12.11.2013

Seria a critica do Papa Francisco uma sinalização para a Teoria da Libertação



       A teologia da libertação surgiu, mais especificamente, na América Latina, na década de 60, e ganhou adeptos principalmente nas Comunidades Eclesiais de Base. A partir dos anos 80 pudemos sentir mais de perto a sua ação. Foi então que o Cardeal Ratzinger, escreveu um importante artigo intitulado “Eu vos explico a teologia da libertação” (Revista PR,n. 276, set-out, 1984, pp354-365), onde deixou claro todo o posicionamento contrário da cúpula romana, mais representada por um pesamento europeu. Analisando este artigo, D.Estevão Bettencourt, afirma: “O autor  mostra  que a teologia da libertação não trata apenas de desenvolver a ética social cristã em vista da situação socioeconômica da América Latina, mas revolve todas as concepções do Cristianismo: doutrina da fé, constituição da Igreja, Liturgia, catequese, opções morais, etc.
A teologia apresentada pelo papa Francisco nessa terça-feira, 26, é a versão "correta" da Teologia da Libertação que religiosos latino-americanos por anos buscaram, com base no marxismo, como forma de lidar com as desigualdades sociais e a pobreza. A avaliação é de D. Lorenzo Baldisseri, secretário-geral do Sínodo dos Bispos e ex-núncio no Brasil. Se nos anos anteriores o contato da Igreja com a pobreza na América Latina gerou a Teologia da Libertação, desta vez o papa Francisco volta a se preocupar com a dimensão social, mas produz o que seria o "real caminho" a ser percorrido.
Muitos sabem que a teologia sempre foi contestada por Roma, em função de seu caráter revolucionário, que pregava uma interpretação do cristianismo, a partir de uma práxis social, porém, sem abrir mão dos fundamentos da Igreja Católica. No entanto, os Papas quase todos de origem europeia sempre condenaram essas ações nas comunidades de base na América Latina, afirmando que a salvação dos pobres está contemplada na redenção dos pecados e não na libertação da condição econômica e social. Afirmando ainda que as ações revolucionárias e de cunho ideológico era uma tentativa de reinterpretar o catolicismo e que negava as concepções básicas como o catequismo, a liturgia e os principais sacramentos da igreja.
No entanto, em sua carta de exortação, o Papa Francisco, critica aquilo que ele chama de “uma economia da exclusão” com forte viés politico, clara, que temos que resguardar as dimensões do pensamento doutrinal do Papa e nossa visão progressista ideológica. Mais a se considerar a origem sacerdotal e latina de Francisco, podemos pensar que seu evangelho da Alegria é uma clara sinalização ao grupo que pregou, militou ou lutou nas comunidades de base, nas quais foi forjada a Teologia da Libertação. Veja abaixo trecho da Carta de Exortação que comprova nossa tese.

Não a uma economia da exclusão

53. Assim como o mandamento “não matar” põe um limite claro para assegurar o valor da vida humana, assim também hoje devemos dizer “não a uma economia da exclusão e da desigualdade social”. Esta economia mata. Não é possível que a morte por enregelamento dum idoso sem abrigo não seja notícia, enquanto o é a descida de dois pontos na Bolsa. Isto é exclusão. Não se pode tolerar mais o fato de se lançar comida no lixo, quando há pessoas que passam fome. Isto é desigualdade social. Hoje, tudo entra no jogo da competitividade e da lei do mais forte, onde o poderoso engole o mais fraco. Em consequência desta situação, grandes massas da população vêem-se excluídas e marginalizadas: sem trabalho, sem perspectivas, num beco sem saída. O ser humano é considerado, em si mesmo, como um bem de consumo que se pode usar e depois lançar fora. Assim teve início a cultura do “descartável”, que aliás chega a ser promovida. Já não se trata simplesmente do fenômeno de exploração e opressão, mas duma realidade nova: com a exclusão, fere-se, na própria raiz, a pertença à sociedade onde se vive, pois quem vive nas favelas, na periferia ou sem poder já não está nela, mas fora. Os excluídos não são “explorados”, mas resíduos, “sobras”.
54. Neste contexto, alguns defendem ainda as teorias da “recaída favorável” que pressupõem que todo o crescimento econômico, favorecido pelo livre mercado, consegue por si mesmo produzir maior equidade e inclusão social no mundo. Esta opinião, que nunca foi confirmada pelos fatos, exprime uma confiança vaga e ingênua na bondade daqueles que detêm o poder econômico e nos mecanismos sacralizados do sistema econômico reinante. Entretanto, os excluídos continuam a esperar. Para se poder apoiar um estilo de vida que exclui os outros ou mesmo entusiasmar-se com este ideal egoísta, desenvolveu-se uma globalização da indiferença. Quase sem nos dar conta, tornamo-nos incapazes de nos compadecer ao ouvir os clamores alheios, já não choramos à vista do drama dos outros, nem nos interessamos por cuidar deles, como se tudo fosse uma responsabilidade de outrem, que não nos incumbe. A cultura do bem-estar anestesia-nos, a ponto de perdermos a serenidade se o mercado oferece algo que ainda não compramos, enquanto todas estas vidas ceifadas por falta de possibilidades nos parecem um mero espetáculo que não nos incomoda de forma alguma.
Se isso se comprovar e só o tempo irá dizer, tenho certeza de que o Papa Francisco irá enfretar uma grande batalha no seio do Vatiano, mais especificamente Trata-se do atual prefeito da dita Congregação, o alemão Ludwig Müller, colocado ali pelo pontífice anterior, Bento XVI. Não sei quantos cristãos tiveram conhecimento de um grave episódio recente no qual Müller chegou a admoestar o papa Francisco por suas declarações respeito da possibilidade de que os cristãos divorciados e casados pudessem ser readmitidos nos sacramentos. Com essa posição clara e mais progressita da igreja, o pior que poderia acontecer ao papa Francisco no momento em que, em seu último documento, acaba de declarar seu desejo de levar a cabo uma transformação da Igreja em todos os níveis para lhe devolver sua identidade original, depois de ter, século após século, se contaminado com os poderes mundanos. A Igreja está numa encruzilhada difícil. Cristãos e fiéis de outras confissões, e até pessoas até ontem afastadas de qualquer credo, estão pondo olhos esperançosos na renovação trazida por Francisco – que parece viver mais em Nazaré do que em Roma –, uma renovação parecida, ou talvez maior, do que aquela promovida há 50 anos pelo Concílio Vaticano II, de João XXIII, talvez o papa mais parecido – em sua alma rica de misericórdia e ternura pelos mais desvalidos – com o papa Francisco.

12.10.2013

Em sua reflexão Papa Francisco só confirma que Programa do PT responde as demandas do mundo atual

    
Hoje o mundo vive uma situação excepcional e delicada, pois apesar dos grandes avanços constatados pelo Papa Francisco, a humanidade sofre com a fome, com a insegurança, doenças cada vez mais nefastas, o que tira a dignidade dos ser humano. Tudo isso se deve a crença ingênua num sistema capitalista, na qual o mercado forte e livre resolveria todos os problemas, pois com o crescimento das economias todos seria beneficiados, liser fire, termo que quer dizer “deixe fazer”, modelo duramente criticado pelo papa Francisco em sua primeira Carta de Exortação Papal.
Essa modelo de desenvolvimento, aonde o mercado busca o lucro fácil a partir da exploração do outro, em que transformam as pessoas em resíduo humano, que segundo as palavras do próprio Francisco, o individuo humano já teria passado da condição de material descartável para a situação de lixo humano. Esse sistema perverso que visa o lucro excessivo, o enfraquecimento de organismos internacionais multilaterais e humanitários, luta para fortalecer as grandes corporações econômicas cada vez mais globalizadas, tenta diminuir e desqualificar o papel na promoção do bem estar dos menos favorecidos e excluídos, a exemplo do que assistimos na Europa, em que os mais forte economicamente para manter a hegemonia de suas teses pressionam os governantes de países mais pobres a sacrificarem seu povo para manter o statu quó de uma minoria sedenta por poder, construindo um novo bezerro de ouro, o dinheiro.

Leia uma pequena reflexão do Papa sobre a realidade ser humano atualmente:

“52. A humanidade vive, neste momento, uma viragem histórica, que podemos constatar nos progressos que se verificam em vários campos. São louváveis os sucessos que contribuem para o bem-estar das pessoas, por exemplo, no âmbito da saúde, da educação e da comunicação. Todavia não podemos esquecer que a maior parte dos homens e mulheres do nosso tempo vive o seu dia a dia precariamente, com funestas consequências. Aumentam algumas doenças. O medo e o desespero apoderam-se do coração de inúmeras pessoas, mesmo nos chamados países ricos. A alegria de viver frequentemente se desvanece; crescem a falta de respeito e a violência, a desigualdade social torna-se cada vez mais patente. É preciso lutar para viver, e muitas vezes viver com pouca dignidade. Esta mudança de época foi causada pelos enormes saltos qualitativos, quantitativos, velozes e acumulados que se verificam no progresso científico, nas inovações tecnológicas e nas suas rápidas aplicações em diversos âmbitos da natureza e da vida. Estamos na era do conhecimento e da informação, fonte de novas formas dum poder muitas vezes anônimo”.

Nesse linha de raciocínio, mesmo sem mencionar ou fazer comparações com ideologias politicas, o Papa Francisco mostra que o modelo desenvolvimentista adotado pelo Partido dos Trabalhadores para combater a crise econômica que assola o planeta esta correta. Pois mesmo não conseguindo crescer acima de 5% como gostaria os que vivem de especulação financeira do mercado perverso e neoliberal, esta sim, crescendo e distribuindo renda e com o maior programa de inclusão social e de combate a fome do mundo moderno. Mais o defensores daquilo que o Papa Francisco condena, gostaria que o governo elevasse a taxa de crescimento, o que só seria possível, com o aumento de juros, relaxar no combate ao desemprego pra aumentar a demanda, diminuir o credito do mercado interno para construção de casas, aquisição de moveis e eletro, além de diminuir os gastos do governo com programas sociais. Um absurdo, o dinheiro no centro e as pessoas na periferia da política econômica.

12.09.2013

Por uma Igreja Socialista Cristã, Papa critica capitalismo em sua Carta de Exortação.


Todos sabem que sempre escrevemos temas e assuntos que visa promover o pensamento progressista de grupos que tem suas origem num pensamento de esquerda, portanto,
 nosso blog irá reservará esse espaço durante toda semana para uma analise do EVANGELII GAUDIUM DO PAPA FRANCISCO, em sua primeira Carta de Exortação Papal. Considerando que o Papa Francisco pertence a Ordem dos Franciscanos que tem desapega aos bens materiais e sendo ele da Argentina, um país da america Latina, pode-se pensnasr numa nova visão da cupla de Roma em relação a TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO, que durante muito tempo lutou por causas sociais dentre da Igreja Católica. Agora o mais importante lider da igreja, tece uma dura critica ao sistema capitalista e neoliberal, que exclui e que mata o ser humano de maneira lenta e perversa. Como sempre defendemos o modelo de governo implantado no Brasil pelo Ex-Presidente LULA e dando sequencia com a Presidente DILMA, ambos do Partido dos Trabalhadores, achamos interessante realizar um paralelo entre a reflexão papal a partir de um Artigo da Carta Capital sobre essa obra do Vaticano e as politicas defendidas pelos partidos de esquerdas e as instituições progressistas.   
       Essa analise se faz mais importante em função da situação especifica que o Brasil vive, em função do calendário eleitoral, momento em que esse projeto sofre forte pressão dos grupos econômicos, a mídia e partidos conservadores de direita, tentando desqualificar as politicas do PT, claramente em acordo com a linha defendida na obra do Papa Francisco. Esses grupos defendem o aumento dos juros, o aumento do desemprego, a redução da inflação para aumentar o superávit, a redução da expansão do crédito, o lucro excessivo, a extinção de programas como a bolsa família e as cotas raciais, além das diversas ações de distribuição de renda, sempre visto pelos que defende o neoliberalismo com gastos que pressiona o mercado perverso e nefasto, aonde as pessoas nem são mais tratadas nem como material descartável, mas como resíduo humano.

       Não sei se vocês sabem, mas muito antes da Revolução Russa já existia, no século 19, um socialismo cristão, inclusive nos Estados Unidos, embora rejeitado pela igreja católica – em 1931, o papa Pio XI chegou a publicar que “ninguém pode ao mesmo tempo ser bom católico e um socialista verdadeiro”. A admoestação papal não foi suficiente, no entanto, para impedir o surgimento da Teologia da Libertação e de padres e bispos abertamente simpáticos ao socialismo, sobretudo na América Latina. Talvez a origem de Francisco explique a materialização de suas convicções, pois ele é vertente da Congregação dos Jesuítas, nascido na Argentina, um país da América Latina, a Argentina.

         Existem muitos cristãos que vêem Jesus como socialista – Hugo Chávez, por exemplo, que costumava dizer: “Jesus Cristo foi o primeiro socialista da História: dividiu o pão e o vinho. E Judas foi o primeiro capitalista: vendeu Jesus por trinta moedas”. No Novo Testamento, o discurso de Cristo sempre em favor dos pobres e radicalmente contra os ricos colabora para esta percepção.

O artigo da Carta Capital chama a atenção, pois, o papa Francisco publicou sua primeira exortação apostólica, Evangelii Gaudium, aonde o colunistaxxxxxxxxxx considera o que carismático Francisco faz severas críticas ao capitalismo, ao consumismo e à cultura do dinheiro, segundo ele não pela primeira vez. Em setembro, o argentino teria pronunciado um discurso anti-capitalista na ilha da Sardenha, na Itália. “Neste sistema sem ética, no centro, há um ídolo, e o mundo tornou-se idólatra do dinheiro”, disse então.

      No texto divulgado agora, Francisco aprofunda este sentimento contra a idolatria do dinheiro. E cita São João Crisóstomo (o “sábio da antiguidade” que menciona), perseguido e desterrado pelo clero e pelo império romano no século VI por seu combate à ambição, à avareza e à corrupção moral. Grande orador, Crisóstomo atacava continuamente os ricos, e o trecho citado pelo papa é claro ao se referir à exploração dos pobres por eles.

       Os alvos de Francisco são não só os ricos como também os apóstolos do livre mercado: “Alguns defendem (…) que todo o crescimento econômico, favorecido pelo livre mercado, consegue por si mesmo produzir maior equidade e inclusão social no mundo. Esta opinião, que nunca foi confirmada pelos fatos, exprime uma confiança vaga e ingênua na bondade daqueles que detêm o poder econômico e nos mecanismos sacralizados do sistema econômico reinante. Entretanto, os excluídos continuam a esperar”.

       Parece até Pepe Mujica falando… Será que o papa Francisco, ao contrário do antecessor Pio XI, aprova o socialismo cristão? Nos Estados Unidos, a direita está espumando pela boca e apontando “marxismo puro” nas palavras do papa

Acompanham nas próximas publicações desta semana os trechos onde Francisco critica a desigualdade social que gera a violência, a economia da exclusão (“uma economia que mata”), sua analise sobre os desafios do mundo atual e julguem vocês mesmos a nossa tese.

12.06.2013

Com a morte de Mandela o mundo perde uma importante referência.



"Durante a minha vida, me dediquei à luta do povo africano. Lutei contra a dominação branca, e lutei contra a dominação negra. Eu defendi o ideal de uma sociedade democrática e livre, na qual todas as pessoas vivem juntas em harmonia e com oportunidades iguais. É um ideal para o qual espero viver e conseguir realizar. Mas, se preciso for, é um ideal para o qual estou disposto a morrer." (Nelson Madela)

Nelson Rolihlahla Mandela foi um importante líder político da África do Sul, que lutou contra o sistema de apartheid no país. Nasceu em 18 de julho de 1918 na cidade de Qunu (África do Sul). Mandela, formado em direito, foi presidente da África do Sul entre os anos de 1994 e 1999. Faleceu em 05/12/2013 na cidade de Johannesburgo.
Ainda estudante de Direito, Mandela começou sua luta contra o regime do apartheid, um sistema do demônio que tem a finalidade brutal de separar as pessoas, que na África dos sul separava brancos de negros, ficando os negros impedidos de ir e vir em seu próprio país e a ter acesso a direitos básicos, enquanto os brancos dominavam porque detinha o poder politico, econômico e jurídico. Mandela entendeu muito cedo que so havia um caminho para libertar seu povo, que era o engajamento politico.
Mandela sempre defendeu a luta pacífica contra o apartheid. Porém, sua opinião mudou em 21 de marco de 1960. Neste dia, policiais sul-africanos atiraram contra manifestantes negros, matando 69 pessoas. Este dia, conhecido como “O Massacre de Sharpeville”, fez com que Mandela passasse a defender a luta armada contra o sistema. Após esse grande dor Madela se integrou a grupo armado, visto que o poder de opressão era muito forte, por isso, se tornou comandante do Grupo conhecido com “Lança da Nação”, que contou com ajudas internacionais. Mas em 1962 foi preso e condenado a cinco anos de prisão acusado de incentivar greves e de viajar sem autorização para o exterior, isso tem cheiro de ditadura a brasileira, jeito de agir do militarismo de 64, mas era na África. Em 1964 Mandela foi julgado novamente e condenado a prisão perpetua, ficando preso por 27  anos.
Neste 26 anos, tornou-se o símbolo da luta anti-apartheid na África do Sul. Mesmo na prisão, conseguiu enviar cartas para organizar e incentivar a luta pelo fim da segregação racial no país. Neste período de prisão, recebeu apoio de vários segmentos sociais e governos do mundo todo. Em 12 de fevereiro de 1990, quando Nelson Mandela foi solto, após 27 anos encarcerado, a África do Sul estava à beira de uma guerra civil entre brancos e negros. A libertação de Mandela foi fruto de negociações entre o regime segregacionista do Apartheid e a resistência negra, mantidas em segredo para não estimular ainda mais violência por parte dos extremistas de ambos os lados. Havia uma imensa desconfiança a respeito das intenções de Mandela, mas mesmo após séculos de opressão e de seu sofrimento pessoal, Mandela tomou as decisões que fazem muitos considerá-lo o maior líder político de todos os tempos. Ao levar a todo o país uma mensagem em defesa da democracia e da igualdade, o Madiba, como é conhecido no país, se tornou o artífice da reconciliação entre brancos e negros sul-africanos, evitando o que poderia ser uma sangrenta guerra civil. Foi esse homem que a humanidade perdeu decorrente de uma infecção pulmonar, nesta quinta-feira 5. O anúncio oficial foi feito em rede nacional pelo presidente da África do Sul, Jacob Zuma.
Nelson Mandela tornou-se o primeiro presidente negro da África dos Sul, governando de 1994 a 1999, operou um milagre político. O Madiba como era chamado carinhosamente pelos seus, ele fez os sul-africanos acreditarem no seu sonho, o de que a África do Sul poderia ser mesmo uma “Nação Arco-Íris”, na qual todas as "cores" poderiam conviver de forma harmônica. Mandela conseguiu contemplar os anseios das minorias brancas e conter a ânsia por justiça de líderes negros, muitos dos quais desejavam vingança após décadas de abusos e arbitrariedade.
Como reconhecimento de seu legado além do Prêmio Nobel da Paz em 1993, foi também instituído a partir de 2010, que será celebrado em 18 de julho de cada ano o Dia Internacional de Nelson Mandela. A data foi definida pela Assembleia Geral da ONU e corresponde ao dia de seu nascimento. Por fim termino essa pequena homenagem com os olhos lacrimejando, pois com sua morte o mundo perde uma importante referência histórica da luta pelos direitos humanos e contra a discriminação e o preconceito racial.
“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, pode ser ensinadas a amar”. (Nelson Mandela)

12.05.2013

Datafolha: PT continua sendo o partido mais querido pelo povo brasileiro

Pesquisa aponta ainda que 47% dos pesquisados consideram que o PT ajuda muito ao Governo. Levantamento feito pelo Instituto Datafolha, divulgado no último fim de semana, revelou que 55% da população brasileira faz uma avaliação positiva da contribuição do Partido dos Trabalhadores ao governo da presidenta Dilma Rousseff. A pesquisa revelou também que 72% dos pesquisados consideram o governo petista como sendo bom.
Além disso, o estudo apontou que o partido, mais uma vez, mantém a preferência junto ao eleitorado brasileiro. O PT é o mais querido para 29% da população, contra 7,5% do PMDB e 4,5% do PSDB.
Para o líder da Bancada do PT na Câmara, deputado José Guimarães (CE) os altos índices de aceitação do Partido dos Trabalhadores tem significado extraordinário, pois é o partido que dá sustentação política ao governo Dilma. "O PT faz bem ao governo e ao País para mais de 50% da população. É o partido que é mais comprometido com aquilo que é a matriz programática do governo: a defesa dos pobres. Portanto, o PT está umbilicalmente ligado a este legado vitorioso iniciado com o presidente Lula e que tem continuidade agora com a presidenta Dilma", ressaltou José Guimarães.
O líder petista destacou ainda a importância do PT nos resultados da pesquisa Datafolha e que aponta o governo Dilma com índice de aprovação recorde. A pesquisa revela que 59% dos brasileiros consideram a gestão ótima ou boa.
"Os altos índices de aceitação da presidenta Dilma devemos principalmente pela confiança. A sensação de bem estar da população brasileira, que é uma sociedade que se auto afirma a cada dia exatamente como resultado das políticas públicas desenvolvidas pelo governo Dilma, políticas macroeconômicas que signifiquem cada vez mais crescimento com distribuição de renda. E o PT tem participação importantíssima neste processo", afirmou Guimarães.
E esta autoconfiança da sociedade brasileira, acrescentou o líder do PT, "é importante, sobretudo, para desfazer este permanente ataque daqueles que todo dia ficam torcendo para que o governo não dê certo. O governo Dilma tem rumo, está dando certo e vai dar ainda mais certo daqui para 2014", frisou Guimarães.
Mais dados
A pesquisa aponta ainda que 47% dos pesquisados consideram que o PT ajuda muito ao Governo. Com relação ao questionamento se o desempenho da administração do PT nos últimos dez anos era bom ou ruim, além dos 72% que avaliaram positivamente a gestão petista, apenas 13% classificaram de ruim e 9% dos entrevistados manifestaram-se como indiferentes.
Para os deputados paulistas e ex-presidentes do PT, José Genoino (2003-2005) e Ricardo Berzoini (2005-2010), a presença marcante do partido no governo Dilma, avaliada positivamente pelos pesquisados, serve para orientar o PT e mostra seu papel fundamental ao longo dos 10 anos à frente da administração federal. "O protagonismo do partido é essencial para garantir a continuidade do projeto e a governabilidade", avaliou Genoino.
Para o deputado Berzoini, a população brasileira identifica o PT como um fator de "estabilidade" e "avanço", tanto no governo do ex-presidente Lula como, agora, no governo Dilma. "A população, ao avaliar o governo, percebe que por trás desse governo existe um partido que tem uma história de luta, de mobilização, de defesa dos mais pobres e isso acaba se refletindo não só na aprovação do governo, mas na percepção de que o PT ajuda o governo a avançar", enfatizou Ricardo Berzoini.
Ainda de acordo com Berzoini, a preferência de 29% dos entrevistados pelo Partido dos Trabalhadores, confirma que o PT é o partido mais querido do Brasil. Esse índice, explica o parlamentar, o PT vem conquistando desde o segundo mandato do governo Lula. "A preferência do eleitorado brasileiro pelo PT oscila entre 25 e 30%, bem distante do segundo colocado que é o PMDB", observou.
(Equipe PT na Câmara)

http://pttocantins.org.br/component/k2/item/900-datafolha-pt-continua-sendo-o-partido-mais-querido-pelo-povo-brasileiro.html

11.28.2013

REAÇÃO DE 22 SINDICATOS EXPLICA PORQUE O GOVERNO QUER BARRAR AUDIÊNCIA DO IGEPREVE NO SENADO

     Sabendo que não téra vida facil na audiência prevista no Conselho Adiminstrativo e Econômico do Senado Federal, o grupo governista de apoio a Siqueira Campos, tenta barrar a audiência em  Brasília que tem a finalidade de pedir explicações ao Secretário e Pré-candidato Eduardo Siqueira Campos, sobre o rombo de meio bilhão de reais no fundo de previdencia dos trabalhadores do estado. A primeiro tentativa sem sucesso foi com o senador Vicentio Alves, depois recorreu ao Deputado Gim Aagelo do PTB, mesmo partido do secretario, que supendeu temporariamente.
     Mas essa movmentação toda tem sentido, pois o grupro siquerista, quer que o caso seja tratado pelas instituições judiciais do estado, por quem ele nutre uma confiança inabalavel e muito apreço, se é que vocês estão me compreendendo. Entre elas está o Tribunal de Contas do Estado (TCE) que aprovou as contas do governo mesmo com todo esse rombo, sendo este orgão constante da lista de convocados para dar explicações no Congresso Nacional. 
   Que seja apurado pelos orgãos estaduais, inclusive com uma CPI na Assembléia Legislativa, mas esse caso não pode ficar apenas nas jurisdições estaduais, tem repercutir em instâncias federais. Pouco importa as choradeiras de politocos da base dizendo que isso é invasão de competência, pois esse assalto aos trabalhadores é apenas um pequena parte de uma quadrilha que age em todo territorio nacional, com a participação de doleiros, já na mira da Policia Federal, o que o governo quer é minimizar o prejuizo politco, porque o economico já foi consumado e a Policia Federal só está reunido documento e vem para cima com toda força. Aguarde Eduardo o que é seu esta vindo e a galope.
   Mais os sindicatos do trabalhadores de varias categorias  prometem não deixar barato esse demando, estão mobilizados em varias frentes, são mais de 2o entidades classistas, confeccionando relatórios que estão sendo encaminhados a varios orgãos de fiscalização e invertigação da coisa pública. Ainda hoje, esses grupos emitiram uma nota coletiva, sobre as mentiras e tentativas por parte do governos de tentar desqualificar as apurações até agora.


Confira abaixo a íntegra da nota.

NOTA DE ESCLARECIMENTO
GOVERNO MENTE E TENTA SE ISENTAR DAS RESPONSABILIDADES PELO ROMBO NO IGEPREV
O Governo do Estado do Tocantins tem tentando, a todo custo, isentar-se das responsabilidades pelo rombo milionário no fundo do Instituto de Gestão Previdenciária do Tocantins (IGEPREV). O rombo, apontado pelo MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL (MPS) e devidamente comprovado em todos os relatórios das auditorias realizadas, pode comprometer, num futuro próximo, a aposentadoria dos servidores públicos estaduais. Diante disso, faz-se necessário alguns esclarecimentos.
A Auditoria Específica de Investimentos realizada entre 09 e 13 de setembro de 2013, que abrangeu o período de julho/2012 a junho/2013 apontou um prejuízo na ordem de mais R$ 153 milhões. As informações estão claramente descritas no relatório da auditoria que foi realizada pelo MPS e provocado pelas entidades classistas. Esse relatório foi encaminhado ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-TO), Assembleia Legislativa, Ministério Público Estadual (MPE), Polícia Federal (PF), Ministério Público Federal no Tocantins (MPF-TO), além das entidades classistas.
 
Consta na página 7 do relatório que, no período auditado, os responsáveis pelos investimentos foram:
José Wilson Siqueira Campos (Governador do Estado);
Gustavo Furtado Silbernagel (Presidente no período de 20/06/2011 a 11/07/2012);
Robson Alexandro Viana Tavares (Chefe de Assessoria Jurídica respondendo pela presidência do Igeprev, no período de 12/07/2011 a 17/07/2012);
Lúcio Mascarenhas Martins (Secretário de Estado da Administração, respondendo pela presidência do Igeprev, em 17/07/2012);
Rogério Villas Boas Teixeira de Carvalho (presidente do Igeprev em 01/02/2013);
Edson Santana Matos (Superintendente de Gestão Administrativa, Financeira e de Investimento; Diretor do Departamento de Investimento e Diretor de Investimento, no período de 01/01/2011 a 05/08/2013);
Hélio de Aguiar Sobrinho (Diretor de Finanças, Investimento, Contabilidade, Arrecadação, vice-presidente e Diretor de previdência nos períodos de 07/02/2011 a 18/10/2011 e 19/10/2011 a 05/11/2013;
Nilmar Ribeiro Máximo (Diretor de Finanças, Investimento, Contabilidade e Arrecadação; Coordenador de Renda Fixa Variável (nos períodos de 19/10/2011 a 05/08/2013.
O TCE-TO também fez uma auditoria nas contas do IGEPREV (processo n° 10390/2012) e foram constatadas as seguintes irregularidades:
Aplicações em fundos que extrapolam o limite de 25% do PL do fundo investido, contrariando o disposto no artigo 14 da Resolução 3.922/2012;
Aplicações em fundos desenquadrados;
Diferença de R$ 105.665.804,42 entre o balanço Patrimonial e o informado no DAIR.
 
Como responsáveis, o relatório do TCE-TO cita:
José Wilson Siqueira Campos, Governador do Tocantins;
Eduardo Siqueira Campos;
Gustavo F. Sibernagel;
NilmarR.Maximo;
Odirce S. do Nascimento;
Andreia Noleto de S. Estival;
Marielton F. dos Santos;
Lilia Aparecida de M. Campos;
Edson Santana Matos;
Hélio de Aguiar Sobrinho.
Nos últimos dias, ao emitir uma nota à imprensa, o secretário Lúcio Mascarenhas que também é presidente do Conselho de Administração do IGEPREV, MENTIU ao dizer que não há nenhum prejuízo financeiro nas aplicações do IGEPREV. Basta ver o relatório da Auditoria Específica de Investimento. No relatório, a BRLTrust Serviços Fiduciários, administradora do Fundo Patriarca Private Equity Fundo de Investimento em Participações, decidiu atribuir valor ZERO às cotas de ações investidas no Banco BVA, em função da liquidação pelo Banco Central. Além disso, em sua vinda a Palmas no dia 05 de novembro deste ano para participar da Audiência Pública realizada pela Assembleia Legislativa, o diretor de Regimes de Previdência no Serviço Público, Otoni Gonçalves Guimarães, representante do Ministério da Previdência, foi categórico ao afirmar que TODOS OS PREJUÍZOS APONTADOS PELAS AUDITORIAS ESTÃO CONSOLIDADOS. Mas, o Governo não estava presente no dia da audiência pública. Aliás, é bom lembrar que naquela oportunidade de esclarecer a situação do IGEPREV, nenhum representante do Governo do Tocantins apareceu. Até o Ministério da Previdência reconheceu a importância do debate e veio ao Tocantins para colaborar nas discussões e prestar as informações solicitadas. 
Sobre o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) celebrado entre o IGEPREV e o Ministério da Previdência Social, que foi citado na nota emitida pelo presidente do Conselho de Administração, Lúcio Mascarenhas, é importante esclarecer que o TAC trata apenas do enquadramento de aplicações feitas de maneira temerária e irresponsável pelos gestores do Instituto, em instituições que ofereciam altos riscos ou em índice acima dos 25% permitidos pela legislação pertinente. O caos no IGEPREV envolve situações delicadas e muito além desse enquadramento.
Sendo assim, as entidades de classe abaixo assinadas e os conselheiros representantes dos servidores no Conselho de Administração e Conselho Fiscal do IGEPREV NÃO RECONHECEM COMO VERDADEIROS os argumentos utilizados pelo secretário, ao tentar se explicar publicamente, isentando o Governo atual de sua responsabilidade na gestão do IGEPREV.  Todos os desmandos e prejuízos ao IGEPREV ocorreram durante TODAS as administrações e demonstram a incapacidade do Estado e dos governantes em gerir o sistema de previdência dos servidores públicos.
É por isso que nós, entidades classistas, defendemos que a gestão do IGEPREV seja feita por servidores públicos de carreira, com eleição direta para os cargos da diretoria executiva, Conselhos de Administração e Fiscal e tendo como postulantes, servidores públicos concursados, estáveis e com ilibada conduta e conhecimento necessário.
As centrais sindicais Força Sindical, Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST) e Central Única dos Trabalhadores (CUT) também estão mobilizadas junto conosco, dando todo apoio necessário, para garantir que as alterações na legislação do IGEPREV zelem pelo bem do patrimônio dos servidores públicos. Nos últimos meses, os Sindicatos e Associações têm se reunido exaustivamente, com apoio de analistas jurídicos, para estudo e construção da minuta do projeto de lei que alterará a estrutura de gestão do IGEPREV. 
O servidor público é o principal interessado e verdadeiro dono do dinheiro do IGEPREV. Só uma gestão séria e feita pelos próprios servidores garantirá uma aplicação segura, transparente e dentro da legalidade aos recursos do IGEPREV. A estratégia de mudar o foco e a culpa da má gestão dos recursos que nós, honestamente, depositamos todos os meses, só evidencia a FALTA DE RESPEITO do atual Governo para com o servidor público. Nós REPUDIAMOS tal manobra e a qualificamos como enganosa e desleal.
As entidades classistas dos servidores públicos ressaltam que não trabalham com “achismos” e sim, auxiliadas por técnicos do Ministério da Previdência Social e do Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (DIEESE), de Brasília (DF). Não descansaremos enquanto não houver uma mudança profunda na legislação referente à gestão do IGEPREV e enquanto os prejuízos apontados pelo Ministério da Previdência não forem devidamente ressarcidos pelo Governo.
 
A aposentadoria é um dos momentos em que mais o servidor precisa da assistência do Estado. Depois de trabalhar uma vida inteira, prestando o seu serviço dignamente, é inaceitável que, justamente nessa época da vida, ele seja lesado e prejudicado pelas mazelas de gestores irresponsáveis. As entidades classistas defenderão até o fim, inclusive judicialmente, o direito do servidor público tocantinense de gozar de sua aposentadoria de forma tranquila e digna.
 
Cleiton Lima Pinheiro - Presidente do SISEPE-TO e da NCST-TO
Manoel Pereira de Miranda - Presidente do SINTRAS-TO
José Roque R. Santiago - Presidente do SINTET – TO e CUT Tocantins
Nadir Nunes Dias - Presidente do SINPOL
Carlos Pereira Campos - Presidente do SINDIFISCAL
Ismael Sabino da Luz - Presidente do SEET
Antônio Corsini de Melo Neto - Presidente da AFOPMETO
Raimundo Sulino dos Santos - Presidente da ASMIR
Marconi Pereira de Sousa - Presidente da ASSPMETO
Luciano Lucas Silveira - Presidente do SINPEF
Janivaldo Ribeiro Nunes - Presidente do SINSJUSTO
Roberto Faustino de S. Lima - Presidente do SOJUSTO
Adilson Domingos da Cruz - Presidente do SINDLEGIS
Jorge Antônio da Silva Couto - Presidente do SINDARE-TO
Paulo Henrique G. e Silva - Presidente do SINSTEC/TCE
Gledston Vaz Vespúcio - Presidente do SINDIPERITO
Ricardo Matinez Camolesi - Presidente do SICIDETO
Leia Ayres Cavalcante - Presidente do SINDIFATO
Janice Painkow - Presidente do SIMED
João Victor M. de Freitas - APRA/TOCANTINS
Socorro Loureiro - Presidente do SINJOR-TO
Carlos Augusto Melo de Oliveira - FORÇA SINDICAL - TO
 

11.27.2013

Pré-candidato do PT ao governo, Nicolau Esteves critica possibilidade de renúncia de governador e diz que Estado precisa de projeto de gestão e não de poder

Nos últimos dias, os noticiários sobre a possível renúncia do governador Siqueira Campos (PSDB) e seu vice, João Oliveira (DEM), do Palácio Araguaia dominou o noticiário do Estado. Como empresário e cidadão que vive e trabalha no Estado, Nicolau Esteves diz que caso a renúncia se confirme, causará um grande prejuízo para o desenvolvimento do Tocantins e de seu povo. "Se houver a renúncia, será um grande retrocesso para o Tocantins, pois em apenas 4 anos, o Estado terá sido administrado por quatro governadores diferentes", afirma Nicolau Esteves, mencionando a cassação do ex-governador Marcelo Miranda, em setembro em 2009, a posse de Carlos Gaguim no mesmo período, a chegada de Siqueira Campos ao governo em 2011 e a possibilidade de outro nome assumir o governo com a saída do tucano e de Oliveira.
Para Nicolau Esteves, a troca de poder num prazo tão pequeno impede que haja qualquer projeto de desenvolvimento para o Estado. "O que se vê é que não existe um projeto administrativo e sim um projeto de poder. Isso impede que o Governo tenha planejamento em suas ações. Não há como estruturar uma gestão eficiente, que apresente resultado concreto, com a mudança de governo de ano em ano", critica Nicolau Esteves.
A renúncia de Siqueira Campos ao governo, segundo Nicolau Esteves, causaria ainda uma insegurança nos empreendedores que querem investir no Tocantins. "Eu pergunto: Quem é que vai querer investir no Estado tendo essa insegurança administrativa, não sabendo se o governador vai ficar no cargo ou vai renunciar? Quem vai investir no estado que em 4 anos pode ter quatro governadores diferentes? Isso quer dizer, um governador por ano. É natural que o empresário queira investir num Estado que lhe dê maior segurança administrativa. Essa briga do poder pelo poder tem que acabar, é preciso pensar mais no Tocantins. É preciso pensar mais na melhoria de vida do nosso povo", pontuou Nicolau Esteves.
Palmas é o exemplo de mudança de comportamento político/administrativo citado por Nicolau Esteves. "A Capital tem a tranquilidade de um governo que não é personalista, que está pensando no projeto de desenvolvimento para a cidade e não num projeto de poder. Amastha criou um projeto de gestão, devolvendo a Palmas a tranquilidade política e administrativa que o município precisava. Hoje qualquer pessoa que tenha projetos importantes para a Capital, independentemente da opção partidária, é recebido pelo prefeito. Esse modelo de gestão que Palmas tem hoje, que devolveu à cidade a segurança que os empresários precisavam para vir investir aqui, é um modelo que está dando certo e que o Estado precisa implantar. Se a renúncia vier a acontecer, será um retrocesso para o Estado do Tocantins", acrescenta Nicolau Esteves.

http://pttocantins.org.br/component/k2/item/891-nicolau-esteves-critica-possibilidade-de-ren%C3%BAncia-de-governador-e-diz-que-estado-precisa-de-projeto-de-gest%C3%A3o-e-n%C3%A3o-de-poder.html

11.26.2013

A Revista Veja sempre reacionária contra as Cotas Raciais.





A coerência da revista Veja com sua filiação ao pensamento liberal-conservador tem sido gigante. Em uma reportagem (link) sobre ensino superior, intitulada “O drama de estudantes – e famílias – afetados pelas cotas” a revista mostra a vida de famílias que pagam os estudos dos seus filhos em escolas privadas e agora estariam sendo “prejudicadas” pela Lei da Cotas nas instituições federais, que prevê que até 2016, 50% das vagas desses estabelecimentos de ensino devem ser reservadas a estudantes que fizeram todo o Ensino Médio em escolas públicas.
Sem rodeios devo dizer que a reportagem só consegue enganar ou sensibilizar ingênuos ou leigos completos. Em um atentado a lógica e a qualquer estudo teórico sério na área da educação, a reportagem se utiliza de artifícios e argumentos pueris, construção de retórica oportunista e desonesta.
1 — Utiliza-se de exceções (casos de pessoas com bolsas em escolas privadas) para criar e induzir uma falsa regra, que chama de “drama” de milhares. Culpabiliza uma política e a quem ela atende pelo “sofrimento” das famílias da matéria.
2 — Busca explicar o todo ao apresentar a parte. Na frase que se diz “Como aluna de escola privada, ela só terá direito a disputar a metade das vagas restantes.”, tenta apresentar como injusto o fato de 50% das vagas para alunos de escolas privadas. Vamos ao todo, no Brasil 88% das matrículas do Ensino Médio são públicas e 12% são em instituições privadas. Historicamente, a ocupação das universidades federais se dava em sua ampla maioria por alunos de escolas privadas.
3 — Depois de depreciar o ensino público brasileiro, Veja questiona como a política de cotas irá melhorar esse mesmo ensino básico público, como se a função dessa política, do ponto de vista prático, fosse essa. Tentativa de reforçar aquele argumento batido de que “o problema é o ensino básico que tem que melhorar”, argumento descontextualizado que tenta usar do não feito para não fazer. Cotas não exclui em nada melhorias na educação básica, pelo contrário, pressiona para tal.
4 — A ideologia da meritocracia, calcada em uma realidade de fantasia, da conquista de estima social por via puramente individual, guia a reportagem, no trecho metade das vagas “não serão mais ocupadas segundo o mérito acadêmico dos candidatos”, despreza -se toda concorrência, mérito, esforço que há no universo de, no mínimo, 88% dos alunos de escolas públicas que irão disputar as vagas. Cenário bem mais “competitivo” que se ficasse somente com os estudantes de escolas privadas. Argumento preconceituoso e mal intencionado.
5 — Por que mal intencionado? Por uma questão simples que também remete ao todo da questão. No Brasil, 27% das vagas no ensino superior são públicas, dessas 56% são nas instituições federais, as quais cobrem as cotas. Falamos, mais ou menos, de 2 pedaços em uma pizza de 12 fatias, em uma metáfora rápida, as cotas ainda são metade disso, isto é 1 pedaço. 7 milhões disputando 120 mil vagas não há concorrência ou mérito nessa disputa? Já que tanto louvam esses valores.
6 — Os defensores do setor privado na educação (pois a entendem como serviço e não como direito) retratam o revés que as cotas estão causando na vida de estudantes de escolas privadas. Esses sempre ocuparam a universidade federal e vão continuar ocupando, desproporcionalmente, pois são 12% das matrículas e terão 50% das vagas. E a lei trata apenas de exigência de ensino médio no sistema público, isto é, quem fez o ensino fundamental em uma escola privada poderá concorrer pelas cotas.
O desespero de preservar privilégios que traduz tudo o que produz a revista Veja é alarmante, não pela ofensa que faz à inteligência das pessoas, mas porque vivemos num país injusto e desigual que precisa de muito mais. Imaginamos se mudanças substantivas ocorrerem o que será capaz de fazer esse meio de comunicação se diante de mudanças pequenas e pontuais já faz esse papel tão baixo e mesquinho.
Os sacrifícios das famílias narrados na reportagem são transformados em bodes expiatórios para tocar as pessoas e convencê-las de que a realidade é a soma de decisões e esforços individuais. Valor sublime do liberalismo, o individualismo alçado a proporções inimagináveis, a realidade é bem mais difícil de explicar que isso.
Essas famílias sonham e investem em seus filhos, ótimo, esses têm seus lugares reservados há muitos anos e seguirão tendo. Com as cotas, estamos falando de quem até então nunca sonhou nem pode investir na educação dos filhos, de quem pela primeira vez na história de sua família pode pensar em outra possibilidade a não ser trabalhar em sub-empregos e viver sub-felicidades.
Vocês podem perguntar porque tu ainda lês a Veja e dás importância para as bobagens que são publicadas. Bom, faço isso porque minha disputa agora, na vida é de ideias. Porque essa revista é postada por conhecidos meus, porque ela está na maioria dos consultórios médicos do Brasil e em repartições públicas e porque as pessoas vão ao médico e, em repartições, elas esperam, leem e eu, com muitos companheiros/as tenho que disputar a ideologia dessas pessoas com essa péssima revista.

 
por Gregório Grisa, no Augere



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