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Estamos reproduzindo aqui em nosso blog, um artigo do pré-candidato ao governo do estado pelo PT, Dr Nicolau Esteves, sobre sua preocupação com a falta de credibilidade emque oestado foi mergulhado pela incompetência do atual governo. pois em 4 anos o estado já teve três governos e corre o risco de ser governado pelo quarto, isso, afugenta os investidores que não tem segurança do retorno dos investimentos a serem realizados, pois criou-se um instabilidade no estado por falta de diretrizes. Sem mencionar a fragilidade das instituições jurídicas do Tocantins, que tem se mostrado submissa as vontades dos atual governo, vale apena ler na integra essa reflexão
Temos ouvido nos
últimos dias falar muito que a solução para os problemas do Tocantins é a
industrialização, com o que nós concordamos plenamente.
Leia o artigo na integra
A industrialização na pauta do dia: instabilidade política afugenta investidores
*por Nicolau Esteves
Entretanto,
discordamos da maneira como o tema tem sido abordado, como se a
industrialização fosse uma decisão unilateral, que se resolve só com palavras,
e do dia para a noite as indústrias viriam aqui se instalar, num simples estalar
de dedos.
Definitivamente não é assim
que as coisas acontecem.
A industrialização
passa por uma decisão firme do Estado, com a criação de políticas públicas
sérias, que atraiam os investidores para aqui instalarem seus negócios.
Os investidores estão
em busca, especialmente,de segurança política e jurídica e de retorno do
capital investido, o que nos remete também ao risco.
A maioria dos
investidores é avessa ao risco, para usar um linguajar das finanças. Portanto,
eles estão sempre em busca de menor risco, de maior segurança, ou seja, de
estabilidade.
Vivemos hoje no Tocantins
um cenário em que a falta de credibilidade política, e de algumas instituições,
tem afugentado os investidores e reduzido a capacidade do Estado de atrair
novos empreendimentos. Os executivos interpretam como consideravelmente elevado
o risco do capital investido.
A falta de
credibilidade política salta aos nossos olhos. Em pouco mais de quatro anos,
tivemos três governadores no comando do Palácio Araguaia, cada um com seu
estilo próprio de gestão. O atual responde a uma ação de impugnação de mandato,
que o acompanha desde a posse, e agora uma eventual renúncia do governador, em
nome de um projeto político-eleitoral, é o assunto colocado na pauta do dia. A
saída antecipada de Siqueira nem precisa se confirmar para agravar o ambiente
de instabilidade política que se instalou no Tocantins; só o noticiário de uma
possível renúncia ou cassação de mandato já gera desconfiança por parte dos
investidores. Os investimentos ficam paralisados, aguardando o desfecho deste
quadro.
Foto: drawlasribeiro.blogspot.com |
Diante de um cenário
que fragiliza o Estado, era de se esperar que o Governo viesse a público desmentir
com rigor tais boatos, mas observa-se justamente o contrário: parece que a
notícia é plantada na mídia pelo próprio Palácio.
E a estabilidade política
exigida pelos investidores, onde fica?
Respeitadas as
particularidades próprias da política, na gestão de um Estado é preciso ter
sensibilidade e responsabilidade para sobrepor os conceitos técnicos aos
aspectos meramente políticos. É nesse ambiente que os investidores confiam.
Todos concordamos que
a industrialização deve ser tema predominante na agenda do Estado. Indústrias
geram divisas e, na outra ponta, proporcionam emprego. Com mais gente no
mercado de trabalho, estamos distribuindo renda e combatendo a desigualdade.
Mas, insistimos, não
se deflagra um processo de industrialização com discursos. É necessário criar
um ambiente em que haja perspectivas econômicas aliadas à estabilidade política
e segurança jurídica.
É preciso que se
respeitam os contratos. É preciso que as instituições garantam a segurança
jurídica necessária para que o investidor tenha confiança e veja no
Tocantins um porto seguro para seus investimentos; que o seu risco fique por
conta apenas do chamado risco do negócio.
Por outro lado temos a
questão do retorno, para fecharmos a equação financeira “risco x retorno”.
Com relação ao retorno
temos que analisar os custos. Aí temos que falar em produtividade, ou seja, a
competitividade de nossos produtos.
Ao falarmos em
competitividade temos que falar no tripé: tecnologia de ponta, qualificação da
mão de obra e pesquisa, ou seja, a produtividade.
Nesses quesitos
estamos extremamente defasados. Basta observarmos os orçamentos anteriores e o
do próximo ano e veremos que isso não é prioridade. Desta forma, como vamos ser
competitivos?
Temos uma oportunidade
de ouro à nossa frente, mas temos que trabalhar duro para aproveitarmos
esta janela de oportunidade. É sabido que será necessário aumentar a produção
mundial de alimentos em 70% para atender a população estimada para 2050. E esta
demanda virá principalmente dos asiáticos através de bens como carnes, lácteos
e grãos.
A natureza fez a sua
parte, privilegiou o Estado do Tocantins com terra, água, clima, localização
geográfica e um povo trabalhador e guerreiro. Mas estamos perdendo tempo
demais, por falta de políticas públicas austeras e adequadas.
Nossa produção de
grãos tem batido recorde ano a ano, mas infelizmente não é por incremento de
produtividade, mas sim por aumento da área plantada.Nosso índice de
produtividade total dos fatores (PTF), que mede a produtividade, é um dos mais
baixos do país, resultado da falta de investimentos no tripé tecnologia,
qualificação e pesquisa.
Além da precária
produtividade, temos custos elevados principalmente em itens como carga tributária,
energia e logística.
O Estado do Tocantins
pratica uma das cargas tributárias mais elevadas do país, e, por outro lado,
são inconsistentes as políticas de incentivos fiscais. Temos também a energia mais
cara do Brasil, ou quase isso, devido à falta de credibilidade da
distribuidora, a Celtins, que não consegue preços competitivos nos leilões de
energia. E o Governo, detentor de 49% das ações, de quem se esperaria uma ação
mais proativa em defesa dos interesses do Estado, mantém-se inerte.
A logística é outro
entrave. Neste aspecto, mais uma vez o Estado desperdiça oportunidades, na
medida em que deixa de explorar seus extraordinários recursos hídricos. Apenas
para fins de comparação, uma tonelada transportada sobre rodas tem um custo de
aproximadamente R,00 reais. Sobre trilhos custa R,90 reais. Já o transporte
pelas hidrovias tem um custo estimado inferior a R$ 1,00.
O Tocantins é um lugar
admirável pela imensa quantidade de água de que dispõe. A natureza nos
privilegiou, falta o Governo fazer a sua parte.
Completando o
raciocínio, o Estado precisa apresentarpolíticas robustas de facilitação de
crédito.Temos que encarar os fatos com muita seriedade e sem romantismo. Só com
palavras, sem as correspondentes ações, não serão atrativos aos investidores.
É preciso que o Estado
assuma esta agenda com competência, coragem, seriedade e acima de tudo que
priorize a bandeira da industrialização, fazendo-a tremular para além do
discurso e da falácia.
Nicolau Esteves é médico, administrador de
empresas com especialização em Gestão Estratégica, diretor-presidente do ITPAC
(Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos) e secretário municipal de
Saúde de Palmas.E-mail: nicolauesteves@uol.com.br
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