Um capitalista em ação |
Pressionada
por organismos internacionais, movimentos libertários e pela luta dos negros, a
Coroa brasileira, através da Lei Áurea, assinada pela Princesa Izabel deu uma
liberdade aos escravos que já era inata a natureza do ser humano. No entanto,
essa liberdade foi desassistida pelas autoridades da época que exploraram essa
parcela da comunidade por séculos. Acostumados a trabalhar com instrumento no
manuseio da terra, quando se viram livres, sem terra e instrumentos eles
ficaram sem um rumo, lhes restando apenas às encostas de morros que não eram
apropriadas pelos senhores de engenhos. Daí iniciou-se o processo de ocupação
urbano que deu origem as favelas que hoje conhecemos que já não é um problema
racial mais também, social.
Num
processo de marginalização e descriminação, não foi realizada nenhuma
infraestrutura nessas ocupações, muito menos se preocupou com a presença do
estado de direito e de fato para garantir assistências mínimas. Com o passar do
tempo e a consolidação do modo de produção capitalista se deu também a exclusão
social, aumentando ainda mais o contingente nesses bolsões humanos, que
passaram a ser taxado de todo tipo de “pré” conceitos.
O
Estado que só subia os morros para matar uma meia dúzia de pessoas taxadas em
sua maioria de "bandidos e marginais", agora criou as UPPs ( Unidade
Policia Pacificadoras) precisa crias as UPS (Unidade de Programa Sociais), pois
não basto só reprimir o trafico, se faz necessário a presença do estado com os
serviços sociais, para reparar uma divida secular com aquela parcela da
sociedade. Caso contrário essa ação não alcançará nenhuma legitimidade. E sobre isso, o Papa Francisco tem um pensamento atualizado e conectado com todas as partes do mundo, quando ele diz:
Francisco clama: “Não à desigualdade social que
gera violência”
59. Hoje, em muitas partes,
reclama-se maior segurança. Mas, enquanto não se eliminar a exclusão e a
desigualdade dentro da sociedade e entre os vários povos será impossível
desarraigar a violência. Acusam-se da violência os pobres e as populações mais
pobres, mas, sem igualdade de oportunidades, as várias formas de agressão e de
guerra encontrarão um terreno fértil que, mais cedo ou mais tarde, há-de
provocar a explosão. Quando a sociedade – local, nacional ou mundial – abandona
na periferia uma parte de si mesma, não há programas políticos, nem forças da
ordem ou serviços secretos que possam garantir indefinidamente a tranquilidade.
Isto não acontece apenas porque a desigualdade social provoca a reação violenta
de quantos são excluídos do sistema, mas porque o sistema social e econômico é
injusto na sua raiz. Assim como o bem tende a difundir-se, assim também o mal
consentido, que é a injustiça, tende a expandir a sua força nociva e a minar,
silenciosamente, as bases de qualquer sistema político e social, por mais
sólido que pareça. Se cada ação tem consequências, um mal embrenhado nas
estruturas duma sociedade sempre contém um potencial de dissolução e de morte.
É o mal cristalizado nas estruturas sociais injustas, a partir do qual não
podemos esperar um futuro melhor. Estamos longe do chamado “fim da história”,
já que as condições de um desenvolvimento sustentável e pacífico ainda não
estão adequadamente implantadas e realizadas.
Em sua
analise o Papa Francisco deixa bem claro que a desigualdade é fruto de um
processo construído socialmente e não, um processo natural em que muitos tentam
mostrar pra diminuir a indignação e as revoltas dos excluídos, esse sistema
perverso chama-se capitalismo, que a partir de um politica neoliberal e uma crença
ingênua no mercado tenta repassar que os problemas e as diferenças serão
naturalmente resolvidos. Porem, cada vez mais pessoas vão sendo marginalizadas
e colocadas em situação de risco alimentar, o que gera todo tipo de violências,
como ressaltada pelo Papa. A fome é um esperma por entre as pernas da violência
que gera todo tipo de atrocidade.
Fonte originaria da Teologia
da Libertação, o continente sul-americano, ainda hoje, tem uma elite social
tradicional, que são herdeiros dos conquistadores e colonizadores, que em sua
maioria são donos dos grandes latifúndios, meios de comunicação, dentre muitos
outros conglomerados, por isso, querem manter a dependência neocolonialista da
politica imperialista norte americana, como garantia de manter velhos e
populosos privilégios. Não se importando com o investimento em ciências
tecnológicas, na indústria e muito menos com o ensino, preferem continuar
exportando matérias primas, principalmente produtos agrícolas e minérios, em
contrapartida, continua abastecendo o mercado interno com importação de
produtos industriais, com valores agregados, provenientes desses países como
uma forma compensatória por tentar mantê-los no poder, a exemplo do que
acontece na Venezuela com o apoio a Capriles.
No entendo, nos últimos 12
anos iniciou-se uma resistência dos movimentos populares e progressistas em
relação à politica expansionista norte americana, principalmente, quando este
propôs a criação da Área de Livre Comercio das Américas (ALCA), que teve na
implantação do MERCOSUL e na ascensão de LULA ao poder seus principais obstáculos.
A organização das massas é o vestíbulo para um projeto autônomo e progressista
para a América Latina, pois mesmo com o posicionamento tendencioso de uma
imprensa golpista, que sempre procura marginalizar e criminalizar os movimentos
de bases, esses grupos construíram politicas embrionários que deu origem a um
novo projeto para os povos latino-americanos. Nesse processo, a ascensão do
ex-presidente LULA e outras lideranças latinas e caribenhas significa um
divisor de aguas na resistência ao imperialismo americano, além de seu declínio
eminente, pois essas lideranças através de seu carisma e a implementação de
politicas de reparação e afirmação social, despertou um sentimento de
resistência e pertence ao povo do hemisfério sul. O pensamento do Papa Francisco, só vem fortalecer esse processo
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sejam críticos, mas construtivos