9.04.2013

As desventuras do príncipe FHC




Livro sobre a compra de votos para a emenda da reeleição e o caso extraconjugal de FHC alvoroçam os tucanos. Por Leandro Fortes 

Segundo o relato do ex deputado Narciso Mendes, centenas de parlamentares veneram seus votos por 200 mil reais a cabeça

A obra chega às livrarias no sábado 31, mas antes mesmo de sua publicação tem causado desconforto no ninho tucano. Luiz Fernando Emediato, publisher da Geração Editorial, responsável pela edição, tem recebido recados. O último, poucos dias atrás, foi direto: um cacique do PSDB telefonou ao editor para pedir o cancelamento do livro e avisou que a legenda havia contratado um advogado para impedir a publicação, caso o apelo não fosse atendido.
Tanto alvoroço deve-se ao lançamento de O Príncipe da Privataria – A história secreta de como o Brasil perdeu seu patrimônio e Fernando Henrique Cardoso ganhou sua reeleição, do jornalista Palmério Dória. O título da obra faz alusão à alcunha de “príncipe dos sociólogos”, sugestão de amigos do ex-presidente, e ao termo privataria, menção ao processo de privatização comandado pelo PSDB nos anos 1990 e eternizado por outra obra da Geração Editorial, A Privataria Tucana, de Amaury Ribeiro Jr.
Há razão para os temores dos aliados de FHC. Na obra, Dória reconstituiu um assunto que os tucanos prefeririam ver enterrado: a compra de votos no Congresso para a emenda da reeleição que favorecia o ex-presidente. E detalha o “golpe da barriga” que o deixou refém das Organizações Globo, em especial, e do resto da mídia durante seus dois mandatos.
A maior novidade é a confirmação da identidade do Senhor X, a fonte anônima responsável pela denúncia do esquema de compra de votos para a emenda da reeleição. O ex-deputado federal Narciso Mendes, do PP do Acre, precisou passar por uma experiência pessoal dolorosa (esteve entre a vida e a morte depois de uma cirurgia) para aceitar expor-se e contar novos detalhes do esquema.
A operação, explica Mendes no livro, foi montada para garantir a permanência de FHC na Presidência e fazer valer o projeto de 20 anos de poder dos tucanos. Para tanto, segundo o ex-parlamentar, foram subornados centenas de parlamentares, e não apenas a meia dúzia de gatos-pingados identificados pelo jornalista Fernando Rodrigues, da Folha de S.Paulo, autor das reportagens que apresentaram em 1997 as gravações realizadas pelo Senhor X, apelido criado pelo repórter para preservar a identidade do colaborador, então deputado do antigo PPB.
Os mentores da operação que pagou 200 mil reais a cada deputado comprado para aprovar a reeleição, diz o Senhor X, foram os falecidos Sérgio Motta, ex-ministro das Comunicações, e Luís Eduardo Magalhães, filho de Antonio Carlos Magalhães e então presidente da Câmara dos Deputados. Em maio de 1997, a Folha publicou a primeira reportagem com a transcrição da gravação de uma conversa entre os deputados Ronivon Santiago e João Maia, ambos do PFL do Acre. No áudio, a dupla confessava ter recebido dinheiro para votar a favor da emenda. Naquele momento, o projeto tinha sido aprovado na Câmara e encaminhado para votação no Senado.
À época, a oposição liderada pelo PT tentou instalar uma CPI para apurar as denúncias. Mendes resume os acontecimentos a Dória e ao jornalista Mylton Severiano, que participou das entrevistas com o ex-deputado em Rio Branco: “Nem o Sérgio Motta queria CPI, nem o Fernando Henrique queria CPI, nem o Luís Eduardo Magalhães queria CPI, ninguém queria. Sabiam que, estabelecida a CPI, o processo de impeachment ou no mínimo de anulação da emenda da reeleição teria vingado, pois seria comprovada a compra de votos”.
E assim aconteceu. A denúncia foi analisada por uma única comissão de sindicância no Congresso, que apresentou um relatório contrário à instalação de uma comissão parlamentar de inquérito. O assunto foi enviado ao Ministério Público Federal (MPF), então sob o comando de Geraldo Brindeiro. O procurador fez jus ao apelido de “engavetador-geral”, nascido da sua reconhecida leniência em investigar casos de corrupção do governo FHC. O MP nunca instalou um processo de investigação, a mídia nunca demonstrou o furor investigatório que a notabilizaria nestes anos de administração do PT e o Congresso aprovou a emenda, apesar da fraude.
O Príncipe da Privataria tenta reconstituir os passos da história que levou uma repórter da TV Globo em Brasília, a catarinense Miriam Dutra, a um longo exílio de oito anos na Europa. Repleta de detalhes, a obra reconstituiu o marco zero dessa trama, “nalgum dia do primeiro trimestre de 1991”, quando o jornalista Rubem Azevedo Lima, ao caminhar por um dos corredores do Senado, ouviu gritos do gabinete do então senador Fernando Henrique Cardoso. “Rameira, ponha-se daqui pra fora!”, bradava o então parlamentar, segundo relato de Lima, ex-editorialista da Folha de S.Paulo, enquanto de lá saía a colega da TV Globo, trêmula e às lágrimas.
A notícia de um suposto filho bastardo não era apenas um problema familiar, embora não fosse pouco o que o tucano enfrentaria nessa seara. A mulher traída era a socióloga Ruth Cardoso, respeitada no mundo acadêmico e político. O caso extraconjugal poderia atrapalhar os planos futuros do senador. Apesar de se apresentar como um “presidente acidental”, em um tom de desapego, FHC sempre se imaginou fadado ao protagonismo na vida nacional.
Escreve Dória: “Entra em cena um corpo de bombeiros formado por Sérgio Motta, José Serra e Alberico de Souza Cruz – os dois primeiros, cabeças do “projeto presidencial”; o último, diretor de jornalismo da Rede Globo e futuro padrinho da criança”. Motta e Serra bolaram o plano de exílio da jornalista, mas quem tornou possível a operação foi Souza Cruz, de atuação memorável na edição fraudulenta do debate entre Collor e Lula na tevê da família Marinho às vésperas do segundo turno. A edição amiga, comandada diretamente por Roberto Marinho, dono da emissora, e exibida em todos os telejornais do canal, levaria o “caçador de marajás” ao poder. Acusado de corrupção, Collor renunciaria ao mandato para evitar o impeachment.
Miriam Dutra e o bebê foram viver na Europa e o caminho político de FHC foi novamente desinterditado. Poucos anos depois, ele se tornaria ministro da Fazenda do governo de Itamar Franco, surfaria no sucesso do Plano Real, a ponto de renegar a importância do falecido ex-presidente na implementação da estabilidade monetária no País, e venceria a eleição de 1994 no primeiro turno.
Por muito tempo, apesar de o assunto circular nas principais rodas políticas de Norte a Sul, Leste e Oeste, imperou nos principais meios de comunicação um bloqueio a respeito do relacionamento entre o presidente e a repórter. Há um pressuposto não totalmente verdadeiro de que a mídia brasileira evita menções à vida particular dos políticos, ao contrário das práticas jornalísticas nos Estados Unidos e Reino Unido. Não totalmente verdadeiro, pois a regra volta e meia é ignorada quando se trata dos adversários dessa mesma mídia.
No fim, o esforço para proteger FHC mostrou-se patético. Só depois da morte de Ruth Cardoso, em 2008, o ex-presidente decidiu assumir a paternidade do filho da jornalista. Mas um teste de DNA, feito por pressão dos herdeiros do tucano, provou que a criança não era dele.
Dória entrevistou inúmeras personalidades, entre elas o ex-presidente da República Itamar Franco, o ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes e o senador Pedro Simon, do PMDB. Os três, por variadas razões, fizeram revelações polêmicas sobre FHC e o quadro político brasileiro. Há outras declarações pouco abonadoras da conduta do ex-presidente. A obra trata ainda do processo de privatização, da tentativa de venda da Petrobras e do plano de entrega da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil ao setor privado. “O livro mostra que FHC é um caso de crime continuado”, resume o autor.

http://www.cartacapital.com.br/revista/764/as-desventuras-do-principe-3780.html/view

9.02.2013

Governador Siqueira Campos foi decisivo na eleição de Taipas

       O municipio de Taipas do Tocantins, a 350 quilômetros de Palmas, elegeu seu mais novo prefeito, o ex-prefeito Joaquim Carlos Azevedo (PSD) obteve 731 votos, sendo eleito com 50,24% dos votos válidos.  numa eleição apertada em que a diferença para a prefeita em execicio foi de apenas  39 votos. As pessoas que acompanharam essa disputa acirra  ironizam que a ida do Governandor Siqueira Campos ao palanque da adversária foi fator primordial para decisão em prol de Joaquim Carlos, pois, sua avaliação perante a população é autamente negativa.
      O prefeito eleito em 2012, Orlando Proência, que teve seu diploma cassado por abuso de poder político, deve estar profundamente frustado, pois foi justamente por uma ação movida pelo prefeito eleito Joaquim Carlos que teve seu mandato interropido. Orlando empenhou-se pessoalmente na campanha da Candidta Maria, que não obteve sucesso esperada. Isso segnifica uma dupla derrota.

8.30.2013

Plebiscito: nova proposta já em debate na Câmara

Protocolado junto à Mesa Diretora da Casa, ontem, começou a tramitar na Câmara o projeto de decreto legislativo (PDL) para a realização do plebiscito sobre a reforma política. O PDL foi proposto pelos líderes do PT, José Guimarães (CE); do PSB, Beto Albuquerque (RS); do PDT, André Figueiredo (CE); e do PCdoB, Manuela D’Ávila (RS). Foi registrado com 188 assinaturas, 17 a mais do que as 171 necessárias para apresentação.
Depois de protocolarem a proposta na Câmara, os autores do projeto, acompanhados pelos presidentes nacionais do PCdoB, Renato Rabelo, e do PT, deputado Rui Falcão (SP), foram ao Palácio do Planalto e entregaram uma cópia da proposta à presidenta Dilma Rousseff.
Para que as modificações nas regras eleitorais aprovadas pela população no plebiscito sejam válidas já nas eleições do ano que vem, o PDL terá que ser aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), pelo plenário da Câmara e depois pelo Senado até 5 de outubro, daqui a pouco mais de um mês.

E a oposição, o que tem a dizer agora?

Apesar do curto prazo para a realização da consulta popular e a aprovação das mudanças na legislação eleitoral, o líder do PT, José Guimarães, se disse otimista e acreditar na possibilidade de as novas regras valerem para 2014. “Esse é o nosso esforço. Agora, temos que dar celeridade. O mais difícil fizemos”, disse ele. “Agora o fundamental é ouvir a população sobre a reforma”, completou.
O presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, mostrou-se mais cauteloso. “Se for para este ano (2014) melhor , se não, estamos na luta”, acentuou. “A reforma política é o tema central. Vivemos uma crise de representatividade e do modo de participação do processo eleitoral. Temos que enfrentar essa questão. O plebiscito não está morto”, resumiu Rabelo.
A questão agora é saber o que a oposição quer, sua verdadeira posição sobre a reforma política. E mais: qual a posição da mídia, que tem opinião sobre tudo e inegavelmente é relevante no processo de condução do plebiscito até sua realização. A mídia está a favor ou contra o plebiscito?
No mais, é o que tenho proposta e defendido, é preciso mobilizar o país, debater, dialogar, fazer política na pressão para levar o Congresso Nacional a aprovar o plebiscito. O momento é de ir para as ruas, devolver a soberania ao povo para fazer aquilo que seus representantes se recusaram a fazer até agora. Ouvir não apenas as vozes da ruas, mas a das urnas, a única que expressa realmente a vontade soberana do povo e da nação, do Brasil.

http://www.zedirceu.com.br/plebiscito-nova-proposta-ja-em-debate-na-camara/


8.22.2013

Congresso: Levanta-te e Resplandece marcar final de semana em Conceição

Arte: Assembléia de Deus Madureira
    Neste final de semana de 23 a 25, a Igreja Assmbléia de Deus Madureira estará realizando um congresso com o tema: Levanta-te e Resplandece, que contará com a participação de varias cidades, principalmente do Campos de Dianópolis. de acordo com a membro e cantora Adélia Cardoso, da dupla As Irmãs Cardoso o evento contará com a presença de varias astrações gospel (Erica Lopes, As irmãs Cardoso e Wesley Morais). 
   O evento que será presidido pelo Pastor Ismael e sua esposa a Pra Raquel, contará com as presenças Presidente do Campo de Dianópolis Pastor Rosalvino e da Pastora Sônia. a Reflexão do tema fiacrá a cargo do Pastor Edson Vander e da Missionária Ivanilda Santiago. Na oportunidade serão realizadas reuniões com os obreiros da Igreja Assembléia de Deus Madureira, abrangendo o Campo de Dianópolis.
    Segundo um dos organizadores, Ronilton Pereira, o evento será uma grande festa para a familia e para Deus e estende o convite para toda a comunidade que se desjararem participar de uma festar diferente que alimenta não só o corpo, mas a alma.

8.21.2013

O que a parceiria Lula / José de Alencar mostra para o PT do Tocantins.

    Diferente dos demais partidos politicos que em sua maioria foram criado para acomodar lederes descontente com outras agremiações, o Partido dos Trabalhadores (PT)  nasceu das lutas sociais, ou seja ele foi construido a partir de revindicações das minorias para atender suas demandas. Entre as varias categorias que colaboraram para a edificação dessa nção vermelha estão os sindicatos e as centrais, que lutaram persistentemente contra a classe empressarial da epoca por melhores condições de trabalho e remuneração. E momento necessário e histórico do partido, porem, deixou algumas marcas que dificultou a ascenção do partido ao poder. Durante esse periodo criou se uma visão negativa e generalizada o empresariado como um todo, mas epóca essa restrição fazia sentido. inflação astronomica favorecia o capital especulativo e maior expropriação dos trabalhadores.
    Mas o presidente LULA que esta no minimo um decada a frente em se tratando de articulação politica, observou após varias derrotas que sem um parceria das categorias de base com a boa parte do empresariado, percebeu que seria impossivel,  PT chegar ao poder, principlamente, porque da midia o PIG (Partido da Imprensa Golpista), sempre manipulou pesquisas, debates e criava sempre um clima de terrorismo em caso de vitoria petista. Foi então que o metarlugico Luis Inacio Lula da Silva, percebeu que o pais tinha dois tipo de empresário, aquele que só trabalha com capital especulativo e volatil, que se alumenta das altas taxas de juro, causando um mal sem precedente para o país, mas  por outro lado, tem o empresário investidor, aquele que aposta no pais, investindo no emprego e gerando renda, aplicando nas areas estrategias do país e concordando com a reduação nas margens de lucros. Foi o perfil desse ultimo que o presidente LULA viu no saudoso vice presidente José de Alencar, uma parceria que mudou os rumos do PT.

Seus reflexos para o PT do Tocantins em 2014

  Resguardando a devida proporcinalidade, acredito que o PT do Tocantins esta no cominho certo nas articulações em torno do nome do DR. NICOLAU ESTEVES, principalmente porque ela esta sendo de amneira dialógica, envolvendo todas as insancias do partido, disse ninguem pode reclamar, pois se não participa é por uma questão de opção. Durante os encontros do partido tive a oportunadade de troca algumas ideias com ele, que se mostrou um entusiasto do PT, um perfil socialista e do empresário que o Presidente LULA trouxe para dentre da militancia.
     As alegações a respeito do tempo de sua filiação veja como um fotor periferico, pois o tempo não depende apenas do tempo, mas da pulsação, da pré-disposição e do temperamento do militante, a pessoas que cheagaram ha apenas um ano ou dois, mas que pelo perfil já nasceram petista e outras ha nos filiadas mas que nunca conhece o PT em sua essencia, pois nunca militou de fato. Penso que o partido poderia criar suas próprias circustâncias, ao invés de ser criado por elas, valorizando toda a historia de Presidente Donizete na luta pela expanção, reconhecendo a importancia do ex-prefeito Raul Filho na projeção do partido, mas sobretudo, abraçando as pré-candidaturas do Dr Nicolau Esteves e Paulo Mourão, para Governador e Senador respectivamente.
A carvana da Esperança é uma excelete oportuneida para colocar esse pensamento em pratica, pois teremos a oportunidade de apresentar nosso quaadros a sociedade. Mas o essencial é deixar claro durante esses encontro que no Partido dos Trabalhadores  a essencia é o projeto e não as pessoas, pois quando o presidente E-xLula elegeu a Presidente Dilma isso ficou evidente, poderia ser qualquer outro quadro, porque o povo tava votando na continuidade do projeto do PT, de crescimento com distribuição de renda.







Atendendo sugestões dos nossos leitores

    Há alguns dias atrás um internauta nos enviou uma mensagem sugerindo que mudássemos a configuração das cores do plano de fundo do nos blog, pois as cores fortes forçavam muito as vistas. Após analisarmos a o impacto na originalidade do espaço e do seu ideal com espaço de discussões e debates de ideias socialistas e progressistas, chegamos ao entendimento que nosso leitor tem razão, pois a essência da causa esta também nas ideias e no só nas cores, embora essa traz uma simbologia significante para os movimentos de esquerdas. Agradecemos a sugestão e esperamos que a nova configuração possa aproximar daquilo que foi imaginado pelo internauta

8.20.2013

BANDIDOS EXPLODEM BANCO DO BRASIL DE TAGUATINGA

    Nessa madrugada de segunda pra terça (20) de agosto, bandidos explodiram a agência do do Banco do Brasil, na municipio de Taguatinga, na região Sudeste do Estado do Tocantins, que fica a 465 Km da capital Palmas.
  Segundo fonte , os assaltantes ainda teriam axplodido as agenêcias do Correios e o Pelotão da Policia militar, informações ainda não confirmadas. De acordo as informações ninguem teria ficado ferido .
  Esse é o terceiro assalto a agencias bancarias no municipio que esse blog apurou. Em 1999 qundo eu ainda estava nos quadros da Policia Militar, o avião que transportava dinheiro em especié foi intercepitado no aeroporto, ocasião em que o Subtenente Eduardo na epóca foi ferido e o Sargento Neto foi feito refém. No ano passado, aconteceu outro assalto que resultou numa mega operação das forças policiais do estado,que teve o Cabo PM Adenilson, um colega que formou comigo em 2003, baleado na cabeça e três bandidos mortos, que gerou imagens polêmicas postadas por PMs nas redes sociais.

Fotos de Sandra do site www.agitotagua.com.br 











8.19.2013

Aprovação dos royalties representa "vitória histórica", diz Dilma

A aprovação pela Câmara dos Deputados do Projeto de Lei (PL) 323/07, que destina 75% dos recursos dos royalties do petróleo para investimentos em educação e 25% para a saúde, representou uma "vitória histórica", disse nesta segunda-feira (19) a presidenta Dilma Rousseff.

Ela informou que vai sancionar o texto nos próximos dias "para garantir que os recursos comecem a chegar o quanto antes às creches, às escolas, aos hospitais e aos postos de saúde de todo o nosso país". A lei também destina 50% do Fundo Social para a educação.

Ao participar, nesta segunda-feira, do programa semanal Café com a Presidenta, Dilma enfatizou a importância da educação para que o Brasil entre na economia do conhecimento, dominando as invenções científicas e as aplicações tecnológicas. Ele destacou que nenhuma nação do mundo chegou ao patamar de país desenvolvido, sem investir muito em educação e ressaltou que a aprovação do texto legal está em sintonia com a vontade da sociedade brasileira.

"Nossos senadores e deputados aperfeiçoaram e votaram a proposta que sempre defendi e que meu governo enviou ao Congresso, para que as riquezas do petróleo, que são finitas e um dia acabam, sejam investidas em educação. Ao garantir esses recursos para a educação, estamos dando um passo decisivo para realizar o compromisso com o presente e com o futuro do país e deixar um grande legado às novas gerações de brasileiros e de brasileiras", disse.

Durante o programa, a presidenta explicou que os royalties são os recursos que as empresas pagam para o governo como compensação financeira pela exploração do petróleo, em terra ou no mar. De cada barril de petróleo que as empresas tiram, entre 10% a 15% são divididos entre o governo federal, os estados e os municípios. Com a nova lei, a parte dos royalties que cabe ao governo federal será gasta na educação e na saúde, o que representa R$112 bilhões a mais para financiar os dois setores nos próximos dez anos.

"Estes R$112 bilhões são apenas os recursos decorrentes do petróleo que já foi descoberto ou que já está sendo extraído. Como nós vamos continuar a descobrir e a explorar cada vez mais, este valor pode subir na medida em que vamos abrindo novas licitações, colocando novas áreas para a exploração do petróleo", disse, lembrando que em outubro o governo vai licitar o Campo de Libra, que fica no fundo do mar, a 160 quilômetros do litoral do Rio de Janeiro. Essa camada do pré-sal foi descoberta pela Petrobras em 2006 e tem produção estimada entre 8 e 12 bilhões de barris de petróleo.

"Só o Campo de Libra contribuirá para que o saldo do Fundo esteja entre R$ 360 bilhões e R$ 736 bilhões nos próximos 35 anos", disse, ressaltando que a lei definiu a educação básica como prioritária para a aplicação dos recursos. Dilma destacou que até 2014 o governo espera construir 6 mil creches, especialmente para crianças pobres.
 
http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=221565&id_secao=1

Mídia empenha-se de novo em desqualificar manifestações. E volta a pedir repressão




Se fizemos uma rápida cronologia, o movimento dos orgãos de imprensa foi assim: no começo, pediam repressão contra os manifestantes que diariamente promovem concentrações em diversas cidades e capitais do país há dois meses; depois abraçaram as manifestações e tentaram cooptá-las, ignorando e em alguns casos estimulando os atos violentos; agora se posicionam de novo contrariamente aos atos públicos, justificando a reviravolta como decorrência da violência que encerra os protestos.


Em outras palavras, primeiro a mídia pediu repressão e depois tentou manipular e dirigir as manifestações. Agora quer repressão de novo. Alguns articulistas já invocam a ordem e um salvador da pátria. No fim de semana, direta ou veladamente na linha imprimida ao noticiário, a mídia pedia o fim das manifestações. Articulistas, editorialistas, comentaristas no rádio e TV, todos voltaram a essa postura.


A Veja, a Folha, o Estadão (e o Globo na 6ª feira) agora defendem o fim das manifestações. Na 6ª, O Globo tinha usado a manchete para criticar os manifestantes. Agora uma entrevista da ex-senadora e presidenciável Marina Silva, com uma única declaração em que ela afirma que a violência nos atos públicos extrapola limites, virou a principal manchete da Folha de S.Paulo no domingo.


Governo deu resposta às ruas; mídia esconde o fato

Dentro da volta dessa política, há uma matéria também na Folha de S.Paulo hoje - "Voz das ruas ainda não ecoa no Planalto" - na qual vão nessa linha, a pretexto de publicarem a agenda política e administrativa da Secretaria-Geral da Presidência da República. Deixam de lado os cinco pactos propostos pelo governo da presidenta Dilma Rousseff em resposta às reivindicações das ruas e as medidas, também em resposta, aprovadas pelo Congresso Nacional.


O fato é que a mídia ficou contra o plebiscito proposto inicialmente pelo governo em resposta às manifestações. Para ela povo só protestando; decidindo  não. Soberania só em palavra de ordem; já seu real exercício em um plebiscito para acabar com a corrupção via reforma politica, não. A proposta de plebiscito foi enterrada na Câmara dos Deputados com o apoio aberto da mídia. Já na página seguinte a essa matéria da "voz das ruas", a Folha dá uma materinha tipo pegadinha, sobre as viagens e acompanhantes do presidente Lula quando no governo.


Como vocês observam, o movimento de oscilação da mídia quanto às manifestações é aberto e direto. Para os jornalões, manifestações só contra o governo e o PT. Como não conseguiram converter os protestos das ruas em atos antipetistas, agora eles querem repressão de novo. Vale tudo. Volta a criminalização dos movimentos e a tentativa de desconstituição de lideranças. Sem contar a ofensiva contra o Mídia Ninja, o site que convocou os primeiros protestos e acompanha online as manifestações.


Mais um triste capítulo na história da velha mídia e de seus donos

Volta o jornalismo investigativo dirigido e os apelos ao Judiciário para punir os manifestantes. Tudo ao contrário de junho, quando os protestos se iniciaram e a mídia fechou os olhos. Foi conivente. Chegou a justificar a violência contra os partidos registrada em alguns atos e a agressão organizada pela repressão policial contra os manifestantes.

Nossa condenação feita desde a primeira hora contra violência e o vandalismo caiu no vazio. A velha mídia se limitou a separar em sua narrativa os manifestantes dos vândalos. Nada mais. E assim, com mais uma reviravolta na linha da cobertura, vive-se agora mais um triste capítulo na história da velha mídia e de seus donos.

http://www.zedirceu.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=19014&Itemid=2

8.05.2013

Matriz Nossa Senhora da Conceição do Tocantins; Um pilar na história tocantinese





Matriz Nossa Senhora da Conceição 

Escrever sobre história não é apenas falar do passado divorciado do presente, mas localizar e analisar fatos e dados que contribuam para a formação da identidade sócio-cultural de uma comunidade. por isso, nesse cinquenta (50) anos de emancipação politica de nossa querida conceição resolvir publicar aqui esse artigo que escrevi ha anos, que brevimente o paro
O lócus deste trabalho é a cidade de Conceição do Tocantins, antiga Conceição do Norte. Região povoada por volta de 1741, sendo elevada a categoria de Vila de Nossa Senhora da Conceição em 1854, vindo conquistar sua autonomia política em 07 de agosto de 1963, quando se desmembrou do município de Dianópolis. (Rocha, 1990, p.145).
A primeira habitação desta região deve sua origem ao riquíssimo garimpo de ouro baseado no trabalho escravo. Naquele tempo Conceição possuía 70 casas, uma capela de Nossa Senhora do Rosário e a Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição, objeto de nosso estudo.
Contudo tornou-se de grande importância administrativa regional, chegando a sediar Comarca Judicial, Colégio Eleitoral das Cidades vizinhas, sede Regional da Guarda Imperial, bem como sede de administração eclesiástica. Como paróquia, aqui chegou a residir até quatro padres. (Povoa, 1986 p. 14).
Hoje Conceição do Tocantins possui 4.17 mil, habitantes, segundo o último Censo do IBGE. Tem como atrativo principal suas expressões culturais como o Congo, as Folias do Divino, as festas religiosas, o artesanato local e as danças rítmicas. Todos esses valores serão apresentados juntamente com um perfil histórico da IGREJA MATRIZ NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO, em forma de painel.
Objetivando fazer um estudo preliminar sobre a Igreja Matriz, com base em pesquisas bibliográficas e entrevistas com moradores locais, procuraremos abordar alguns de seus aspectos, como sua construção com base no trabalho escravo, sua influência político-econômico, época em que a Igreja exercia forte domínio no mundo, assim como sua contribuição na formação da identidade sócio-cultural do povo conceicionense.
Embora seja um estudo preliminar, daremos ênfase nesse último aspecto, realçando importante legado cultural deixado pela etnia negra. Contrariando assim muitas teorias racistas, a exemplo de SÍLVIO ROMERO, quando ele afirma: “Do consórcio da velha população latina, bastante atrasada, bestamente infecunda, e de selvagens africanos, estupidamente talhados para o trabalho escravo, surgiu, na máxima parte, este povo”.
Portanto, descentralizando nossa analise do ponto de vista europeu, observaremos neste trabalho, um grande valor cultural. Veremos que homens e mulheres de origem africana são excludentes, em seus corpos, em suas vozes, nas cores que usam em suas roupas, em sua forma de mostrar afeto, até em sua forma de fazer política. Basta ver suas diversas manifestações, contra ou a favor, eles cantam e dançam para expressar seu agrado ou desagrado.
Durante nossa abordagem esses elementos, ficarão explícitos, bem como, suas sutilezas na resistência da aculturação européia, ou seja, sua maneira sábia de se organizar contra a imposição de uma cultura dominante.

2  PERFIL POLITICO-ECONÔMICO.

2.1 Construção
Parede lateral da igreja

Segundo PÓVOA (1986), nos tempos de glória do riquíssimo garimpo dessa região, hoje cidade de Conceição do Tocantins, chegaram trabalhar cerca de 10.000 (dez mil) escravos, tanto nas minas de ouro quanto nas grandes fazendas de gado e café, esse quantitativo chega a representar o dobro da população atual segundo o ultimo censo.
Como tudo que se produzia e construía naquela época, era fruto do trabalho escravo, A CONSTRUÇÃO DA IGREJA MATRIZ não foi diferente. Foram inúmeros os negros que morreram nas escavações das minas da qual era retirado o ouro que sustentava toda prepotência de seus senhores, aproveitando as pedras para construir uma grandiosa igreja, para a época.
Ainda hoje, pode se vê ao lado da igreja restos das escavações da mina, que forneceu material para construção das paredes, que chega a medir aproximadamente 40 metros de comprimento, 7 de altura e 80 centímetros de espessura.
O fato curioso, é que até pouco tempo, antes do calçamento ao redor da igreja, era comum às pessoas encontrarem pequenas pepitas de ouro, do barro que escorria das paredes com as águas das chuvas.

2.2. Imagem de Nossa Senhora da Conceição
Essas relíquias sempre fizeram parte da cultura e da crença popular dos moradores locais. Na igreja matriz, além da imagem de N.S. da Conceição, possuía outras imagens todas de madeiras, que segundo os moradores tinham seu interior oco e recheado de ouro.
A imagem da Santa Padroeira foi doada pelo CEL. FULGÊNCIO DA SILVA GUEDES,
Comandante Regional da Guarda Imperial, e foi trazida de Barreiras-BA, em lombo de “mulas”, que era sempre acompanhada por uma comitiva, que na chegada foi recebida com grande festividade.
O fato curioso, segundo relato de moradores da cidade, foi que o animal utilizado no transporte, recebeu uma espécie de alforria, isentando-o de qualquer tipo de trabalho até os últimos dias de vida.

2.3  O Sino
O sino da Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição é feito de ferro e segundo os moradores mais velhos do local, ele foi trazido de SÃO DISIDÉRIO – BA, em lombo de mulas acompanhado de uma grande comitiva, visto que naquele tempo, o único tipo de transporte era através de animais.
Segundo VYGOSTSKY, os signos e os instrumentos exercem importante função de mediação do homem com o meio em que vive. Ha exemplo de outras cidades históricas, o sino em Conceição tem uma função comunicativa, onde quase todos os moradores sabem diferenciar suas batidas, que comunica e informa desde uma data comemorativa, notas de falecimento, missa e outros eventos.
Ficando assim evidente seu caráter histórico e social. Como fator histórico preexiste aos indivíduos e é passível a mudanças, que se desenvolve ao longo do processo, tomando outras formas de representação. Como fator social, é de uso de todo grupo e não apenas de um indivíduo, criando assim formas culturais e sistemas simbólicos de comunicação.
Como marca da influência da cultura européia, o sino conta das seguintes inscrições em Latim, bem como as iniciais de seu fabricante: “SIGNUN CRUCIS VENITE, ADOREMOS ECDE”. FEITO POR O.D.F. EM 1880.


3 – INFLUÊNCIAS POLÍTICA DA IGREJA
Casarão antigo, que abrigou sede administrativa e educacional.


Como toda a Igreja Católica na época, a Matriz Nossa Senhora da Conceição exerceu forte influência político-econômica e na formação sócio-cultural do povo conceicionense, nos séculos XIX e XX.
Até bem pouco tempo, os limites entre os municípios vizinhos como Dianópolis, Almas, Natividade e Paranã, eram antigas demarcações feitas pela administração paroquial. Um dos exemplos são os ofícios emitidos pelo Padre JOÃO DE DEUS GUSMÃO ao Presidente da Província e ao Secretário do Bispado.
Essas delimitações administrativas também limitavam a área de comércio da cada município, mostrando assim, o poder da Igreja em geral e em especial da Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição. Veja transcrição de documento que reforça esse aspecto.

3.1 – Documento nº 1
VILA DA CONCEIÇÃO DO NORTE, 15 DE SETEMBRO DE 1873.
Ilmoº. Revmº.sr.
”Acuso a recepção do respeitável Ofício de V. Revmº com data de 1º de julho p.p no qual acusa-me não existir na Secretaria documento algum que esclareça a respeito dos limites das freguesias de Conceição de São José do Duro, a exceção da Lei provincial de 1859, alterada pela de 1860 (?) e que diz respeito ao Distrito de Paz.
Tenho a honra de responder a V. Revm°. Que não havendo nesta freguesia esclarecimento algum que diz respeito a limites antigos e tendo eu sido provido de coadjutor desta freguesia no ano de 1843, achando-se o Vigário Geral SALVADOR ESPÍRITO SANTO CERQUEIRA paroquiano a freguesia do Duro e sendo esta também entregue para paroquiar como capela filial desta Matriz, paroquiei o Duro até ser elevado a freguesia e nunca soube de seus limites antigos e da elevação só sei destes limites que ao depois me foram determinados para paróquia pelo mesmo Vigário Geral, que administrasse os sacramentos até a beira da serra do Duro onde tenho administrado os sacramentos até o presente não achado esclarecimento de limites, só sim este em rascunho velho que o dito Vigário tinha remetido ao Exmº. Sr. Presidente da Província, o qual copiei para lhe enviar a cópia, informando-lhe das autoridades do lugar foi o que me disseram a este respeito”.

Deus Guarda V. Revm°.
Ilmo. Revmº Sr. José Ira Xavier Serra Dourad




a
Secretário do Bispado
O Pe. João de Deus Gusmão

3.2 – Documentos nº 2
 Ilmo Exmo Senhor

Em observância do respeitável Ofício de V. Exa. De 22 de 8br° do ano p.p tenho a honra de responder aos requisitos contidos no referido Ofício. 1° os limites dessa freguesia são ao norte a barra do Ribeirão Moleque no Manoel Alves, por este ribeirão acima até sua cabeceira, ao poente, desta em rumo direito a cabeceira do ribeirão Gameleira, por esta, abaixo até sua barra com o rio Palmas ao sul, deste ao norte rumo a direção do rio Manoel Alves, por este abaixo até a barra do Moleque já dito. Consta-me haver quem conteste esta divisão pelos ultimamente feita entre esta freguesia e a do Duro; eu, desprevenido de paixões e interesses, reflito que nenhum prejuízo ou inconveniente resulta aos habitantes daquela freguesia, essa divisão pelos limites que se acham feitas, pois em nada diminuiu a sua população, que é muito maior do que a desta: aquela tem um vasto território serra acima, com melhores cômodos para plantação, criação e mesmo mineração e por isso tem aumentado muito e continua a aumentar sua população onde só falta ordem, visto a desmoralização em que se acha e que o resultado tem sido as freqüentes desordens e assassinos aí perpretados; o que a eles a indispensável são as medidas do Exmº. Governador para policiar o povo, a fim de compreenderem a ordem social e deixarem os costumes bárbaros dos que vem para ali procurando asilo.
Este é meu pensamento a respeito dos habitantes do Duro, principiando por ter um professor de primeiras letras para instruir a mocidade que vive como selvagens: seguindo depois os mais adequados meios de animar a indústria e a lavoura para que é própria do lugar: enfim, Ilmo. Sr. Estas e outras semelhantes medidas podem fazer a prosperidade dos habitantes do Duro e não a divisão que conteste pois em nada os prejudique, parece ser pensamento de um só homem. 2º Existem duas casas do SSM° Sacramento arruinada e alugada. 3° A fábrica regida pela Lei n° 10 de 30 e junho de 1846, nada têm cobrado, senão das missas cantadas, sepulturas e cruz (?), os rendimentos não chegam para os quizamentos e o Livro acha-se em poder do fabriqueiro. 4° Nessa Matriz se fazem 6 (seis) festas anuais e nenhuma tem irmandade  nem compromisso. 5° Nesta Vila há uma capela de Nossa Senhora do Rosário, arruinada e com falta de parâmetros, com a irmandade sem compromisso e não tem bens de raiz e as poucas alfaias que existem estão em poder do Tesouro. Existem mais duas capelas filiais, uma de Nossa Senhora das Neves, num lugar denominado Príncipe, com uma casa de oração antiga, sem parâmetros; outra de Nossa Senhora do Rosário de Itaboca, também arruinada e sem parâmetros, ambas aos cuidados e poder dos moradores. Há seis cemitérios, um antigo no sítio de Taipas, outro no sítio Miradouro, ambos cercados de madeiras. Finalmente envio o quadro incluso dos batizados, óbitos e casamentos dos anos de 1850 a 1860. A população calcula-se em 2.636. Resta-lhe suplicar a V. Exa. Indulgência pela lacuna e falta que involuntariamente tenha cometido. Deus guarda V. Exa. Conceição 26 de fevereiro de 1.861.

3.3 – Cel. Fulgêncio da Silva Guedes: Uma das Expressões Políticas do Município

O Cel. Fulgência da Silva Guedes era homem de princípios rígidos, cioso de suas prerrogativas de Oficial da Guarda Imperial, cuja patente foi assinada pelo Imperador.
 “Profundamente religioso, o Cel. Fulgêncio da Silva Guedes era zelador da Igreja de Nossa Senhora da Conceição do Norte, onde eram sepultados os mortos antes da secularização dos cemitérios, em 1889. Ele foi uma das honrosas exceções de sepultamento dentro da Igreja, após a secularização. Numa das paredes laterais da pequena e secular igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, vê-se uma lápide com uma belíssima profissão de fé”. (Povoa, 1986).

SUA PATENTE DE CAPITÃO ERA ASSIM REGIDA
“D. Pedro por graças de Deus e unânime aclamação dos Povoa, Imperador Constitucional e Defensor perpétuo do Brasil, faço saber aos que esta minha Carta Patente virem que hei por bem nomear Fulgêncio da Silva Guedes para Capitão Quartel Mestre do Comando Superior da Guarda Nacional da Comarca  de Palma da Província de Goiás e como tal gozará de todas as honras, privilégios, isenções de franquias que diretamente lhe pertencem. Pelo que mando à autoridade competente que lhe dê posse depois de prestar o devido juramento e o deixe servir e exercitar o dito posto; aos Oficiais superiores que o tenham e reconheçam por tal honrem e estimem e a todos os seus subalternos que lhe obedeçam e guardem duas ordens, no que tocar o serviço nacional e Imperial, tão fielmente como devem e são obrigados. Em firmeza do que lhe mandei passar a presente Carta, por mim assinada, que cumprirá como ela se contém, depois de selada com o selo grande das armas do Império. Dada no Palácio do Rio de Janeiro, em vinte e três de Dezembro de mil oitocentos e oitenta e dois, sexagésimo primeiro da Independência o Império. Ass. P. Imperador.
Sua influência é tão forte, que ainda hoje, seus familiares e amigos o homenageia colocando seu nome nos filhos de maneira integral. Dessas homenagens, encontra-se FULGÊNCIO DA SILVA GUEDES, falecido em julho de 1999, que participou intensamente da vida política do município, chegando a ser vice-prefeito, vereador por varias vezes e uma das pessoas que mais lutou pela continuidade cultural da cidade, entre elas a CONGADA, que é sua própria essência.

4 – ASPECTOS SÓCIO-CULTURAIS
4.1. Congada: Centenária Tradição Folclórica

Dança de motivação africana, o Congo é um ato popular criado por escravos, que consistia na coroação de faz de conta de um Rei negro, escolhido dentro de uma comunidade religiosa. Assim sendo, a irmandade de Nossa Senhora da Conceição tinha seu rei, a de Nossa Senhora dos Remédios em Arraias tinha o seu, bem como a irmandade de Nossa Senhora da Natividade em Natividade também.
Após a escolha do Rei, um cortejo vestido de roupas coloridas o acompanhava pelas ruas contando e dançando, até a porta da Igreja Matriz. Chegando ao local o Rei era coroado com uma coroa de latão, por um oficial de justiça o qual lhe entregava um certificado com validade de um ano. Durante esse período, ele tinha o respeito de seus súditos negros, mediando inclusive desavenças no relacionamento entre o grupo e com seus senhores.
Embora seja criada por escravos no Brasil, a presença de elementos da cultura africana é evidente. Ainda mais, quando se analisa a história da República do Congo, onde os Reis tinham o costume de viajar pelo país com uma enorme caravana, com pessoas de roupas coloridas, cantando e dançando e maneira exuberante.
Apesar de seu caráter festivo, onde os donos de escravos aproveitavam para diminuir o ímpeto de alguns inconformados, podemos retirar das congadas, de forma analógica, outro conceito. Analisando a parte dramática onde os personagens dialogam, podemos observar o retrato das lutas políticas da época pelo domínio territorial na corrida pelo ouro. Na congada de Conceição, sua parte dramática expressa as relações de poder entre as Capitanias do Pará e Maranhão, bem como suas influências no território, onde hoje situa o Estado do Tocantins.
Fica então uma interrogação; se cada irmandade tinha um rei, se cada rei tinha o respeito de seus súditos, se as dramatizações continham expressões políticas da época, não seria esse evento de faz de conta, uma estratégia política na luta contra a escravidão? Assim como a roda de capoeira, tida como uma dança negra, e que era uma verdadeira arma dos negros na luta contra o regime escravocrata.

4.2 – Festa do Divino Espírito Santo

Bandeira do Divino Espirito Santo
 
A festa em homenagem ao Divino Espírito Santo, realizada anualmente no segundo domingo do mês de julho, transforma a cidade de Conceição num festival de cores. Os dançadores de CONGO com suas roupas coloridas, folclóricas e centenárias, enchem as ruas com um espetáculo de cores e sons para a entrega da CORÔA ao responsável pelo festejo do próximo ano. Os romeiros prestigiam a congada de Conceição, com seus olhares curiosos que captam momentos de ternura, cansaço e de pura alegria numa festa que prima pela profusão de tonalidade. O verde, o azul, o vermelho e o branco são cores presentes nas vestimentas dos dançadores, que se empolgam com o prazer de participar desse momento de pura magia.
Não obstante, os tantos detalhes captados pelos romeiros e a sua grande manifestação de fé, já podem observar certos aspectos de descaracterização da congada, porquanto seja uma manifestação folclórica que chegou a Conceição no séc. XIX. No transcorrer da história houve algumas transformações e perdas de fragmentos da dramatização. A título de exemplo, hoje muitos brancos integram o grupo de representantes, deixando de ser uma manifestação exclusiva de negros que reverenciam a libertação dos escravos. Frise-se, não se quer com isso, praticar qualquer discriminação, até mesmo por que as miscigenações ocorridas no Brasil transformaram os brasileiros no povo mais completo em termos culturais. Busca-se, na verdade, mostrar as variações ocorridas com a congada no transcorrer do tempo. Variações como os toques de modernidade nas vestimentas e a profunda religiosa popular que vem desde sua origem.

A coroa é o símbolo de uma festa que resiste ao tempo, está presente em todos os lugares em forma diferenciada. É ela que da à congada um sentido de realeza. O santo festejado é enaltecido ao longo dos anos, como um dos responsáveis pela libertação dos escravos, em razão do seu poder milagroso.
 NOVIDADE: Evidencia-se da forma mais orgulhosa possível, a participação de alguns conceicionenses que saíram para estudar noutras cidades e, retornam quase que exclusivamente para abrilhantarem ainda mais o evento. Registram-se presenças importantíssimas de autoridades como governantes e autoridades dos mais diversos segmentos, que tem um apreço especial pela Congada de Conceição, confirmando a importância e os valores culturais desse evento, que a nosso ver, temos a obrigação moral de cultivar e apurá-lo, buscando aproximá-lo da forma mais original possível.

 4.3 – Folia do Divino

As folias que não tem aquele sentido profano de folguedo, brigas ou confusão, são ainda hoje, em Conceição do Tocantins, uma prática em plena atualidade, convivendo mesmo com o progresso que pelos últimos anos tem chegado ao município.
Anualmente sai duas folias, cujo objetivo é o giro de 40 dias representando o período em que o Espírito Santo é arrecadar esmola para a festa do Divino no mês de julho. Sai no domingo de páscoa e percorre a maior parte do município.
A tradição manda que durante o giro, os foliões pratiquem abstinência sexual e preparem as cantigas de rodas e catiras para serem cantadas nas casas visitadas e onde a folia pernoita. Os temas usados são: a política e os acontecimentos cômicos do município, sempre em tom satírico e jocoso.
Existe o canto especial quase invariável, que são de os pedidos e agradecimento de esmola e pedido de rancho, e da despedida e agradecimento de rancho, o canto do cruzeiro e muitos outros.
Os foliões, em geral de 08 a 12, por folia, incluindo o alferes que conduz a bandeira e o caixeiro incumbido de rufar as caixas rústicas, feitas de madeira oca e pele de animal, com requintes intercalados. Quando a tarde elas vão a Igreja Nossa Senhora da conceição, as caixas repicando e o sino batendo, onde os foliões cantam na sua maneira de rezar, pedindo a benção à santa saem depois seguindo o alferes até o local do cruzeiro. Em seguida montam nos seus animais e sai para o demorado giro, cada folia para sua direção.
Foliões de um dos ternos da folia

Nas casas onde param para o almoço (previamente escolhidas e avisadas), fazem o pedido e depois agradecem, sempre em forma de cantos. Depois podem cantar rodas e catiras, antes de prosseguirem até o local do rancho da dormida, onde é solenemente feito o pedido para pernoitarem cantando com acompanhamento da caixa, da viola e pandeiros. À noite, após o jantar, divertem os visitantes cantando rodas e catiras acompanhados de instrumentos já citados e sapateados.
Ao alvorecer os foliões são despertados pelo caixeiro ao repicar e rufar a sua caixa.
Em cada casa a folia é recebida pela família que no momento do canto ajoelha e é coberta pela bandeira conduzida pelo alferes. Às vezes, o dono da casa, pede a bandeira e percorre todas as dependências da casa, para que seja abençoado todo o cômodo da residência.
O giro se desenvolve nessa rotina até o dia da chegada, quando se verifica o encontro das folias, solenidade que conta com acompanhamento da população.
Após o canto de encontro, os alferes realizam gesticulações com as bandeiras ondulando ao vento. Estas gesticulações são denominadas venas que culminam da saudação do povo e a outra folia, ocasião em que os foliões de uma folia saúdam a bandeira da outra. Em seguida vão todos para a Igreja saudar Nossa senhora da Conceição e agradecer a proteção recebida durante o giro.
Saindo da Igreja vão para a casa do Imperador, pessoas responsáveis pela organização dos festejos e realização das folias, onde cantam o canto especial, destinado a ele, ocasião em que toda sua família se deixa encobrir pela bandeira.
Após o jantar e o canto de ação de graças, brincam até o amanhecer e depois prestam conta ao Imperador, das esmolas recebidas, que se destina ao pagamento das despesas da festa e ajudar a Igreja na manutenção de seus trabalhos. Depois da missa solene, é realizado o sorteio para a escolha do Imperador do ano seguinte, (Povoa, 1986).

Chapeu de couro usado pelos foliões
 
                                       
A caixa: instrumento sonoro das folias
    






 
Pandeiro: instrumento sonora das folias
     
  Sela: Montaria dos foliões em aninais.









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