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20 de Novembro é
o Dia Nacional da Consciência Negra. É o momento de celebrar a memória Zumbi
dos Palmares e Dandara, herói e heroína do povo brasileiro. Mas acima de tudo é
um dia de reflexão e busca de novas formas para enfrentar o racismo que,
infelizmente ainda hoje dificulta e tira a vida de mulheres e homens em todo o
país.
A escravidão no
Brasil – um dos maiores crimes de lesa-humanidade já vistos, ocupou ¾ de nossa
história. Como herança resta não apenas as condições desiguais de
desenvolvimento econômico e de condições básicas de vida dos afro-brasileiros,
mas, sobretudo, a naturalização do sofrimento, da dor e da morte negra. A
ideia de que a “carne mais barata do mercado é a carne negra” se
reafirma pela poesia da bala, que trocada ou perdida, sempre atinge seu alvo: o
corpo negro.
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A exposição
permanente do corpo de seres humanos negros presos, torturados, mutilados e de
onde violentamente se arranca a vida, não foi suficiente para sensibilizar e
mobilizar de fato a sociedade como um todo e, menos ainda, os governos de
quaisquer instâncias ou partidos.
A indignação
aumenta ao perceber que grande parte da violência é promovida justamente por
aqueles que deveriam evitá-la. Segundo a Anistia Internacional, em 2011, o
número de mortes por autos de resistência apenas no Rio
de Janeiro e em São
Paulo foi 42,16% maior do que todas as execuções promovidas
por 20 países em que há pena de morte! Em São Paulo só em 2012,
546 pessoas foram mortas em decorrência de confronto com a Polícia Militar.
Como parâmetro para esse escândalo, basta lembrar que os movimentos de defesa
de direitos humanos reivindicam a morte e desaparecimento de 426 pessoas em 21
anos da ditadura civil-militar, iniciada em 1964. Na cidade de São Paulo, de
acordo com o IBGE, 56 % dos jovens vítimas de homicídios são negros. Esse
número atinge 71% nos casos de jovens mortos em confronto com a polícia.
A violência
estampada no índice de homicídios que atinge a população negra soma-se à
precariedade dos serviços públicos e dos diversos direitos sociais, escasso
para toda a classe trabalhadora e ainda mais limitado à população negra.
Neste 20 de
novembro o Movimento Negro estará nas ruas, nas praças e nas escolas, para
denunciar o Estado e os governos – todos eles, por reproduzirem uma
política de negação de direitos sociais, de repressão e violência através de
uma segurança pública que elege o jovem negro, pobre e morador de periferias
como principal alvo de sua repressão.
Nossos gritos
exigirão Cotas raciais em universidades e concursos públicos; Fim do
Genocídio e a desmilitarização das polícias além de um debate democrático sobre
um novo modelo de segurança pública para o país; Defesa da Lei 10639, que
traz a história e cultura afro-brasileira para as escolas; defesa dos
Quilombolas e religiões de matriz africana; Fim da violência contra mulheres negras,
homossexuais, além da garantia de seus direitos; Por mais investimentos em
cultura, educação, saúde e pela radial democratização dos meios de comunicação.
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