7.06.2013

Analise de Conjutura

Governo reafirma intenção de fazer reforma política já para 2014:O governo da presidenta Dilma, através do ministro José Eduardo Cardoso e do vice presidente Miche Temer, reafirmaram ontem a intenção de realizar o plebiscito para a reforma política ainda este ano, com efeitos que passem a valer para as eleições do ano que vem. Para viabilizar tal proposta, o congresso precisaria aprovar leis que traduzissem os desejos populares expressos no plebiscito até o dia 05 de outro, sendo que o TSE pediu 70 dias para organizar o plebiscito, incluindo o prazo necessário para o debate das propostas e o esclarecimento acerca das questões.
Comentário: A realização do plebiscito ainda divide a base aliada no Congresso Nacional, que resiste a possibilidade de aprovação expressa de uma reforma política que não tenha sido elaborada pelo Congresso Nacional. A possibilidade de o plebiscito só valer para eleições após 2014 não é bem vista pelo Planalto, dado que contradiz a vontade expressa nas ruas de mudanças rápidas, particularmente a respeito das formas de organização política e partidária.
IPCA de junho desacelera, ficando abaixo das expectativas do mercado: A inflação calculada pelo IPCA no mês de junho subiu 0,26%, ante crescimento de 0,37% em maio, apontando uma desaceleração no período. O índice ficou abaixo da expectativa média do mercado (0,33%), mas foi superior ao verificado em junho de 2012, quando a inflação cresceu apenas 0,06%. Por este motivo, o acumulado de 12 meses do IPCA aumentou para 6,7%, passando em 0,2% o teto da meta de inflação para o ano-calendário de 2013. A desaceleração verificada no IPCA esta ligada a queda no preço dos alimentos no período, que desacelerou de 0,31% em maio para 0,04% em junho.
Comentário: A inflação no período recente vem arrefecendo dado a desaceleração no preço dos alimentos, assim como uma certa desaceleração no mercado de trabalho, que está se refletindo no crescimento de reajustes salariais menores do que a inflação. Esta queda na inflação pode perdurar, caso o crescimento econômico se confirme menor do que o esperado no início do ano (hoje em dia, já se espera que o crescimento em 2013 seja na casa de 2% a 2,5%) e o repasse inflacionário da desvalorização cambial não se transfira fortemente para os preços.
Mantega afirma que que corte de gastos será menor que R$ 15 bi: O ministro da fazenda Guido Mantega afirmou hoje que o corte de gastos federais que será anunciado em breve como parte da política de combate à inflação não deverá alcançar R$ 15 bilhões. Neste corte, serão preservados os investimentos públicos e os gastos sociais, sendo abatidos os gastos de custeio da máquina pública. Com este ajuste, espera-se cumprir integralmente a meta fiscal primária (já com os devidos abatimentos legais) de 2,3% do PIB ao final do ano.
Comentário: O esforço fiscal adicional que será anunciado em breve serve como uma resposta aos críticos da política econômica do governo, que está sendo sistematicamente acusado de “manipular” os resultados fiscais e ampliar os gastos públicos, promovendo novas pressões inflacionárias. Estas acusações são descabidas em um momento de crescimento baixo e diminuição da demanda privada, que contribui para o baixo crescimento. É fundamental que os novos cortes não atinjam os investimentos e, ao mesmo tempo que preservem as metas fiscais perseguidas pelo governo, permitam que o gasto público substitua a demanda privada quando necessário.

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