
Essa modelo de desenvolvimento,
aonde o mercado busca o lucro fácil a partir da exploração do outro, em que
transformam as pessoas em resíduo humano, que segundo as palavras do próprio
Francisco, o individuo humano já teria passado da condição de material
descartável para a situação de lixo humano. Esse sistema perverso que visa o
lucro excessivo, o enfraquecimento de organismos internacionais multilaterais e
humanitários, luta para fortalecer as grandes corporações econômicas cada vez
mais globalizadas, tenta diminuir e desqualificar o papel do estado na promoção do bem estar dos
menos favorecidos e excluídos, a exemplo do que assistimos na Europa, em que os
mais forte economicamente para manter a hegemonia de suas teses pressionam os
governantes de países mais pobres a sacrificarem seu povo para manter o
statuquó de uma minoria sedenta por poder, construindo um novo bezerro de ouro,
o dinheiro.
Nem precisamos ir tão longe, aqui
mesmo no Brasil, assistimos fortes criticas a qualquer ação social de amparo
aos excluídos ou a programas de distribuição de renda para as camadas mais
desprovidas e grupos de minorias deste país. Nossa imprensa conservadora e a
elite reacionária sustentada pelas benesses, ainda provenientes do período
colonial se enfurecem com esse modelo de gestão, justamente por tirar deles a
possibilidade de explorar essa camada da sociedade mais do que já exploram.
Leia uma pequena reflexão do Papa
sobre a realidade ser humano, descrita pelo Papa Francisco em sua Carta de
Exortação, “A alegria do Evangelho” que retrata bem a conjuntura que o país de
Cuba vive em função de um embargo econômico, imposta a mais de 50 anos por puro
capricho das grandes potencia, e que já foi duramente desaprovado na ONU ao
longo do tempo:
Nessa linha de raciocínio, mesmo
sem mencionar ou fazer comparações com ideologias politicas, o Papa Francisco
mostra que o modelo desenvolvimentista adotado por governos progressista na
America do Sul, nos últimos anos, seria um modelo para combater a crise
econômica que assola o planeta. Pois mesmo não conseguindo crescer acima de 5%
como gostaria os que vivem de especulação financeira do mercado perverso e
neoliberal, mas mesmo assim, este pouco crescimento está atrelado a ações de
distribuição de renda e a programas de inclusão social e de combate a fome do
mundo moderno. Mais o defensores daquilo que o Papa Francisco condena, gostaria
que o governo elevasse a taxa de crescimento de maneira superficial, o que só
seria possível, com o aumento de juros, frouxa as políticas de combate ao
desemprego pra aumentar a demanda, diminuir o credito do mercado interno para
construção de casas, aquisição de moveis e eletros, além de diminuir os gastos
do governo com programas sociais. Isso seria um absurdo, significa o dinheiro
no centro das decisões e as pessoas na periferia da política econômica.
UM PARENTESE PARA A CRISE
MIGRATORIA NA EUROPA
Hoje a
Europa vive uma realidade paradoxal e toma medidas políticas para conter a
crise migratória que são no mínimo contraditórias, como pode um conjunto de
países mais ricos do mundo, criar um bloco comum de livre circulação de moedas,
mas que proíbe e com medidas violentas e desumanas a circulação de pessoas que
correm risco de morte. São idosas, mulheres e crianças, que arriscam suas vidas
para fugirem da guerra em barcos precários e quando conseguem chegar ao destino
almejado, são recebidos com hostilidades, com balas de borrachas, cães
agressivos e sofrem todos os tipos de maus tratos. Vale ressaltar que essas
guerras foram causadas por esses mesmos países que em busca de riquezas, em sua
maioria o petróleo, derrubou governos legítimos, mas que não atendiam seus
caprichos, deixando um vácuo de poder, dando espaços para ditadores, milícias
armadas e grupos extremista que massacra
os que com eles na concordam
Em sue discurso em Cuba o Papa Francisco deixa bem claro que a
desigualdade é fruto de um processo construído socialmente e não, um processo
natural em que muitos tentam mostrar pra diminuir a indignação e a revoltas dos
que são excluídos, esse sistema perverso chama-se capitalismo, que a partir de uma
política neoliberal e uma crença ingênua no mercado tenta repassar que os
problemas e as diferenças serão naturalmente resolvidos. Porem, cada vez mais
pessoas vão sendo marginalizadas e colocadas em situação de risco alimentar, o
que gera todo tipo de violências, como ressaltada pelo Papa. A fome tem que ser
trata como um ato de estupro a coletividade, pois ela é comparada a um esperma
por entre as pernas da violência que leva a todo tipo de atrocidade. Basta ler
o que o Papa Francisco afirma no
parágrafo 59 de sua carta de exortação:
Francisco clama: “Não à desigualdade social que
gera violência”
59. Hoje, em muitas partes,
reclama-se maior segurança. Mas, enquanto não se eliminar a exclusão e a
desigualdade dentro da sociedade e entre os vários povos será impossível
desarraigar a violência. Acusam-se da violência os pobres e as populações mais
pobres, mas, sem igualdade de oportunidades, as várias formas de agressão e de
guerra encontrarão um terreno fértil que, mais cedo ou mais tarde, há-de
provocar a explosão. Quando a sociedade – local, nacional ou mundial – abandona
na periferia uma parte de si mesma, não há programas políticos, nem forças da
ordem ou serviços secretos que possam garantir indefinidamente a tranquilidade.
Isto não acontece apenas porque a desigualdade social provoca a reação violenta
de quantos são excluídos do sistema, mas porque o sistema social e econômico é
injusto na sua raiz. Assim como o bem tende a difundir-se, assim também o mal
consentido, que é a injustiça, tende a expandir a sua força nociva e a minar,
silenciosamente, as bases de qualquer sistema político e social, por mais
sólido que pareça. Se cada ação tem consequências, um mal embrenhado nas
estruturas duma sociedade sempre contém um potencial de dissolução e de morte.
É o mal cristalizado nas estruturas sociais injustas, a partir do qual não
podemos esperar um futuro melhor. Estamos longe do chamado “fim da história”,
já que as condições de um desenvolvimento sustentável e pacífico ainda não
estão adequadamente implantadas e realizadas.
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