Numa breve reflexão sobre a atual conjuntura politica e
econômica, tanto a nível global, quanto local em termo de país, o Professor
Gilmar Ferreira, Diretor de Comunicação da Confederação Nacional dos
Trabalhadores, considerou que há uma crise econômica com consequências de longo
prazo para as nações desenvolvidas e emergentes, que esta redesenhando as
características geo-política-economia a nível mundial, principalmente com “ressurgimento”
de uma relativa condição de bipolaridade a partir da configuração dos BRICs. Tudo isso agravou os problemas de imigração,
sociais-religiosos na Europa e África, aumentando o fundamentalismo Xenofóbico,
o recrudescimento da política de intervenção das potências em países contrários
aos interesses imperialistas e o combate ao terrorismo como forma de imposição
das relações de submissão e poder.
Em nível local, após vencer uma
eleição com forte interferência do mercado de capital e de uma mídia
conservadora, a presidenta Dilma tinha encontrou à sua frente, um cenário complexo
para montar seu governo, o recado de quem a elegeu era de continuidade das
políticas sociais e mais diálogo com os movimentos progressistas. Por outro
lado, viu-se a composição de um Congresso Nacional mais conservador desde 88, conservador
do ponto de vista social, liberal do ponto de vista econômico, atrasado do
ponto de vista dos direitos humanos e meio ambiente, consequentemente, uma maior
fragilidade na base governista (inclusive a sindical).
Estamos entrando no quarto
mandato de gestão progressista (PT) na Educação, com muitos avanços, mas também
há muitos limites; desde a política de certificação do Cristovão Buarque,
passando pelo Pronatec e IDEB, porém, sem atacar o grande problema da educação:
o sistema nacional e regulamentação da articulação entre os entes, produto de
duas grandes conferências, que definiu o Projeto de Educação e a mudança de
postura do Estado na regulamentação da educação nacional.
Nesse quadro em que o mercado
influencia fortemente na composição do governo e na imposição da agenda, o
cenário nos desafia a luta contra a tentativa da direita é fazer da educação um
atrativo para o mercado. O desafio da transparência e da fiscalização, evitar
os desvios de finalidade, garantir pagamento de aposentado com recursos do MDE,
estabelecer as Diretrizes de Carreira, jornada, piso, formação, para favorecer
a viabilização da lei do piso nacional, além, de aprimorar a gestão pública dos recursos e também a gestão
democrática
Nos primeiros dias do segundo
governo da Presidente Dilma houve alguns fatores positivos, o anúncio do
reajuste do piso, a manutenção da formula de reajuste, o diálogo com a CNTE, o
fato de não ouvir o Paulo Ziuloski na definição do piso 2015. Mas temos que saber
ler o momento e fazer a sociedade entrar na disputa como a única chance de não
dar passos para trás, principalmente, na garantia dos 10% do PIB, para a
regulamentação dos Royalties e o Fundo Social do Petróleo, além, revisão do
Pacto Federativo, definindo a participação da União, Estados e Municípios no
atendimento da demanda e Correta aplicação dos recursos da Educação na MDE.
Essa luta não acontece por acaso,
depende de movimentos e sindicatos fortes para fazer um enfrentamento
qualificado, com base em dados concretos e assessoria de empresas
especializada, seja na área contábil, para contrapor ao discurso de prefeitos,
governos e do mercado sobre escassez de recursos, bem como, de serviços
jurídicos para evita manobras e brechas na legislação. Diante de tudo isso,
precisamos fortalecer nossos sindicatos, filiando e participando ativamente dos
movimentos, deixando de lado esse comodismo que a jurisprudência, onde mesmo
que não é filiado é beneficiado com a ação daqueles que fazem a luta sindical.
Porém, esse ganho em função da jurisprudência só virá se houver vitória e
conquistas, que depende da força dos sindicatos e movimentos sociais e essa
força depende de nós e da nossa consciência.
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