5.26.2014

A grande partida de Washington chega ao final.



O ídolo do Fluminense nos anos 80 lutou contra uma esclerose amiotrófica por muitos anos, mas chegou ao fim no ultimo dia 24 de maio, mas durante esse período difícil de sua vida ele se manteve sempre sereno e afirmava: "Tive muito mais do que sempre sonhei. Valeu a pena", dizia o ex-atacante.
No pacato bairro de Capão da Imbuia, em Curitiba, Washington passou seus longos dias em uma cama diante da televisão e entre dois botijões de oxigênio, respiradouro artificial, fisioterapeutas, enfermeiros e uma parafernália de instrumentos médicos disponíveis 24 horas por dia. No leito esparramaav-se a sombra do sorridente gigante de 1,90 metro, baianidade à flor da pele, que fez história no ataque do Fluminense. foi o que li em um artigo na Revista Carta Capital
Washington formou a dupla mais famosa do futebol brasileiro em meados dos anos 80. Ao lado do meia Assis compunha o “Casal 20”, motor da então inédita conquista do Flu do Campeonato Nacional de 1984 e do tri carioca em 83, 84 e 85. Depois de eliminar o Corinthians de Sócrates nas semifinais, o Fluminense enfrentou o Vasco em duas partidas tensas e truncadas. O centroavante passou em branco. No primeiro jogo, Flu 1 a 0, gol de Romerito. No segundo, um suficiente 0 a 0.

O atacante teve uma trajetória incomum no futebol profissional. Não fecundou nas divisões de base como a maioria. Depois de deixar Valença, cidade natal, estreou em 1980, aos 20 anos, no Galícia. Logo chamou a atenção de um mito, Aymoré Moreira, treinador do Brasil no bicampeonato mundial de 1962. Ao vê-lo jogar, Moreira decretou: tratava-se de um craque destinado a brilhar nos gramados. No ano seguinte, o Corinthians foi buscar a “promessa” na Bahia, mas o atacante não se firmou e foi vendido ao Internacional de Porto Alegre, onde conheceu o parceiro Assis. Nos anos seguintes, os dois seriam tratados (e negociados) como se formassem um corpo único: cérebro e alma, cadência e explosão. Em 1982, o Casal 20 seria negociado com o Atlético Paranaense. O Furacão não se arrependeria. A dupla comandaria a equipe na campanha pelo título estadual após dez anos de jejum. Washington, 23 gols, seria o artilheiro da competição. No ano seguinte, o baiano realizaria um sonho antigo e o Maracanã, que ainda abrigava mais de 100 mil torcedores nos clássicos, tornou-se seu palco principal.
Os títulos e os gols o levaram à Seleção. Em dez partidas entre 1987 e 1989, balançou a rede oito vezes. Apesar da boa média, acabou excluído (sorte dele) do time que, sob o comando de Sebastião Lazaroni, foi um fiasco na Copa de 1990 na Itália. Por quê?  “O Lazaroni preferiu levar o Careca, jogador do Napoli, e o Romário, do PSV. Sem dúvida, eles viviam um momento maravilhoso.”
No fim da década de 80, o Fluminense resolveu reestruturar a equipe. Washington foi o último do grupo a ser vendido. Jogou no Guarani de Campinas, no Botafogo (campeão carioca em 1990), defendeu vários times em Portugal e integrou equipes menores no Brasil. Em 1996, encerrou a carreira.
A vida comum em Curitiba, entre uma pelada com amigos no fim de semana e uma cervejinha, seria interrompida dez anos depois.Em 2006, enquanto corria em uma praça próxima à sua casa, sentiu pela primeira vez uma leve dor na cintura. Culpou o “tênis baixo” e não apropriado. Trocou de calçado, mas o incômodo não sumiu. Parou de correr. Começou a pedalar, depois a só caminhar. A dor ficava, porém, cada vez mais aguda. Iniciou a peregrinação por médicos e hospitais. Em 2009, o diagnóstico: esclerose lateral amiotrófica, uma degeneração do neurônio motor do tronco cerebral e da medula espinhal. “Entrei em depressão até saber da doença. Os médicos não conseguiam determinar o que eu tinha e me via cada dia pior. Para quem viveu para o esporte com muita disposição e saúde, não é fácil ver o corpo definhar.”

Hoje, a cama é o zagueiro que imobiliza Washington. A porta da rua, as traves inalcançáveis. Uma vez por mês o centroavante é levado de ambulância a um hospital de Curitiba para avaliação. A respiração é artificial e a fala ofegante e pausada sai com enorme dificuldade. O rosto barbeado e o bigode estilo mexicano permanecem. É a marca do craque. Pergunto qual a sensação de fazer um gol. Washington não se contém. Derrama lágrimas. “Corria para a geral, onde ficava a torcida do Fluminense. Simplesmente inexplicável.”
Além de alguns amigos, o ex-jogador comunica-se com o mundo pelo Facebook. Milhares de torcedores e fãs enviam mensagens de apoio e esperança. Washington diz viver em paz. “Tenho fé em Deus. Ele me levou até onde cheguei e agora me trouxe até aqui.” O patrimônio financeiro acumulado no futebol é suficiente para levar a vida. A principal despesa, o plano de saúde, é custeada pelo Atlético Paranaense.
Sente não poder carregar os sete netos no colo. E reflete sobre a vida. “Na condição em que me encontro não posso ser feliz. Mas sou plenamente realizado. Tive muito mais do que sempre sonhei. O futebol só me deu alegria. Valeu a pena. Nessa materia utilizei alguns dados e informações da Revista Capital e pesquisa na intert, para homenagear aquele que foi meu maior idolo no futebol. OBRIGADO POR TUDO WASHINTGTON.

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