Com a aprovação do Plano Nacional de Educação, estados e
municípios tiveram a data limite de 05 de junho de 2015 para elaborar e
implantar seus respectivos PEE e PME, como é o caso do município de Conceição
do Tocantins, sendo que dentre os vários temas debatidos esta a valorização dos
profissionais da educação com a equiparação salarial as demais carreiras de
níveis superiores, que ficou estabelecido nas metas 17 e 18. Nesse sentido,
ganhou relevância a revisão do valor do Piso Nacional do Magistério, a valorização
da carreira com a implantação dos Planos de Cargos, Carreira e Remuneração
(PCCR) e a criação de fundo próprio para gerir os recursos da educação, por
isso, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) realizou uma
Plenária Intercongressual para elaborar diretrizes de fortalecimento desses
temas que serão encaminhados ao congresso no formato de projetos lei e serem
aprovados.
A proposta da CNTE inclui professores e funcionários
de escola e define um piso salarial, vinculado a um plano de cargos e carreira
para todos, como forma de servir como referencia no enfrentamento que os
trabalhadores e trabalhadoras realizarão nos estados e municípios. Nos debates
promovidos ficou evidente que o vencimento mínimo inicial de um trabalhador com
formação de nível médio na escola, hoje, deveria ser 2.650 reais. O documento
final aprovado em plenária define um valor de 50% em cima do piso para
educadores com formação de nível superior e estabelece a valorização no
desenvolvimento da carreira, contemplando tempo de serviço e qualificação, (a
cada 3 anos, progressão de 6%; distribuídos em nove classes, com as letras de “A”
a “I” atingindo um percentual de 59,38 ao final da carreira; Já na progressão
vertical a evolução seria em níveis de “I” a “V”, sendo 50% para graduação, em
especialização mais 15%; com o mestrado 25% e com o doutorado o salário sobe
35% em cima do valor inicial do piso).
Em sua fala, Roberto Franklin de Leão, presidente da CNTE,
reforçou que trata-se de colocar em prática o que está determinado na lei do
Plano Nacional de Educação: “ O PNE estabelece que nós temos de ter um plano de
carreira para profissionais da educação até junho de 2016. Nossas diretrizes
devem ser avaliadas à luz da realidade de cada estado e município, mas o que
aprovamos aqui é um instrumento oficial, definido pela nossa base, necessário
para a manutenção dos profissionais na carreira e para atrair novos
educadores”.
A aprovação desse instrumento orientador e de valorização é
resultado de um longo processo de construção coletiva que inclui o
enfrentamento com o poder público, inclusive com greves quando se esgota o
dialogo, ou quando se avança sobre direitos trabalhistas, como no caso da
paralisação dos educadores do Estado do Tocantins, que aconteceu este ano. Além de ser um tema muito
oportuno, na valorização profissional, o documento foi construído a partir de
um método democrático e realista, por contemplar varias situações, isso porque
a CNTE convocou os profissionais da educação de todo o país, para fazer esse
debate, muito participativo, com várias polêmicas e assim, os temas acabaram
produzindo um sentido de unidade na defesa da carreira, do piso salarial, com
dois componentes fundamentais na valorização profissional, que a categoria
defende como condição essencial para a educação de qualidade que nós queremos
para a classe trabalhadora e para toda a sociedade brasileira.
Os representantes dos sindicatos filiados debateram e
votaram emendas ao documento-base da Plenária, discutidas durante o evento. Em
sua participação, Heleno Araújo, secretário de assuntos educacionais da CNTE,
disse que as adequações ajudaram a aperfeiçoar o texto e que é preciso lutar para
que todos os pontos sejam atendidos e que todo o debate feito pelo grupo de
trabalho, que passou pelo Conselho Nacional de Entidades, serviu para aprimorar
o documento, que foi validado na plenária. Todo esse trabalho tem que ser utilizado pelos
trabalhadores como referência no debate dos estados e municípios para não perder sua
razão de ser. No encontro outro tema foi a avaliação por desempenho do
profissional, na perspectiva daquilo que a categoria defende como avaliação -
que ela seja diagnóstica e venha para melhorar o rendimento dos profissionais e
dos estudantes, para que a escola possa, de fato, oferecer a educação com
qualidade, e não com base na meritocracia que valida uma lógica neoliberal e
capitalista da educação básica nas escolas públicas. Esses dois instrumentos
criados por todo esse debate têm que ser objeto de consulta para nos orientar
na cobrança de concurso publico para a categoria e na elaboração do nosso Plano
de Carreira.
Concurso Público
Dentro do que estabelece o Plano Municipal de Educação,
seguindo a meta 18 do Plano Nacional em sua estratégia 18.1.
quando afirma que “estruturar as redes públicas de educação básica de modo que, até o
início do terceiro ano de vigência deste PNE, noventa por cento, no mínimo, dos
respectivos profissionais do magistério e cinqüenta por cento, no mínimo, dos
respectivos profissionais da educação não docentes sejam ocupantes de cargos de
provimento efetivo e estejam em exercício nas redes escolares a que se
encontrem”, o município já deveria estar elaborando edital para provimentos de
concurso publico na área. Pois com a municipalização das series inicias do
ensino fundamental, os números de contratos temporários na rede se aproxima dos
índices de 50%, portanto, descumprindo a legislação. Todos sabemos, que esta
situação deixa os trabalhadores e trabalhadoras numa situação de instabilidade,
tanto do ponto de vista profissional, quanto familiar, pois no plano do
trabalho não sente segurança para o investimento na carreira e planejar sua práxis, já e no âmbito pessoal, sequer consegue planejar seu orçamento familiar a médio e longo prazo, em função das
incerteza do que acontecerá no próximo ano. Isso é desumano e o poder público
tem que se sensibilizar.
Plano de Carreira
Esse
debate que já fazemos desde 2010, juntamente com a categoria, chega a ser
desgastante e humilhante para uma categoria que é pouco valorizada, por isso, acreditamos
que já passou da hora da consolidação desse momento tão esperado pela categoria.
Digo isso, por que já na lei que criou o Piso do Magistério já estabelecia a
elaboração do referido plano, com carga horaria de 30% da jornada para atividades de
planejamento e formação; os gestores das pastas de educação e o gestor
municipal tiveram amplo conhecimento do assunto; não falta recursos, exemplo
claro foi o abono salarial de 12% neste anos aos professores, que não é um
instrumento de valorização, pois pode ser retirado a qualquer momento.
No
entanto, é preciso mais que o piso para valorizar a carreira, pois o PNE em sua meta 17 traz a seguinte redação: “valorizar os(as) profissionais do
magistério das redes públicas de educação básica de forma a equiparar seu
rendimento médio ao dos(as) demais profissionais com escolaridade equivalente,
até o final do sexto ano de vigência deste PNE”. Isso equivale a dizer
que a Lei do Piso do Magistério que estabelece o mínimo para os professores em
nível de magistério já não é suficiente,
hoje o valor R$ 1.917,78 é considerado defasado pela Confederação
Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), que defende o mínimo de R$
2.650,00. A meta 18 do PNE é contundente e estabeleceu um (02) anos para que estados
e municípios elaborasse e implantasse seus respectivos PCCR, porem, como os
Planos Estaduais e Municipais de Educação só foram aprovados um ano após o
nacional, significa que até junho de 2016 eles tem sido implementados.
Importante
Seria
de bom censo se o município elaborar e aprovar o PCCR e realizasse concurso para a
educação ainda este ano, para que entrasse em vigor no início do ano letivo
de 2016, assim, já teria uma noção exata do impacto financeiro na folha de
pagamento, dado essencial para se definir a Lei Orçamentária anula
(LOA) e a Lei de diretrizes Orçamentária (LDO), instrumentos que disciplina o
orçamento do próximo ano. Outro ponto que tem que deve ser levado em consideração na
elaboração do PCCR e contemplada meta 17, é a equiparação salarial do
magistério com os demais profissionais de nível superior, por isso, a que se ter
observância nas tabelas de valores e sua evolução, para que a meta seja cumprida
nos próximos seis anos. Finalizo dizendo que o nosso Plano de Carreira, tem que
ser construído com a participação dos atores locais envolvidos nesse processo, pois,
tanto nas secretarias de educação, finanças e administração, quanto da parte
dos professores, existem pessoas qualificadas em todas as dimensões para fazer
esse debate, não há necessidade de se pagar empresas caras para elaborar um
projeto que não contempla nossa realidade, além do mais existem segmentos como
o SINTET (sindicato dos trabalhadores em Educação do Tocantins), e a UNDIME
(União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação), para um eventual
assessoramento. Portanto, é chegada a hora.
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