11.16.2015

Quem criou o Estado Islâmico m'sieur Hollande?


E o Estado Islâmico explodiu a Cidade Luz. Uma barbárie nas barbas de uma das principais potências militares do planeta. Como são preparados em armas, inteligência e dinheiro esses terroristas, não?!

Agora, conte-nos, m'sieur Hollande, quem criou o Estado Islâmico, que lhe chama de "imbecil"?
Sei pelo menos como ele cresceu: com a devastação da Síria na guerra civil que já matou 250 mil e fez de cidadãos a párias refugiados 11 milhões de homens, mulheres e crianças, insuflada pela aliança de champanhes e hambúrgueres contra Bashar Al-Assad, apenas um nacionalista árabe, que governava um país com bem-estar e em desenvolvimento, até chegar a "coalizão" e a "oposição moderada", que nunca escondeu seu patrocínio militar oriundo do Ocidente, atalho pelo qual o Estado Islâmico se armou. Isso não para dizer apenas o público, reconhecido oficialmente na imprensa, sem adentrar nas teorias de conspiração.
Há que se falar na "liberdade de deboche" e racismo do Charlie Hebdo, que humilhou a população franco-muçulmana e semeou a adesão, ainda que por omissão, ao caminho que levou às labaredas e chafarizes de sangue deste 13/11 de 2015.
O Estado Islâmico aplaude o fechamento das fronteiras e a "resposta implacável" prometida. Disso ele se alimenta. Talvez, para isso o atentado. Talvez para mais: para girar para atrás a roda favorável às reformas em favor dos imigrantes e refugiados, sejam do México, sejam da Síria, que estava em curso após a fotografia de Aylan Kurdi. Roda esta que fez a de direita Angela Merkel enfrentar a extrema-direita alemã e Barack Obama declarar, após fazer aprovar a nova lei de imigração, que a América fora e sempre será também construída pelos imigrantes. Coube ao povo parisiense pagar o preço na mesma "comanda" dos refugiados da barbárie que ocorre do outro lado do mar, que tem o dedo pusilanime do m'sieur Hollande.
Aliás, este é um presidente francês que revela o quão dissonante a França está da alcunha de "Berço da Humanidade". É um "líder" que se alimenta de sangue, seja o do atentado contra o próprio Charlie Hebdo, seja este agora, após sua popularidade ter sido dizimada quando descumpriu tudo o que prometeu na eleição, quando prometeu políticas sociais, de infraestrutura para retomar o crescimento, empregos e enterrar a austeridade. Um tecnocrata academicista formado na ENA (Escola Nacional de Administração) que não está à altura dos desafios destas primeiras duas décadas do século XXI, onde, após apenas 400 anos do primeiro uso de um telescópio por Galileu, período correspondente a um segundo se a existência do Universo fosse comprimida a um dia terrestre, está em disputa se seremos uma espécie interestelar ou sucumbiremos na misantropia e no liberalismo econômico radical.
Neste caso específico, que o "brie" vire tempero de strogonoff e a Europa e Oriente Medio, isto é, as suas populações, possam viver em paz.

Por Leopoldo Vieira

https://www.brasil247.com/pt/colunistas/leopoldovieira/205328/Hollande-le-vampire.htm

11.10.2015

BANDARRA: Aqui estão minhas raízes enquanto sujeito histórico.




Região a 22 km de Conceição do Tocantins, sentido a cidade de Paranã, fica entre o córrego Gameleirinha e a serra da Santana, antiga fazenda São Brás, terra de meus bis avos e tios avós que hoje foi desmembrada em varias posses. Naquele tempo as terras eram devolutas, ou seja, as pessoas residiam e delimitavam os territórios de forma pacífica com base em córregos, serras e até mesmo espécie de biomas florestais conhecidos como capões,cerrados, brejos entre outros.
Para muitos talvez seja mais uma região do município, mais para mim, esse é um espaço carregado de simbologia e que vou compartilha um pouco aqui, pois acredito que ali estão ficadas as minhas raízes e as bases de todas minhas convicções com sujeito histórico forjado para a luta. Conta os mais velhos que por entre os anos de 1885 e 890, migrou-se para a região um negro de nome BANDARRA, escravo de uma da varias famílias ricas do município, no auge da exploração do ouro que deu origem a cidade, pois ele tinha acabado de ser beneficiado pela Lei do Sexagenário no período da escravidão.
A Lei dos Sexagenários, também conhecida como Lei Sararaiva-Cotegipe, foi promulgada em 28 de setembro de 1885. Essa lei concedia liberdade aos escravos com mais de 60 anos de idade. A lei beneficiou poucos escravos, pois eram raros os que atingiam esta idade, devido a vida sofrida que levavam. Os que chegavam aos 60 anos de idade já não tinham mais condições de trabalho. Portanto, era uma lei que acabava por beneficiar mais os proprietários, pois podiam libertar os escravos pouco produtivos. Sem contar que a lei apresentava um artigo que determinava que o escravo, ao atingir os 60 anos, deveria trabalhar por mais 3 anos, de forma gratuita, para seu proprietário.

Chegando ali ele se instalou a beira de ribeirão que nasce na serra rumo ao Córrego da Gameleirinha com aproximadamente 4 km de extensão, mas que não tinha nome, porem com o passa do tempo ficou conhecido como córrego do Bandarra. Mais tarde meus avos paternos mudaram-se para a mesma região fixando residência ao lado do ribeirão, que ficou conhecida como Fazenda Bandarra. O curioso é que após um período estudando em Jacareí-SP, ao retorna, meu pai tentou mudar o nome primeiro para Fazenda Paulicéia, depois para Fazenda Santa Inês uma alusão ao nome de sua mãe, mas a força da cultura falou mais alto e Bandarra resistiu ao tempo e permanece firme e cada vez mais forte no imaginário daqueles que ali vivem.
Acredita-se que mais tarde outros escravos se mudaram para a região, pois as características no eterno é marcada por varias identificações da cultura, dos costumes e dos traços genéticos do povo afro descendentes. Inclusive dentro dessa área há uma comunidade denominada de AGUA BRANCA, que esta em processo de reconhecimento como remanescente de quilombola, que só não avançou ainda por falta de conhecimento das autoridades, ou mesmo, por falta de compromisso político com esse povo.
Produto desse meio, corre em minhas veias toda sentimentalidade desse povo sofrido, dessa raça negada, que me marca nos traços genéticos, desde a pele escura,  lábios grossos, cabelos crespo, indignação com o preconceito  e com o racismo, mas sobretudo, o orgulho de ser negro. Jamais neguei os meus e, quase que por instinto sempre procurei mais que defender a cultura afro, busco sua promoção, escrevendo, colaborando nos grupos de tradição com a nossa CONGADA.
Nesse contexto, sempre serei favorável a lei de cotas, as políticas de reparação racial e social, as ações de distribuições renda, e as medidas de afirmação e proteção aos grupos de minorias. Encerro esse pequeno relato com a poesia de José Bonifácio que extravasa muito bem  toda minha identidade e sentimentalidade com esse território (...). Escravo – não, não morri nos ferros da escravidão; lá nos Palmares vivi, tenho livre o coração! Nas minhas carnes rasgadas, nas faces ensanguentadas, sinto as torturas de cá; meu espírito solto não partiu – ficou lá (...). #BANDARRA.

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10.24.2015

Abertura dos jogos indígenas em Palmas: Show de cultura e pré-conceito.




Ontem dia 23 de outubro tive o privilégio de estar em um lugar em que milhões de pessoas do mundo inteiro gostariam de está, na abertura dos I JOGOS MUNDIAIS DOS POVOS INDÍGENAS. Num cenário místico em que a natureza, com uma mescla de sou e chuva, parecia colaborar com as apresentações culturais e o artesanato desses povos, proporcionou a quem ali estava um espetáculo multicultural maravilhoso, riquíssimo e por isso, único.
Mesmo para quem não a historia desses povos, teve a oportunidade de desmistificar aquela idéia da de que índio é tudo igual. Através de suas maneiras de vestir, composição da pele, traços físicos, costumes e maneira de manifestar sua cultura, mostraram que são pessoas diferentes, com identidades próprias com base em sua territorialidade, assim, como nós nos identificamos a partir de nações.
No evento de abertura, aproveitaram seus discursos para nos dá verdadeiras lições de harmonia entre nossas demandas e a preservação da natureza, além de cobra das autoridades presente, sobretudo a Presidenta Dilma, que barre a possibilidade da PEC 215, uma Proposta de Emenda a Constituição, que praticamente acaba com a Fundação Nacional Fundação Nacional do Índio, órgão do governo, vinculado ao Ministério da Justiça, criado em dezembro de 1967, com o objetivo de demarcar as terras indígenas e prestar assistência médica e educacional aos índios. Pois essas políticas seriam desenvolvidas por outros órgãos, que tem a finalidade principal atribui ao Congresso Nacional à demarcação das reservas, um espaço dominado por aqueles que defendem o agronegócio.
Mas nem tudo foi uma oportunidade para promover esses povos e sua cultura, além de apresentar ao mundo da suas demandas. O preconceito, que perpassou ações e falas, ainda que involuntárias que nos foram inculcadas ao longo de anos na escola, nos filmes e histórias, até aqueles maldosos, ficou evidente e foi à parte triste do evento. Muito antes do evento já se observa nas redes sociais piadas pejorativas em relação aos povos indígenas, como por exemplo: “mesmo com tanto índio em palmas não se faz chover”, entre outras tantas. Ao meu lado ouvi varias pessoas impacientes, com os ritos indígenas, dizendo que era coisa de índio.
Ouvi coisas que não são publicáveis aqui nesse espaço, que nos permites dizer que era de uma futilidade tão grande, tão reacionária e tão sem noção, que nos permite pensar que quando essas pessoas morrerem e seus cérebros inchar talvez chegassem atingir o tamanho de um caroço de azeitona. Mas sinceramente, tenho esperança que durante esse intervalo de tempo que acontecerá os jogos, as pessoas conhecendo melhor esses povos e sua cultura, possam rever seus conceitos e posicionamento.

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10.21.2015

Uma projeção reflexiva sobre o novo valor do Piso de 2.743,65, previsto para 2016.



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O projeto de autoria da Senadora Vanessa Gazionttin (PC do B - AM) e sob a relatoria da Senadora Ângela Portela (PT-RR) prevê um piso no valor de R$ 2.743,65 o parecer  que foi favorável esta coerente com o que defendeu a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), em seu ultimo encontro, além da consonância com o que estabelece as mais recentes legislações sobre a valorização da categoria.
Essa iniciativa cumpre em parte o processo de valorização dos trabalhadores em educação e deve ser enaltecida, pois aumenta o valor do piso salarial para o profissional do magistério, sinalizando que a meta 17 do Plano Nacional de Educação, que prevê equiparar a remuneração média da categoria com outras profissões de mesma escolaridade.
Em contrapartida, entendemos que ele não cumpre seu papel em toda plenitude por duas razões: a primeira se dá na medida em que não se contempla o conjunto dos profissionais da educação, mas apenas os profissionais do magistério, dificultando o debate e o enfrentamento numa perspectiva de valorização nos planos de carreiras estaduais e municipais desses profissionais. Outra observância é que somente o valor mínimo do piso, não garantirá uma evolução das carreiras no sentido de garantir a execução da meta 18 do PNE, isso só acontecera com a vinculação desses servidores ao piso e a implantação dos PCCR”s dentro de uma perspectiva evolutiva de valorização defendida pela categoria, que seria a aplicação de percentuais no valor inicial do piso, correspondente a 50% para nível superior, 15% para pós graduado, 25% em mestrado e 35% para doutorado.
Nesse aspecto, a destinação de apenas 5% da arrecadação das loterias para ajudar na complementação, embora seja um grande avanço, pois vincula algo em torno de 15 bilhões a educação, ainda é muito pouco,  precisa-se implementar essa cesta de recursos, sobretudo como o aumento dos recursos vinculados a União, Estados e Municípios de 25% para 30% do orçamento.
No entanto, dentro desse projeção de correção de uma distorção histórica na remuneração da categoria, é dada como certo a choradeira dos Governadores e Prefeitos, mais o valor é coerente com a política de valorização da categoria, que juntamente com os planos de carreira irá corrigir uma injustiça humilhante e que afasta futuros profissionais da área. 
Nossa categoria tem que se apropriar das informações, estudos e dados, para fazer os debates e os enfrentamentos necessários nesse momento. Sabemos que os gestores viram com os mesmo argumentos infundados sobre questões de dotação orçamentária, de que recurso não se inventa, verdade, mas se remaneja. Portanto, se quiserem nos convencer é preciso abrir o orçamento, mostrando a evolução fiscal nos últimos três anos, além de detalhar folha de pagamento, como quem e contrato e quem é efetivo; se os que recebem pelos 60% do FUNDEB estão no exercício de livre docência, bem como, nos mostrar que quem recebe pelos  outros 40% são servidores lotados e prestam serviços na área da educação.
Os governadores precisam ter a compreensão de os planos de carreira é uma política de estado e não de governo, assim como os prefeitos, precisam tratar o tema como ação de município e não personificar o debate nesse ou naquele ator. Aos trabalhadores da educação cabe ter a responsabilidade de fazer um debate responsável, de maneira que se possa construir uma proposta sustentável, aonde a gestões posteriores tenham condições de plenas executa-la. Mas momentaneamente dois sentimentos me incomodam o primeiro é a postura dos gestores, que mesmo com todo conhecimento da legislação seja educacional, seja orçamentária, cria todo tipo de obstáculo para conceder algo que é um direito garantido em lei. O segundo é o comodismo dos educadores e a falta de consciência política coletiva, em especial das redes municipais, no sentido de se organizarem na busca de seus direitos, pois eles jamais serão dados, terão que ser conquistados, no entanto, além do dialogo, não se descarto o enfrentamento com mobilizações e movimentos de paralisação, tudo dentro de uma postura democrática e legal.

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