A batida policial no Senado Federal,
ocorrida na última sexta-feira, foi a gota d'água e levou o governo Michel
Temer a reconhecer, implicitamente, que o Brasil vive uma crise institucional
sem precedentes; para tentar contorná-la, ele marcou para esta quarta-feira, às
11h, uma reunião com os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), da
Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia;
segundo o jornalista Jorge Bastos Moreno, Cármen Lúcia não participará; Renan
já pediu a cabeça do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, a quem chamou de
"chefete de polícia", e criticou a decisão da Operação Métis, que
teria sido tomada por "um juizeco" de primeira instância, mas Carmen
Lúcia saiu em defesa do Judiciário; os quatro poderão posar sorridentes nesta
quarta, mas a crise brasileira começou bem antes, quando todos os poderes se
uniram para levar adiante um golpe parlamentar.
Essa crise na
relação entre poderes irá se aprofundar ainda mais, isso porque, o um
Presidente sem voto não tem legitimidade para se impor e, sobretudo por que
pretende implantar um projeto que não vem de encontro ao interesse do povo, mas
imposto pelo capital especulativo e grupos estrangeiros. Maior
ainda será a crise social, com a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional
(PEC) 241, anunciada como teto dos gasto, mas que na verdade congela o
investimento em saúde, educação e seguridade social, que financia os
programas sociais que ampara os mais pobres.
Quais são as
características centrais do atual projeto? De que forma o governo de Michel
Temer atinge a sociedade e o conjunto dos os/as trabalhadores/as ? Quais são as
principais consequências das políticas adotadas por este governo? Quais são os
principais desafios do movimento sociedade neste contexto?
Criou-se uma crise
política a partir do Congresso Nacional e consequentemente veio a crise
financeira, com o objetivo principal de dá um golpe de Estado. E a
pretexto de combater a crise, buscava-se na verdade encerrar o processo de
distribuição de renda e ampliação de direitos iniciado em 2003 nos Governos
Lula e Dilma, implantando um projeto neoliberal baseado na Concepção de Estado
Mínimo, aprovando leis de desregulamentação do estado de bem-estar e
implantando varias que retira direito dos trabalhadores a exemplo de:
Terceirização/privatização dos serviços públicos (exemplo: educação no estado
de Goiás); Atuação do Estado restrita a segurança e justiça; Desregulamentação
das relações trabalhistas; Redução de direitos, salários menores, ampliação das
jornadas de trabalho; Redirecionamento das políticas governamentais em
benefício do poder econômico internacional e nacional, sobretudo o capital
especulativo; Perda da soberania nacional.
Com esses ataques aos
direitos trabalhistas e sociais, ocorrerá a desconstrução das conquistas
históricas da classe trabalhadora e dos avanços mais recentes a parti de 2003,
mais de um milhão de famílias voltarão para as classes D e E nos próximos
nove anos. Além disso o Brasil poderá ter 41 milhões de pobres em 2025. (Estudo
da consultoria Tendências – jornal O Globo – 9/10/2016.), contribuindo para
elevar o desemprego de 6,5% no último trimestre de 2014 a 11,6% no trimestre
encerrado em julho de 2016. com isso, os professores poderão perder o Piso
Salarial Profissional Nacional e outros direitos, que o Ministro da Educação
denomina “regalias”.
Outra
consequência do Golpe de Estado, será uma crise social que gerará o caos, com a
aprovação Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241, que visa tirar dos mais
pobres para pagar juros da dividas, beneficiando banqueiros e dono de empresas.
vale ressaltar que o Ministério Público Federal já considerou a PEC 241
inconstitucional, pelo Novo Regime Fiscal pelos próximos vinte anos, retirando
direitos aprovados na Constituição e considerados Causa Pétrea, como saúde,
educação e seguridade social. Essa proposta, conhecida por vários adjetivos,
como PEC da morte, da maldade, do capeta entre outros tantos, limitação do
crescimento os investimentos nos públicos à inflação oficial dos 12 meses
anteriores.
As consequências dessa
barbárie é o ataque à ordem social estabelecida pela Constituição de 1988, que mesmo
antes da aprovação definitiva, já conseguiu tira mais de um milhão de pessoas
do programa bolsa família; fim da política de valorização do salário mínimo;
SUS poderá perder R$ 654 bilhões em 20 anos (Conselho das Secretarias
Municipais de Saúde); Educação poderá perder R$ 454 bilhões (revista Carta
Capital – 8/9/2016).
Existem outras ações de desmantelamento do
estado brasileiro e um movimento de entreguismo de nossos riquezas, pois tudo
isso, é um movimento orquestrado e sincronizado. Temos em curso o projeto de
negociação da divida dos estado que congelas salários, vantagens de servidores
e concurso públicos por dois anos; reforma da previdência que é pau no lombo do
trabalhador; reforma trabalhista que visa beneficiar o empresario e tirar direitos
do trabalhador; reforma do ensino médio que visa enfraquecer o ensino, formando
massa de trabalhadores menos críticos, para melhor serem explorados, esses o
mais graves.
Para derrotar os ataques do governo
golpista de Michel Temer é necessária a mais ampla unidade da classe
trabalhadora, por meio de suas centrais e sindicatos. Que junto com a classe
trabalhadora deve multiplicar iniciativas para denunciar e lutar contra os
planos do governo, na perspectiva da realização de palestra, artigos, postagens
e compartilhamentos de eventos, sendo em ultima hipótese uma greve geral que
unifique todos os trabalhadores. pois, para além das entidades sindicais,
a greve geral deve envolver o movimento popular e todos os setores da sociedade
civil organizada que se opõem ao golpe e ao governo ilegítimo de Michel Temer e
que são atingidos pelas suas políticas.
#NaLutaSempte