10.30.2012

O QUE O RESULTADO DA ELEIÇÕES 2012 ME MOSTROU?

     Diante da consolidação do quadro final das eleições 2012 podemos  realizar algumas reflexão e tirar algumas lições, ainda que seja desentoada daquelas feitas pelos grandes analistas políticos. Pois apesar das analises de renomados profissionais da areá, acredito que nós na nossa humilde visão temos muito a acrescentar, pois vivenciamos o cotidiano das realidades nas quais elas se processam, tendo acesso as peculiaridades que eles pouco conhecem, principalmente, se considerarmos que o eleitorado levou muito em consideração aquela candidatura que vislumbrava a possibilidade de resolver seus problemas imediatos.


ELEIÇÕES PARTE 1:  O PT DIANTE  DAS AÇÕES NO SUPREMO FEDERAL

foto: cienciabrasil.blogspot
Tentaram reduzir a grandiosidade do PT
 a um grupo de pessoas
      Sem querer entrar no mérito das decisões da Suprema Corte, quero aqui mostrar um dado curioso em relação a ação penal 470, conhecida mais com mensalão. Fato é que os partidos de oposição ao PT com uma ajuda considerável de parte da mídia, apostou num encolhimento do Partidos dos trabalhadores explorando as falas dos ministros, inclusive muitos deles com viés políticos partidários. Um exemplo claro disso foi a apresentação do Jornal Nacional da Rede Globo, que no ultimo dia de apresentação dos programas eleitorais tentou dar uma ajudinha ao candidato do PSDB em São Paulo José Serra, quando intercalou como o programa de Fernando Haddad (PT), 15 minutos do JN dedicados ao mensalão, metade do tempo, fato inédito para o programa.
     O resultado foi uma injeção de animo na militância, principal característica do partido, que estava adormecida com a acomodação natural de quem  chega ao poder, contribuindo ainda mais para a eleição de Haddad em São Paulo. A partir de uma analise mais sistêmica pode se afirmar que o PT foi o partido vencedor dessas eleições, pois se ele diminui o numero de cidade que administrava acima de 100 mil habitantes,  foi o partido que mais recebeu votos no país, quase 18 milhões ao todo, vai administrar o maior orçamento com um total de mais de 70 bilhões, controla o maior numero de cidade acima dos 150 mil habitantes, fortalecendo seu projeto para 2014, principalmente ser mencionamos o desempenho dos aliados como o PMDB, PDT entre outros.

ELEIÇÕES PARTE 2: O FATOR LULA PESOU MAIS UMA VEZ

foto: polibiobraga.blogspot
Tentou substituí-lo no imaginário do povo brasileiro, 
pelo herói capa preta ,Ministro do Supremo,
 Joaquim Barbosa,  mas não deu
     O ex-presidente LULA é sem duvida alguma é um politico que esta no minimo uma década a frente de seu contemporâneos. Percebendo a utilização exaustiva do fator mensalão nas eleições municipais, ele imprimiu ousado, porem, arriscado processo de renovação nos quadros do PT, assim com fez com a Presidenta Dilma, emplacou Fernando Haddad na maior colégio eleitoral do país, alem de apoiar quadros novos por todo o Brasil. Se é verdade que em algumas cidade ele não elegeu seus candidatos, em função de peculiaridades locais, como Manaus, Salvador, Recife e Fortaleza, só pra exemplificar, mas contribui com para aumentar o capital eleitoral do partido, o mais votado, deixando um quadro excepcional para 2014, podendo avançar no processo de renovação agora para governadores, senadores e deputados, como já se cogita a candidatura  do Ministro da Saúde Alexandre Padilha,  ao governo de São Paulo.



 ELEIÇÕES PARTE 3: EDUARDO CAMPOS EM 2014?


Foto: folhape.com.br  
Se precipitar seu projeto corre risco                    
     Em termos proporcionais o Partido Socialista Brasileiro (PSB) foi o que mais cresceu, principalmente se considerarmos ao aumento no numero de prefeitura que vai administrar em comparação a 2008, principalmente porque seis delas são capitais o que acaba proporcionando grande visibilidade, porem, numa analise profunda dos números envolvendo, numero de votos recebidos, orçamento dos municípios, numero de cidade e  o capital eleitoral, orçamento ele ocupa um modesto 6º  lugar, ficando inclusive atrás do PSD de Gilberto Kassab, refundado a um ano.
     Mas parte da grande mídia juntamente e a elite conservador, na carência de lideres  e de partido que possa representar seus interesses  alardeou o socialista Eduardo Campos como o maior vencedor e principal opositor da Presidenta Dilma em 2014, forçando-o a romper um compromisso com o PT de colocar seu projeto polítoco apenas em 2018, por mais tentadora que seja essa possibilidade, não acredito que ela vá se deixar levar por vários fatores. Um deles é que alem de inteligente Eduardo Campos é um político estrategista, dificilmente ele se candidataria contra uma Presidenta bem avaliada em todas as áreas o que não vai ser diferente até lá; segundo, ele tem um projeto de elegê-lo e não de derrotar a Presidenta Dilma, então não endosso a tese da grande mídia de uma dobradinha dele co o PSDB de Aécio Neves.
     Mas consideremos que ele não resita a tentação e alce voo solo, apostando que mesmo perdendo acumularia capital eleitoral se fortalecendo para 2018, aí sim, ele estaria desperdiçando um chance real de consolidar seu projeto ´residencial, pois enfrentaria uma militância aguerrida de ânimos renovados e a popularidade de uma Presidenta que comanda uma projeto que está mudando o Brasil para melhor. Junto a isso tudo, ainda temos o fator LULA, uma gordura que o Partido dos Trabalhadores (PT) guarda para queimar em caso de emergência, que sabe em 2018.

ELEIÇÕES PARTE 4: OS PEQUENOS MUNICÍPIOS E O FATOR SOCIAL.

Balneário Parque das Águas no dia da criança
Conceição do Tocantins
    Nessa eleições o PT se mostrou um partido campeão de votos grande parte dessa votação talvez seja porque ele se apresenta como o único partido que tem um projeto nacional que atenda as necessidade da população e mais do que isso, é um partido que sabe dialogar com as massas. Nos pequenos municípios, aonde  programas como o Bolsa Família, a construção de Creches, a implementação da agricultura familiar entre outras ações de transferência de renda tem um impacto muito grande e sua efetivação é fundamental para a implantação de um projeto de poder a médio e longo prazo.
     Elas são porque os gestores que não tem essa visão, vai perder espaço para organizações diversas, seja elas civis, religiosas, comunitárias ou corporativista, que no momento de eleições ou tentam barganhar apoio, ou se posicionam de maneira natural contra as atuais administrações, por entender que seus interesses legítimos ou não, deixaram de ser contemplados. Porem, os gestores tem que ter a sensibilidade de perceber que esse tipo trabalho  desenvolvidos pelas entidades não governamentais, devem ser realizados em parcerias e não de forma totalmente autônoma, mas se elas existem é por ausência do poder público nessas áreas. 






      

10.26.2012

O NEGRO NO BRASIL; E AS POLÍTICAS DE AUTOAFIRMAÇÃO RACIAL E INCLUSÃO SOCIAL.

Momento histórico na luta dos negros pela sua autoafirmação, a Lei de Cotas nas Universidades Públicas, sancionada pela Presidenta Dilma, tem sido motivo de comentários no mínimo estranhos, proferidos pela elite preconceituosa e  uma mídia conservadora, que tem na Revista Veja da Editora Abril/Cevita, sua principal porta voz. Nesta semana a repórter Julia Carvalho em uma análise fraca do ponto de vista pedagógico e inconsistente historicamente, fez uma analise da trajetória dos negros no país, para afirmar que a Lei de Cotas é um retrocesso do ensino no Brasil. Mas de maneira conveniente, ela não considerou todo processo histórico de negação dos direitos aos negros e aos demais grupos de minorias e fundamentou sua tese a partir de um período factual, tentando assim, desqualificar esse importante instrumento de inclusão social.
A partir dessa visão elitista a VEJA tenta explorar a tese da meritocracia, que consiste na valorização do mérito, mas fica difícil falar em quando uma grande parcela da nossa sociedade teve mais de V séculos de negação de seus direitos. Portanto, com eles não tem o mínimo interesse em fazer esse exercício de reflexão histórica, vamos procurar resgatar esse trajeto de negação e agressão aos afrodescendentes, para que o PIG (Partido da Imprensa Golpista) não consiga desqualificar o PROJETO DO PARTIDO DOS TRABALHADORES. Pois, infelizmente o negro ainda é objeto de olhar enviesado, sobretudo em data relativa às comemorações de suas lutas e suas conquistas, pois são chamados em atos e manifestações públicas simplesmente para a utilização de sua corporeidade, pela sua forma exuberante de se posicionar a favor ou contra determinados temas, e não pelas suas aquisições intelectuais, após uma longa vida de produtividade e exercício de uma cidadania conquistada e construída a ferro, sangue e muita luta.
A poesia de José Bonifácio expressa muito bem o inicio do processo histórico do negro em busca sua autoafirmação, quando ela extravasa toda sentimentalidade do negro dizendo (...) Escravo – não, não morri nos ferros da escravidão; lá nos Palmares vivi, tenho livre o coração! Nas minhas carnes rasgadas, nas faces ensanguentadas sinto as torturas de cá; meu espírito solto não partiu – ficou lá (...). Os negos sempre fizeram parte ativa na luta por sua liberdade, ao contrário do que a história oficial reza. Foram varias as agressões contra essa raça tão marginalizada e discriminada, que ainda hoje, passa por preconceitos, cerceamento de direitos individuais, e que no passado chegou até castigos físicos, aonde muitos escravos tiveram de pagar com a própria vida para garantir através de lei uma liberdade de direito e de fato.
Após a Lei Áurea composta por um único artigo, começou um longo período de martírio da raça negra, que já permeia o século XXI. Com a famosa abolição e sem nenhuma política de reparação dos danos físicos (em todos os sentidos) e simbólicos causados a esse povo, aos poucos eles foram sendo empurrados para as periferias das cidades e as margens da sociedade, dano inicio as favelas e aos grupos de “marginais” que explicaria toda a mazela social dos novos tempos. Pois sem terras para produzir seu próprio sustento, sem acesso ao ensino publico gratuito, excluídos dos serviços de assistência básica como saúde, moradia e saneamento básico, o negro foi engolido por um processo de marginalização sem volta, que contribui ainda mais, para o que o geógrafo Milton Santo chama de apartheid a brasileira. Pois os favelados e por consequência, em sua maioria negra, foram taxados de bandidos e foram usados como elementos de justificação da produção do fracasso escolar, que segundo - Souza Patos - era explicado pela psicologia sobre a mesma ótica. Dessa forma, expressões preconceituosas como; “a coisa tá preta”, “hoje tive um dia negro”, entre outros dizeres discriminatórios, foram enraizados no subconsciente da nação como um comportamento natural, mas que representa claramente aquilo que Marx e Vygotsky consideram como uma construção das relações sociais de um sistema capitalista perverso.
Segundo Florestan Fernandes, entre os brasileiros, “feio não é ter preconceito de cor, mas manifestá-lo”. Isso representa muita bem a forma hipócrita como o problema é tratado hoje, existe uma forte discriminação racial no país, mas que é disfarçada. Em uma partida de futebol do São Paulo contra um time da Argentina, determinado jogador foi chamado de macaco, causando uma indignação geral no país, chegando a ponto de um viés diplomático, porém o país esqueceu que os próprios brasileiros substituíram seu nome pelo apelido de GRAFITE, que significa miolo de lápis, uma referencia a sua cor. Segundo Milton Santos, parece que para “a boa sociedade” exige um lugar predeterminado, lá embaixo para os negros.
Portando, as políticas de autoafirmação são de fundamental importância para promover e apoiar iniciativas que tenham por finalidade a integração econômica, política e social do negro no contexto atual, ainda que sejam polemicas e alvo de criticas desfavorável. Entre algumas mediadas vigentes, existe o Sistema de Cota que prevê 50% da vagas nas universidades públicas para alunos provenientes do ensino público e ao grupos de minorias, tem o Bolsa Família um programa de transferência de renda para parte da população brasileira que vive abaixo da linha de pobreza. Embora essas ações de autoafirmação, reparação e de transferência de renda sejam de caráter transitórias, são extremamente necessárias.
E por que elas são? Por vários motivos, um deles é por que gera um debate importante sobre o essas situações no Brasil, um país onde o preconceito ainda existe mesmo que de forma velada; outro fator interessante seria uma forma imediata de renovar o discurso racista de quinhentos (500) anos de culpa e cinco (05) anos de desculpas; pois são ações concretas como estas que sinalizam o início de um processo, que se propõem reparar todos os danos causados sem perder o foco de políticas mais profundas e amplas. No entanto, esse processo dever ser desprovido de qualquer iniciativa que crie um contra preconceito a qualquer tipo de cor ou classe social e muito menos que tire de pessoas seus direitos, mas que amplie para os renegados e excluídos por um processo histórico brutal. Muitos intelectuais afirmam que o sistema de cotas é contrario a democracia e é inconstitucional porque fere o principio da igualdade, mas esquecem de que negros perderam vidas e foram cerceados em seus direitos individuais durante mais de V séculos sem nada ser feito, contudo, parece não ser muito racional buscar justificativas para excluir ainda mais, aqueles que já perderam tanto. Outros tantos, afirmam que o acesso a faculdades pela concessão da vaga levaria essas pessoas a passarem por discriminação, porém, não devemos nos esquecer de que para alcançar a liberdade muitos negros morreram o que justifica esse pequeno desconforto, pois essa seria uma discriminação positiva.
Ainda hoje, precisamos passa por mais essa situação para formar uma larga escala de negros com pensamento crítico, para que tenhamos pessoas engajadas de fato na luta por políticas de inclusão social e racial, caso contrário já mais chegaremos a cargo do auto escalão, responsáveis por elaborarem as políticas públicas para o país, ou ate mesmo a condição de chefe da nação.
O Programa Bolsa Família, taxado de fabrica de dependentes, acusado de distribuir esmola e viciar o cidadão, pelo contrário, se mostrou um valoroso instrumento de correção das injustiças praticadas nesse país. Muito se ver falar que o desenvolvimento econômico do país a médio e longo prazo é que possibilitará uma inclusão mais eficiente, muita bem, que seja, mas quem tem fome de verdade e não apenas vontade de comer, não tem como esperar uma ou duas décadas, tempo necessário para desenvolver uma política consistente de crescimento. Sem mencionar que governos que representa uma elite privilegiada, tiveram no mínimo v século de Brasil e deles mais de I século de republica para tomar tais medidas e não as fizeram.

Política de crescimento do país e reforma educacional para um ensino de qualidade com certeza é o caminho para a inclusão social, econômica e cultural de todos os excluídos, mas temos poucos o quase nenhum negro ocupando funções que possibilita condições para efetivar tais políticas. Enquanto isso, o IBGE mostra que no grupo de pessoas que segue procurando trabalho os negros lideram estatísticas; a taxa de desocupação entre eles é de 11,8 ante 8,6 entre os brancos. ”Além de pretos e pardos terem maior dificuldade de inserção no mercado de trabalho, quando conseguem, geralmente entram em ocupações com menos exigência na qualificação e menores salários”, detalha o gerente da pesquisa do IBGE, Cilmar Azevedo, pois enfrentam situações explicitas de preconceitos a sua aparência negra, a exemplo de anúncios” precisa de moças com boa aparência. Isso fica visível na distribuição dos empregos do setor privado com carteira de trabalho assinada: 59,7% são brancos e 39,8%, negros. Há ainda mais uma concentração favorável aos brancos; apenas 22% dos pretos e pardos trabalham no auto escalão do poder publico, são dirigentes de organização de interesse público e de empresas. Entre os profissionais das ciências, das artes e de nível superior, eles surgem numa proporção de 18%. Esse estudo reafirma ainda mais a necessidades dessas mediada, ainda que de caráter transitório, pois elas têm um papel estratégico na luta por igualdade de oportunidades e representam parte de um conjunto maior de ações afirmativas, que tendem crescer cada vez mais em nossa sociedade. Se existe programas melhores que os façam, que se adote tais mecanismos, mas sem transferir o problema a geração do séc. XXII.

10.23.2012

RELIGIÃO, ELEIÇÕES E A INGERÊNCIA NUM ESTADO LAICO POR DIREITO

FOTO: bomjardimnoticias.com
     Que todo segmento social deve e tem o direito de propor, acompanhar e fiscalizar as politicas públicas ninguém contesta. Mas quando se trata de processo politico eleitoral, alguns deles deve manter os princípios que define um estado laico por direito.
     No entanto, quando se trata do segmento religioso no Brasil, isso não tem sido uma regra, ao contrário. Temos observado a tentativa de vários lideres religiosos de deturbar e distorcer temas de uma agenda que deve ser debatida como interesse público, mas que é levado sobre a óptica  do velho obscurantismo dogmático a partir do bem e/ou mal, o céu e/ou inferno, cria e/ou criaturas, católicos e/ou evangélicos. Enfim, como se tudo que fazemos nos coloca diante de Deus o do Diabo.
       Esse posicionamento cobrando do ser humano o tempo todo um comportamento dualismo, sendo que ele é composto de dualidade, ou seja, assim como o frio é extensão do quente, e seco do molhado entre outros aspectos, o ser humano é composto por bem e mal, amor e maldade entre outras qualidades, sendo que, o que nos diferencia é a nossa formação psíquica-social que construímos a partir de informações diversas presentes na realidades que nos cercas. Portanto, querer sufocar ou deturbar temas inerente a essa realidade é impedir o acesso a informações que favoreçam para o desenvolvimentos das pessoas sobre variados temas.
      Temos hoje vários exemplos dessa ingerência no processo eleitoral brasileiro, uns dos mais democráticos e ileso do planeta. em 2010 na cidade de São Paulo, um Bispo da Igreja Católica, tentou levar para as trevas da idade média o debate sobre o aborto, numa tentativa clara de prejudicar a campanha da então candidata DILMA, dizendo que ela defendia o aborto, chegando a espalhar nas redes sociais frases atribuídas a Ela, como " nem Deus tira essa vitória de mim. Nesse caso, ela teve que assinar um documento se comprometendo a não introduzir o tema com debate de interesse de saúde publica no País.                                                       
      Sabemos que no Brasil milhares de mulheres são vitimas de abortos clandestinos, em sua maioria, são meninas de famílias pobres, com baixa escolaridades, o que significa pouca informação. Essas meninas que muitas vezes não tem o apoio das famílias e fragilizadas do ponto de vista socioeconômico, são levadas pelas facilidades que os parceiros, pessoas muitas vezes de influencias social, oferecem para a realização do aborto. Nesse sentido nem a proibição da lei, nem a condenação religiosa tem se mostrado eficaz, pelo contrário tem impedido um debate amplo que possa mostrar os riscos a essas vitimas, trazendo assim , uma luz para o debate e uma solução definitiva para o tema, seja ele qual for.
    Recentemente temos observado dois casos, um em São Paulo e outro em Curitiba. Em são Paulo o Pastor Silas Malafaia Assembléia de Deus, para destabilizar a campanha do petista Fernando Haddad em prol da candidatura de José Serra, tem introduzido a discussão sobre o homossexualismo de um forma preconceituosa e homofóbica, indo além da razão social e religiosa. Numa sociedade marcada pela intolerância e violência  em relação aos grupos de minorias, pode se atribuir a ele e o deputado Jair Bolsonaro do PP como uns dos principais responsáveis pelos inúmeros ataques desferido contra essa classe social, em função de seus pronunciamentos que excitam o ódio. Os dois batizaram um kit de orientação aos professores da rede pública de como lidar com o tema de "Kit Gay, acusando o então ministro Haddad de ensinar as crianças a serem homossexuais", com isso prestam um desserviço ao país, a partir do momento que não realizou um debate de auto nível, num momento de extrema violência contra essas pessoas. Ao contrário, lançaram bordões como "o homossexualismo é a porta para o inferno", " o homossexualismo é uma doença", entre outras bravatas.
     Já o Candidato a prefeito de Curitiba ratinho Junior (PSDC),  filho d Ratinho apresentador do SBT tentou vincular a sua proposta de combate as drogas a Igreja Católica, não que as Igrejas são proibidas de participar, o problema é que foi proposta a partir de uma manobra eleitoreira para angariar votos e apoio. Em todos esses casos os resultados foram e estão sendo negativos tanto para os que tentaram usar desse expediente, quanto para o país que perde com o debate de propostas sob o foco do interesse público. Mas isso só tiveram prejuízo do ponto de vista eleitoral porque os candidatos e suas bases reagiram desde de o inicio e de maneira veemente, mostrando que A LIBERDADE DE PROFESSAR NOSSA FÉ NÃO PODE SER CONFUNDIDA COM INGERÊNCIA NUM ESTADO LAICO POR DIREITO.

10.10.2012

OPINIÃO PÚBLICA OU PUBLICADA?

foto de Dirceu, publicada no Jornal Estadão

Tenho acompanhado nas redes sociais, desde cedo, e sem surpresa alguma, o êxtase subliterário de toda essa gente de direita que comemora a condenação de José Dirceu como um grande passo civilizatório da sociedade e do Judiciário brasileiro. Em muitos casos, essa exaltação beira a histeria ideológica, em outros, nada mais é do que uma possibilidade pessoal, física e moral, de se vingar desses tantos anos de ostracismo político imposto pelas sucessivas administrações do PT em nível federal. Não ganharam nada, não têm nada a comemorar, na verdade, mas se satisfazem com a desgraça do inimigo, tanto e de tal forma que nem percebem que todas essas graças vieram – só podiam vir – do mesmo sistema político que abominam, rejeitam e, por extensão, pretendem extinguir.
José Dirceu, como os demais condenados, foi tragado por uma circunstância criada exclusivamente pelo PT, a partir da posse de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002, data de reinauguração do Brasil como nação e república, propriamente dita. Uma das primeiras decisões de Lula foi a de dar caráter republicano à Polícia Federal, depois de anos nos quais a corporação, sobretudo durante o governo Fernando Henrique Cardoso, esteve reduzida ao papel de milícia de governo. Foi esta Polícia Federal, prestigiada e profissionalizada, que investigou o dito mensalão do PT.
Responsável pela denúncia na Procuradoria Geral da República, o ex-procurador-geral Antonio Fernando de Souza jamais teria chegado ao cargo no governo FHC. Foi Lula, do PT, que decidiu respeitar a vontade da maioria dos integrantes do Ministério Público Federal – cada vez mais uma tropa da elite branca e conservadora do País – e nomear o primeiro da lista montada pelos pares, em eleições internas. Na vez dos tucanos, por oito anos, FHC manteve na PGR o procurador Geraldo Brindeiro, de triste memória, eternizado pela alcunha de “engavetador-geral” por ter se submetido à missão humilhante e subalterna de arquivar toda e qualquer investigação que tocasse nas franjas do Executivo, a seu tempo. Aí incluída a compra de votos no Congresso Nacional, em 1998, para a reeleição de Fernando Henrique. Se hoje o procurador-geral Roberto Gurgel passeia em pesada desenvoltura pela mídia, a esbanjar trejeitos e opiniões temerárias, o faz por causa da mesma circunstância de Antonio Fernando. Gurgel, assim como seu antecessor, foi tutelado por uma política republicana do PT.
Dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal, seis foram indicados por Lula, dois por Dilma Rousseff. A condenação de José Dirceu e demais acusados emanou da maioria destes ministros. Lula poderia, mas não quis, ter feito do STF um aparelho petista de alto nível, imensamente manipulável e pronto para absolver qualquer um ligado à máquina do partido. Podia, como FHC, ter deixado ao País uma triste herança como a da nomeação de Gilmar Mendes. Mas não fez. Indicou, por um misto de retidão e ingenuidade, os algozes de seus companheiros. Joaquim Barbosa, o irascível relator do mensalão, o “menino pobre que mudou o Brasil”, não teria chegado a lugar nenhum, muito menos, alegremente, à capa de um panfleto de subjornalismo de extrema-direita, se não fosse Lula, o único e verdadeiro menino pobre que mudou a realidade brasileira.
O fato é que José Dirceu foi condenado sem provas. Por isso, ao invés de ficar cacarejando ódio e ressentimento nas redes sociais, a direita nacional deveria projetar minimamente para o futuro as consequências dessas jurisprudências de ocasião. Jurisprudências nascidas neste Supremo visivelmente refém da opinião publicada por uma mídia tão velha quanto ultrapassada. Toda essa ladainha sobre a teoria do domínio do fato e de sentenças baseadas em impressões pessoais tende a se voltar, inexoravelmente, contra o Estado de Direito e as garantias individuais de todos os brasileiros. É esperar para ver.
As comemorações pela desgraça de Dirceu podem elevar umas tantas alminhas caricatas ao paraíso provisório da mesquinharia política. Mas vem aí o mensalão mineiro, do PSDB, origem de todo o mal, embora, assim como o mensalão do PT, não tenha sido mensalão algum, mas um esquema bandido de financiamento de campanha e distribuição de sobras.
Eu quero só ver se esse clima de festim diabólico vai ser mantido quando for a vez do inefável Eduardo Azeredo, ex-governador de Minas Gerais e ex-presidente do PSDB, subir a esse patíbulo de novas jurisprudências montado apenas para agradar a audiência.

  cartacapital.com.br / Leandro Fortes

Arquivo das materias