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O governos progressistas, os golpes e os golpistas
Esse processo travestido de
legalidade que golpeou a democracia me trouxe muitos questionamentos, então me
veio à mente Albert Einstein um dos maiores gênios da humanidade, quando ele
disse que “mais importante que a inteligência é a curiosidade”. Ai foi que resolvi
realizar uma pesquisa preliminar pra compreender de onde c como surgiram os
GOLPES e os GOLPISTAS na recente história da república brasileira. A principio
descobri que eles têm três características semelhante entre si. A primeira foi
que aconteceram quando se encontrava no poder governos com ampla base de apoio
social, ou seja, governos populares e progressistas; a segunda característica
foi à possibilidade de um circulo duradouro desses projetos de inclusão e
distribuição de riquezas, com chances concretas fazerem seus sucessores; e por
ultima foi a ousadia desses governos em colocar em pratica projetos ousados,
que de certa forma mexeu com interesse das elites, patriarcais, elitistas e
capitalistas, tendo a grande mídia familiar como porta voz. Para ilustra nosso
raciocínio, vamos analisar 1954, 1964 e um pouco do que o antecedeu, finalizando
com esse sofisticado movimento golpista de 2016.
Podemos dizer que o primeiro
governo popular a sofrer com esse movimento foi o Getúlio, eleito em 03 de
outubro de 1950. Suas ações implantadas desde 1935 até 1945, como criação da Petrobras, a aprovação da Consolidação das Leis trabalhistas (CLT), que
resguarda os direitos dos trabalhadores, conhecida como carteira de trabalho, a
lei que limitava a remessa dos lucros das empresas estrangeiras no país, começaram a ser aprofundadas de forma mais
radical a partir de então. Criação do BNDS, monopolização da exploração do
petróleo para a Petrobras, até hoje contesta, a criação do Banco do Nordeste,
além de lei que regulamentava a imprensa. Esse pode se dizer que foi a primeira
tentativa de fazer com que os brasileiros tomassem posse de suas riquezas,
enfrentando uma oligarquia que se submetia aos estrangeiros como forma de
manter suas regalias. Começou o discurso contra a corrupção, aonde a mídia como
sempre escolheu seu herói, na época o jornalista Carlos Lacerda, que fizera
dura oposição a Getúlio até o levar ao suicídio.
Se é que pode afirma, a morte de Getúlio foi uma maneira, ainda que saindo de cena, impedi que seus adversários assumissem
o poder, mesmo morto, o ex-presidente Vargas estava mais vivo do que nunca e sua
influência foi nítida nas eleições para presidente, que veio a realizar em
outubro de 1955. O candidato Juscelino Kubitschek com seu carisma e uma imensa
identificação popular e com o espírito getulista, garantiu a vitória nas urnas com
o vice João Goulart, em 3 de outubro de 1955, foi a resposta além túmulo do
ex-presidente Vargas aos seus opositores, incomodou profundamente à direita
conservadora. Conspirações passaram a fazer parte das reuniões dos derrotados,
a exemplo de hoje, com principal
objetivo de impedir que JK tomasse posse. Movidos pela avidez de tomar o poder,
os golpistas promoveriam um episódio que beiraria à insanidade e ao grotesco,
com vários discursos, que não vale a pena descrever, pois seria mera repetição
do que assistimos em nossas TV’s na atualidade, tendo o candidato derrotado
Aécio Neves (PSDB) como líder, a diferença que hoje é que a propagação do golpe
teve um maior alcance.
JK estabeleceu para o seu governo
um projeto chamado de “Plano e Metas”, que tinha 31 metas distribuídas em cinco
grandes grupos: energia, transportes, alimentação, indústria de base, educação
e a meta principal era a construção de Brasília. O Plano
de Metas visava estimular a diversificação e o crescimento da economia
brasileira, baseado na expansão industrial e na
integração de todas as regiões do Brasil, através da nova capital localizada no
centro do território brasileiro, na região do Brasil Central. Mais uma vez, um presidente progressiva que
tentava de outra maneira, distribuir as riquezas do país a todos os
brasileiros, através da descentralização e interiorização do desenvolvimento
fora do eixo Rio/São Paulo, sofre tentativas de GOLPES. Como não havia
reeleição foi sucedido por Jânio Quadros, seu opositor, mas foi eleito senador
por Goiás e quando preparava para voltar à presidência em 1964, fui acusado de
corrupção, sempre a velha corrupção travestida de um novo curso, não teve
eleição em função do GOLPE e 1964 em 1976 ele morre de acidente de carro em
circunstância até hoje questionada.
Jânio sucessor de JK teve um
governo muito contraditório. A começar
pelos seus apoios políticos, que representavam a elite do país, ou seja, aquela
classe social que sempre foi alvo de suas críticas. Na política internacional,
dizia combater o comunismo, mas chegou a condecorar um dos líderes da Revolução
Socialista Cubana, Ernesto “Che” Guevara, com a Medalha Cruzeiro do Sul, em
agosto de 1961. Na área econômica, Jânio foi conservador, adotando à risca as
medidas do FMI (Fundo Monetário Internacional), congelou salários, restringiu
créditos e desvalorizou a moeda nacional, o Cruzeiro, em 100%. Porém, nenhuma
destas medidas foi suficiente para acabar com a inflação alta, a partir desse
cenário ele sofreu fortes pressões da elite, que mais uma vez tinha Lacerda como
porta voz, agora com mandato. Como forma de manobra para ter a população ao seu
favor, Jânio renúncia após sete meses de governo, porem, não conseguiu e seu
vice João Goulart assumiu.
Naquela época o vice era votado
independente do presidente, fato inusitado é que João Goulart, popularmente
conhecido como “Jango”, vice de Jânio foi vice também de JK, tendo inclusive
mais voto que esse último. Com a renúncia de Jânio quem assumiu foi o vice João
Goulart, pois em plebiscito na época mais de 90% dos brasileiros fez opção pelo
presidencialismo, que garantia a Jango assumir com plenos poder, após a
renuncia do presidente. No momento em que Jânio entrega a presidência, Jango se
encontrava na China, um país comunista, isso causou uma forte reação entre
militares e ministro de Jânio, com o discurso de comunistas que come
criancinhas e velhinhos, coisa do gênero. Mais na verdade a resistência ela pelo
histórico revolucionário e progressista, a exemplo do aumento de 100% do
salário mínimo no ultimo governo de Getúlio, quando era Ministro do Trabalho.
Com isso, veio o golpe militar
de 31 de março de 1964 o mais longo período de interrupção democrática pelo
qual passou o Brasil durante a República. Qualificado pela história como
"os anos de chumbo", o período da ditadura foi marcado pela cassação
de direitos civis, censura à imprensa, repressão violenta das manifestações
populares, assassinatos e torturas.
Porém, o golpe de 2016 teve
características peculiares, primeiro pela sua sofisticação que envolveu parte
das instituições democráticas do país, como o Ministério Público, STF,
Congresso, Policia Federal, com amplo apoio de setores da mídia tradicional.
Desde que o Partido dos Trabalhadores chegou ao poder, em 2003 como Presidente
LULA e começou colocar em marcha um Projeto Nacional de distribuição de rendas
e inclusão social, percebeu-se uma movimentação reacionária de setores
conservadores e do capital, que sedia um pouco para ocupar espaços, mas ao
mesmo tem se movimentava para agregar suas forças. As riquezas da nação passou
a ser redistribuídas para os outros dois terços do país, não que os mais ricos
deixassem de ganhar, mas a ocupação de espaços, até então reservada a “boa
elite”, tais como universidade, shopping, aeroportos, entre outros, começou a
incomodar.
Após a derrota presidencial em
2014, a oposição não se conformou com mais 04 anos fora do poder, ainda mais
com a possibilidade concreta de um vitória do Ex-presidente Lula em 2018. Então,
construiu-se um discurso embasado em problemas de conjuntura internos e global,
suspeita de fraude eleitoral jamais comprovada, novamente a toma a corrupção,
tudo respaldado pela grande mídia e deu-se o GOLPE DE 2016. Outro diferencial
do GOLPE de 2016 é marcado pelas características de quem materializa a figura
do golpista, pois em outros tempos eles eram adversários declarados. Porem agora,
seu principal articulador, o Vice Michel Temer, pode se dizer que ele foi
golpista, traidor e conspirador. Golpista porque surrupiou o poder sem nenhum
voto de uma Presidenta escolhida por mais de 54 milhões de eleitores; traidor porque
foi lhe dada a função de articulador do governo, papel que ele fez ao inverso e
conspirador, porque arquitetou tudo de dentro do próprio governo. Ele é um subproduto
de tudo que há de podre na política.
Contudo, aqueles que forma pra
rua defender esse movimento golpista, já percebeu que na verdade ele é um grande
pacto para se impedir investigações, em defesa dos interesses de uma minoria
rica. Com a apatia de quem foi enganado, cabe os partidos e movimentos sociais
ligados à esquerda se refazer junto à população, fazendo trabalho de base, do
que pensando em eleições. Porque direitos se garantem com luta e na rua e dessa
maneira golpistas/fascistas não passarão.
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