9.19.2016

CAMINHOS PARA ESCOLHER UM BOM VEREADOR.



A função de vereador é tão importante quanto necessária para qualquer município, pois o Legislativo faz parte do tripé da administração pública municipal, juntamente com o Poder Executivo e o Judiciário, porém, é preciso conhecer melhor suas atribuições, para fazer uma escolha de qualidade e cobrá-lo no exercício de seu mandato. Pois, sendo as campanhas um espaço de disputa pela hegemonia do poder e de formulação de políticas públicas, nos cabe saber que existem funções que são próprias do cargo do legislador e outras ações que são comuns as demais lideranças políticas.
Os vereadores e vereadoras são os agentes políticos mais próximos das bases eleitorais, ou seja, da comunidade, por isso, deve ter por principio a defesa dos interesses populares. Esse trabalho consiste na mobilização dos setores organizados e na defesa dos direitos individuais e coletivos, sobretudo daquelas que ele representa, através de audiências públicas, assembleias, reuniões diversas e outras ações que rompe a velha lógica das cinco reuniões mensais, essa deve ser a linha de atuação de um Parlamentar Municipal, pois suas principais funções são de legislar e fiscalizar. Mais a frente vamos falar sobre cada uma delas, mas antes a comunidade precisa escolher seus representantes e, uma escolha consciente é tão ou mias importante que cobrar uma boa atuação da Câmara Municipal.
E quais seriam as características básicas de uma Proposta de Mandato para vereador? Acredito que uma boa propostas tem que ter quatro pontos essenciais: Fidelidade, Clareza, Articulação e identidade. Ao contrario do prega a grande mídia a política não algo ruim, pois e nela que se realizam quase todas as ações que podem beneficiar as populações mais carentes, mas os problemas são em grande parte os agentes políticos, que não tem vinculo com as convicções partidárias, pois por infidelidade trocam de legenda por conveniências movidas pelos próprios interesses. Por não terem convicções ideológicas, também na tem clareza de opiniões e em suas propostas, elas parecem mais um colcha de retalhos baseadas em fisiologismo, que se o cidadão fizer uma analise simples perceberá que não o representa.  A proposta de ação do candidato a vereador preciso ter articulação com o programa de governo do prefeito.
Outro ponto aspecto importante que a comunidade deve levar em consideração na hora da escolha é a identificação da proposta com a história pessoas e de luta do candidato/a a vereador ou vereadora. Pois cada deve ter uma trajetória de luta e/ou de vida comunitária, profissional ou política, que servirá como referencial para alavancar sua campanha, bem como, na escolha do eleitor. Isso dará ao cidadão mais consistência na avaliação da viabilidade de suas propostas, se elas são viáveis e exequíveis dentro da conjuntura municipal.
Por ultimo, descarta o candidato que faça promessas de construir obras e dar empregos, pois foge a atuação parlamentar, ele pode lutar pelas obras necessárias, fazer moções, fazer emendas orçamentárias e estimular a organização popular em torno delas. Cabe ainda ao vereador, a fiscalização das obras aprovadas, tanto no aspecto financeiro, quanto no cumprimento de prazos e demais condições gerais.





6.23.2016

CUBA: DESAVIOS E PERSPECTIVAS COM O FIM DO BLOQUEIO NA VISÃO DE JUAM POUSOS


Juan Pousos
Na minha ultima passa por Brasília tive o prazer de conhecer e conversar por quase 20 minutos com o Primeiro Secretário da Embaixada de Cuba no Brasil, o senhor Juan Pousos. E eu que sou um socialista convicto, naturalmente que não ia perder a de indagá-lo sobre a realidade da república Revolucionária Cubana, nesse momento tão crucial para aquele país, que é o inicio do processo da suspensão do embargo econômico imposto pelos Estados Unidos e todas as nações que rezam sua cartilha. Numa conversa rápida e chia de interrupções quis saber do senhor Juan Pousos, até que ponto essa abertura econômica ira afetar as convicções da sociedade cubana a respeito de suas convicções políticas, sua maneira de ser e sobre tudo o impacto disso tudo no modelo de sociedade.

Também não perdi a chance de perguntar sobre diversos como;  a presença do Papa Francisco nesses eventos, uma vez que ele já se mostrou um progressistas por natureza e mediou todo esse processo, além de escolher a ilha de Fidel Castro como o local de um encontro com o Kirill líder da Líder da Igreja Católica Ortodoxa Russa, que não acontecia a aproximadamente mil anos. Falamos do embargo econômico e político a Cuba, do estabelecimento das relações diplomáticas com os EUA e a primeira visita do Presidente Obama, além, da construção do Porto de Mariel na ilha com a participação do Brasil, tão explorada e questionada pela direita nas eleições presidenciais de 2014, mas que com a abertura econômica da ilha perceberam que o Brasil se adiantou e deu uma carta  de mestre. É sobre isso, que vou tratar nesse artigo um pouco longa, mas também, não menos interessante e provocativo.

Todos conhecem um pouco da incursão de 80 homens comandada por Fidel e Cheguevara que devolveu Cuba aos cubanos, que culminou como uma revolução na ilha, e depois seu alinhamento com a União Soviética no bloco socialista durante a Guerra Fria fazendo com que as relações com os Estados Unidos fossem completamente cortadas. Desde então, de 1961 até hoje, um embargo econômico – dentre tantas outras restrições impostas pelos americanos – deixou os dois países em lados opostos. Com uma influencia maior o EUA tentou ao povo cubano um estado de miséria e subjugar a ilha aos seus caprichos, mas não conseguiram minar a resistência revolucionária.

Ao contrario, a resistência ideológica da ilha contaminou o mundo, impôs varias derrotas ao embargo nos órgãos multilaterais como a ON, g-7 e g-15, levando ao inicio do processo de suspensão do bloqueio.   Estratégicos que são, o imperialismo americano mudaram de postura para na passar por vexames e constrangimentos, adotando idéia do presidente americano é levantar o embargo econômico de vez e restabelecer as relações comerciais e turísticas com Cuba. Acelerando o processo para avançar nesse sentido, a exemplo da visita de Obama à ilha no fim de 2014, quando o mundo presenciou a aproximação histórica entre Estados Unidos e Cuba, anunciado pelos respectivos presidentes, Barack Obama e Raúl Castro, que representa para o Juan Pousos a retomada de diálogo e a eliminação de resquício da Guerra Fria. No entanto, ela garante que isso na representa a mudança de pensamento do povo cubano, a cerca do modelo de sociedade, o ideário de homem político, da crença no socialismo como modelo ideal para se promover a igualdade entre as pessoas, a partir de políticas afirmativas com distribuição e renda e inclusão.  Segundo ele, isso ficou bem claro e sedimentado em discurso na Assembléia Nacional cubana de 2015, quando o presidente Raúl Castro disse que o país não está disposto a mudar o sistema político e não renunciará ao socialismo.
Primeira visita de um Presidente dos EUA

A primeira vista do Presidente Barack Obama foi emblemática em vários aspectos, pois após quase 90 anos e décadas de uma relação conflituosa, pela primeira vez um presidente americano faz uma visita oficial a Cuba, e quase que por ironia o de maneira estratégica a aparição do Presidente norte americano se deu em um palanque que frente a uma imagem gigantesca de Cheguevara, na qual mostra um Obama apequenado pelo ângulo da câmera. Só para ilustrar, esse desenho tornaria Che um dos ícones mais famosos e uma das imagens mais reproduzidas do mundo, foi tirada no dia 5 de março de 1960, durante uma cerimônia fúnebre que homenageava vítimas da explosão de um barco em Havana, Cuba, o fotógrafo cubano Alberto Korda registrou uma imagem de Che em um momento de concentração, parado, em pé, com um olhar compenetrado. A foto ganharia, mais tarde, o nome de “Guerrillero Heroico”.

        Outro tema que perguntei foi sobre a participação do Papa Francisco nesse processo e o significado da sua presença para o povo cubano, se mostrou muito otimista, visto que ele se mostrou progressista, citando como exemplo o fato do papa ter recebido os 50 maiores lideres sociais do mundo no Vaticano, para tratar de economia solidária, entre eles João Pedro Stedile, líder do Movimento Sem Terra (MST).  Para Juan Pousos, no momento em que o mundo vive uma situação excepcional e delicada, fruto claramente de uma política capitalista agressiva, que desestabiliza governos eleitos democraticamente em busca de riquezas e mercados consumidores, a visita do Papa Francisco ao país de Cuba tem uma simbologia profunda. Pois segundo, apesar de Francisco reconhecer os grandes avanços em varias áreas das ciências, ele alertou para o sofrimento da humanidade com a fome, com a insegurança, doenças cada vez mais nefastas, migrações forçadas pela guerra provocadas pelas grandes potências, que procura solução no efeito e não na causa do problema, tudo isso tira a dignidade do ser humano, disse ele. Em sua fala ela atribuiu essa realidade nefasta a crença ingênua num sistema capitalista, na qual o mercado forte e livre resolveria todos os problemas, pois com o crescimento das economias todos seriam beneficiados, “liserfire”, termo que quer dizer “deixe fazer”, modelo duramente criticado pelo papa Francisco em sua primeira Carta de Exortação Papal.

A influencia do Papa no processo
      Esse modelo de desenvolvimento, aonde o mercado busca o lucro fácil a partir da exploração do outro, em que transformam as pessoas em resíduo humano, que segundo as palavras do próprio Papa, o indivíduo humano já teria passado da condição de material descartável para a situação de lixo humano. Esse sistema perverso que visa o lucro excessivo, o enfraquecimento de organismos internacionais multilaterais e humanitários, luta para fortalecer as grandes corporações econômicas cada vez mais globalizadas, tentando diminuir e desqualificar o papel na promoção do bem estar dos menos favorecidos e excluídos, a exemplo do que assistimos na Europa, em que os mais forte economicamente, para manter a hegemonia de suas teses pressionam os governantes de países mais pobres a sacrificarem seu povo para manter o status quó de uma minoria sedenta por poder, construindo um novo bezerro de ouro, o dinheiro. Para não dizer que estou usando a biografia para fazer proselitismo político, vou citar na integra uma passagem da Carta de Exortação Papal, chama  Alegria do Evangelho, em que ele diz no parágrafo 59: “Não à desigualdade social que gera violência”


“59. Hoje, em muitas partes, reclama-se maior segurança. Mas, enquanto não se eliminar a exclusão e a desigualdade dentro da sociedade e entre os vários povos será impossível desarraigar a violência. Acusam-se da violência os pobres e as populações mais pobres, mas, sem igualdade de oportunidades, as várias formas de agressão e de guerra encontrarão um terreno fértil que, mais cedo ou mais tarde, há-de provocar a explosão. Quando a sociedade – local, nacional ou mundial – abandona na periferia uma parte de si mesma, não há programas políticos, nem forças da ordem ou serviços secretos que possam garantir indefinidamente a tranquilidade. Isto não acontece apenas porque a desigualdade social provoca a reação violenta de quantos são excluídos do sistema, mas porque o sistema social e econômico é injusto na sua raiz. Assim como o bem tende a difundir-se, assim também o mal consentido, que é a injustiça, tende a expandir a sua força nociva e a minar, silenciosamente, as bases de qualquer sistema político e social, por mais sólido que pareça. Se cada ação tem conseqüências, um mal embrenhado nas estruturas duma sociedade sempre contém um potencial de dissolução e de morte. É o mal cristalizado nas estruturas sociais injustas, a partir do qual não podemos esperar um futuro melhor. Estamos longe do chamado “fim da história”, já que as condições de um desenvolvimento sustentável e pacífico ainda não estão adequadamente implantadas e realizadas”.
O encontro de Francisco com Kiril

Não menos emblemático foi o encontro de Francisco com o Lidere Religioso Russo, Kiril, que não acontecia a aproximadamente a mil anos, depois que se criou a Igreja Católica Ortodoxa Russa. De acordo com o Secretário da Embaixada Cubana, o encontro realizado em Havana, Cuba durou duas horas em uma sala de reuniões do aeroporto internacional José Martí. Perguntei então, por que os dois líderes religiosos decidiram se encontrar em Havana, a capital de um país que até 1992 era oficialmente ateu e que é também a nação com menos cristãos na América Latina? Ele Respondeu sorridente que foi em parte sorte, mas também planejamento estratégico.

Segundo ele a parte da sorte tem a ver com o fato do patriarca russo ter previsto viajar a Cuba ao mesmo tempo em que o papa Francisco ia ao México, e assim era prático para ambos se encontrar ali. Mas ele afirmou que o componente estratégico está relacionado ao fato de que a relação entre as duas Igrejas é muito influenciada pela história europeia. Essa relação precisaria de um novo começo. Por causa disso, a reunião não poderia ocorrer na Europa nem nos Estados Unidos. Cuba acabou se tornando uma grande escolha porque é amigável com a Igreja Católica, porque historicamente foi um país católico, mas também para a Rússia, porque foi o aliado mais próximo de Moscou no continente americano, afirma.



Vista aérea do Porto de Mariel
Por fim, conversamos sobre a parceria brasileira na construção do Porto de Mariel, com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), que gerou um alarde danado por parte da direita no Brasil.   Nesse momento ele afirmou com uma propriedade que poucos brasileiros tem sobre o assunto, em função da contaminação política ideológica sobre esse debate, me mostrando números e perspectivas econômicas e comerciais para o país. Ele iniciou dizendo que o Brasil não deu dinheiro publico para Cuba, foi aberto uma linha de credito junto ao BNDES, no qual 80% dos componentes foram construídos no próprio Brasil, gerando 150 mil emprego ao país, com 440 empresas envolvidas, gerando uma movimentação de 800 milhões em exportações e serviços

Mesmo o governo brasileiro tendo exposto que antevendo o fim do bloqueio a cuba, o país se tornaria o parceiro econômico de primeira ordem de da Ilha, que aponta para a tendência de alta da população, que hoje é de 11 milhões de pessoas, alijada da economia internacional, mas que com a abertura representa um mercado em potencial para empresas brasileiras, a elite sempre fez duras criticas com discursos do passado. Mas hoje, frente ao GOLPE em andamento, já começa mudar o discurso conservador e reacionário, pois as projeções o Porto de Mariel uma oportunidade ímpar para o comercio exterior do Brasil, pois se localiza a menos de 150 quilômetros do maior mercado do mundo, o dos Estados Unidos.  Sem mencionar, o planejamento da implantação de uma Zona Especial de Desenvolvimento Econômico criada nos moldes das existentes na China. Ali, ao contrário do que ocorre no resto do país, as empresas poderão ter capital 100% estrangeiro. Ele ainda afirmou, que o Itamaraty sempre buscou  completar uma de suas funções primordiais: mercado para as empresas brasileiras. Não é à toa, portanto, que o Brasil abriu uma nova linha de crédito, de 290 milhões de dólares, para a implantação desta Zona Especial em Mariel. Agora resta saber se com esse governo Interino e Golpista e José Serra, no comando da Política Externa Brasileira, esse projeto terá continuidade ou será enterrado.


6.16.2016

A EDUCAÇÃO NA MIRA DO FACÃO



a Senadora Fátima(PSB) disse em discursos no senado, que as medidas proposta por Temer-Meireles matará o presente e o futuro da educação brasileira, Mercadante pede que profissionais da educação se organizem para defender o Plano Nacional de Educação (PNE).

A senadora reiterou, nessa terça-feira (14), no plenário do Senado, o alerta que vem sendo feito pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) sobre os riscos que corre a educação brasileira com as medidas que estão sendo implantadas pelo governo provisório de Michel Temer – medidas pautadas no programa “Uma Ponte para o Futuro”, que ameaça concretamente o direito à educação pública e às conquistas dos trabalhadores em educação, na última década.
Entre as propostas destacadas pela entidade estão a proposta de emenda à Constituição (PEC) que prevê a desvinculação orçamentária dos gastos sociais. Apesar de a proposta aprovada na Câmara ter retirado da medida os recursos com educação, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, já informou que incluirá os gastos com o setor. Ela destacou ainda a iniciativa, já anunciada, de se limitar o reajuste dos gastos sociais à inflação do ano anterior e cortes na política de acesso à universidade e à educação profissional e tecnológica.
“É meu papel como professora que sou, hoje ocupando a cadeira de Senadora da República, chamar a atenção dos meus colegas professores, dos estudantes e da sociedade brasileira. (…) Não se trata de precipitação, trata-se de compromisso, trata-se de realismo, nós temos que lutar incansavelmente para rejeitar propostas desse tipo, porque se isso vierem a se concretizar, significa, na verdade, matar o presente e o futuro da educação”, afirmou Fátima.

Já o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse nessa terça-feira (10) que o Fórum Nacional de Educação (FNE) e os profissionais do setor precisam brigar pelo Plano Nacional de Educação (PNE). “Ele estabelece diretrizes muito consistentes na educação para as próximas décadas. O que não podemos permitir é um retrocesso e um desmonte do PNE. E vocês têm ouvido vozes que defendem a desconstrução do PNE, isso vai ser um retrocesso muito grande”, disse, sem citar os eventuais críticos do plano.
Mercadante participou do 1º Encontro Nacional dos Fóruns Permanentes de Educação e falou sobre “preocupações e desafios para o futuro próximo”, diante do iminente afastamento da presidenta Dilma Rousseff e da condução do vice-presidente Michel Temer ao cargo de chefe do Executivo. Além dos representantes do FNE, o encontro reúne coordenadores dos fóruns estaduais, municipais e distrital.
Governo Temer
Segundo o ministro, o governo cumpriu o que estava previsto até agora na Lei do PNE e deve continuar lutando para que todos os estados e municípios também tenham seus planos. Mercadante disse que é preciso avançar no financiamento da educação para cumprir as 20 metas do plano e criticou a possibilidade de extinção do mínimo constitucional de investimento e da desvinculação de recursos para a educação como consta no documento Uma Ponte para o Futuro, divulgado pelo PMDB em outubro do ano passado e que deve nortear as ações do governo Temer.
A Constituição estabelece que a União invista um mínimo de 18% do que arrecada em educação e, estados e municípios, 25% de suas receitas. “O país precisa priorizar a educação. Estamos gastando 21% da receita, se nós mantivéssemos 18% teríamos que ter tirado R$ 5 bilhões no ano passado. E eles querem rebaixar os 18%”, disse. Segundo Mercadante, com a redução, estados e municípios não conseguirão pagar o piso salarial dos professores.
Mercadante também se diz preocupado com a implantação da nova Base Nacional Comum Curricular e com a ampliação da formação de professores.
Além das medidas ligadas à educação, o ministro também criticou a política social de um possível governo Temer, que, segundo ele, deverá beneficiar apenas os 5% mais pobres da população. “Temos 48 milhões de estudantes na educação básica, 17 milhões são de famílias que recebem o Bolsa Família. Se o programa focar apenas em 5% da população, 12 milhões de crianças e jovens perderão o Bolsa Família e nós vamos assistir aquela cena de parar no farol das grandes cidades e ter aquelas crianças pedindo, como era comum. É fundamental mantê-las na escola para construir outro país”, disse o Mercadante.
Conferência
O coordenador do FNE, Heleno Araújo, disse que a categoria também está preocupada com a suspensão temporária da presidenta Dilma Rousseff. “Temos um acúmulo de espaço, participação e investimento do poder público na estruturação do FNE. Não sabemos como será à frente, já que em governos anteriores de partidos que querem ocupar esse espaço nós não tivemos oportunidade de encaminhar essas lutas coletivas com o Poder Público. Foi sempre um processo de resistência e de organização, mas apenas da sociedade civil”, comparou.
Araújo disse que o fórum esta preparando sua agenda para a Conferência Nacional de Educação de 2018 (Conae 2018), precedida das conferências estaduais e municipais. “Hoje vamos sair com o calendário pronto para ser executado e é isso que vamos cobrar de quem estiver ocupando o espaço no governo”, explicou.
A terceira edição da Conae 2018 foi estabelecida em decreto assinado na segunda-feira (9) pela presidenta Dilma Rousseff e terá como tema A Consolidação do Sistema Nacional de Educação (SNE) e o Plano Nacional de Educação (PNE): monitoramento, avaliação e proposição de políticas para a garantia do direito à educação de qualidade social, pública, gratuita e laica.


http://cnte.org.br/index.php/educacao-na-midia/16669-fatima-regra-temer-meireles-matara-o-presente-e-o-futuro-da-educacao-brasileira.html

6.13.2016

Da mesma fonte que brota o ódio, brota o medo, mas também reaviva a esperança.



Nelson Mandela
Uma frase celebre de Nelson Mandela foi que: "Ninguém nasce odiando outra pessoa pela sua cor da sua pele, por sua origem, por sua religião ou ainda por sua opção política. Para odiar as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar".

Nessa perspectiva, vejo que o ódio aos movimentos sociais, aos partidos progressistas e as políticas de distribuição doe renda e inclusão social em geral é um eixo importante sobre o qual também giram as campanhas municipais de 2016  e presidencial em 2018. Esse sentimento antigo, manifestado abertamente por adversários de direita e representante do capital, com influência forte no eleitorado de oposição, permanece em estado latente e se manifesta mais claramente nas “guerras” presidenciais. Em tempos de “paz” é cochichado pelos cantos das Assembleias, no Congresso e, igualmente, em reuniões sociais onde não há preocupação em expor preconceitos contra a classe pobre e trabalhadora.
    Nesses salões mais elegantes, esse extrato mais baixo da sociedade é tratado de corja. Num desses encontros, o senador Aécio Neves do PSDB, teria vomitado surpreendentemente, todo seu ódio contra os contemplados do Bolsa Família, ele que quer Justamente ele que quer passa a idéia de um mineiro  pacato com os adversários políticos. A competição acirrada fez o candidato derrotado a presidente pelos tucanos sair dos seus cuidados. “Sei que não vou ganhar. Minha luta é contra o continuísmo dessa gente. É contra isso que vou lutar”, confidenciou a Jorge Bastos Moreno, de O Globo. Isso, ainda no início de campanha, revelou o jornalista.
      A reação raivosa dessa gente que sempre teve seus privilégios garantidos é comum no Estado de são Paulo. Mas levando em conta a tradicional cordialidade na sociedade mineira, por exemplo, que aproximou o tucano Aécio do petista Fernando Pimentel, que em 2008, firmaram a aliança, mesmo com resistências no PT, para eleger o prefeito de Belo Horizonte, chega a ser assustadora. Na política, excetuadas as exceções, os adversários não são tratados como inimigos. Sabem que amanhã será outro dia e poderá estar no mesmo palanque.
O ódio embutido na frase de Aécio Neves Presidente Nacional do PSDB e maior partido da oposição aos grupos progressistas têm explicação e antecedentes, alguns bem mais explosivos e de maior violência verbal. Em 2006, o senador Jorge Bornhausen (PFL-DEM) lançou uma provocação violenta contra a reeleição de Lula: “Vamos acabar com essa raça. Vamos nos livrar dessa raça por, pelo menos, 30 anos”. Falhou na previsão, como se sabe.  Essas são algumas das raízes que fazem o ódio aflorar no processo eleitoral destes anos de 2016/2018  de forma mais transparente. O sentimento espalhou-se por uma parte considerável do eleitorado. De alto a baixo.
     Para derrotar esses movimentos revolucionários, as forças reacionárias criou-se leis criminalizando movimentos, organizações e manifestações sócias,  desmantelaram programas de inclusão social e distribuição de renda, além de estar em curso a retirada de direitos trabalhistas e previdenciários da classe trabalhadora. Mas essa postura do PSDB/DEM/PPS, fez com que em 2014 grande um contingente considerável de seu eleitorado optasse por Marina, fazendo a candidatura de Aécio se desidratar em  poucos dias. Ele chegou a ter 23% das intenções de voto, e viu a possibilidade de perder no primeiro turno.
     Não muito diferente é o movimento que se ver na parte expressiva da classe média que apoio as manifestações pelo GOLPE. Carregando a bandeira do 'FORA CORRUPÇÃO" ela e alguns senadores perceberam que no Governo Interino e Golpista, quem mais ganhou foram os corruptos. Essa mudança também foi alimentada, quando se percebeu que as medidas tomadas até agora, segue dois eixo: o primeiro é pra proteger justamente os denunciados e abafar a Operação Lava Jato; já a segunda é beneficiar o capital e a elite, que tem mais, acabando com os programas e verbas para fins sociais, tirando dos pobres, quem ganha menos nesse país. Ela ainda esta um pouco adormecido, em função dos constrangimento dessas pessoas que foram manipulados, bateram suas panelas, expressaram todo ódio, mas que estão sendo abandonados.
O imprevisto jogou todos os pré - candidatos da direita para baixo nas pesquisas e alçar Marina e manter o Ex - presidente Lula na liderança de todas elas. Trocar Aécio por Marina não é, efetivamente, resultado político adequado pelos critérios políticos mais tradicionais. A troca de candidato, no entanto, é fruto do medo de uma nova vitória do dos movimentos sociais e progressistas e que voltaram a se articular e ocupar as ruas, cujo compromisso social assusta parte da sociedade com dificuldade de conviver com pobres. Essa porção de privilegiados assusta-se com um pouco mais de igualdade. Portanto, fica um recado, primeiramente para as campanhas municipais, que da mesma fonte que brota o ódio também brota o medo e reaviva a esperança.

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