Na
oportunidade o Lula reafirmou aos empresários que eles acompanharam as
transformações que ocorreram no Brasil nesses 12 anos e que beneficiaram o
conjunto do país, não apenas os privilegiados de sempre ou as grandes capitais.
E que por isso, eles tinham a consciência
exata de como essa mudança chegou às cidades médias e aos mais distantes
municípios. Mostrou ainda para esse grupo, que o Brasil antigo, até 2002, era
um país governado para apenas um terço dos brasileiros, que viviam
principalmente nas capitais. A grande maioria da população estava condenada a
ficar com as migalhas; excluída do processo econômico e dos serviços públicos,
sofrendo com o desemprego, a pobreza e a fome. Para se ter um exemplo, hoje,
São Paulo e a região sudeste diminuiu sua proporcionalidade na crescimento do
país, não que diminuíram seu crescimento, mas poque as demais regiões e
capitais passaram a contribuir efetivamente para o desenvolvimento do pais, a
partir da descentralizações das gestões petista.
O
ex-presidente deixou claro que os que governavam antes de 2002 diziam que era
preciso esperar o país crescer, para só depois distribuir a riqueza
.
Mas afirmou que nem o país crescia o necessário nem se distribuía a riqueza.
Mas que nos últimos 12 nos se inverteu
essa lógica perversa, adotando um modelo de desenvolvimento com inclusão
social. Criando o Fome Zero e o Bolsa
Família, que hoje é um exemplo de combate à pobreza em muito países, além de
outros programas, como o Proune, pronaf, sisu, ENEM entre tantos outros.
Foi adotada uma
política de valorização permanente do salário e de expansão do crédito, que
despertaram a força do mercado interno, e ao mesmo tempo garantiu a
estabilidade, controlando a inflação e reduzindo a dívida pública. Isso
resultou no que todos conhecem mas que a mídia não divulga, que são a retirada
de 36 milhões de pessoas da extrema pobreza, 42 milhões alcançaram a classe
média e mais de 20 milhões de empregos
foram criados.
Afirmou que o
Brasil não é mais um país acanhado e vulnerável. Não é mais o país que seguia
como um cordeirinho a política externa ditada de fora. Não é só o país do
futebol e do carnaval, embora isso seja motivo orgulho, da alegria e do talento
do nosso povo. O Brasil tornou-se um competidor global – e isso incomoda muita
gente, contraria interesses poderosos.
Ele ainda
ressaltou que a imprensa cumpre o importante papel de traduzir essa nova
realidade para a população. E isso não se faz sem uma imprensa regional
fortalecida, voltada para aquela grande parcela do país que não aparece nas
redes de TV, que monopoliza e distorce a realidade das coisas, noticiando
apenas seus interesses e moldando a mente de milhões de pessoas.
Reafirmou o caráter democrático dos governos petistas e da obrigação de prestar contas de
seus atos à sociedade, utilizando a publicidade oficial como instrumento dessa
divulgação, que se faz em parceria com os veículos de imprensa – desde a maior
rede nacional até os jornais do interior, pois uma das mudanças mais importantes
que aconteceu nesse período, foi democratização do critério de programação da
publicidade oficial e que encontrou muita resistência, embora ela tenha sido
muito importante para aumentar a eficiência da comunicação de governo com a
sociedade. Medida essa que foi uma questão de justiça, para reconhecer a
importância do interior no desenvolvimento do Brasil. Pois diziam que para
falar com o Brasil bastava anunciar nos jornais de circulação nacional e nas
redes de rádio e TV. Segundo ele, hoje a imprensa regional está cada vez mais
forte, pois possui aproximadamente 380 diários que circulam 4 milhões de
exemplares aproximados por
dia
,
de acordo com os dados da ADI-Brasil. Mas isso ocorre porque se implantou
políticas que levaram progresso e inclusão social ao interior do país.
Analisando os
dados do IBGE e a fala do ex-presidente, pode-se constatar que de cada 3 empregos
criados no ano passado, 2 se encontram em cidades do interior e apenas 1 nas
regiões metropolitanas. Como ele mesmo gosta de pronunciar, nunca antes o
governo federal investiu tanto no desenvolvimento regional, para combater
desequilíbrios injustos e injustificáveis. Nunca antes a relação entre o governo
federal, os Estados e as prefeituras foi tão republicana quanto nestes 12 anos.
E se tiver alguém que irá traduz essa realidade serão os jornais do interior,
os blogueiros denominados sujos pela grande mídia – e não os veículos nacionais
que atende os interesses do grande capital.
Para ilustrar
sua fala Lula exemplificou a forma como a grande imprensa cobriu o Luz Pra Todos que chega numa localidade
rural ou numa periferia pobre, que está melhorando a vida daquelas pessoas e
gerando empregos
.
Os grandes jornais nunca deram valor ao Luz Pra Todos, mas quando o programa
superou todas as expectativas e alcançou 15 milhões de brasileiros, um desse
jornais deu na primeira página: “1 milhão de brasileiros ainda vivem sem luz”.
Está publicado numa edição da UOL. Então se pergunta; Onde é que estava esse
grande jornal quando 16 milhões de brasileiros não tinham luz?
Ressaltando a importância da imprensa regional, Lula disse que quando chega o momento de
plantar a próxima safra, são os jornais regionais que informam sobre as datas,
os prazos, os juros e as condições de financiamento nas agências bancárias
locais. Mas na hora de informar à sociedade que em 12 anos o crédito agrícola
passou de R$ 30 bilhões para R$ 157 bilhões, o que se lê num grande jornal é
que a inflação pode aumentar porque o governo está expandindo o crédito.
Acrescentou ainda que quando uma agência bancária do interior recebe uma linha
do BNDES pra financiar a compra de tratores e veículos pelo Mais Alimentos, para
aumenta a produtividade e aquece o comércio local, só noticiada pela imprensa
regional, porque ela é uma boa notícia. Mas a grande mídia distorce as boas
noticias, a exemplo do programa recorde de 60 mil tratores e 50 mil veículos
financiados e que irá beneficiar milhões de pequenos produtores rurais do interior, a notícia em alguns jornais é que o governo “está pressionando a
dívida interna bruta”.
Diante da
pauta da imprensa que virou um partido de oposição, fico analisando a cobertura
do programa minha casa minha vida, que contratou 3 milhões de unidades, e já
entregou mais de dois terços, mas que só aparece na TV e nos grandes jornais se
eles encontram uma casa com goteira ou um caso qualquer de desvio.
Na saúde, que
é o gargalo de todos os entes federados, quando o governo federal inaugura um
hospital regional, isso é manchete nos jornais de todas as cidades daquela
região. O mesmo acontece quando chega o SAMU ou um posto do Brasil Sorridente. Mas
lendo os grandes jornais é difícil ficar sabendo das quase 300 UPAs, 3 mil
ambulâncias do SAMU e mais de mil consultórios odontológicos que foram abertos
por todo o país nestes 12 anos. A maior cobertura de políticas públicas que os
grandes jornais fizeram, nesse período, foi para apoiar o fim da CPMF, que
tirou R$ 50 bilhões anuais do orçamento da Saúde. Quando uma cidade recebe
profissionais do Mais Médicos, vocês sabem o que isso representa para os que
estavam desatendidos. Imprensa regional
entrevista os médicos e os apresentam à
população. Mas quando 15 mil profissionais vão atender 50 milhões de pessoas no
interior do país, a imprensa nacional só fala daquela senhora que abandonou o
programa por razões políticas, ou daquele médico que foi falsamente acusado de
errar numa receita.
E a cobertura
sobre a expansão e a acessibilidade dos mais pobres no ensino superior? Quando
um novo campus universitário é aberto numa cidade, os jornais da região dão
matérias sobre os novos cursos, as vagas abertas, debatem o currículo,
acompanham o vestibular. Mas lendo os grandes jornais é difícil ficar sabendo
que nestes últimos governos foram criadas18 novas universidades e abertos 146
novos campi pelo interior do país. É nos jornais do interior que se percebe a
mudança na vida de milhões de jovens, porque eles não precisam mais sair de
casa, deixar para trás a família e os valores, para cursar a universidade. O
número de universitários no Brasil dobrou para 7 milhões, graças ao Prouni, ao
Reuni e ao FIES. Os grandes jornais não costumam falar disso, mas são capazes
de fazer um escândalo quando uma prova do ENEM é roubada de dentro da gráfica –
que por sinal era de um dos maiores jornais do país.
Quando uma
escola técnica é aberta numa cidade do interior, essa é uma notícia muito
importante para os jovens e para os seus pais, e vai sair com destaque em todos
os jornais da região. quando se informo que nesses 12 anos foram abertos 365
escolas técnicas, duas vezes e meia o que foi feito em século neste país, os
grandes jornais dizem apenas que o Lula “exaltou o governo do PT e voltou a
atacar a oposição”. Quando chega na sua cidade um ônibus, um barco ou um lote
de bicicletas para transportar os estudantes da zona rural, essa é uma boa
notícia que não é divulgada pela grande mídia. O programa Caminho da Escola já
entregou 17 mil ônibus, 200 mil bicicletas e 700 embarcações, para transportar
2 milhões de alunos em todo o país. Mas só aparece na TV se faltar combustível
ou se o motorista do ônibus não tiver habilitação.
A grande mídia
esta distante dessa realidade, do Brasil real e por isso vai errar sempre ao
retratar a realidade brasileira. Basta ver o que anda publicando sobre o Brasil
na imprensa inglesa, o país deles tem uma dívida de mais de 90% do PIB, com
índice recorde de desemprego, mas eles escrevem que o Brasil, com uma dívida
líquida de 33%, é uma economia frágil. Não conheço economia frágil com reservas
de US$ 377 bilhões, inflação dentro da meta, investimento
crescente mesmo com a atual conjuntura global e vivendo no pleno emprego. Escrevem
que os investidores não confiam no Brasil, mas omitem que somos um dos cinco
maiores destinos globais de investimento externo direto, à frente de qualquer
país europeu.
Dizem que
perdemos o rumo e devemos seguir o exemplo de países obedientes à cartilha
deles. Mas esquecem que desde 2008, enquanto o mundo destruiu 62 milhões de
postos de trabalho, o Brasil criou mais de 10 milhões de novos empregos
.
Alguns jornalistas brasileiros ficam repetindo notícias erradas que vêm de
fora, como bonecos de ventríloquo. Isso é ruim para a imprensa, porque parte do
público ainda sabe distinguir o que é realidade do que não é. Diziam que o desemprego ia crescer, e o país
terminou o ano com a menor taxa da história. Chegaram a dizer que o Brasil
entraria em recessão, mas a economia cresceu numa conjuntura internacional
muito difícil.
Esses jornalistas
poderiam viajar mais pelo interior do país, conhecer melhor a nossa realidade,
estudar um pouco mais o país em suas diversidades economia, política, social e
cultural, ai sim, fariam noticias que retratariam a realidade nacional, e não previsões
pessimistas que mais parece um desejo dos grandes jornalões, mas que não se confirmam.
O Partido dos Trabalhadores continuará defendendo a liberdade de imprensa e o
direito de opinião, porque sabe que, mesmo quando erra, a imprensa livre é
protagonista essencial de uma sociedade democrática. Mas isso não significa
deixa de lutar pela democratização e regulamentação da mídia.
Isso porque a
democracia é o único sistema que permite transformar um país para melhor. E ela
não existe sem que as pessoas participem diretamente da vida política. Por isso
Lula sempre se dirige aos jovens dizendo: “se querem mudar a política, façam
política. E façam de um jeito melhor, diferente. Negar a política é o caminho
mais curto para abolir a democracia.Aprimorar a democracia significa também
garantir ao cidadão o direito à informação correta e ao conhecimento da
diversidade de ideias, numa sociedade plural”.