocando na conta da educação mais esse absurdo. Com relatório que mostra uma
evolução dos pagamentos maior que a execução da obra e que apontaria para a incapacidade
financeira da empresa, optou por judicializar as negociações a partir de
notificações e acusações das quais não vou entrar no mérito, fato, que se
passou um ano para tomar uma decisão concreta, que gerou uma situação
insustentável com o acumulo de valores a corrigir e atualizar que aproxima da
casa dos 240,00 mil, além da dificuldade de retomar as negociações com a atual
empresa que ainda detém a concessão da obra, em função da judicialização das negociações.
Segundo a Ex-secretária de Educação Evilene
Pereira dos Santos Cirqueira, no inicio da atual gestão, o proprietário da
empresa teria vindo para tentar um acordo que incluiria um adiantamento de 50
mil reais para retomar obra, porém o prefeito não considerou viável em função
de garantias. Com diz um ditado dos mais velhos, um mau acordo muitas vezes é
melhor que uma boa demanda, nesse caso, mesmo que com as garantias mínimas,
seria muito melhor um adiantamento de cinquenta mil do que a devolução de mais
de um milhão de reais. Pois os relatórios elaborados, ao invés de nortear a
resolução dos obstáculos, serviram mais para atribuir responsabilidades do que
buscar outro caminho, que não fosse o que penalizasse a educação e as crianças que
vão paga o preço.
O que se esperava da atual gestão era uma
maior agilidade na resolução dos problemas, com ajuda de seus assessores
diretos e indiretos, que são nomeados e pagos para tal, e não buscar respaldo
da comunidade para se justificar a tomada previa de uma ação tão absurda como
essa, o papel da comunidade é colocar seus anseios e fomentar o debate e não
trazer soluções prontas, pois se há alguma irregularidade no processo, que se acione
a justiça, responsabiliza o responsável, descredencia a empresa atual e faça
nova licitação e se necessário apresente os órgãos técnicos do governo federal
novas planilhas que justifique o pedido de um terno aditivo ao valor inicial da
obra, que se invista 10ª, 200, trezentos mil na equiparação físico/financeiro.
Mais ai os técnicos esbravejam, ah mais é muito dinheiro, claro senhores, para
a educação é muito dinheiro, pois o que se vai para a educação não é visto como
investimento, mas como gasto, agora comprar um caminha para carregar lixo,
isso, aquilo e aquilo outro, pode colocar rios de dinheiro que ninguém
contesta, mas a educação de jeito e maneira.
Construção ficará abandonada |
Os técnicos alegaram que não tem demanda,
mais o novo plano de educação diz o contrário.
As pessoas que conduzirem o debate alegaram
que a cidade não tem demanda para duas creches, demostrando total
desconhecimento da realidade educacional do município, pois em se tratando de
demanda em estrutura, a educação infantil no município funciona em uma creche
inadequada aos padrões mínimos, uma extensão na sementinha de amor, que com
mérito vem realizando um trabalho magnifico, mas que não atente as exigências
do MEC e a única escola de ensino fundamental é cedida pelo estado. Quanto a
demanda de alunos, vale lembrar que 100% dos alunos em idade de educação
infantil da zona rural sofre com uma total negligencia da gestão municipal e as
crianças de 6 meses a três anos estão fora das creches, se não tratasse de um assunto tão serio
poderia dizer que essa afirmação por parte de que avalizou essa tomada de
decisão seria cômica, mas prefiro não brincar com uma situação tão triste com
esta.
Outro fato que reafirma a minha convicção que
essa audiência pública deveria ter sido conduzido pela Secretaria de Educação é
a falta de conhecimento das metas do Novo Plano Nacional Educação, ele será
aprovado esse ano no congresso e estado e município terá o prazo de um ano para
elaborar os seus, de modo que suas metas sejam todas atingidas num período de
10 anos. Para mostrar o retrocesso que foi essa decisão para a educação, vou
transcrever a primeira meta e estratégias do plano, que diz respeito justamente
a educação infantil:
Meta 1: Universalizar, até 2016, o atendimento escolar da
população de quatro e cinco anos, e ampliar, até 2020, a oferta de educação
infantil de forma a atender a cinquenta por cento da população de até três
anos.
Estratégias:
1.1) Definir, em regime de colaboração
entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, metas de expansão
das respectivas redes públicas de educação infantil segundo padrão nacional de
qualidade compatível com as peculiaridades locais.
1.2) Manter e aprofundar programa nacional
de reestruturação e aquisição de equipamentos para a rede escolar pública de
educação infantil, voltado à expansão e à melhoria da rede física de creches e
pré-escolas públicas.
1.3) Avaliar a educação infantil com base
em instrumentos nacionais, a fim de aferir a infraestrutura física, o quadro de
pessoal e os recursos pedagógicos e de acessibilidade empregados na creche e na
pré-escola.
1.4) Estimular a oferta de matrículas
gratuitas em creches por meio da concessão de certificado de entidade
beneficente de assistência social na educação.
1.5) Fomentar a formação inicial e continuada
de profissionais do magistério para a educação infantil.
1.6) Estimular a articulação entre
programas de pós-graduação stricto
sensu e cursos de formação de
professores para a educação infantil, de modo a garantir a construção de
currículos capazes de incorporar os avanços das ciências no atendimento da
população de quatro e cinco anos.
1.7) Fomentar o atendimento das crianças do
campo na educação infantil por meio do redimensionamento da distribuição
territorial da oferta, limitando a nucleação de escolas e o deslocamento das
crianças, de forma a atender às especificidades das comunidades rurais.
1.8) Respeitar a opção dos povos indígenas
quanto à oferta de educação infantil, por meio de mecanismos de consulta prévia
e informada.
1.9) Fomentar o acesso à creche e à
pré-escola e a oferta do atendimento educacional especializado complementar aos
educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades ou superdotação, assegurando a
transversalidade da educação especial na educação infantil.
Visão
de audiência pública
As pessoas que convocam a audiência publica
esse instrumento de participação popular, que é de fundamental importância para
o fortalecimento da democracia, tem que entender que o contraditório é
indispensável e faz parte do debate. Porem, se toda vez que uma pessoa tiver
pensamento diferente for taxada de comportamento político partidário ou
picuinha política, vai acabar que essas reuniões só vão ter a participação de
servidores públicos municipais e convocados.