7.26.2011

PARTE DA HISTÓRIA DE UMA QUASE CINQUENTONA


Vale apena refletir a história, porem, não deve fazê-la divorciado do presente, mas analisar fatos e dados que contribuam para a formação da identidade sócio-cultural de uma comunidade.
Portanto, refletir sobre a Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição é reviver o passado da cidade de Conceição do Tocantins, antiga Conceição do Norte, bem como, do Estado do Tocantins. Nossa município pertence a uma região povoada por volta de 1741, sendo elevada a categoria de Vila de Nossa Senhora da Conceição em 1854 e vindo conquistou sua autonomia política em 7 de agosto de 1963, quando se desmembrou do município de Dianópolis. (Rocha, 1990, p.145).
A primeira habitação desta região deve sua origem ao riquíssimo garimpo de ouro baseado no trabalho escravo. Naquele tempo Conceição possuía 70 casas, uma capela de Nossa Senhora do Rosário e a Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição, objeto dessa matéria.
Nesse período ela se tornou de grande importância administrativa regionalmente, chegando a sediar Comarca Judicial, Colégio Eleitoral das Cidades vizinhas, sede Regional da Guarda Imperial, bem como sede de administração eclesiástica. Como paróquia, aqui chegou a residir até quatro padres. (Povoa, 1986 p. 14).
Hoje Conceição do Tocantins possui 4.182 habitantes, segundo o último Censo do IBGE. Tem como atrativo principal suas expressões culturais como o Congo, as Folias do Divino, as festas religiosas, o artesanato local e as danças rítmicas. Todas essas manifestações culturais e artísticas estão ligadas a história da IGREJA MATRIZ NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO.
Objetivando fazer um estudo preliminar sobre a Igreja Matriz, com base em pesquisas bibliográficas e entrevistas com moradores locais, procuraremos abordar alguns de seus aspectos, como sua construção com base no trabalho escravo, sua influência político-econômico na região do antigo norte goiana, hoje Tocantins, assim como sua contribuição na formação da identidade sócio-cultural do povo conceicionense.
Embora sejam estudos preliminares, daremos ênfase nesse último aspecto, realçando importante legado cultural deixado pela etnia negra. Contrariando assim muitas teorias racistas, a exemplo do escritor SÍLVIO ROMERO, quando ele afirma que: “Do consórcio da velha população latina, bestamente atrasada, bestamente infecunda, e de selvagens africanos, estupidamente talhados para o trabalho escravo, surgiu, na máxima parte, este povo”.
Descentralizando nossa analise do ponto de vista europeu, percebe o grande valor cultural no legado de homens e mulheres de origem afro-descendentes que são exuberantes, em seus corpos, em suas vozes, nas cores que usam em suas roupas, em sua forma de mostrar afeto, até em sua forma de fazer política. Basta ver suas diversas manifestações, contra ou a favor, eles cantam e dançam para expressar seu agrado ou desagrado.
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  Durante nossa abordagem esses elementos, ficarão explícitos, bem como, suas sutilezas na resistência da aculturação européia, ou seja, sua maneira sábia de se organizar contra a imposição de uma cultura dominante.


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