11.20.2014

CONSCIÊNCIA NEGRA: A HISTÓRIA




Hoje, 20 de novembro é comemorado o dia da Consciência Negra. É feriado em mais de 300 municípios em vários estados brasileiros. Celebrada com eventos pelo país, a data lembra o dia em que foi assassinado, em 1695, o líder Zumbi, o último líder do Quilombo dos Palmares, símbolo de resistência dos escravos africanos que surgiu no começo do século 17, na divisa de Pernambuco e Alagoas. Ele foi destruído por tropas do governo colonial em 1694, após a 18ª tentativa.
O objetivo da homenagem é promover a reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira, como modo de reduzir o racismo e a discriminação.
Um pouco da história

Na época em que os portugueses começaram a colonização do Brasil, não existia mão-de-obra para a realização de trabalhos manuais. Diante disso, eles procuraram usar o trabalho dos índios nas lavouras; entretanto, esta escravidão não pôde ser levada adiante, pois os religiosos se colocaram em defesa dos índios condenando sua escravidão. Assim, os portugueses passaram a fazer o mesmo que os demais europeus daquela época. Eles foram à busca de negros na África para submetê-los ao trabalho escravo em sua colônia. Deu-se, assim, a entrada dos escravos no Brasil.
De 1550 a 1888, pelo menos 3 milhões de africanos foram brutalmente enviados ao Brasil pelos mercadores de escravos. A maioria deles veio de Angola e Moçambique, então colônias portuguesas na África, e foi submetida ao trabalho escravo nas plantações de cana-de-açúcar no nordeste.
Durante os anos da escravatura, milhares conseguiram escapar montando colônias livre conhecidas como quilombos. O mais famoso de todos foi o Quilombo dos Palmares, em Alagoas, liderado por um escravo fugitivo conhecido como Zumbi, que veio a se tornar símbolo de resistência por defender o povoado contra as forças coloniais.
Hoje, a influência cultural da África continua forte no Brasil, um país onde os descendentes de africanos são mais metade da população de quase 200 milhões de habitantes. Apesar disso, a discriminação econômica, social e de outras formas continua sendo a principal herança da migração em massa forçada da escravatura. De acordo com o último censo, no ano 2000, brasileiros de descendência africana formam 63% do setor mais pobre da sociedade, embora apenas 5% deles se declarem como ‘de origem negra’. hoje essa realidade já deu sinais de mudanças.
Um estudo do Dieese mostra que o ganho mensal das pessoas negras no país pode ser até 52,9% menor do que o das não-negras. Uma pesquisa, realizada pela Fundação Cultural Palmares, aponta que apenas 4% da programação das três principais emissoras públicas do país (TV Cultura, TVE Rede Brasil e TV Nacional) aborda em entrevistas, programas de auditório e telejornais com elementos da cultura negra, mesmo com mais da metade da população ter se declarado preta ou parda, segundo a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE. Apesar disso, a luta contra a desigualdade tem gerado alguns resultados positivos. A Pnad também revelou que de 1996 a 2006 o porcentual de brasileiros que se declaram negros ou pardos no Ensino Superior subiu de 18% para 30%

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