4.30.2017
4.10.2017
Impostos; Taxas e Contribuições: Por quê somos Contra?
A cobrança de
impostos é um tema que está presente em nosso dia a dia, mas que nos causa
revolta e indignação. Conhecida como carga tributária, na prática é uma coleta
de dinheiro necessária feita pelo governo para pagar as contas de prestação de
serviços da União, Estados, distrito Federal e Municípios. Uma forma de medir o
impacto dessa coleta é compará-la com o Produto Interno Bruto (PIB), ou seja, a
soma das riquezas produzidas pelo país em um ano. Essa relação entre impostos e
PIB é chamada de carga tributária. No Brasil, a carga tributária gira em torno
de 35% do PIB, isso significa que os cofres públicos recebem um valor que
equivale a mais de um terço do que o país produz porem, existem países que tem
uma carga tributaria maior, a exemplo de Estados Unidos e Inglaterra, mais a
maior delas é a da Suécia com 52%, chegando a 58% em alguns casos. Então por
aqui os impostos nos causa revolta.
Antes
de responder esse questionamento, vamos fazer alguns esclarecimentos a cerca
dos tipos de arrecadação que faz parte da Carga Tributária, pois é muito comum
fazermos confusão entre o que é um imposto, uma taxa ou contribuição.
Todos eles são tributos cobrados por entes públicos (município, estado ou
união), e servem para custear toda a máquina pública. Impostos, Taxas ou
Contribuições são diferentes, mas qual o significa cada um deles.
A Taxa é um valor cobrado por conta de uma
prestação de serviços de um ente publico, seja ele municipal, federal ou
estadual. Como por exemplo: taxa para emissão de um documento, taxa de
limpeza pública ou emplacamento de veiculo; Já Contribuições estão
divididas em dois grupos: o Especial,
que é cobrada quando se destina a um determinado grupo ou atividade, como por
exemplo: INSS, PIS (Programa de Integração Social) e o de Melhoria, que é quando ocorre uma melhoria que resulte em benefício
ao contribuinte, como por exemplo quando é feito asfaltamento em uma rua, o
valor do imóvel acaba aumentando por conta desta melhoria, e isso gera a
contrapartida do cidadão pois ele teve um claro benefício; Por ultimo temos os
impostos podem ser cobrados sobre o patrimônio (IPTU, IPVA, ITBI e etc...),
sobre a renda (IR, IRRF entre outros) ou sobre o consumo (IPI, ICMS, PIS,
COFINS, ISSQN e etc...), esses últimos servem para financiamento de serviços
universais (educação, segurança, saúde e outros).
Voltando a pergunta: se eles são
necessários, então por que somos revoltados com os impostos? Parte dessa
resposta está no fato de que esses recursos
deveriam voltar para a sociedade em forma de serviços públicos. Mas muitas
vezes os cidadãos, além de pagar impostos, pagam do bolso por serviços de
educação, saúde e segurança. Ou seja, a renda disponível para consumo é ainda
menor do que a carga tributária dá a entender. Sem mencionar a falta de
participação na gestão da aplicação desses recursos, com estânciasparticipativas
como os Conselhos Representativos.
Outro fator que causa repúdio é o fato
das cobranças serem injusto, ou seja, quem ganha menos paga proporcionalmente
mais impostos do quem ganha mais, algo complicado de compreender, porque a
mídia, o mercado financeiro e nossa elite conduzem o debate de forma deturpada,
despertando uma um sentimento raivoso e irracional, para camuflar a verdadeira
natureza da injustiça da carga tributaria nacional. Sendo essa arrecadação necessária
para custear a prestação de serviços, sobretudo os de caráter universais, para ser
justa, a carga tributária deveria ser de forma progressiva que tributa a renda,
o lucro e o patrimônio, ou seja, que tem e ganha mais da uma contrapartida
maior; porem, no Brasil é adotado o modelo regressivo, aonde se tributa o
consumo e a produção.
Uma
forma de Imposto Progressivo que poderia ser o mais justo é o Imposto de Renda
(IR), pois quanto mais você ganha, maior deveria ser a tributação, mas pra isso
o governo deveria criar mais faixas, aumentando a tributação sobre as faixas de
renda maiores. Hoje quem ganha acima de R$ 3.743,19 é tributado com os mesmos
27,5% de quem ganha R$ 100 mil. Quem ganha mais, de certa forma, acaba sendo
beneficiado, para ser progressivo, deveria criar faixas variadas. Mas no Brasil
temos uma tributação muito alta sobre o consumo. O contribuinte pago muitos
outros impostos sobre a produção e o consumo, enquanto outros países têm um
modelo diferente, que tributa a renda e o patrimônio. Por isso nós temos
alíquotas menores de IR, mas ainda assim a arrecadação tributária é grande.
Os
sistemas tributários mais adequados e justos seria aquele que deixasse a
riqueza ser produzida primeira para depois tributá-la. No Brasil, a tributação
é na fonte, na produção e no consumo, o que cria efeitos em cascata e
proporcionalmente acaba penalizando mais quem ganha menos. Os impostos
indiretos são por natureza regressivos, ou seja os mais pobres pagam
proporcionalmente mais. Vejamos um exemplo bem simples. João (pobre) pagou 600
reais por uma bicicleta. Pedro (rico) comprou uma bicicleta idêntica e pagou
também 600 reais. Suponha que 50% do valor da bicicleta (300 reais) seja
decorrente de impostos indiretos. Se João tem uma renda de 1.200 reais, ao
comprar a bicicleta, ele pagou 25% de sua renda em impostos. Se João tem uma
renda de 24.000 reais, ele gastou em impostos 1,25% de sua renda. Logicamente,
os impostos indiretos penalizam os mais pobres.
O
oposto acontece com os impostos diretos, esses penalizam os mais ricos. Suponha
um imposto sobre a renda cuja alíquota seja diretamente proporcional (cresça na
mesma direção) a essa. Se a alíquota do imposto de renda for de 5% para João,
ele pagará 60 reais (5% x 1.200) de imposto. Se a alíquota for de 10% para
Pedro, ele pagará 2.400 reais (10% x 24.000). Impostos progressivos incidem
principalmente sobre os segmentos sociais de maior renda. Em outras palavras,
os mais ricos pagam proporcionalmente mais.
Impostos
diretos e indiretos têm vantagens e desvantagens. Entre os economistas, há os
que defendem o primeiro modelo e os que defendem o segundo. Não vamos entrar
aqui nessa discussão. Um ponto negativo óbvio dos impostos indiretos é que eles
impõem maiores sacrifícios às classes sociais de menor poder aquisitivo. Em um
país marcado pela forte desigualdade de renda entre os indivíduos como o
Brasil, era de se esperar que o sistema tributário tivesse um caráter
fortemente progressivo. Mas acontece justamente o contrário. No Brasil,
predominam os impostos indiretos de caráter regressivo. Esse modelo logicamente
ajuda a reforçar ainda mais o problema da desigualdade de renda já existente ou
uma forte reação negativa aos impostos.
Para
que vocês possam ter um entendimento melhor dessa questão, vamos fazer uma
análise comparativa. No Brasil, nós temos um imposto sobre herança, ele é
chamado de ITCMD – Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer
Bens ou Direitos. Esse imposto é estadual e sua alíquota varia conforme o estado,
mas gira em torno de 4%. Nos Estados Unidos, também há um imposto sobre herança
e essa alíquota pode chegar, no caso de pessoas muito ricas, a 40%. Por que
vocês acham que Bill Gates disse que pretende doar 85% de sua fortuna? Porque,
se ele não fizer isso, depois de sua morte, o governo vai abocanhar apenas 40%
desse quinhão.
Outra
questão importante relacionada a esse assunto é a seguinte. Por que no ranking
das melhores universidades do mundo há tantas universidades norte-americanas?
Um dos fatores que responde a essa pergunta é que as universidades lá têm muito
dinheiro para fazer pesquisa. E esse dinheiro vem principalmente de onde? Da
mensalidade que os alunos pagam? Não, a maior parte desses recursos vem de
doações. Bem diferente do Brasil, concordam comigo? Outro ponto que defendo é a
implementação de pesados impostos sobre herança baseada no argumento de que
grandes heranças passadas de geração em geração criariam uma classe parasitária
de rentistas. Será que tenhamos que mudar nossos conceitos e aceitar que
Estados Unidos são mais socialistas que nós imaginavam? Eu compreendo isso.
Alguns supostos grandes entendedores de Economia Política (até relativamente
famosos e populares) por desconhecimento ou preconceito tendem a simplificar
muito os fatos e vender a falsa idéia de que liberalismo consiste simplesmente
em cortar impostos e reduzir o tamanho do Estado. Acho que já deu para perceber
que as coisas não são tão simples assim.
Quero
aqui esclarecer que esse estudo preliminar foi feito a partir de uma
necessidade pessoal e que, resolvi compartilho com as pessoas que acessa nosso
blog, que existem algumas frases e exemplos citados em outros estudos que não
foram colocados entre aspas.
3.28.2017
Sobre a volta da Escravidão, com terceirização selvagem.
De inicio quero
dizer que concordo com os Nobres Senhores Deputados Federais, que a
terceirização realmente significa a modernização das relações de trabalho.
Porque isso nos remete a idade moderna, no século VIII, época que o trabalhador
na Europa trabalhava 12 horas por dia, explora sem nenhum pudor crianças e
mulheres, sem mencionar que parte desse período o Brasil ainda vivia o regime
de escravidão, justamente o que se esta propondo agora, serviço análogo a
trabalho escravo.
Para continuar a
repercutir o estelionato eleitoral que os Deputados Federais que votaram a favor
da TERCEIRIZAÇÃO IRESTRITAS, deram em seus eleitores, procurei refletir sobre
essa Lei que representa mais um duro GOLPE nos direitos dos trabalhadores, a
exemplo do ajuste fiscal e das reformas que estão por vir, como a da Previdência
e a Trabalhista.
Vale ressaltar que
esse Projeto é de 1998, encaminhado na época de Fernando Henrique Cardoso, num
tempo em que a conjuntura política era totalmente mais favorável, com
implantação do neoliberalismo, programa de privatização entre outros fatores,
mas mesmo assim, não se consegui aprovar. Mas fica a pergunta: Por que ela
conseguiu ser aprovado agora? Simples. Temos um Congresso Nacional mais
reacionário da história ponto de vista dos direitos da minoria, mais conservador
nos aspecto político e mais neoliberal no que diz respeito ao aspecto
econômico, por isso, tem assistido um avança sobre os direitos históricos
conquistados pelos trabalhadores/as deste país.
Por isso, para
contribuir melhor na apropriação das informações pelos trabalhadores e instrumentalizá-lo
mais no enfrentamento das lutas que travaremos, o Blog VER@LUCI@NARI@S RESOLVEU publicar no aqui na integra esse artigo.
Por: Vladimir Safatle (Filosofo)
O FIM DO DESEMPREGO
Nunca na história da
República o Congresso Nacional votou uma lei tão contrária aos
interesses da maioria do povo brasileiro de forma tão sorrateira. A
terceirização irrestrita aprovada nesta semana cria uma situação geral de
achatamento dos salários e intensificação dos regimes de trabalho, isto em um
horizonte no qual, apenas neste ano, 3,6 milhões de pessoas voltarão à pobreza.
Estudos sobre o
mercado de trabalho demonstram como trabalhadores terceirizados ganham, em
média, 24% menos do que trabalhadores formais, mesmo trabalhando, em média,
três horas a mais do que os últimos. Este é o mundo que os políticos
brasileiros desejam a seus eleitores.
Nenhum deputado, ao
fazer campanha pela sua própria eleição em 2014, defendeu reforma parecida.
Ninguém prometeu a seus eleitores que os levariam ao paraíso da flexibilização
absoluta, onde as empresas poderão usar trabalhadores de forma sazonal, sem
nenhuma obrigatoriedade de contratação por até 180 dias. Ou seja, esta lei é um
puro e simples estelionato eleitoral feito só em condições de sociedade
autoritária como a brasileira atual.
Da lei aprovada
nesta semana desaparece até mesmo a obrigação da empresa contratante de
trabalho terceirizado fiscalizar se a contratada está cumprindo obrigações
trabalhistas e previdenciárias. Em um país no qual explodem casos de trabalho
escravo, este é um convite aberto à intensificação da espoliação e à
insegurança econômica.
Ao menos, ninguém
pode dizer que não entendeu a lógica da ação. Em uma situação na qual a
economia brasileira está em queda livre, retirar direitos trabalhistas e
diminuir os salários é usar a crise como chantagem para fortalecer o patronato
e seu processo de acumulação. Isto não tem nada a ver com ações que visem o
crescimento da economia. Como é possível uma economia crescer se a população
está a empobrecer e a limitar seu consumo?
Na verdade, a função
desta lei é acabar com a sociedade do emprego. Um fim do emprego feito não por
meio do fortalecimento de laços associativos de trabalhadores detentores de sua
própria produção, objetivo maior dos que procuram uma sociedade emancipada. Um
fim do emprego por meio da precarização absoluta dos trabalhos em um ambiente
no qual não há mais garantias estatais de defesa mínima das condições de vida.
O Brasil será um país no qual ninguém conseguirá se aposentar integralmente,
ninguém será contratado, ninguém irá tirar férias. O engraçado é lembrar que a
isto alguns chamam "modernização".
De fato, há sempre
aqueles dispostos à velha identificação com o agressor. Sempre há uma claque a
aplaudir as decisões mais absurdas, ainda mais quando falamos de uma parcela da
classe média que agora flerta abertamente com o fascismo. Eles dirão que a
flexibilização irrestrita aumentará a competitividade, que as pessoas
precisarão ser realmente boas no que fazem, que os inovadores e competentes
terão seu lugar ao sol. Em suma, que tudo ficará lindo se deixarmos livre a
divina mão invisível do mercado.
O detalhe é que, no
mundo dessas sumidades, não existe monopólio, não existe cartel, não existem
empresas que constroem monopólios para depois te fazer consumir carne
adulterada e cerveja de milho, não existe concentração de renda, rentismo,
pessoas que nunca precisarão de fato trabalhar por saberem que receberão
herança e patrimônio, aumento da desigualdade. Ou seja, o mundo destas pessoas
é uma peça de ficção sem nenhuma relação com a realidade.
Mas nada seria
possível se setores da imprensa não tivesse, de vez, abandonado toda ideia elementar
de jornalismo.
Por exemplo, na
semana passada o Brasil foi sacudido por enormes manifestações contra a reforma
da previdência. Em qualquer país do mundo, não haveria veículo de mídia, por
mais conservador que fosse, a não dar destaque a centenas de milhares de
pessoas nas ruas contra o governo. A não ser no Brasil, onde não foram poucos
os jornais e televisões que simplesmente agiram como se nada, absolutamente
nada, houvesse acontecido. No que eles repetem uma prática de que se serviram
nos idos de 1984, quando escondiam as mobilizações populares por Diretas Já!. O
que é uma forma muito clara de demonstrar claramente de que lado sempre
estiveram. Certamente, não estão do lado do jornalismo.
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