10.10.2012

OPINIÃO PÚBLICA OU PUBLICADA?

foto de Dirceu, publicada no Jornal Estadão

Tenho acompanhado nas redes sociais, desde cedo, e sem surpresa alguma, o êxtase subliterário de toda essa gente de direita que comemora a condenação de José Dirceu como um grande passo civilizatório da sociedade e do Judiciário brasileiro. Em muitos casos, essa exaltação beira a histeria ideológica, em outros, nada mais é do que uma possibilidade pessoal, física e moral, de se vingar desses tantos anos de ostracismo político imposto pelas sucessivas administrações do PT em nível federal. Não ganharam nada, não têm nada a comemorar, na verdade, mas se satisfazem com a desgraça do inimigo, tanto e de tal forma que nem percebem que todas essas graças vieram – só podiam vir – do mesmo sistema político que abominam, rejeitam e, por extensão, pretendem extinguir.
José Dirceu, como os demais condenados, foi tragado por uma circunstância criada exclusivamente pelo PT, a partir da posse de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002, data de reinauguração do Brasil como nação e república, propriamente dita. Uma das primeiras decisões de Lula foi a de dar caráter republicano à Polícia Federal, depois de anos nos quais a corporação, sobretudo durante o governo Fernando Henrique Cardoso, esteve reduzida ao papel de milícia de governo. Foi esta Polícia Federal, prestigiada e profissionalizada, que investigou o dito mensalão do PT.
Responsável pela denúncia na Procuradoria Geral da República, o ex-procurador-geral Antonio Fernando de Souza jamais teria chegado ao cargo no governo FHC. Foi Lula, do PT, que decidiu respeitar a vontade da maioria dos integrantes do Ministério Público Federal – cada vez mais uma tropa da elite branca e conservadora do País – e nomear o primeiro da lista montada pelos pares, em eleições internas. Na vez dos tucanos, por oito anos, FHC manteve na PGR o procurador Geraldo Brindeiro, de triste memória, eternizado pela alcunha de “engavetador-geral” por ter se submetido à missão humilhante e subalterna de arquivar toda e qualquer investigação que tocasse nas franjas do Executivo, a seu tempo. Aí incluída a compra de votos no Congresso Nacional, em 1998, para a reeleição de Fernando Henrique. Se hoje o procurador-geral Roberto Gurgel passeia em pesada desenvoltura pela mídia, a esbanjar trejeitos e opiniões temerárias, o faz por causa da mesma circunstância de Antonio Fernando. Gurgel, assim como seu antecessor, foi tutelado por uma política republicana do PT.
Dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal, seis foram indicados por Lula, dois por Dilma Rousseff. A condenação de José Dirceu e demais acusados emanou da maioria destes ministros. Lula poderia, mas não quis, ter feito do STF um aparelho petista de alto nível, imensamente manipulável e pronto para absolver qualquer um ligado à máquina do partido. Podia, como FHC, ter deixado ao País uma triste herança como a da nomeação de Gilmar Mendes. Mas não fez. Indicou, por um misto de retidão e ingenuidade, os algozes de seus companheiros. Joaquim Barbosa, o irascível relator do mensalão, o “menino pobre que mudou o Brasil”, não teria chegado a lugar nenhum, muito menos, alegremente, à capa de um panfleto de subjornalismo de extrema-direita, se não fosse Lula, o único e verdadeiro menino pobre que mudou a realidade brasileira.
O fato é que José Dirceu foi condenado sem provas. Por isso, ao invés de ficar cacarejando ódio e ressentimento nas redes sociais, a direita nacional deveria projetar minimamente para o futuro as consequências dessas jurisprudências de ocasião. Jurisprudências nascidas neste Supremo visivelmente refém da opinião publicada por uma mídia tão velha quanto ultrapassada. Toda essa ladainha sobre a teoria do domínio do fato e de sentenças baseadas em impressões pessoais tende a se voltar, inexoravelmente, contra o Estado de Direito e as garantias individuais de todos os brasileiros. É esperar para ver.
As comemorações pela desgraça de Dirceu podem elevar umas tantas alminhas caricatas ao paraíso provisório da mesquinharia política. Mas vem aí o mensalão mineiro, do PSDB, origem de todo o mal, embora, assim como o mensalão do PT, não tenha sido mensalão algum, mas um esquema bandido de financiamento de campanha e distribuição de sobras.
Eu quero só ver se esse clima de festim diabólico vai ser mantido quando for a vez do inefável Eduardo Azeredo, ex-governador de Minas Gerais e ex-presidente do PSDB, subir a esse patíbulo de novas jurisprudências montado apenas para agradar a audiência.

  cartacapital.com.br / Leandro Fortes

8.24.2012

68 ANOS GET´LIO DEIXA A VIDA PARA ENTRAR NA HISTÓRIA



Um Presidente que lutou
pelos direitos trabalhistas
e direitos sociais
Getúlio Vargas deixou dois documentos de despedida. O primeiro, conhecido como Carta-testamento, foi divulgado pelo rádio para todo o país logo após o suicídio. Foi encomendado ao amigo de confiança José Soares Maciel Filho, por este redigido e assinado pelo presidente. O outro, escrito a lápis em papel oficial, que chamaremos de carta-despedida, foi encontrado depois. São dois textos muito diferentes.

A Carta-testamento é a despedida do político Getúlio Vargas. É desafiadora, agressiva, quase triunfante. É um grito de guerra, uma conclamação ao povo para que leve adiante a luta de sua libertação iniciada por ele, Getúlio Vargas. A morte não é vista como derrota, mas como sacrifício redentor, como bandeira de luta. Maciel Filho refletiu o pensamento do presidente sem ter sobre os ombros o peso da tragédia. Nela, a morte do político Getúlio Vargas é uma vitória.
A carta-despedida é o adeus do homem Getúlio Vargas. É a expressão de sentimentos de amargura, desencanto, derrota. A traição dos amigos, a ingratidão de muitos, o ódio dos inimigos tinham quebrado a resistência do velho de 72 anos, tirando-lhe a capacidade de luta exibida em outras crises. Nela, a morte do homem Getúlio é uma derrota.

Foi a morte trágica do homem Getúlio Vargas que deu à morte do político seu enorme poder de mobilização do sentimento popular. A junção das duas mortes garantiu a Getúlio Vargas a entrada na história após a saída da vida. A imensa multidão de cariocas e outros brasileiros que acompanharam seu féretro do Palácio do Catete até o Aeroporto Santos Dumont foi o testemunho de sua vitória e a garantia de seu lugar no coração do povo e na história do Brasil.


 

Carta-Testamento
um governo popular ou populista?
Mais uma vez, as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se novamente e se desencadeiam sobre mim.

Não me acusam, me insultam; não me combatem, caluniam e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes. Sigo o destino que me é imposto. Depois de decênios de domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci. Iniciei o trabalho de libertação e instaurei o regime de liberdade social. Tive que renunciar. Voltei ao governo nos braços do povo. A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho. A lei de lucros extraordinários foi detida no Congresso. Contra a Justiça da revisão do salário-mínimo se desencadearam os ódios. Quis criar a liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás, mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculada até o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre. Não querem que o povo seja independente.

Assumi o Governo dentro da espiral inflacionária que destruía os valores do trabalho. Os lucros das empresas estrangeiras alcançavam até 500% ao ano. Nas declarações de valores do que importávamos existiam fraudes constatadas de mais de 100 milhões de dólares por ano. Veio a crise do café, valorizou-se o nosso principal produto. Tentamos defender seu preço e a resposta foi uma violenta pressão sobre a nossa economia a ponto de sermos obrigados a ceder.

Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora, resistindo a uma pressão constante, incessante, tudo suportando em silêncio, tudo esquecendo, renunciando a mim mesmo, para defender o povo que agora se queda desamparado. Nada mais vos posso dar a não ser meu sangue. Se as aves de rapina querem o sangue de alguém, querem continuar sugando o povo brasileiro, eu ofereço em holocausto a minha vida. Escolho este meio de estar sempre convosco. Quando vos humilharem sentireis minha alma sofrendo ao vosso lado. Quando a fome bater à vossa porta, sentireis em vosso peito a energia para a luta por vós e vossos filhos. Quando vos vilipendiarem, sentireis no meu pensamento a força para a reação. Meu sacrifício nos manterá unidos e meu nome será a vossa bandeira de luta. Cada gota de meu sangue será uma chama imortal na vossa consciência e manterá a vibração sagrada para a resistência. Ao ódio respondo com o perdão. E aos que pensam que me derrotaram respondo com a minha vitória. Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo de quem fui escravo não mais será escravo de ninguém. Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue terá o preço do seu resgate.

Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia, não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na história. 

 

Carta-Despedida

Imenso cortejo acompanhou o
corpo de Getúlio ao aeroporto
Deixo à sanha dos meus inimigos o legado da minha morte.

Levo o pesar de não haver podido fazer, por este bom e generoso povo brasileiro e principalmente pelos mais necessitados, todo o bem que pretendia.

A mentira, a calúnia, as mais torpes invencionices foram geradas pela malignidade de rancorosos e gratuitos inimigos numa publicidade dirigida, sistemática e escandalosa.

Acrescente-se a fraqueza de amigos que não me defenderam nas posições que ocupavam, a felonia de hipócritas e traidores a quem beneficiei com honras e mercês e a insensibilidade moral de sicários que entreguei à Justiça, contribuindo todos para criar um falso ambiente na opinião pública do país contra a minha pessoa.

Se a simples renúncia ao posto a que fui elevado pelo sufrágio do povo me permitisse viver esquecido e tranqüilo no chão da Pátria, de bom grado renunciaria. Mas tal renúncia daria apenas ensejo para, com mais fúria, perseguirem-me e humilharem. Querem destruir-me a qualquer preço. Tornei-me perigoso aos poderosos do dia e às castas privilegiadas. Velho e cansado, preferi ir prestar contas ao Senhor, não de crimes que não cometi, mas de poderosos interesses que contrariei, ora porque se opunham aos próprios interesses nacionais, ora porque exploravam, impiedosamente, aos pobres e aos humildes.

Só Deus sabe das minhas amarguras e sofrimentos. Que o sangue de um inocente sirva para aplacar a ira dos fariseus.

Agradeço aos que de perto ou de longe trouxeram-me o conforto de sua amizade.

A resposta do povo virá mais tarde...









8.21.2012

CENTENÁRIO DE JOSÉ CURCINO




Zé Curcino, Julia sua esposa e bisnetas
 No dia 18 de agosto de 2012 foi comemorado um centenário de vida de José Curcino, na fazenda JENIPAPEIRO, local onde ele morou a maior parte de sua vida, criando ali filhos netos, bisnetos e tataranetos. Em função da fragilidade de sua saúde causada pelos anos de uma vida de muita luta, pois os tempos nem sempre apresentaram as facilidade que temos hoje, foi obrigado a se deslocar para a cidade de Goiânia, onde mora com seus filhos.
Ao lado de sua esposa e seu compadre e
 grande amigo Martins Curcino (88 anos)
Nas comemorações esteve presente um grande numero de pessoas, a começar pelos familiares que hoje é composta de varias gerações. Mas observou a presença de amigos de longas datas de cidades vizinhas como a do município de Paranã, além de pessoas de longas distancias como Goiânia. Outra presença que não pode deixar de ser notada foi a do Prefeito Municipal NATAL CURCINO que faz parte de família, acompanhado de seu pai Martins Curcino, com a idade de 88 anos, que se alegrou emocionou muito com o reencontro e o feito do compadre e amigo Zé Curcino.

Esse acontecimento foi muito comemorado por varias razões, pois quando analisamos dados e relatos de situações reais vividas por essa encantadora faixa etária, observamos que houve avanços, mas também relatos de indignação nem sempre imaginadas por nós. Segundo pesquisas apresenta pelos alunos do Colégio Estadual José Francisco de Azevedo, num trabalho coordenado pela Professora Ângela Maria da Silva, 01 a cada 10, ou seja, 10% da população brasileira têm 60 anos ou mais, idade considera pelas Nações Unidas para considerar uma pessoa idosa, já no norte este índice é de 5,5% de acordo o IBGE. 62,4% dos idosos são responsáveis pelos domicílios e têm, em média, 69 anos de idade e 3,4 anos de estudo. Com um rendimento médio de R$ 657,00, o idoso ocupa, cada vez mais, um papel de destaque na sociedade brasileira.
Familiares se emocionam durante homenagem
Ainda segundo a pesquisa, cerca de 70% dos asilos que existem hoje no Brasil foram abertos a partir dos anos 80. O dado consta de um estudo da economista Ana Amélia Camarano, que analisou a infraestrutura das instituições que abrigam idosos nas regiões Norte, Centro-Oeste e Sul do país. A multiplicação dos asilos é consequência da inserção da mulher no mercado de trabalho. Isso fez com que os idosos perdessem assistência em suas próprias famílias. Um dado interessante é que cada asilo abriga em média 25 pessoas, o que representa um gasto mensal de 600 reais por idoso, outro dado complementar é que dessa faixa etária, em que muitos sofrem com doenças crônicas, o que leva a 14% a se tronarem inválidos; desses 23% tem entre 60 e 70 anos; entre 70 e 80 anos são 30% e entre os que tem mais de 80 anos chega a 33%
Ao contrario do que muitos idosos pensam e se comportam, muitas vezes por indução o por questões socioeconômicas, a idade não é uma barreira para se viver bem e feliz. O problema é que em um país relativamente jovem como o Brasil, dá-se pouca importância e espaço para que pessoas experientes, com um vasto repertório de conhecimento possa se exercitar sobre todos os aspectos e, isso se agrava ainda mais quando esse país é subdesenvolvido ou em desenvolvimento.
Mais o percentual de pessoas acima de 60 anos tem crescido no Brasil, e isso tem que ser considerado para que se se pense em ações e politicas que valorize e garanta direitos a essas pessoas.
Coma verduras e legumes variados diariamente; - Procure comer no mínimo 3 frutas ao dia, como a laranja, morango, acerola, entre outras.- Evite ficar longos períodos sem se alimentar, procure ingerir nos intervalos das refeições pequenos lanches como por exemplo pão integral e queijo branco;- Beba bastante água durante o dia.
3 - Geriatria - é importante que as pessoas da terceira idade procurem um especialista, ou seja, um geriatra, pois nessa idade a preocupação com a saúde é importante e nessa faixa etária deve ser uma constante. Pois a manutenção da saúde em idades avançadas, da funcionalidade, bem como, a detecção e tratamento precoce possibilita ao idoso o máximo grau de independência.
Bisnetas, filha e Nora

Coma verduras e legumes variados diariamente; - Procure comer no mínimo 3 frutas ao dia, como a laranja, morango, acerola, entre outras.- Evite ficar longos períodos sem se alimentar, procure ingerir nos intervalos das refeições pequenos lanches como por exemplo pão integral e queijo branco;- Beba bastante água durante o dia.
3 - Geriatria - é importante que as pessoas da terceira idade procurem um especialista, ou seja, um geriatra, pois nessa idade a preocupação com a saúde é importante e nessa faixa etária deve ser uma constante. Pois a manutenção da saúde em idades avançadas, da funcionalidade, bem como, a detecção e tratamento precoce possibilita ao idoso o máximo grau de independência.


Fazenda Jenipapeiro
1-    Alimentação correta - Quanto mais conhecimento a população tiver sobre questões de saúde, maior será a expectativa de vida, com hábitos alimentares como: uma dieta rica em frutas, (como mamão e cenoura, azeite de oliva, aves e peixes, aumenta em 50% mais a longevidade do idoso.


Momento de alegria pelo cetenário
2 – Sociabilidade - uma companhia estimula atitudes positivas em relação à vida, vale todo tipo de companhia: parentes, amigos, namorados. O casamento é a relação que dá mais resultado. Exercícios para o cérebro como leitura, palavras ou jogos de tabuleiro como dama e xadrez. Outro aliado importante são as atitudes positivas em relação à vida, pois elas nos fazem viver mais, estudos apontam que pessoas que pensam positivo podem viver até 12 anos a mais.



Drawlas Ribeiro, Graduado em Pedagogia, Especializado em Gestão Educacional, Professor da Educação Básica e Presidente do Diretório Partido dos Trabalhadores (PT) em Conceição do Tocantins.

8.16.2012

FHC infeliz na crítica a Lula, mas tem o direito de fazê-la


Publicado em 15-Ago-2012
Com todo jeito de crítica, o ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou que o ex-presidente Lula participa da campanha eleitoral municipal deste ano em favor de nosso candidato a prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT e partidos aliados) e em todo o país porque "virou político". Como se houvesse algum mal nisso...

O ex-presidente FHC disse que seu sucessor no Planalto participa da campanha de Haddad porque "virou político profissional. Não era, mas virou. E político profissional tem que ter candidato, se meter em tudo, tem que opinar."

Após ministrar uma aula magna na FGV-SP, o ex-presidente tucano disse que apóia o candidato do PSDB a prefeito de São Paulo, José Serra, mas não participa ativamente de campanhas porque tem outras ocupações e não lhe cabe ser cabo eleitoral depois de ter sido presidente.

Ele manifestou dúvidas, ainda, sobre a força do apoio do ex-presidente Lula a Haddad. "Se o candidato não se faz ninguém o faz. Os candidatos é que se fazem em uma ligação com a população. O resto é um pouco ilusório."

Lula faz política. Como FHC sempre fez


Bom, o ex-presidente não percebeu que seu colega ex-presidente faz o que ele FHC sempre fez: politica. Cada um de sua forma e com seus dotes. Lula lidera o maior partido do pais e tem voto. 70% dos eleitores brasileiros declaram às pesquisas pretender votar nele para presidente em 2014.

FHC tem seus dotes, inegáveis. Não tem voto, mas tem prestígio. Não tem partido, porque ninguém hoje comanda o seu PSDB, mas como ex-presidente da República tem liderança e legitimidade. Ele apenas escolheu outro caminho, diferente do seguido por outros ex-presidentes, e até há pouco tempo decidia na cúpula quem era ou não candidato tucano.

O ex-presidente, ainda a maior liderança nacional do PSDB, faz palestras, escreve e dá entrevistas. Recebe prêmios e honrarias, merecidos, com ampla, justa e generosa divulgação na mídia. Ele tem uma agenda própria que vai da descriminalização da maconha e drogas leves a outros pontos de igual importância e potencial de gerar polêmica.

Ruim criticar sucessor por fazer política. Que mal há nisso?


Fosse outro já estava crucificado pela mídia, mas ele, pelo contrário, tem até apoio. Assim, cada um na sua. Outros ex-presidentes são senadores, como José Sarney (PMDB-AP) e Fernando Collor de Mello (PTB-AL). Além do nosso saudoso Itamar Franco (do PPS, quando morreu no dia 2 de julho do ano passado), que foi govenador e senador pela nossa terra, as Minas Gerais, depois de ter ficado quase três anos como presidente da República no Planalto.

Fica ruim para o ex-presidente FHC criticar seu sucessor Lula por fazer política. Parece coisa reacionária, atrasada, preconceituosa. Lula não poderia fazer porque foi operário? Política fazemos todos nós de forma pública e transparente, de acordo com nossas convicções, abraçando as bandeiras que achamos que devemos encampar, cada um como pode e como quer e manda a Constituição.


8.14.2012

Advogado de Jefferson usa cortina de fumaça, dizem analistas



O advogado Luiz Francisco Correia Barbosa usou apenas cerca de 20 minutos do limite de uma hora de sua fala para tentar provar a inocência de Jefferson. Definiu a ação como “açodada, incompleta e improcedente” e possivelmente responsável um “festival de absolvições”, pois o Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, teria falhado ao não denunciar o ex-presidente. Depois, em tom irônico, não poupou críticas aos dois.
Para questionar a não inclusão de Lula no processo, a defesa usa o princípio da indivisibilidade da ação penal, supondo que se o Ministério Público Federal sabia da prática de crime por um indivíduo A e B, precisaria denunciar ambos. Com isso, tentaria fazer o MPF interromper o processo e promover uma ação contra Lula, explica Wálter Maierovitch, desembargador aposentado e colunista de CartaCapital. Algo pouco provável de ocorrer. “Dizer que há mais um réu não denunciado é uma aventura. O procurador entendeu que só os nomes no processo estavam envolvidos.”
A tática, aponta Claudio José Langroiva Pereira, professor-doutor em Direito Processual da PUC-SP, visa desestruturar a acusação, apresentando-a como direcionada. “Isso é o mesmo que desviar o foco da acusação dos 38 réus.” Maierovitch completa: “[Barbosa] está usando uma cortina de fumaça para que não se pergunte o que Jefferson fez com o dinheiro recebido por ele, já que não declarou para quais pessoas ou despesas ele pagou.”
Segundo a defesa de Jefferson, o ex-deputado e presidente do PTB denunciou o suposto esquemaaos então ministros Ciro Gomes e Miro Teixeira, além de Lula. O presidente, disse o advogado, teria reagido surpreso e traído. Uma versão defendida desde o estouro do caso em 2005 pelo parlamentar, mas contraposta por Barbosa. Para ele, após o governo ser alertado, a Casa Civil e a Abin montaram uma operação com pessoas disfarçadas para filmar um funcionário dos Correios recebendo propina para silenciar Jefferson. “Ele inventa fatos sem provas. Se isso ocorreu mesmo, porque não produziu provas? Por que faz essas alegações novas no final do julgamento?”, questiona Maierovitch.
Um vídeo divulgado à época mostrava Maurício Marinho, então funcionário da estatal, recebendo propina de empresários. O homem dizia ter o consentimento de Jefferson. Poucos dias depois, o petebista, se sentindo acuado e abandonado pelo governo, partiu para o ataque ao cunhar em uma entrevista ao jornal Folha de S.Paulo a expressão “mensalão”.
A defesa sustentou também haver provas “evidentes” do envolvimento do ex-presidente. De acordo com Barbosa, dirigentes do banco BMG conseguiram uma audiência com Lula, que logo depois emitiu uma medida provisória permitindo a bancos em geral entrar no mercado de créditos consignados. Como teria havido problemas, outra reunião com o banco ocorreu para que, segundo a defesa, Lula emitisse um decreto deixando claro que todos os bancos poderiam participar daquele tipo de operação. “Em seguida, o PT obteve empréstimos do Rural e BMG, acusado no processo.” Ele ainda sustentou que na Justiça de Brasília corre ação contra Lula pelo ressarcimento de 10 milhões de reais correspondentes ao envio de cartas a segurados sociais incentivando a contratação de empréstimos consignados.
Defesa em segundo plano
A defesa de Jefferson sustentou que o ex-deputado é a única testemunha a garantir que recebeu em dinheiro 4 milhões de reais do publicitário Marcos Valério em espécie e pessoalmente em um acordo de ajuda na eleições municipais de 2004. O acordo de apoio era de 20 milhões de reais para todo o Brasil. Mas o advogado defendeu que esse tipo de transferência é entre partidos e está na lei 9504/1997, que incluiria também autorização para que isso ocorresse em espécie. “O Supremo decidirá se aplica ou não essa lei, mas é preciso lembrar que Jefferson não tinha nada escriturado, não requereu nada”, aponta o desembargador aposentado.
Segundo o advogado, não há lavagem de dinheiro porque não pode haver esse crime sem saber no momento do recebimento que se trata de dinheiro sujo. “Em 2004, o PT era arauto da moral. Como supor que esse dinheiro poderia ser ilícito?”, questionou. Ele ainda completou dizendo que o PT pegou empréstimos que possuem registros de execuções bancárias, portanto, segundo ele, legais. “Roberto Jefferson não ocultou nada, não há nenhuma prova nos autos de que ele recebeu esse dinheiro a não ser a sua própria palavra. Isso é ocultação?”
Para Pereira, “esta tese tenta sustentar que a comunicação dele o isentou de lavagem, mas o detalhe é que essa situação só foi comunicada porque não havia como o ex-deputado escapar de uma investigação já em trâmite”. “Se tudo tivesse ocorrido normalmente, porque ele teria feito essa comunicação”, questiona o especialista.
Barbosa, prosseguindo, ressaltou que pela tese da acusação Jefferson estaria votando a favor do governo em 2005 tendo recebido no ano anterior a suposta propina. Destacou que a PGR tenta de forma equivocada estabelecer uma relação entre pagamentos e votações, como a reforma da previdência. “O PTB criou a previdência social e Jefferson é o redator do capitulo referente a ela na Constituição. O estranho seria ele votar contra essa reforma e não a favor como aponta a denúncia.”
Ele também alegou que os deputados são invioláveis civil e criminalmente e, por isso, não poderiam ter tido sua conduta “escrutinada” pelo Ministério Público.

Gabriel Bonis


8.11.2012

Saúde em Conceição: um projeto que tem que ser reconhecido e valorizado.




GOVERNO FEDERAL

Novo anexo do Posto
Estratégia de Saúde da Família
A saúde publica é uma pedra no sapato de qualquer Gestor Público, seja na esfera federal, estadual ou municipal, principalmente depois que a oposição (PSDB, DEM e PPS) tirou de forma brusca e irresponsável o imposto pra a saúde chamado de CPMF e criado por eles mesmo, o que poderia ser feito de maneira gradativa. Por isso, não é atoa que apesar de ter uma oba avaliação em todos os quesitos, o governo da Presidenta Dilma tem uma nota regular nessa área.
No entanto, existe hoje em fase de apreciação pra regulamentação o Projeto de Emenda Constitucional chamado de PEC 29 que foi criado para dá mais recursos para a saúde. O Governo estipulou um percentual de 12% para os Estados e 15% para os Municípios destinados a saúde e para a União não estipulou nenhum percentual. Isso não agradou os trabalhadores do setor de saúde. Com isso, foi criada uma Frente Nacional por mais recursos na saúde,  um movimento da Sociedade Civil que trata da PEC 29 que busca maiores recursos para a área da saúde e que já foi sancionado pelo governo.
Laboratório de Analise Clinica
O projeto altera a Lei Complementar nº 141/12, que regulamentou a Emenda Constitucional 29, não só no que diz respeito ao subfinanciamento do SUS, mas também propondo que os recursos sejam aplicados em conta vinculada, mantida em instituição financeira oficial, sob-responsabilidade do gestor de saúde.

GOVERNO ESTADUAL

Já na esfera estadual, o Governador terceirizou a saúde repassando a administração dos 13 hospitais regionais de media complexidade e mais o Hospital Geral de Palmas (HGP) para a Fundação Pró-Saúde, por um contrato milionário, atestando assim a incompetência do governo para planejar e implementar projetos não só na saúde, mas em diversas áreas. O triste nesta história é que a saúde só veio a piorar em vários aspectos, inclusive com uma troca inaceitável de Secretários e a quebra de contrato com a empresa contratada, causando um imenso prejuízo ao erário público estadual, dinheiro que se tivesse repassa aos municípios teria amenizado a saúde naquelas localidades.

O deputado estadual Stalin Bucar (PR) afirmou ao CT que a quebra do contrato que trata terceirização da saúde pública do governo do Estado com a organização social Pró-Saúde foi “uma jogada estratégica do governo”. Para o parlamentar, o rompimento do contrato com a Pró-Saúde acontece no momento em que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga o bicheiro Carlinhos Cachoeira pediu a quebra do sigilo bancário da empreiteira Delta no Tocantins - empresa pivô do esquema do contraventor. Stalin disse que deverá propor uma reunião com a bancada de oposição da Assembleia Legislativa (AL) para investigar a prestação de contas da Pró- Saúde com o estado”
Já o diretor operacional da Organização Pró-Saúde, Marcos Henrique Wächter, ao ser questionado sobre quem deverá arcar com o ônus gerado pela rescisão do contrato do governo do Estado com a Pró-Saúde, não teve dúvida: “Veja bem, nós temos um contrato de parceria [com o governo], todas as atividades são custeadas pelo governo, mediante prestação de contas. Todas as despesas têm que sair do erário. O ônus é dos parceiros”.
De acordo com o diretor, o governo estaria demonstrado desequilíbrio econômico na parceria, o que teria inviabilizado a continuação do contrato. “Estamos em entendimento com a secretaria para que a Sesau [Secretaria de Saúde do Estado] cumpra com todos os compromissos, para que não se tenha desabastecimento, para que não se tenha descontinuidade dos serviços, para que a população não sinta os efeitos em nenhum aspecto dessa transição que vai ocorrer”, afirmou o diretor ao CT


GOVERNO MUNICPAL



Nos municípios não é diferente, pois com poucos recursos os prefeitos tem que se desdobrarem para superar os obstáculos e manter o atendimento básico de saúde a população, já que as cidades é a esfera que mais tem contato com população que sofre com toda essa mazela nacional.
Entres alguns dos obstáculos a serem superados está a dificuldade para trazer profissionais especializados para o interior em função da falta de estrutura e as escassez de mão de obra no setor, hoje uma equipe com dois médicos, dois dentista e dois enfermeiros fica aproximadamente em 40 mil reais. Agregado a isso vem a precariedade dos hospitais regionais de media complexidade, que obriga os municípios a deslocarem os seu usuários para os grandes centros a custos altíssimos de transportes, causando sofrimento ainda mais para aqueles que buscam um alivio para sua dor.

CONCEIÇÃO DO TOCANTINS

No de 07 de agosto de 2012, dia do quadragésimo nono (49º) aniversario do município, o prefeito NATAL CURCINO entregou seu projeto de saúde a comunidade, ressaltando um trabalho de planejamento em médio prazo para que o orçamento possibilitasse a concretização desse grande feito que foi a construção de uma rede Municipal de Saúde.
Nesse projeto consta da manutenção da Equipe Especializada acima mencionada, ampliação do POSTO DE SAÚDE para abrigar o segundo Programa de Saúde da Família, no valor de R$ 200.000,00 (duzentos mil). A construção de um LABORATÓRIO DE ANALISE CLINICA, com a aquisição de todo mobiliário e aparelhos no valor de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), além da construção da SALA DE RADIOLOGIA  e a aquisição de um a parelho de Raio X no valor de 50.000,00 (cinquenta mil reais); vale ressaltar que todos esses feito só possível pela capacidade de buscar recursos nas esferas competentes e com a contrapartida de recursos do município em todas essas realizações.
Após a entrega desse presente a comunidade no dia do aniversário de Conceição conversou com o prefeito NATAL, perguntando como ele avaliava a conclusão da sua proposta para esses quatro anos de mandato que termina, ele foi bem equilibrado ao afirmar que essa era apenas uma etapa do que tinha que ser feito. No entanto, ele se mostrou ainda insatisfeito com o que foi realizado, disse que para os próximos quatro anos precisa avançar e que a população tem que continuar cobrando.
Perguntei então se ele for eleito qual seriam suas metas para a saúde, nesse aspecto ele foi taxativo, afirmando que irá transformar o setor de emergência em um PRONTO ATENDIMENTO, no qual já foi dado o primeiro passo tirando o PSF do prédio, valorizar os servidores da saúde não só com melhores remunerações, mas com a efetivação dos AGENTES DE SAÚDE, cujo projeto já encontra em fase de elaboração, além de estudar um plano de carreira para os servidores da área.
Para finalizar o atual prefeito disse que o mais positivo para a continuidade desse projeto é que além da pessoas que hoje prestam serviço na área, temos profissionais filhos da cidade, como as Biomédicas Zora Yhonaria e Kacilene Ribeiro, o Médico Dr. Vladimir Tamoyo e suas Enteadas, a Radiologista Mariza Cirqueira, além doss Enfermeiros Gilberto Martins e Luizelena Dorneles, diminuindo a rotatividade de profissionais.
São por todos esse fatores que esse projeto tem que ser reconhecido e valorizado.


galeria de fotos













8.07.2012

Folia do Divino: Cultura e religiosidade popular



As folias que não tem aquele sentido profano de folguedo, brigas ou confusão, são ainda hoje, em Conceição do Tocantins, uma prática em plena atualidade, convivendo mesmo com o progresso que pelos últimos anos tem chegado ao município.
Anualmente sai duas folias, cujo objetivo é o giro de 40 dias representando o período em que o Espírito Santo é arrecadar esmola para a festa do Divino no mês de julho. Sai no domingo de páscoa e percorre a maior parte do município.
A tradição manda que durante o giro, os foliões pratiquem abstinência sexual e preparem as cantigas de rodas e catiras para serem cantadas nas casas visitadas e onde a folia pernoita. Os temas usados são: a política e os acontecimentos cômicos do município, sempre em tom satírico e jocoso.
Existe o canto especial quase invariável, que são de os pedidos e agradecimento de esmola e pedido de rancho, e da despedida e agradecimento de rancho, o canto do cruzeiro e muitos outros.
Os foliões, em geral de 08 a 12, por folia, incluindo o alferes que conduz a bandeira e o caixeiro incumbido de rufar as caixas rústicas, feitas de madeira oca e pele de animal, com requintes intercalados. Quando a tarde elas vão a Igreja Nossa Senhora da conceição, as caixas repicando e o sino batendo, onde os foliões cantam na sua maneira de rezar, pedindo a benção à santa saem depois seguindo o alferes até o local do cruzeiro. Em seguida montam nos seus animais e sai para o demorado giro, cada folia para sua direção.
Nas casas onde param para o almoço (previamente escolhidas e avisadas), fazem o pedido e depois agradecem, sempre em forma de cantos. Depois podem cantar rodas e catiras, antes de prosseguirem até o local do rancho da dormida, onde é solenemente feito o pedido para pernoitarem cantando com acompanhamento da caixa, da viola e pandeiros. À noite, após o jantar, divertem os visitantes cantando rodas e catiras acompanhados de instrumentos já citados e sapateados.
Ao alvorecer os foliões são despertados pelo caixeiro ao repicar e rufar a sua caixa.
Em cada casa a folia é recebida pela família que no momento do canto ajoelha e é coberta pela bandeira conduzida pelo alferes. Às vezes, o dono da casa, pede a bandeira e percorre todas as dependências da casa, para que seja abençoado todo o cômodo da residência.
O giro se desenvolve nessa rotina até o dia da chegada, quando se verifica o encontro das folias, solenidade que conta com acompanhamento da população.
Após o canto de encontro, os alferes realizam gesticulações com as bandeiras ondulando ao vento. Estas gesticulações são denominadas venas que culminam da saudação do povo e a outra folia, ocasião em que os foliões de uma folia saúdam a bandeira da outra. Em seguida vão todos para a Igreja saudar Nossa senhora da Conceição e agradecer a proteção recebida durante o giro.
Saindo da Igreja vão para a casa do Imperador, pessoas responsáveis pela organização dos festejos e realização das folias, onde cantam o canto especial, destinado a ele, ocasião em que toda sua família se deixa encobrir pela bandeira.
Após o jantar e o canto de ação de graças, brincam até o amanhecer e depois prestam conta ao Imperador, das esmolas recebidas, que se destina ao pagamento das despesas da festa e ajudar a Igreja na manutenção de seus trabalhos. Depois da missa solene, é realizado o sorteio para a escolha do Imperador do ano seguinte, (Povoa, 1986).


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Congada: Centenária Tradição Folclórica de Conceição



Dança de motivação africana, o Congo é um ato popular criado por escravos, que consistia na coroação de faz de conta de um Rei negro, escolhido dentro de uma comunidade religiosa. Assim sendo, a irmandade de Nossa Senhora da Conceição tinha seu rei, a de Nossa Senhora dos Remédios em Arraias tinha o seu, bem como a irmandade de Nossa Senhora da Natividade em Natividade também.
Após a escolha do Rei, um cortejo vestido de roupas coloridas o acompanhava pelas ruas contando e dançando, até a porta da Igreja Matriz. Chegando ao local o Rei era coroado com uma coroa de latão, por um oficial de justiça o qual lhe entregava um certificado com validade de um ano. Durante esse período, ele tinha o respeito de seus súditos negros, mediando inclusive desavenças no relacionamento entre o grupo e com seus senhores.
Embora seja criado por escravos no Brasil, a presença de elementos da cultura africana é evidente. Ainda mais, quando se analisa a história da República do Congo, onde os Reis tinham o costume de viajar pelo país com uma enorme caravana, com pessoas de roupas coloridas, cantando e dançando e maneira exuberante.
Apesar de seu caráter festivo, onde os donos de escravos aproveitavam para diminuir o ímpeto de alguns inconformados, podemos retirar das congadas, de forma analógica, outro conceito. Analisando a parte dramática onde os personagens dialogam, podemos observar o retrato das lutas políticas da época pelo domínio territorial na corrida pelo ouro. Na congada de Conceição, sua parte dramática expressa as relações de poder entre as Capitanias do Pará e Maranhão, bem como suas influências no território, onde hoje situa o Estado do Tocantins.
Fica então uma interrogação; se cada irmandade tinha um rei, se cada rei tinha o respeito de seus súditos, se as dramatizações continham expressões políticas da época, não seria esse evento de faz de conta, uma estratégia política na luta contra a escravidão? Assim como a roda de capoeira, tida como uma dança negra, e que era uma verdadeira arma dos negros na luta contra o regime escravocrata.




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