10.23.2012

RELIGIÃO, ELEIÇÕES E A INGERÊNCIA NUM ESTADO LAICO POR DIREITO

FOTO: bomjardimnoticias.com
     Que todo segmento social deve e tem o direito de propor, acompanhar e fiscalizar as politicas públicas ninguém contesta. Mas quando se trata de processo politico eleitoral, alguns deles deve manter os princípios que define um estado laico por direito.
     No entanto, quando se trata do segmento religioso no Brasil, isso não tem sido uma regra, ao contrário. Temos observado a tentativa de vários lideres religiosos de deturbar e distorcer temas de uma agenda que deve ser debatida como interesse público, mas que é levado sobre a óptica  do velho obscurantismo dogmático a partir do bem e/ou mal, o céu e/ou inferno, cria e/ou criaturas, católicos e/ou evangélicos. Enfim, como se tudo que fazemos nos coloca diante de Deus o do Diabo.
       Esse posicionamento cobrando do ser humano o tempo todo um comportamento dualismo, sendo que ele é composto de dualidade, ou seja, assim como o frio é extensão do quente, e seco do molhado entre outros aspectos, o ser humano é composto por bem e mal, amor e maldade entre outras qualidades, sendo que, o que nos diferencia é a nossa formação psíquica-social que construímos a partir de informações diversas presentes na realidades que nos cercas. Portanto, querer sufocar ou deturbar temas inerente a essa realidade é impedir o acesso a informações que favoreçam para o desenvolvimentos das pessoas sobre variados temas.
      Temos hoje vários exemplos dessa ingerência no processo eleitoral brasileiro, uns dos mais democráticos e ileso do planeta. em 2010 na cidade de São Paulo, um Bispo da Igreja Católica, tentou levar para as trevas da idade média o debate sobre o aborto, numa tentativa clara de prejudicar a campanha da então candidata DILMA, dizendo que ela defendia o aborto, chegando a espalhar nas redes sociais frases atribuídas a Ela, como " nem Deus tira essa vitória de mim. Nesse caso, ela teve que assinar um documento se comprometendo a não introduzir o tema com debate de interesse de saúde publica no País.                                                       
      Sabemos que no Brasil milhares de mulheres são vitimas de abortos clandestinos, em sua maioria, são meninas de famílias pobres, com baixa escolaridades, o que significa pouca informação. Essas meninas que muitas vezes não tem o apoio das famílias e fragilizadas do ponto de vista socioeconômico, são levadas pelas facilidades que os parceiros, pessoas muitas vezes de influencias social, oferecem para a realização do aborto. Nesse sentido nem a proibição da lei, nem a condenação religiosa tem se mostrado eficaz, pelo contrário tem impedido um debate amplo que possa mostrar os riscos a essas vitimas, trazendo assim , uma luz para o debate e uma solução definitiva para o tema, seja ele qual for.
    Recentemente temos observado dois casos, um em São Paulo e outro em Curitiba. Em são Paulo o Pastor Silas Malafaia Assembléia de Deus, para destabilizar a campanha do petista Fernando Haddad em prol da candidatura de José Serra, tem introduzido a discussão sobre o homossexualismo de um forma preconceituosa e homofóbica, indo além da razão social e religiosa. Numa sociedade marcada pela intolerância e violência  em relação aos grupos de minorias, pode se atribuir a ele e o deputado Jair Bolsonaro do PP como uns dos principais responsáveis pelos inúmeros ataques desferido contra essa classe social, em função de seus pronunciamentos que excitam o ódio. Os dois batizaram um kit de orientação aos professores da rede pública de como lidar com o tema de "Kit Gay, acusando o então ministro Haddad de ensinar as crianças a serem homossexuais", com isso prestam um desserviço ao país, a partir do momento que não realizou um debate de auto nível, num momento de extrema violência contra essas pessoas. Ao contrário, lançaram bordões como "o homossexualismo é a porta para o inferno", " o homossexualismo é uma doença", entre outras bravatas.
     Já o Candidato a prefeito de Curitiba ratinho Junior (PSDC),  filho d Ratinho apresentador do SBT tentou vincular a sua proposta de combate as drogas a Igreja Católica, não que as Igrejas são proibidas de participar, o problema é que foi proposta a partir de uma manobra eleitoreira para angariar votos e apoio. Em todos esses casos os resultados foram e estão sendo negativos tanto para os que tentaram usar desse expediente, quanto para o país que perde com o debate de propostas sob o foco do interesse público. Mas isso só tiveram prejuízo do ponto de vista eleitoral porque os candidatos e suas bases reagiram desde de o inicio e de maneira veemente, mostrando que A LIBERDADE DE PROFESSAR NOSSA FÉ NÃO PODE SER CONFUNDIDA COM INGERÊNCIA NUM ESTADO LAICO POR DIREITO.

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