O Piso Nacional da Educação é uma Lei
que vai muito além do valor mínimo a ser pago ao profissional do magistério,
ele traz muitos outros benefícios que garante aos profissionais de educação condições
dignas de trabalho durante sua carreira. Portanto, já deveria ter sido
implantado desde sua aprovação, pois lei aprovada e sancionada tem que ser
implantada para depois ser questionadas, não se sabe o porquê dessa exceção no
Brasil, quando se trata da legislação educacional, principalmente quando
beneficia o professor.
Acompanhando a fala do Ministro da
Educação, que teve uma posição contundente frente aos
diversos questionamentos de governadores e prefeitos quanto aos cálculos do
FUNDEB para a definição dos valores, tenho certeza que estados e municípios tem
condição de implantar a Lei do Piso na sua integra, falta apenas vontade
politica e compromisso com a educação. Pois o reajuste do piso é realizado com
base no reajuste do valor repassado por aluno a cada ente federado, no inicio
do ano, então, deduz que o problema é a falta de qualidade e transparência na
gestão destes recursos.
Essa lei que estabelece um valor mínimo
a ser pago aos profissionais do magistério em todo território nacional, garante
também a elaboração dos Planos de Carreiras desses, profissionais, nos quais
estabelecem uma serie de benéficos com progressão vertical e horizontal,
qualificação profissional, concessões de licenças e auxílios. Outro ponto
questionado pelos prefeitos e governadores é o paragrafo 5º do artigo 2º que
estabelece que dois terços da jornada de trabalho do professor devem ser
destinados à hora atividade (planejamento, estudos e elaboração de atividades).
O não cumprimento desta lei tem causado
situações inusitadas pelo país, aqui mesmo no município de conceição do
Tocantins temos um exemplo gritante. Sou Professor de Nível Superior e recebo
menos que um Professor de Nível Médio, isso se deve porque quando fiz o
concurso a diferençam era de 50% a mais, com a ausência de um Plano de Carreira
do Magistério, com o reajuste do piso os professores de nível médio tiveram
seus vencimentos corrigidos e igualou aos de nível superior, como eles estão na
sala com 30 horas e eu com 20, recebo 25% menos que os mesmo. Absurdo, mas é assim que tratam os educadores, que em sua
maioria aceitam.
Só não implanta a lei do piso quem não
quer, pois segundo as palavras do Ministro da Educação, existe um Fundo de um
bilhão de reais, que tem como objetivo a complementação orçamentária por parte
da união a estados e municípios, basta que eles preencham alguns pré-requisitos
para ter acesso a esses recursos. Recursos estes que segundo fontes do
ministério, jamais foram pleiteados.
Para ter essa
contrapartida, estados e municípios precisam aplicar 25% das receitas na
manutenção e no desenvolvimento do ensino; preencher o Sistema de Informações
sobre Orçamentos Públicos em Educação (Siope) dando transparência aos gastos; dispor
de plano de carreira para o magistério com lei específica e demonstrar
cabalmente o impacto que a lei do piso nos recursos do estado ou município.
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