Como Diretor do SINTET, tenho acompanhado as
negociações com a equipe do atual governo sobre as demandas da categoria bem de
perto, o que confesso me causa preocupação com o futuro da categoria, analisando
todo contexto de ações implementadas e as fala de seus auxiliares, fica
evidente a dificuldade ou mesmo a falta de compromisso em cumprir direitos já
adquiridos, além das reações midiáticas que buscam desqualificar a luta da
classe que é mais do que justa, necessária. O que me impressiona é que esse
esforço e essa energia toda empregada em nenhum momento são canalizadas para
reconhecer e valorizar os trabalhadores/as da educação.
A educação é a área que mais recebe recursos, porem,
afirmo de forma categoria que a falta de uma política real de valorização
desses profissionais não é uma questão de falta de orçamento, mas sim, a falta
de uma gestão qualificada e transparente dos mesmos, se não é uma responsabilidade
imediata deste governo é uma questão de estado, que vem se arrastando por anos.
Porem, o atual governo não pode usar isso como desculpa, porque fez parte da
trajetória da gestão do estado e é co-responsável dessa situação, alem de ter
tomado ciência no período de campanha da pauta represada do SINTET junto ao
governo anterior, essa que está sendo negociada agora, assumindo inclusive
compromisso com a categoria que abraçou quase que 100% sua campanha.
Voltando a analise das negociações com o governo, chega
ser irritante ouvir e ver todo dia em veículos de TV e site de noticias o
governo dizer que está aberto ao dialogo e que apresentou diversas propostas. Ora
o SINTET também esta aberto ao dialogo e apresentou suas demandas, inclusive
aceitando essa cultura implantada no estado de não pagar de imediato os diretos
trabalhistas para em seguida pagar em parcelas a perder de vista, tirando o
poder aquisitivo das famílias. Contudo, o SINTET não pode aceitar um dialogo
que fala muito e não diz nada e nem proposta que chega a ser acachapante para a
categoria, que sequer iniciou um dialogo com o governo com pautas atuais,
porque não consegue limpa a pauta de anos anteriores.
A respeito da fala dos Secretario de Educação,
Professor Adão Francisco, no qual tachou membros da Diretoria do SINTET de
fundamentalista e de que a luta pelos nossos direitos é movida por interesses
políticos internos por causa de eleições da diretoria em 2016 chega a ser
lamentável pra não utilizar aqui outros adjetivos. Primeiro porque como Diretor de Comunicação
do SINTET me sentir extremamente ofendido, sobretudo pela conotação que o termo
ganhou nos últimos anos e isso causou uma revolta muito grande na ultima
reunião ampliada do sindicato. Segundo o secretario mostrou desconhecimento em relação
ao calendário da categoria, pois as eleições serão em 2017; e ao afirmar que
nossa luta é movida por interesses políticos ele comete uma ingerência
inaceitável, pois não é filiado e, portanto, não pode falar em nome do SINTET
absurdos desse tipo com base em que um ou outro diretor publica em sua conta
pessoal nas redes sociais, pois a relação da Diretoria tem sido estritamente
institucional com o governo, pelos menos é o que vejo na pessoa do nosso
Presidente José Roque.
Sobre algumas falas midiáticas do governo que busca
desqualificar nossa luta, confundir a sociedade e colocá-la contra aqueles que
doam literalmente suas vidas, para cuidar, educar e formas seus filhos que
passam a maior parte do tempo conosco, vou derrubar alguns mitos utilizados
pelo governo. O primeiro é de si gabar que o Tocantins tem o quarto salário do
país, sim, mas não fala que essa comparação é realizada a partir do que tem de
pior no país, o certo seria dizer que o professor do estado recebe o quarto
pior salário do Brasil, porque em nenhum estado o professor recebe bem. Mas não
se fala que a carreira de professor no estado é uma das piores do país, só para
se ter uma idéia todas as outras carreiras com formação equivalentes, ao seu
final chegam a 30 mil reais, enquanto um professor pra chegar a 7 mil reais,
tem que trabalhar 30 anos e ter curso de doutorado por conta própria. Esse
comparativo tem que ser feito com o salário inicial e a carreira das demais
categorias estaduais com formação equivalente, pois em estudo realizado pela
acessória contábil do SINTET, nós recebemos em media 4 mil reais a menos.
A meta 17 do Plano
Nacional de Educação pretende “Valorizar o magistério público da educação
básica, a fim de equiparar o rendimento médio do profissional do magistério com
mais de onze anos de escolaridade do rendimento médio dos demais profissionais
com escolaridade equivalente. Em estudo realizado pelo SINTET seria
preciso que o estado, além da reposição inflacionaria, concedesse aumento médio
de 27% ao ano. Como isso será possível se estado sequer paga a data base de
forma integral, luta pra não pagar passivos de uma carreira humilhante, não
demonstra disposição em limpar uma pauta represada de 2013 e 2014, para iniciar
um novo debate amparado pelo Plano Nacional?
Faço essa analise
de conjuntura sem nenhum ressentimento ou rancor, mas simplesmente para mostrar
como em nosso país e especificamente em nosso estado, não se tem uma opinião
publica, mas uma opinião publicada, baseada em falas de quem tem o poder e
acesso a uma mídia conservadora e reacionaria. Para a sociedade fica a dica
“ninguém esquece seu primeiro ou um bom professor, mais lembrança não é tudo; é
preciso acima de tudo valorizar e, valorização passa sim por uma boa
remuneração, pois que agrega conhecimento a sua função que agregar valores a
sua carreira.”
SALÁRIOS DE PROFISSIONAIS NÍVEL SUPERIOR APÓS DATA BASE
EM OUTUBRO DE 2015: